domingo, julho 31, 2005
AOS
Começou a ser publicado o arquivo de Salazar no site da Torre do Tombo. Para aceder aos documentos basta clicar em "Descrições Arquivísticas" e, depois, digitar AOS em "CódigoReferência".
Escreveram os responsáveis pela iniciativa:
"Do vasto Arquivo Oliveira Salazar, o IAN/TT optou por integrar no Projecto "TT Online" a série de Diários do antigo Presidente do Conselho. Trata-se de um conjunto de 72 volumes, nos quais foram inscritas, "dia a dia, hora a hora", todas as suas actividades, em particular todos os Conselhos de Ministros, as reuniões de trabalho e respectivos intervenientes, bem como, entrevistas, actos e cerimónias oficiais, entre 1 de Janeiro de 1933 e 6 de Setembro de 1968.Os Diários de António de Oliveira Salazar, constituem, por isso, um registo exaustivo e detalhado da governação de Portugal durante 36 anos de Estado Novo, fundamentais para o estudo e a compreensão da História Contemporânea de Portugal.
"A integração destes Diários no âmbito do Projecto "TT Online" permite disponibilizar 21.595 imagens, agora ao alcance dos estudiosos e do cidadão em geral."
Obrigado!
Escreveram os responsáveis pela iniciativa:
"Do vasto Arquivo Oliveira Salazar, o IAN/TT optou por integrar no Projecto "TT Online" a série de Diários do antigo Presidente do Conselho. Trata-se de um conjunto de 72 volumes, nos quais foram inscritas, "dia a dia, hora a hora", todas as suas actividades, em particular todos os Conselhos de Ministros, as reuniões de trabalho e respectivos intervenientes, bem como, entrevistas, actos e cerimónias oficiais, entre 1 de Janeiro de 1933 e 6 de Setembro de 1968.Os Diários de António de Oliveira Salazar, constituem, por isso, um registo exaustivo e detalhado da governação de Portugal durante 36 anos de Estado Novo, fundamentais para o estudo e a compreensão da História Contemporânea de Portugal.
"A integração destes Diários no âmbito do Projecto "TT Online" permite disponibilizar 21.595 imagens, agora ao alcance dos estudiosos e do cidadão em geral."
Obrigado!
Comunicado
Está a ser espalhado o seguinte email:
"COMUNICADO OFICIAL DO GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
"O Governo faz saber que, como medida de contenção de despesas e tendo em consideração a actual situação das contas públicas, a luz ao fundo do túnel será desligada até nova ordem."
É a melhor do ano, salvo erro de memória. Parabéns ao autor!
"COMUNICADO OFICIAL DO GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
"O Governo faz saber que, como medida de contenção de despesas e tendo em consideração a actual situação das contas públicas, a luz ao fundo do túnel será desligada até nova ordem."
É a melhor do ano, salvo erro de memória. Parabéns ao autor!
Bastariam
No Memorável de hoje:
- Ausentes da bancada do PS bastariam para limitar Jardim (Diário de Notícias, Lisboa)
- La no condena del Vaticano a los kamikazes palestinos tensa sus relaciones con Israel (La Vanguardia, Barcelona)
- Desastre ecológico no PT (Jornal do Brasil, Rio)
- Ausentes da bancada do PS bastariam para limitar Jardim (Diário de Notícias, Lisboa)
- La no condena del Vaticano a los kamikazes palestinos tensa sus relaciones con Israel (La Vanguardia, Barcelona)
- Desastre ecológico no PT (Jornal do Brasil, Rio)
sábado, julho 30, 2005
Todos
No Memorável de hoje:
- Capturados todos los terroristas del 21-J (La Vanguardia, Barcelona)
- Astrônomos anunciam descoberta do 10º planeta (BBC Brasil)
- Telescopio NASA descubre componente de vida en galaxias lejanas (Xinhua, Pequim)
AFP e EPA
- De très vieux os (Le Soir, Bruxelas)
- Les plus vieux embryons du monde (Le Soir, Bruxelas)
- Pinho rico (Jornal de Negócios, Lisboa)
- Capturados todos los terroristas del 21-J (La Vanguardia, Barcelona)
- Astrônomos anunciam descoberta do 10º planeta (BBC Brasil)
- Telescopio NASA descubre componente de vida en galaxias lejanas (Xinhua, Pequim)
AFP e EPA
- De très vieux os (Le Soir, Bruxelas)
- Les plus vieux embryons du monde (Le Soir, Bruxelas)
- Pinho rico (Jornal de Negócios, Lisboa)
sexta-feira, julho 29, 2005
Talvez
Os quatro maiores bancos privados portugueses viram os seus lucros aumentar, em média, 20% na primeira metade deste ano, quando comparada com o mesmo período do ano passado. Contas feitas, "Millennium BCP", "Espírito Santo", "BPI" e "Santander Totta" embolsaram mais 143 milhões de euros. No total, os lucros dos quatro bancos atingiram 727 milhões. (JN)
Afinal, há comércio tradicional que ainda dá muito dinheiro.
Numa perspectiva macro-económica, este talvez mais do que a prostituição; embora, talvez, menos do que a droga e, talvez, menos do que o tráfico de armas.
Afinal, há comércio tradicional que ainda dá muito dinheiro.
Numa perspectiva macro-económica, este talvez mais do que a prostituição; embora, talvez, menos do que a droga e, talvez, menos do que o tráfico de armas.
E é
A - "O PS recuou na intenção de avançar com a limitação dos mandatos dos autarcas já nas próximas eleições autárquicas. As novas regras serão aplicadas apenas dentro de quatro anos, em 2009."
B - "Só a partir de 2013 serão visíveis os efeitos práticos destas alterações, com os autarcas “dinossauros” a estarem impedidos de se recandidatar de novo ao lugar."
C - "Ao contrário do que o Executivo pretendia, a limitação não se estende aos cargos de primeiro-ministro e presidentes dos governos regionais."
Parece uma brincadeira. E é.
Aconteceu ontem na Assembleia da República.
B - "Só a partir de 2013 serão visíveis os efeitos práticos destas alterações, com os autarcas “dinossauros” a estarem impedidos de se recandidatar de novo ao lugar."
C - "Ao contrário do que o Executivo pretendia, a limitação não se estende aos cargos de primeiro-ministro e presidentes dos governos regionais."
Parece uma brincadeira. E é.
Aconteceu ontem na Assembleia da República.
Do Islão?
No Memorável de hoje:
- Au nom de l'islam dites-vous? (Le Temps, Genève)
- El comunicado del IRA (La Vanguardia, Barcelona)
- Benedicto XVI constata que «las grandes Iglesias se muestran moribundas» (ABC, Madrid)
- Au nom de l'islam dites-vous? (Le Temps, Genève)
- El comunicado del IRA (La Vanguardia, Barcelona)
- Benedicto XVI constata que «las grandes Iglesias se muestran moribundas» (ABC, Madrid)
quinta-feira, julho 28, 2005
Ali há vida
Une étendue circulaire d'eau sous forme de glace, posée au fond d'un cratère au pôle Nord de Mars, a été détectée grâce à l'un des instruments de la sonde européenne Mars Express en orbite autour de la planète rouge, annonce l'Agence Spatiale Européenne (ESA). Le cratère mesure 35 km de large et sa profondeur maximale est de 2 km par rapport à la couronne du cratère. L'étendue de glace qui apparait en clair sur les photos diffusées par l'ESA est présente tout au long de l'année, car la température et la pression ne sont pas suffisantes pour permettre sa sublimation (passage de l'état solide à l'état gazeux sans passer par l'état liquide). (Le Soir, Bruxelas)
Gelo em Marte, e fotografado. Só falta, agora, dizerem-nos que ali há vida e, depois, mostrarem-nos os seres.
Não se sabe quanto tempo o momento vai demorar, mas vai chegar. E muitos humanos, como eu, adoravam ainda por cá andar, neste pequeno planeta Terra.
Não vai ser a notícia do dia, nem da semana, nem do mês, nem do ano, nem do século, nem do milénio, nem de 500 milénios, nem dos últimos 500 mil milénios.
Vai ser a notícia... da Vida... noutro ponto do Universo.
E, a seguir, noutro, e noutro, e noutro, e noutro, e num número inimaginável de tantos outros deste Universo. Se não existirem outros Universos.
Entender-se-á, então, que a vida é eterna. Sim, eterna, sem as religiões. Real, e com biliões de formas. Um autêntico milagre, sem os santos e o obcurantismo a respeito.
E apesar da nossa morte.
Sabia que... ? (053)
"Portugal se quejó, sin embargo, de que el caudal del Tajo es "excesivamente irregular", provocando daños ecológicos en la cuenca del río. La convención sólo establece una cantidad de agua mínima anual, pero no obliga a mantener un nivel de caudal constante.
"Varias asociaciones han denunciado en las últimas semanas que España puede, por eso, pasar días y semanas consecutivas sin dejar pasar agua para Portugal. Narbona reconoció las dificultades en la gestión del Tajo y dijo que se hará un esfuerzo para mantener una "cierta regularidad" en el caudal del Tajo."
Mais informação aqui.
Há, pois, duas perguntas a fazer: quem foi o negociador português e porque é que ainda não está na cadeia.
"Varias asociaciones han denunciado en las últimas semanas que España puede, por eso, pasar días y semanas consecutivas sin dejar pasar agua para Portugal. Narbona reconoció las dificultades en la gestión del Tajo y dijo que se hará un esfuerzo para mantener una "cierta regularidad" en el caudal del Tajo."
Mais informação aqui.
Há, pois, duas perguntas a fazer: quem foi o negociador português e porque é que ainda não está na cadeia.
Depois de Kyoto
No Memorável de hoje:
- L'après-Kyoto version américaine (Le Temps, Genève)
- El meteorito caído en Palencia en enero de 2004 pesaba 750 kilos (El Pais, Madrid)
- Portugal acepta recibir menos agua del Duero por la sequía en España (El Pais, Madrid)
- L'après-Kyoto version américaine (Le Temps, Genève)
- El meteorito caído en Palencia en enero de 2004 pesaba 750 kilos (El Pais, Madrid)
- Portugal acepta recibir menos agua del Duero por la sequía en España (El Pais, Madrid)
quarta-feira, julho 27, 2005
Sabia que... ? (052)
«Em sua última vontade» D. Pedro «ordenara que o não sepultassem na sepultura suja de seus antepassados, nem lhe matassem escravos para seu serviço, e se queriam cevar a sua tirania fosse em um cavalo que lhes deixava e tinha comprado por dois escravos poucos dias antes de morrer». Baldado foi esse desejo, pois «era contra a vontade de muitos o seu baptismo», pelo que não foi entregue o corpo para receber sepultura eclesiástica, «por não perderem as suas superstições de correrem as suas chinas com o cadáver e gastarem muitas vacas e bebidas pelo discurso de um ano». Contudo, «lembrando-se da vontade do defunto e temendo algum castigo de Deus, não usaram com este rei o que costumavam com os seus passados, porque somente mataram oito ou nove rapazes e raparigas, costumando quarenta e cinquenta, e ainda não acabaram cinco meses e já têm acabado o choro».
Este D. Pedro - antes do baptismo, recebido na hora da morte, chamava-se Bacampolo-Có - era em 1696 rei na ilha de Bissau. Preto, tinha escravos pretos. (mais informação aqui)
Outra, da mesma origem, o excelente livro "As Viagens do Bispo D. Frei Vitoriano Portuense à Guiné" de Avelino Teixeira da Mota, que está a ser publicado na íntegra em Senegâmbia, secção Guiné-Bissau e, ali, capítulo "História":
E mandando um escrito ao caixa da Companhia José Pacheco para que lhe mandasse o dinheiro que tinha concertado, o dito caixa mandou mostrar o escrito ao dito capitão-mor em ocasião que o rei da terra estava com ele, e o dito capitão-mor o mandou ler ao rei, e depois de lho explicar lhe disse que lhe pedia como amigo que não consentisse que o dinheiro fosse, já que se lhe não tinha pedido licença, e que o dito senhor Bispo lhe vinha danar a terra, e que frades nunca [eram] bons, e quem os metera ir entre os gentios, e dando-lhe de beber dois frascos de aguardente saiu o rei quente e furioso, e indo a casa do caixa fez recolher as barras outra vez, e quis maltratar a dois escravos do dito senhor Bispo e do cabo Bernabé Lopes tomando-lhes os terçados; e por esta causa se amotinaram os gentios e foram ao caminho esperar ao dito senhor, e o dito capitão-mor mandou disparar uma peça de rebate com bala, e dizendo ele testemunha ao artilheiro que lhe metesse bala sem que primeiro repreguntasse o dito capitão-mor, indo ele testemunha por ser cabo do corpo de guarda a dizer ao dito capitão-mor que não mandasse disparar com bala porque andava muita gente pelo caminho e que a peça estava embocada para o lugar donde vinha o dito senhor Bispo, respondeu o dito capitão-mor que atirasse com a bala e lhe não replicasse, e que provesse a Deus que partira o coração do bispo (...)
Este Bispo católico, branco, era D. Frei Vitoriano Portuense. Que, ao seu serviço, também tinha escravos pretos.
Ficam, assim, provadas três realidades indesmentíveis - provavelmente para espanto de muitas "boas almas":
- a escravatura não foi consequência da colonização europeia
- príncipes pretos tinham como escravos "irmãos de côr" seus
- dignitários da Igreja Católica tinham homens como escravos
Resta explicar porquê. E, obviamente, ter coragem para corrigir a História oficial.
Este D. Pedro - antes do baptismo, recebido na hora da morte, chamava-se Bacampolo-Có - era em 1696 rei na ilha de Bissau. Preto, tinha escravos pretos. (mais informação aqui)
Outra, da mesma origem, o excelente livro "As Viagens do Bispo D. Frei Vitoriano Portuense à Guiné" de Avelino Teixeira da Mota, que está a ser publicado na íntegra em Senegâmbia, secção Guiné-Bissau e, ali, capítulo "História":
E mandando um escrito ao caixa da Companhia José Pacheco para que lhe mandasse o dinheiro que tinha concertado, o dito caixa mandou mostrar o escrito ao dito capitão-mor em ocasião que o rei da terra estava com ele, e o dito capitão-mor o mandou ler ao rei, e depois de lho explicar lhe disse que lhe pedia como amigo que não consentisse que o dinheiro fosse, já que se lhe não tinha pedido licença, e que o dito senhor Bispo lhe vinha danar a terra, e que frades nunca [eram] bons, e quem os metera ir entre os gentios, e dando-lhe de beber dois frascos de aguardente saiu o rei quente e furioso, e indo a casa do caixa fez recolher as barras outra vez, e quis maltratar a dois escravos do dito senhor Bispo e do cabo Bernabé Lopes tomando-lhes os terçados; e por esta causa se amotinaram os gentios e foram ao caminho esperar ao dito senhor, e o dito capitão-mor mandou disparar uma peça de rebate com bala, e dizendo ele testemunha ao artilheiro que lhe metesse bala sem que primeiro repreguntasse o dito capitão-mor, indo ele testemunha por ser cabo do corpo de guarda a dizer ao dito capitão-mor que não mandasse disparar com bala porque andava muita gente pelo caminho e que a peça estava embocada para o lugar donde vinha o dito senhor Bispo, respondeu o dito capitão-mor que atirasse com a bala e lhe não replicasse, e que provesse a Deus que partira o coração do bispo (...)
Este Bispo católico, branco, era D. Frei Vitoriano Portuense. Que, ao seu serviço, também tinha escravos pretos.
Ficam, assim, provadas três realidades indesmentíveis - provavelmente para espanto de muitas "boas almas":
- a escravatura não foi consequência da colonização europeia
- príncipes pretos tinham como escravos "irmãos de côr" seus
- dignitários da Igreja Católica tinham homens como escravos
Resta explicar porquê. E, obviamente, ter coragem para corrigir a História oficial.
Experiência
Nesta vergonha da OTA e do TGV convém não esquecer nunca outros dois calamitosos infortúnios: os novos estádios de futebol para o "Euro" e os programas "Polis" para algumas cidades.
Outros dois desastres nacionais.
Pelos quais a responsabilidade, conjunta com apenas mais 1 ou 2 personagens, pertence ao actual primeiro-ministro.
Que, assim, nem pode desmentir a sua vasta experiência em matéria de trágicos cataclismos nas finanças públicas.
Vamos ter que aguardar para ver se ele aprende ou se continua redondamente enganado. E a gastar, mal gasto, o dinheiro que não lhe custa.
Demos-lhe dois ou três meses, até ao próximo Orçamento de Estado.
Outros dois desastres nacionais.
Pelos quais a responsabilidade, conjunta com apenas mais 1 ou 2 personagens, pertence ao actual primeiro-ministro.
Que, assim, nem pode desmentir a sua vasta experiência em matéria de trágicos cataclismos nas finanças públicas.
Vamos ter que aguardar para ver se ele aprende ou se continua redondamente enganado. E a gastar, mal gasto, o dinheiro que não lhe custa.
Demos-lhe dois ou três meses, até ao próximo Orçamento de Estado.
Suicídio
Já toda a gente entendeu que um novo aeroporto (OTA) e combóios de alta velocidade (TGV) são bens neste momento desnecessários no País. E entra pelos olhos dentro que os investimentos nessas obras gigantescas, se iniciados hoje, em nada contribuiriam para "reanimar" a economia portuguesa na próxima meia dúzia de anos. Cumulativa e justificadamente, pode também duvidar-se, pelo menos, de que tal "reanimação" aconteça depois como resultado da mesma despesa. Certo é que nem OTA nem TGV estariam operacionais dentro de menos de 10 ou 15 anos.
Um disparate total, portanto, quando não há - objectivamente - um cêntimo para desperdiçar. Além, mas isso é de outra conversa, dos milhões que o Estado manda diariamente para o lixo.
Se o primeiro-ministro Sócrates voltar atrás e congelar aqueles projectos, ainda pode estancar o sangue nos golpes que fez nos pulsos e, mesmo, sarar as feridas.
Caso contrário, o suicídio vai até ao fim.
Um disparate total, portanto, quando não há - objectivamente - um cêntimo para desperdiçar. Além, mas isso é de outra conversa, dos milhões que o Estado manda diariamente para o lixo.
Se o primeiro-ministro Sócrates voltar atrás e congelar aqueles projectos, ainda pode estancar o sangue nos golpes que fez nos pulsos e, mesmo, sarar as feridas.
Caso contrário, o suicídio vai até ao fim.
Devia
O assassino do cineasta Theo Van Gogh foi condenado a prisão perpétua, após ter confessado o bárbaro crime e ter afirmado que abatera o cidadão holandês, um "infiel", em nome do Islão.
Devia ter sido morto.
Devia ter sido morto.
"El carbón del futuro"
No Memorável de hoje:
- Le cortex, un supercalculateur qui gère nos informations sensorielles (Le Monde, Paris)
- El agua será el carbón del futuro", profetizó Julio Verne (El Pais, Madrid)
- La UE prepara la puesta a punto de las pilas de combustible (El Pais, Madrid)
- El manejo de robots a través de señales cerebrales deja de ser ficción y se convierte en realidad (ABC, Madrid)
- Prison à vie pour Bouyeri (Le Soir, Bruxelas)
- Le cortex, un supercalculateur qui gère nos informations sensorielles (Le Monde, Paris)
- El agua será el carbón del futuro", profetizó Julio Verne (El Pais, Madrid)
- La UE prepara la puesta a punto de las pilas de combustible (El Pais, Madrid)
- El manejo de robots a través de señales cerebrales deja de ser ficción y se convierte en realidad (ABC, Madrid)
- Prison à vie pour Bouyeri (Le Soir, Bruxelas)
terça-feira, julho 26, 2005
O pântano
No Memorável de hoje:
- O pântano português, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 24 Jul 2005)
- A ditadura do primeiro-ministro, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 23 Jul 2005)
- O melodrama voltou, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 22 Jul 2005)
- Desgraciadamente, hay que tirar (ABC, Madrid)
- No se debe divagar en las conversaciones de seis partes (Diário do Povo, Pequim)
- O pântano português, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 24 Jul 2005)
- A ditadura do primeiro-ministro, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 23 Jul 2005)
- O melodrama voltou, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 22 Jul 2005)
- Desgraciadamente, hay que tirar (ABC, Madrid)
- No se debe divagar en las conversaciones de seis partes (Diário do Povo, Pequim)
segunda-feira, julho 25, 2005
Custa
Diz-se que nas próximas Presidenciais Mário Soares fará "o pleno" da Esquerda - dos socialistas com os comunistas mais os bloquistas e mais os companheiros dos três.
Custa, apesar de tudo, pensar que a Esquerda está sem horizonte, a olhar fixamente para trás, de costas voltadas para o futuro, sem nada de novo na cabeça, no coração e nas mãos e sem esperança.
Passada.
Estagnada, enquistada, entrevada, muito, muito doente. Putrefacta. E estúpida.
O que significa que se Soares ganhar as eleições a saúde de Portugal ficará pior do que se tivesse, nas contas públicas, um défice de 15 ou 20 por cento. Assim como que apanhado pelo mal de Alzheimer.
Uma verdadeira catástrofe. De que dificilmente recuperaria nas próximas duas décadas - e isto acreditando no progresso das neurociências.
Custa, apesar de tudo, pensar que a Esquerda está sem horizonte, a olhar fixamente para trás, de costas voltadas para o futuro, sem nada de novo na cabeça, no coração e nas mãos e sem esperança.
Passada.
Estagnada, enquistada, entrevada, muito, muito doente. Putrefacta. E estúpida.
O que significa que se Soares ganhar as eleições a saúde de Portugal ficará pior do que se tivesse, nas contas públicas, um défice de 15 ou 20 por cento. Assim como que apanhado pelo mal de Alzheimer.
Uma verdadeira catástrofe. De que dificilmente recuperaria nas próximas duas décadas - e isto acreditando no progresso das neurociências.
"A matar"
No Memorável de hoje:
- Des bactéries d'un nouveau genre (Le Figaro, Paris)
- La Policía británica declara que disparará «a matar» siempre que sea necesario (ABC, Madrid)
- De autonomia a confederación (ABC, Madrid)
- Estamos en guerra (ABC, Madrid)
- Des bactéries d'un nouveau genre (Le Figaro, Paris)
- La Policía británica declara que disparará «a matar» siempre que sea necesario (ABC, Madrid)
- De autonomia a confederación (ABC, Madrid)
- Estamos en guerra (ABC, Madrid)
domingo, julho 24, 2005
Diminuídas
Parece estar a crescer a ideia de que Mário Soares vai voltar a candidatar-se ao lugar de Presidente da República, 10 anos após o termo do último dos seus dois mandatos consecutivos no Palácio de Belém.
Dizem os entusiastas da candidatura que o homem está, aos 80 anos, em plena posse das suas capacidades cerebrais.
É verdade. Está.
O problema... é que as suas capacidades cerebrais estão muito diminuídas.
Por força da natureza, e até descontadas a ideologia e as manias.
Pode mesmo garantir-se que já nenhum empreendedor escolheria tal senhor para dirigir, sequer, um lar da terceira idade, dos mais pequenos, de acamados em fase terminal.
Dizem os entusiastas da candidatura que o homem está, aos 80 anos, em plena posse das suas capacidades cerebrais.
É verdade. Está.
O problema... é que as suas capacidades cerebrais estão muito diminuídas.
Por força da natureza, e até descontadas a ideologia e as manias.
Pode mesmo garantir-se que já nenhum empreendedor escolheria tal senhor para dirigir, sequer, um lar da terceira idade, dos mais pequenos, de acamados em fase terminal.
Elogio de la estupidez
No Memorável de hoje:
- "Nunca vi um estudo a justificar a OTA" (Diário de Notícias, Lisboa)
- "La energía de fusión cambiará el mundo" (El Pais, Madrid)
- Elogio de la estupidez (El Pais, Madrid)
- Disparar a la cabeza para que no estalle la bomba (ABC, Madrid)
- Los portugueses van a comprar a Badajoz como respuesta a la subida del IVA (ABC, Madrid)
- Indesculpável traição (Jornal do Brasil, Rio)
- Pau neles (Jornal do Brasil, Rio)
- A profunda crise np PT e no governo Lula (Jornal do Brasil, Rio)
- "Nunca vi um estudo a justificar a OTA" (Diário de Notícias, Lisboa)
- "La energía de fusión cambiará el mundo" (El Pais, Madrid)
- Elogio de la estupidez (El Pais, Madrid)
- Disparar a la cabeza para que no estalle la bomba (ABC, Madrid)
- Los portugueses van a comprar a Badajoz como respuesta a la subida del IVA (ABC, Madrid)
- Indesculpável traição (Jornal do Brasil, Rio)
- Pau neles (Jornal do Brasil, Rio)
- A profunda crise np PT e no governo Lula (Jornal do Brasil, Rio)
sábado, julho 23, 2005
Friamente
Corre a versão de que o indivíduo abatido ontem pela polícia inglesa nada tinha a ver, afinal, com os atentados terroristas levados a cabo em Londres por fiéis praticantes dos mandamentos de Alá.
Se for verdade, paciência. A morte do inocente faz parte do preço a pagar pela segurança de milhares de outros.
Seguro é que, na actual guerra de civilizações - Afeganistão, Iraque, EUA, Espanha, Inglaterra, Turquia, Egipto, Arábia Saudita, Israel, Paquistão, Filipinas, Indonésia, Chechénia e mais - não será o único. Friamente.
Se for verdade, paciência. A morte do inocente faz parte do preço a pagar pela segurança de milhares de outros.
Seguro é que, na actual guerra de civilizações - Afeganistão, Iraque, EUA, Espanha, Inglaterra, Turquia, Egipto, Arábia Saudita, Israel, Paquistão, Filipinas, Indonésia, Chechénia e mais - não será o único. Friamente.
Mais pobres
O Banco de Portugal vendeu mais 35 toneladas de ouro, restando-lhe, portanto, 427,2.
Em 1974, antes da "revolução de Abril", tinha 865,9.
Já lá vai mais de metade. Toda a gente perceberá, assim, que estamos mais pobres do que no tempo de Salazar e Caetano. De património, em 30 anos o Estado só cresceu em estradas, as quais, obviamente, não têm qualquer valor no mercado internacional.
O resto é conversa. Fiada. E, muito mais grave, sem um fiador confiável, credível e respeitável.
Em 1974, antes da "revolução de Abril", tinha 865,9.
Já lá vai mais de metade. Toda a gente perceberá, assim, que estamos mais pobres do que no tempo de Salazar e Caetano. De património, em 30 anos o Estado só cresceu em estradas, as quais, obviamente, não têm qualquer valor no mercado internacional.
O resto é conversa. Fiada. E, muito mais grave, sem um fiador confiável, credível e respeitável.
"Sacrifício"
É verdade que o cargo de Presidente da República Portuguesa não serve para nada de relevante e que, na função, o ocupante ganha pouco dinheiro.
É por isto que, a cerca de seis meses de nova eleição - oportunidade que só ocorre de 5 em 5 anos - ainda não há candidatos oficiais.
E é pelas mesmas razões que os cidadãos falados para tal cargo se mostram tão pouco entusiasmados, sorumbáticos, mesmo tristes, quando solicitados a comentar a eventualidade.
Parecem uns condenados. Como os leitões, os frangos, os coelhos, as avestruzes, os perús, os vitelos, os cabritos, os porcos e as vacas antes do "sacrifício".
É por isto que, a cerca de seis meses de nova eleição - oportunidade que só ocorre de 5 em 5 anos - ainda não há candidatos oficiais.
E é pelas mesmas razões que os cidadãos falados para tal cargo se mostram tão pouco entusiasmados, sorumbáticos, mesmo tristes, quando solicitados a comentar a eventualidade.
Parecem uns condenados. Como os leitões, os frangos, os coelhos, as avestruzes, os perús, os vitelos, os cabritos, os porcos e as vacas antes do "sacrifício".
Mais 35
No Memorável de hoje:
- Banco de Portugal vendeu mais 35 toneladas de ouro (Jornal de Negócios, Lisboa)
- Vitorino questiona impacto económico da OTA e do TGV (Jornal de Negócios, Lisboa)
- L'eau sur Mars n'aurait pu couler sur de longues périodes (Le Monde, Paris)
- Titan enfin dévoilé (Le Figaro Magazine, Paris)
- La polícía pide medidas excepcionales (El Pais, Madrid)
- El grupo estatal chino Nanjing compra el fabricante británico de automóviles Rover (ABC, Madrid)
- Banco de Portugal vendeu mais 35 toneladas de ouro (Jornal de Negócios, Lisboa)
- Vitorino questiona impacto económico da OTA e do TGV (Jornal de Negócios, Lisboa)
- L'eau sur Mars n'aurait pu couler sur de longues périodes (Le Monde, Paris)
- Titan enfin dévoilé (Le Figaro Magazine, Paris)
- La polícía pide medidas excepcionales (El Pais, Madrid)
- El grupo estatal chino Nanjing compra el fabricante británico de automóviles Rover (ABC, Madrid)
sexta-feira, julho 22, 2005
Renmimbi
No Memorável de hoje:
- Un posible fallo en los explosivos evita otra matanza en Londres idéntica al 7-J (ABC, Madrid)
- El banco central de China anuncia reforma del mecanismo de formación de la tasa de cambio del renminbi (Diário do Povo, Pequim)
- Un posible fallo en los explosivos evita otra matanza en Londres idéntica al 7-J (ABC, Madrid)
- El banco central de China anuncia reforma del mecanismo de formación de la tasa de cambio del renminbi (Diário do Povo, Pequim)
quinta-feira, julho 21, 2005
Minimizado, branqueado e desculpado
Num passo mais na escalada da guerra que os islamitas radicais declararam ao Ocidente, explodiram hoje outras quatro bombas em Londres numa operação idêntica à do 7-J.
Passadas apenas 2 semanas. Apesar do reforço da vigilância. Provando a força. A dizerem "ainda cá estamos", "fazemos o que queremos", "a luta continua". Exibindo-se com aparato. Provocando e desafiando "os infiéis", nós. Descarada e ostensivamente.
Pois no telejornal da TV2 a notícia foi relegada para 4º lugar; os primeiros 15 minutos foram ocupados com acidentes caseiros - compra pela Lusomundo de alguns media, tomada de posse de um outro ministro das Finanças e fogos - sem qualquer relevância para a História do planeta.
Deve ter sido porque não houve mortos, desta vez, nos atentados terroristas. O que, na TV2, lhes retirou importância e os desvalorizou para o nível de "incidentes".
Visto o sucedido de outro ângulo, quer dizer que para a TV2, sem sangue, o crime foi pequeno. E minimizado.
Pode também utilizar-se outra palavra: foi branqueado. Existem até fortes motivos para se dizer que, em certa medida, foi desculpado.
Passadas apenas 2 semanas. Apesar do reforço da vigilância. Provando a força. A dizerem "ainda cá estamos", "fazemos o que queremos", "a luta continua". Exibindo-se com aparato. Provocando e desafiando "os infiéis", nós. Descarada e ostensivamente.
Pois no telejornal da TV2 a notícia foi relegada para 4º lugar; os primeiros 15 minutos foram ocupados com acidentes caseiros - compra pela Lusomundo de alguns media, tomada de posse de um outro ministro das Finanças e fogos - sem qualquer relevância para a História do planeta.
Deve ter sido porque não houve mortos, desta vez, nos atentados terroristas. O que, na TV2, lhes retirou importância e os desvalorizou para o nível de "incidentes".
Visto o sucedido de outro ângulo, quer dizer que para a TV2, sem sangue, o crime foi pequeno. E minimizado.
Pode também utilizar-se outra palavra: foi branqueado. Existem até fortes motivos para se dizer que, em certa medida, foi desculpado.
Lindo
Foto AP
A Lua Cheia ilumina as ruínas do templo de Poseidon, em Sounio, nos arredores de Atenas. Na noite de hoje o nosso satélite natural apareceu assim grande porque a distância que dele nos separou foi a mais curta desde há muito tempo.
Lindo.
O fenómeno, infelizmente, apenas se repetirá daqui a dois anos, em 2007.
Sabia que... ? (051)
"La Belgique célèbre ce jeudi ses 175 ans d'indépendance et les 25 ans de son système fédéral. Au programme: expos, spectacles, bals populaires et feux d'artifices dans un climat quelque peu assombri par les tensions communautaires.
"Un peu d'histoire. Réunies aux provinces néerlandaises depuis 1815, les provinces belges se révoltent à partir de septembre 1830. La révolution belge s'achèvera avec l'accession au trône le 21 juillet 1831 du premier roi des Belges, Léopold Ier.(...)
"Les communautés flamande et française vivent dans des sphères culturelles très éloignées, où chaque groupe linguistique dispose de ses propres médias, vedettes de la chanson, du cinéma ou du sport.(...)
"Le ministre-président de la Région flamande, Yves Leterme, a dans la foulée réclamé la mise en place d'un fédéralisme responsable, c'est à dire octroyant encore plus de pouvoirs aux régions. L'éclatement du pays, réclamé par la frange extrême de la classe politique flamande - le parti indépendantiste Vlaams Belang (ancien Vlaams Blok) séduit un quart de l'électorat du nord du pays - n'est cependant pas envisagé à court terme par la plupart des analystes. Les sondages montrent que la grande majorité des Belges reste attachée à l'unité du pays, symbolisée notamment par la famille royale, toujours populaire."
Mais informação aqui. O país é muito novo e tem sérios problemas de "unidade nacional". Outro, entre vários, na União Europeia.
O que espanta é que, apesar desta realidade, haja pessoas a sonhar com uma união política da Europa, cimentada por uma Constituição. Como se os "nacionalismos" pudessem ser diluídos no "europeísmo".
Tarefa verdadeiramente impossível. Igual à de misturar, num só, o Alcorão e os Evangelhos.
"Un peu d'histoire. Réunies aux provinces néerlandaises depuis 1815, les provinces belges se révoltent à partir de septembre 1830. La révolution belge s'achèvera avec l'accession au trône le 21 juillet 1831 du premier roi des Belges, Léopold Ier.(...)
"Les communautés flamande et française vivent dans des sphères culturelles très éloignées, où chaque groupe linguistique dispose de ses propres médias, vedettes de la chanson, du cinéma ou du sport.(...)
"Le ministre-président de la Région flamande, Yves Leterme, a dans la foulée réclamé la mise en place d'un fédéralisme responsable, c'est à dire octroyant encore plus de pouvoirs aux régions. L'éclatement du pays, réclamé par la frange extrême de la classe politique flamande - le parti indépendantiste Vlaams Belang (ancien Vlaams Blok) séduit un quart de l'électorat du nord du pays - n'est cependant pas envisagé à court terme par la plupart des analystes. Les sondages montrent que la grande majorité des Belges reste attachée à l'unité du pays, symbolisée notamment par la famille royale, toujours populaire."
Mais informação aqui. O país é muito novo e tem sérios problemas de "unidade nacional". Outro, entre vários, na União Europeia.
O que espanta é que, apesar desta realidade, haja pessoas a sonhar com uma união política da Europa, cimentada por uma Constituição. Como se os "nacionalismos" pudessem ser diluídos no "europeísmo".
Tarefa verdadeiramente impossível. Igual à de misturar, num só, o Alcorão e os Evangelhos.
175 anos
No Memorável de hoje:
- Sobre o terrorismo, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 16 Jul 2005)
- Une révolution en matière de glaciation (Le Soir, Bruxelas)
- La Belgique souffle ses 175 bougies (Le Soir, Bruxelas)
- Sobre o terrorismo, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 16 Jul 2005)
- Une révolution en matière de glaciation (Le Soir, Bruxelas)
- La Belgique souffle ses 175 bougies (Le Soir, Bruxelas)
quarta-feira, julho 20, 2005
Não vai ser o último
Campos e Cunha deixou a pasta das Finanças. Ainda não se percebeu se foi Sócrates que lha arrebatou, ou se foi o próprio que a largou.
Entretanto, já outro a agarrou. Teixeira dos Santos, de seu nome.
E de certeza que não vai ser este o último a pegar na mala durante o mandato do actual Chefe do Governo. Só falta saber durante quanto tempo a segurará na mão depois de aprovado o próximo orçamento do Estado.
Porque é explosiva. E o sr Teixeira não tem ar de suicida.
Entretanto, já outro a agarrou. Teixeira dos Santos, de seu nome.
E de certeza que não vai ser este o último a pegar na mala durante o mandato do actual Chefe do Governo. Só falta saber durante quanto tempo a segurará na mão depois de aprovado o próximo orçamento do Estado.
Porque é explosiva. E o sr Teixeira não tem ar de suicida.
"Dépeuplement"
No Memorável de hoje:
- Vers le dépeuplement du monde (Le Temps, Genève)
- L'histoire ignorée de la bande de Gaza (Le Monde, Paris)
- PIB de China crece 9.5% en el primer semestre de 2005 (Xinhua, Pequim)
- Voyage au centre de la terre (Le Soir, Bruxelas)
- Merkel em Paris (Deutsche Welle, Bona)
- Vers le dépeuplement du monde (Le Temps, Genève)
- L'histoire ignorée de la bande de Gaza (Le Monde, Paris)
- PIB de China crece 9.5% en el primer semestre de 2005 (Xinhua, Pequim)
- Voyage au centre de la terre (Le Soir, Bruxelas)
- Merkel em Paris (Deutsche Welle, Bona)
terça-feira, julho 19, 2005
Partida
Em Kfar Maïmon, no sul de Israel, hoje (AFP)
Dezenas de milhar de israelitas opõem-se à retirada de Gaza. Têm concerteza as suas razões, mas tudo parece indicar que a saída é inevitável e vantajosa para os interesses globais do seu país.
Resta um problema não resolvido. Foi Ariel Sharon que, há anos, os empurrou para lá, o mesmo Ariel Sharon que, agora, os quer empurrar de lá. Assim sendo, colocado no centro da força dos contrários, que irá acontecer a este corpolento senhor, tão simpático como um bom urso gigante?
Para já, está com uma pata partida, a direita, da frente.
Angela Merkel
No Memorável de hoje:
- Irak, ou la menace d'une guerre civile totale (Le Temps, Genève)
- Angela Merkel arrive en quasi-chancelière à Paris (Le Monde, Paris)
- La Junta pide que tres pueblos fronterizos se abastezcan de una presa de Portugal (ABC, Madrid)
- Greenspan cree alto precio crudo no impedirá crecimiento económico EEUU (Xinhua, Pequim)
- A crise e o regime, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 15 Jul 2005)
- Ao estilo do século, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 10 Jul 2005)
- A elite, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 08 Jul 2005)
- Irak, ou la menace d'une guerre civile totale (Le Temps, Genève)
- Angela Merkel arrive en quasi-chancelière à Paris (Le Monde, Paris)
- La Junta pide que tres pueblos fronterizos se abastezcan de una presa de Portugal (ABC, Madrid)
- Greenspan cree alto precio crudo no impedirá crecimiento económico EEUU (Xinhua, Pequim)
- A crise e o regime, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 15 Jul 2005)
- Ao estilo do século, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 10 Jul 2005)
- A elite, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 08 Jul 2005)
segunda-feira, julho 18, 2005
Mais, melhor e em menos tempo
Para aprofundar a surpreendente notícia da "Agência Nova China" (Xinhua) sobre o navegador quinhentista Zheng He podem ler-se estas, estas e mais estas informações.
Para concluir que toda a oficial História dos Descobrimentos Portugueses, e também a dos Espanhóis, estão muito mal contadas: não fomos os primeiros, não fomos os maiores e não fomos os mais bens equipados.
Antes de nós os Chineses fizeram mais, muito melhor e em menos tempo.
Para concluir que toda a oficial História dos Descobrimentos Portugueses, e também a dos Espanhóis, estão muito mal contadas: não fomos os primeiros, não fomos os maiores e não fomos os mais bens equipados.
Antes de nós os Chineses fizeram mais, muito melhor e em menos tempo.
Zheng He
No Memorável de hoje:
- Sarkozy veut expulser les imams "radicaux" (Le Monde, Paris)
- Cuando Ratzinger condenó a Potter (La Stampa, Turim)
- Se estrena documental sobre Zheng He, gran navegante chino del siglo XV (Xinhua, Pequim)
- Sarkozy veut expulser les imams "radicaux" (Le Monde, Paris)
- Cuando Ratzinger condenó a Potter (La Stampa, Turim)
- Se estrena documental sobre Zheng He, gran navegante chino del siglo XV (Xinhua, Pequim)
domingo, julho 17, 2005
Na sombra de um chaparro
Cheia
A barragem do Alqueva está cheia de água... mas os campos alentejanos estão secos como há muitos anos não acontecia.
À vista estão quilómetros e quilómetros de terra amarela e milhares de cabeças de gado sem pastos. Terrenos improdutivos e animais mais caros, alimentados a farinha, Portugal e os portugueses mais arruinados.
Vistos em público, em liberdade, estão os responsáveis pelo crime: da EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva; do Ministério da Agricultura; da Presidência do Conselho de Ministros; da Presidência da República. Também se vêem alguns das polícias, do Ministério Público, dos tribunais, da comunicação social - estes últimos por falarem da seca e omitirem que há lá tanta água.
Não havia
Há milhões e milhões de metros cúbicos de água armazenada na barragem do Alqueva. Não chegam aos campos porque a EDIA está sem dinheiro para comprar e instalar as tubagens para os distribuir.
Quer dizer: se os canos já estivessem colocados, não havia seca no Alentejo. E o investimento, feito com o dinheiro dos nossos impostos, estaria a ser rentabilizado. E a gigantesca barragem não seria, para a agricultura nacional, uma gigantesca inutilidade.
Quer dizer, também: na repartição dos dinheiros públicos, o Governo preferiu pôr milhões num novo aeroporto e em combóios de alta velocidade - que não fazem falta - a gastar uns tostões para cultivar o Alentejo - o que é de evidente urgência e de absoluta necessidade.
Quer dizer, ainda: o Governo faz obras "para inglês ver", sem se importar, primeiro, com o comer. Irrigado, o Alentejo alimentava todo o país.
De doidos
Tal como está concebido, o enormíssimo investimento no Alqueva é um investimento de doidos.
A barragem tem cerca de duas vezes e meia toda a água que Israel consome em todos os usos possíveis, doméstico, industrial, agrícola. E na agricultura israelita há cerca de 200 mil hectares.
Pois o Alqueva foi projectado para regar apenas 100 mil hectares.
Isto é, a EDIA não sabe - não quis saber, como adiante se verá - que com menos de metade da água pode-se cultivar o dobro da terra e ainda sobra líquido para todo o abastecimento público de 7 milhóes de habitantes - toda a população do Estado hebraico.
O que significa que a água do Alqueva dá para todo o Alentejo e, seguramente, também para boa parte do sul de Espanha. Mas tudo leva a crer que a EDIA nem sequer tenha previsto vendê-la para lá.
Há seis anos
Há cerca de seis anos, apenas, a cúpula e técnicos da EDIA foram a Israel numa visita de trabalho. Viram tudo e tudo lhes foi explicado sobre água. Ficaram a saber o que se faz e como se faz.
Mas não fizeram.
Viram as novidades em matéria de tecnologia de aproveitamento e de distribuição e ouviram o que é, para os israelitas, o básico: que a água se armazena para que plantas possam ser plantadas e possam crescer, com o objectivo de satisfazer as necessidades do mercado consumidor. Prático e simples.
O que pressupõe, naturalmente, saber que plantas e em que locais, para depois se fazerem as valas, lá se meterem as condutas e a água chegar às plantações. O que pressupõe - antes - conhecer as potencialidades agrícolas de cada terreno e o consumo de água de cada espécie, para não se tentar produzir feijão em terra mais apta para alfaces, cebolas, pimentos ou laranjas e para não se levar água a mais ou a menos. O que pressupõe - ainda antes - conhecer como convencer os agricultores a fazerem as melhores opções, para que a produtividade seja a mais elevada. O que, obviamente, pressupõe que se conheça o mais importante pressuposto: a quem vender, e como, os produtos produzidos. Planeamento, no concreto, do princípio ao fim.
A resposta a estas questões, a mais ouvida em Israel da grande comitiva, foi: "Isso já não é connosco!"; "Isso é com o IFADAP!"; "Isso é com o Ministério!".
Os israelitas perceberam que em Portugal a ideia era fazer a barragem do Alqueva e "depois logo se vê" para que irá servir. E adivinharam que não iria servir para praticamente nada.
Eles têm conhecimento de que os portugueses inverteram as prioridades. Melhor: fizeram tudo ao contrário. Como se caminhassem de mãos no chão e pernas no ar. Sem ser palhaçada, de palhaços, como no circo. A sério.
Definitivamente
Em 2001 os técnicos da EDIA prometeram a determinado agricultor que a água chegaria à sua herdade em 2003. Passou o 03, passou o 04 e vai passar o 05.
Há 15 dias o homem voltou lá para, humildemente, tentar ouvir outra promessa, "talvez 2006", "talvez 2007" - pensou, esperançado, apesar de já muito aldrabado e já muito dinheiro perdido.
Só conseguiu sacar um "não sabemos, tenha paciência, não há dinheiro".
E, desta vez, logo ali desistiu, definitivamente, de investir. Decidiu que a terra fica para a caça. Que, além de não dar chatices, pode ser abatida. O que, claro está, não pode ser feito com certos técnicos, directores, administradores e até ministros.
Dupla calamidade
A par da seca, vive-se no Alentejo outra situação de autêntica calamidade: as "inundações" de subsídios.
Um proprietário agrícola diz que lhe dá mais lucro manter a herdade parada e receber do Estado cerca de 7%, do que vendê-la por 3 milhões de euros que no banco não lhe renderiam mais de 3%.
Outros, inúmeros, cultivam girassol porque é cultura subsidiada. Mas não o colhem e deixam-no perder-se nos campos porque para receber o subsídio basta semear e os fiscais verem que as sementes germinaram e as plantas cresceram.
Outros há que têm vacas porque o Governo lhes paga anualmente cerca de 250 euros por cada uma.
Também são conhecidos casos em que o mesmo rebanho de ovelhas dá para quatro ou cinco subsídios. Basta ser mudado de cerca a horas apropriadas.
Moral das histórias: sempre que há subsídios, não há esforço, e sempre que não há esforço, há retrocesso.
Apesar de antiga e comprovada, continua por cá uma verdade ignorada. Maioritariamente.
Sem iniciativa
O empresário tem mais de 1000 cabeças de gado. "Por causa da seca", diz, está a alimentar os bichos a farinha. Não tem pastagens.
Tem, no entanto, 600 hectares de boa terra e afirma que tem muita água na herdade.
Mas não teve a iniciativa de plantar um décimo com forragens para alimentar os animais.
Entende-se, aliás, porquê. O subsídio que recebe do Estado dá para a farinha e o resto - o animal - é todo lucro.
Entorpecente
Voltando a Israel. Cedo eles perceberam que um subsídio é um entorpecente e, por isso, acabaram com eles.
Hoje, se um agricultor se queixa da seca, o Estado põe-lhe dinheiro à disposição para ele... abrir as valas, comprar as condutas e instalá-las com as suas próprias mãos.
Ou seja, se o homem tem falta de água, o Estado... ajuda-o a ir buscá-la.
E a realidade é que ele vai mesmo. Vai, trá-la, rega, produz e fica rico trabalhando 4 ou 5 hectares, um quintal. Foi o que um deles contou. Acrescentou que o seu país é auto-suficiente em produtos agrícolas, além de que os exporta cada vez mais.
É outra gente, outros cérebros, outra mentalidade, outra cultura. De sucesso.
Assassinato
Morreram 20 porcos à sede e o proprietário da pequena vara chamou a televisão para testemunhar a desgraça e para publicamente se lamentar e exigir do Governo dinheiro "por causa da seca".
Mas não contou, sacana, cobarde e chico-esperto, a verdadeira história.
Que é esta: este criminoso deixou morrer os 20 animais porque não teve pachorra para, diariamente, se dar ao incómodo de ir buscar - à fonte ou aos bombeiros, poucos quilómetros - 1 bidão com 25 ou 50 lts de água. Foi assassinato.
Ele sabe
O tipo é engenheiro agrónomo e um altíssimo quadro de uma das maiores companhias agrícolas portuguesas. Sem corar, com grande naturalidade e maior desfaçatez, confessava, sorridente, ingénuo, basbaque, que "eu de rega não sei nada!".
Mas, apesar de tão fatal ignorância - absolutamente indesculpável na função que desempenha - é evidente que temos um génio à mão de semear: ele sabe ganhar um bom ordenado.
Esperanças
Foram curtas indignações na sombra de um chaparro, 36º, 17 horas, sem vento, água morna e, apesar de tudo, boa disposição.
Falta uma conclusão: sem vontade de trabalhar, sem formação e sem dinheiro, com a população envelhecida e os mais novos nas cidades, o Alentejo está perdido para a agricultura.
Restam ainda, apesar de tudo, duas esperanças:
- que os agricultores espanhóis tenham sucesso nos mais de 35 mil hectares que já lá compraram e nos outros que venham a adquirir;
- que a água do Alqueva seja vendida a bom preço para Espanha.
Eles abrem as valas e metem os tubos. Certamente.
A barragem do Alqueva está cheia de água... mas os campos alentejanos estão secos como há muitos anos não acontecia.
À vista estão quilómetros e quilómetros de terra amarela e milhares de cabeças de gado sem pastos. Terrenos improdutivos e animais mais caros, alimentados a farinha, Portugal e os portugueses mais arruinados.
Vistos em público, em liberdade, estão os responsáveis pelo crime: da EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva; do Ministério da Agricultura; da Presidência do Conselho de Ministros; da Presidência da República. Também se vêem alguns das polícias, do Ministério Público, dos tribunais, da comunicação social - estes últimos por falarem da seca e omitirem que há lá tanta água.
Não havia
Há milhões e milhões de metros cúbicos de água armazenada na barragem do Alqueva. Não chegam aos campos porque a EDIA está sem dinheiro para comprar e instalar as tubagens para os distribuir.
Quer dizer: se os canos já estivessem colocados, não havia seca no Alentejo. E o investimento, feito com o dinheiro dos nossos impostos, estaria a ser rentabilizado. E a gigantesca barragem não seria, para a agricultura nacional, uma gigantesca inutilidade.
Quer dizer, também: na repartição dos dinheiros públicos, o Governo preferiu pôr milhões num novo aeroporto e em combóios de alta velocidade - que não fazem falta - a gastar uns tostões para cultivar o Alentejo - o que é de evidente urgência e de absoluta necessidade.
Quer dizer, ainda: o Governo faz obras "para inglês ver", sem se importar, primeiro, com o comer. Irrigado, o Alentejo alimentava todo o país.
De doidos
Tal como está concebido, o enormíssimo investimento no Alqueva é um investimento de doidos.
A barragem tem cerca de duas vezes e meia toda a água que Israel consome em todos os usos possíveis, doméstico, industrial, agrícola. E na agricultura israelita há cerca de 200 mil hectares.
Pois o Alqueva foi projectado para regar apenas 100 mil hectares.
Isto é, a EDIA não sabe - não quis saber, como adiante se verá - que com menos de metade da água pode-se cultivar o dobro da terra e ainda sobra líquido para todo o abastecimento público de 7 milhóes de habitantes - toda a população do Estado hebraico.
O que significa que a água do Alqueva dá para todo o Alentejo e, seguramente, também para boa parte do sul de Espanha. Mas tudo leva a crer que a EDIA nem sequer tenha previsto vendê-la para lá.
Há seis anos
Há cerca de seis anos, apenas, a cúpula e técnicos da EDIA foram a Israel numa visita de trabalho. Viram tudo e tudo lhes foi explicado sobre água. Ficaram a saber o que se faz e como se faz.
Mas não fizeram.
Viram as novidades em matéria de tecnologia de aproveitamento e de distribuição e ouviram o que é, para os israelitas, o básico: que a água se armazena para que plantas possam ser plantadas e possam crescer, com o objectivo de satisfazer as necessidades do mercado consumidor. Prático e simples.
O que pressupõe, naturalmente, saber que plantas e em que locais, para depois se fazerem as valas, lá se meterem as condutas e a água chegar às plantações. O que pressupõe - antes - conhecer as potencialidades agrícolas de cada terreno e o consumo de água de cada espécie, para não se tentar produzir feijão em terra mais apta para alfaces, cebolas, pimentos ou laranjas e para não se levar água a mais ou a menos. O que pressupõe - ainda antes - conhecer como convencer os agricultores a fazerem as melhores opções, para que a produtividade seja a mais elevada. O que, obviamente, pressupõe que se conheça o mais importante pressuposto: a quem vender, e como, os produtos produzidos. Planeamento, no concreto, do princípio ao fim.
A resposta a estas questões, a mais ouvida em Israel da grande comitiva, foi: "Isso já não é connosco!"; "Isso é com o IFADAP!"; "Isso é com o Ministério!".
Os israelitas perceberam que em Portugal a ideia era fazer a barragem do Alqueva e "depois logo se vê" para que irá servir. E adivinharam que não iria servir para praticamente nada.
Eles têm conhecimento de que os portugueses inverteram as prioridades. Melhor: fizeram tudo ao contrário. Como se caminhassem de mãos no chão e pernas no ar. Sem ser palhaçada, de palhaços, como no circo. A sério.
Definitivamente
Em 2001 os técnicos da EDIA prometeram a determinado agricultor que a água chegaria à sua herdade em 2003. Passou o 03, passou o 04 e vai passar o 05.
Há 15 dias o homem voltou lá para, humildemente, tentar ouvir outra promessa, "talvez 2006", "talvez 2007" - pensou, esperançado, apesar de já muito aldrabado e já muito dinheiro perdido.
Só conseguiu sacar um "não sabemos, tenha paciência, não há dinheiro".
E, desta vez, logo ali desistiu, definitivamente, de investir. Decidiu que a terra fica para a caça. Que, além de não dar chatices, pode ser abatida. O que, claro está, não pode ser feito com certos técnicos, directores, administradores e até ministros.
Dupla calamidade
A par da seca, vive-se no Alentejo outra situação de autêntica calamidade: as "inundações" de subsídios.
Um proprietário agrícola diz que lhe dá mais lucro manter a herdade parada e receber do Estado cerca de 7%, do que vendê-la por 3 milhões de euros que no banco não lhe renderiam mais de 3%.
Outros, inúmeros, cultivam girassol porque é cultura subsidiada. Mas não o colhem e deixam-no perder-se nos campos porque para receber o subsídio basta semear e os fiscais verem que as sementes germinaram e as plantas cresceram.
Outros há que têm vacas porque o Governo lhes paga anualmente cerca de 250 euros por cada uma.
Também são conhecidos casos em que o mesmo rebanho de ovelhas dá para quatro ou cinco subsídios. Basta ser mudado de cerca a horas apropriadas.
Moral das histórias: sempre que há subsídios, não há esforço, e sempre que não há esforço, há retrocesso.
Apesar de antiga e comprovada, continua por cá uma verdade ignorada. Maioritariamente.
Sem iniciativa
O empresário tem mais de 1000 cabeças de gado. "Por causa da seca", diz, está a alimentar os bichos a farinha. Não tem pastagens.
Tem, no entanto, 600 hectares de boa terra e afirma que tem muita água na herdade.
Mas não teve a iniciativa de plantar um décimo com forragens para alimentar os animais.
Entende-se, aliás, porquê. O subsídio que recebe do Estado dá para a farinha e o resto - o animal - é todo lucro.
Entorpecente
Voltando a Israel. Cedo eles perceberam que um subsídio é um entorpecente e, por isso, acabaram com eles.
Hoje, se um agricultor se queixa da seca, o Estado põe-lhe dinheiro à disposição para ele... abrir as valas, comprar as condutas e instalá-las com as suas próprias mãos.
Ou seja, se o homem tem falta de água, o Estado... ajuda-o a ir buscá-la.
E a realidade é que ele vai mesmo. Vai, trá-la, rega, produz e fica rico trabalhando 4 ou 5 hectares, um quintal. Foi o que um deles contou. Acrescentou que o seu país é auto-suficiente em produtos agrícolas, além de que os exporta cada vez mais.
É outra gente, outros cérebros, outra mentalidade, outra cultura. De sucesso.
Assassinato
Morreram 20 porcos à sede e o proprietário da pequena vara chamou a televisão para testemunhar a desgraça e para publicamente se lamentar e exigir do Governo dinheiro "por causa da seca".
Mas não contou, sacana, cobarde e chico-esperto, a verdadeira história.
Que é esta: este criminoso deixou morrer os 20 animais porque não teve pachorra para, diariamente, se dar ao incómodo de ir buscar - à fonte ou aos bombeiros, poucos quilómetros - 1 bidão com 25 ou 50 lts de água. Foi assassinato.
Ele sabe
O tipo é engenheiro agrónomo e um altíssimo quadro de uma das maiores companhias agrícolas portuguesas. Sem corar, com grande naturalidade e maior desfaçatez, confessava, sorridente, ingénuo, basbaque, que "eu de rega não sei nada!".
Mas, apesar de tão fatal ignorância - absolutamente indesculpável na função que desempenha - é evidente que temos um génio à mão de semear: ele sabe ganhar um bom ordenado.
Esperanças
Foram curtas indignações na sombra de um chaparro, 36º, 17 horas, sem vento, água morna e, apesar de tudo, boa disposição.
Falta uma conclusão: sem vontade de trabalhar, sem formação e sem dinheiro, com a população envelhecida e os mais novos nas cidades, o Alentejo está perdido para a agricultura.
Restam ainda, apesar de tudo, duas esperanças:
- que os agricultores espanhóis tenham sucesso nos mais de 35 mil hectares que já lá compraram e nos outros que venham a adquirir;
- que a água do Alqueva seja vendida a bom preço para Espanha.
Eles abrem as valas e metem os tubos. Certamente.
Macau
No Memorável de hoje:
- Oriana Fallaci arremete de nuevo contra el Islam (ABC, Madrid)
- Guerra de civilizaciones (ABC, Madrid)
- Centro histórico de Macao nuevo Patrimonio Mundial UNESCO (Xinhua, Pequim)
- De D. Pedro II à Princesa Isabel (Jornal do Brasil, Rio)
- Oriana Fallaci arremete de nuevo contra el Islam (ABC, Madrid)
- Guerra de civilizaciones (ABC, Madrid)
- Centro histórico de Macao nuevo Patrimonio Mundial UNESCO (Xinhua, Pequim)
- De D. Pedro II à Princesa Isabel (Jornal do Brasil, Rio)
sábado, julho 16, 2005
Guerra civil
No Memorável de hoje:
- Il y a 60 ans explosait la première bombe atomique de l'Histoire (Le Figaro, Paris)
- La policía palestina y Hamas se enfrentan con las armas y agitan el fantasma de la guerra civil (La Vanguardia, Barcelona)
- Los «hooligans» y la extrema derecha planean su venganza (ABC, Madrid)
- Il y a 60 ans explosait la première bombe atomique de l'Histoire (Le Figaro, Paris)
- La policía palestina y Hamas se enfrentan con las armas y agitan el fantasma de la guerra civil (La Vanguardia, Barcelona)
- Los «hooligans» y la extrema derecha planean su venganza (ABC, Madrid)
sexta-feira, julho 15, 2005
Já não se atura
No Memorável de hoje:
- Já não se atura o dr. Soares (Diário de Notícias, Lisboa)
- Cientista americano descobre planeta com três sóis (BBC Brasil)
- Comment le Venezuela saborde sa propre compagnie pétrolière (Le Figaro, Paris)
- China ha manufacturado un “Super-Ojo Agudo” (Diário do Povo, Pequim)
- La France malade de Chirac (Le Soir, Bruxelas)
- Já não se atura o dr. Soares (Diário de Notícias, Lisboa)
- Cientista americano descobre planeta com três sóis (BBC Brasil)
- Comment le Venezuela saborde sa propre compagnie pétrolière (Le Figaro, Paris)
- China ha manufacturado un “Super-Ojo Agudo” (Diário do Povo, Pequim)
- La France malade de Chirac (Le Soir, Bruxelas)
sábado, julho 09, 2005
Felizmente
"O nível da informação e da programação da televisão é superior ao nível do País", diz o director da TVI ao "DN".
Se fosse verdade, teríamos, assim, que o nível do País seria muito, muito baixo. Mesmo muito baixo. Pois é evidente que as televisões são um espelho e um reflexo de quem as vê.
E seria por isto que às televisões generalistas caberia a principal responsabilidade pelo atraso dos países. Por serem uma imagem, uma fotografia, um plano, um boneco. Por não serem uma candeia - uma daquelas fontes de luz que quando vão à frente iluminam duas vezes. Ou um projector. Ou um motor, ou um reactor, ou outra qualquer fonte de energia, uma central eléctrica, uma central nuclear, um ITER.
Mas não é verdade, felizmente. Com efeito - e certamente pelo efeito e contra o efeito - menos de metade da população vê diariamente aquelas tv's. Apenas.
Se fosse verdade, teríamos, assim, que o nível do País seria muito, muito baixo. Mesmo muito baixo. Pois é evidente que as televisões são um espelho e um reflexo de quem as vê.
E seria por isto que às televisões generalistas caberia a principal responsabilidade pelo atraso dos países. Por serem uma imagem, uma fotografia, um plano, um boneco. Por não serem uma candeia - uma daquelas fontes de luz que quando vão à frente iluminam duas vezes. Ou um projector. Ou um motor, ou um reactor, ou outra qualquer fonte de energia, uma central eléctrica, uma central nuclear, um ITER.
Mas não é verdade, felizmente. Com efeito - e certamente pelo efeito e contra o efeito - menos de metade da população vê diariamente aquelas tv's. Apenas.
Para quê?
O Exército português tem neste momento um efectivo de militares voluntários de cerca de 14 800 indivíduos, dos quais 13 mil são praças. Um número que fica aquém das expectativas, já que este ramo das Forças Armadas (os outros são a Armada e a Força Aérea) que concentra o grosso do contigente geral necessita, segundo apurou A Capital, de algo como 16 mil praças para «garantir o funcionamento normal do Exército». (A Capital, hoje)
E para que serve, objectivamente, em termos militares - os restantes são folclore - um "Exército Português"?
E para que serve, objectivamente, em termos militares - os restantes são folclore - um "Exército Português"?
Novos "gamma"
No Memorável de hoje:
- "L'Europe est devenue un lieu de radicalisation islamique" (Le Monde, Paris)
- ETA alardea de que en mayo envió cartas al COI para que Madrid no fuera sede olímpica (ABC, Madrid)
- Cuántas pérdidas causó a China la guerra de agresión japonesa? (Diário do Povo, Pequim)
- Découverte d'un nouveau type de source gamma (Le Soir, Bruxelas)
- "L'Europe est devenue un lieu de radicalisation islamique" (Le Monde, Paris)
- ETA alardea de que en mayo envió cartas al COI para que Madrid no fuera sede olímpica (ABC, Madrid)
- Cuántas pérdidas causó a China la guerra de agresión japonesa? (Diário do Povo, Pequim)
- Découverte d'un nouveau type de source gamma (Le Soir, Bruxelas)
sexta-feira, julho 08, 2005
Sim
(AFP, Roma)
Sim, claro, sem dúvidas. Como os Cruzados. Até que apareça, se aparecer, outro antídoto.
Ou se Alá morrer.
Alasca já foi ameno
No Memorável de hoje:
- Descoberta indica que clima do Alasca já foi ameno (BBC Brasil)
- Ariel Sharon veut accélérer la construction du "mur de sécurité" (Le Monde, Paris)
- La yihad total y global (ABC, Madrid)
- Texto íntegro del comunicado de Al Qaida (ABC, Madrid)
- O inimigo eterno (Jornal do Brasil, Rio)
- Le fil des événements (Le Soir, Bruxelas)
- Descoberta indica que clima do Alasca já foi ameno (BBC Brasil)
- Ariel Sharon veut accélérer la construction du "mur de sécurité" (Le Monde, Paris)
- La yihad total y global (ABC, Madrid)
- Texto íntegro del comunicado de Al Qaida (ABC, Madrid)
- O inimigo eterno (Jornal do Brasil, Rio)
- Le fil des événements (Le Soir, Bruxelas)
quinta-feira, julho 07, 2005
Nem porquê nem para quê
Durão Barroso, presidente da "comissão europeia", está na reunião do G8 - grupo dos oito principais países do Mundo - certamente por equívoco de alguém, pois a União Europeia não é nem nunca será um "país".
E também o próprio não sabe, seguramente, nem porquê nem para quê.
Se soubesse não tinha dito há pouco, referindo-se aos trabalhos da cimeira, que "estamos a decidir" e "vamos" fazer isto e aquilo, utilizando sempre o plural como se fosse igual aos demais.
Não sabe, mas foi muito ridículo.
E também o próprio não sabe, seguramente, nem porquê nem para quê.
Se soubesse não tinha dito há pouco, referindo-se aos trabalhos da cimeira, que "estamos a decidir" e "vamos" fazer isto e aquilo, utilizando sempre o plural como se fosse igual aos demais.
Não sabe, mas foi muito ridículo.
Nem tudo
O "7 de Julho de 2005" de Londres não vai ter um dos efeitos do "11 de Março de 2004" de Madrid: os ingleses não vão fugir do Iraque de calças na mão, como os espanhóis foram obrigados a fazer por ordem de um personagem anão que responde pelo nome de Zapatero.
Nem tudo é má notícia.
Nem tudo é má notícia.
Aguentar
Toda a gente sabia que Londres era um alvo do terrorismo islâmico. Se o ataque de hoje não foi evitado, houve uma falha grave de segurança. E porque nada, pelo menos até agora, faz crer que a mesma se fique a dever a incompetência das polícias, há que reforçar-lhes os meios e alargar-lhes o âmbito da actuação.
E aguentar os exageros inevitáveis.
E aguentar os exageros inevitáveis.
Não fosse a hipocrisia
Lia-se no "The Economist" de ontem, citado esta manhã pelo "La Vanguardia":
"Después de meses de publicidad de una campaña que les pide que "la pobreza pase a la historia", los presidentes y primeros ministros que representan a los países del G-8 están bajo presión. Los impulsores de la campaña ponen su esperanza en que se duplique la ayuda a África. Tony Blair, anfitrión de la cumbre del G-8, ha puesto a este continente a la cabeza de sus prioridades. Sin embargo, ninguno de los acontecimientos destacados en la historia reciente de la erradicación de la pobreza ha dependido de la generosidad extranjera.
"El cauteloso acercamiento al mercado chino en el año 1978, la apertura a las empresas de India en 1981, las reformas doi moi de Vietnam en 1986 fueron reformas políticas nacionales que permitieron a los países aumentar su riqueza haciendo dinero, no recibiéndolo."
Ponto final. Demora menos de 1 minuto e podia muito bem terminar assim este ponto da agenda de hoje do G8 na Escócia. Não fosse a hipocrisia - generalizada, cultivada, clonada, ampliada.
A qual, muito provavelmente, até irá desfazer-se... em nada. Como as maquilhagens.
"Después de meses de publicidad de una campaña que les pide que "la pobreza pase a la historia", los presidentes y primeros ministros que representan a los países del G-8 están bajo presión. Los impulsores de la campaña ponen su esperanza en que se duplique la ayuda a África. Tony Blair, anfitrión de la cumbre del G-8, ha puesto a este continente a la cabeza de sus prioridades. Sin embargo, ninguno de los acontecimientos destacados en la historia reciente de la erradicación de la pobreza ha dependido de la generosidad extranjera.
"El cauteloso acercamiento al mercado chino en el año 1978, la apertura a las empresas de India en 1981, las reformas doi moi de Vietnam en 1986 fueron reformas políticas nacionales que permitieron a los países aumentar su riqueza haciendo dinero, no recibiéndolo."
Ponto final. Demora menos de 1 minuto e podia muito bem terminar assim este ponto da agenda de hoje do G8 na Escócia. Não fosse a hipocrisia - generalizada, cultivada, clonada, ampliada.
A qual, muito provavelmente, até irá desfazer-se... em nada. Como as maquilhagens.
Sabia que... ? (050)
"En su primer discurso al Cuerpo Diplomático, Benedicto XVI invitó a establecer relaciones diplomáticas con la Santa Sede a los países que no las tienen, como China desde 1951. Aunque el Gobierno declara su interés en reanudarlas y mantiene contactos indirectos, exige al Vaticano tres condiciones: romper las relaciones con Taiwan -que Roma y los obispos taiwaneses aceptan desde hace años-, reconocer a los obispos que nombre el Gobierno -que podría resolverse mediante la propuesta de una terna por el Vaticano- y abandonar toda injerencia en los asuntos chinos, que significa no predicar aspectos del Evangelio contrarios a las leyes chinas como, por ejemplo, la de aborto obligatorio a partir del segundo hijo."
Mais informação aqui sobre a resistência chinesa ao colonialismo do Vaticano.
Mais informação aqui sobre a resistência chinesa ao colonialismo do Vaticano.
25 000 000 000 €
No Memorável de hoje:
- 25 000 000 000 para PIIP (Jornal de Negócios, Lisboa)
- Cientistas britânicos descobrem "química da respiração" (BBC Brasil)
- Qué crescimiento para África? (La Vanguardia, Barcelona)
- Cómo negocia la CIA con los rebeldes iraquíes (La Vanguardia, Barcelona)
- El Vaticano guarda silencio tras una nueva detención de un obispo en China (ABC, Madrid)
- Comerciantes chinos explican su eficacia en Argentina (Xinhua, Pequim)
- 25 000 000 000 para PIIP (Jornal de Negócios, Lisboa)
- Cientistas britânicos descobrem "química da respiração" (BBC Brasil)
- Qué crescimiento para África? (La Vanguardia, Barcelona)
- Cómo negocia la CIA con los rebeldes iraquíes (La Vanguardia, Barcelona)
- El Vaticano guarda silencio tras una nueva detención de un obispo en China (ABC, Madrid)
- Comerciantes chinos explican su eficacia en Argentina (Xinhua, Pequim)
quarta-feira, julho 06, 2005
Tempel 1 "acordou"
No Memorável de hoje:
- Sous la violence du choc, l'activité de Tempel 1 s'est réveillée (Le Monde, Paris)
- Cinq pays d'Europe organisent des vols groupés d'expulsion de clandestins (Le Monde, Paris)
- Les traces des premiers Américains bousculent l'histoire du Nouveau Monde (Le Figaro, Paris)
- El Pentágono se plantea un cambio radical en sus prioridades militares (ABC, Madrid)
- Wolfowitz dice que subsidios agravan la pobreza mundial (Xinhua, Pequim)
- Escombros petistas (Jornal do Brasil, Rio)
- Sous la violence du choc, l'activité de Tempel 1 s'est réveillée (Le Monde, Paris)
- Cinq pays d'Europe organisent des vols groupés d'expulsion de clandestins (Le Monde, Paris)
- Les traces des premiers Américains bousculent l'histoire du Nouveau Monde (Le Figaro, Paris)
- El Pentágono se plantea un cambio radical en sus prioridades militares (ABC, Madrid)
- Wolfowitz dice que subsidios agravan la pobreza mundial (Xinhua, Pequim)
- Escombros petistas (Jornal do Brasil, Rio)
Exemplos
Há exactamente 311 anos - apenas! - o bispo católico de Cabo Verde D. Fr. Vitoriano Portuense chegava à ilha de Santiago, de regresso da sua primeira viagem à, hoje, Guiné-Bissau. Dezanove dias depois, acabaria de redigir a carta que enviou a el-rei D. Pedro II com o relatório da visita àquele território, denominado na altura de "Sertão, Cacheu e Reino de Bissau".
O documento contém inúmeras informações sobre os usos, os costumes, o que era a verdade, o crime, o pecado e a santidade naquele final do séc. XVII. O bispo não tem, por exemplo, a mais pequena palavra de condenação da escravatura. A Igreja Católica, à época, conhecia a actividade, aceitava-a e dela beneficiava.
Na viagem de ida das ilhas de Cabo Verde para a costa africana, o prelado viu-se aflito. Conta assim:
"Embarquei-me levando somente em minha companhia ao arcediago por escrivão da visita, o meirinho-geral, um pajem e um menino do coro; e sendo a viagem desta ilha para a povoação de Cacheu regularmente de seis ou sete dias, gastei nela mais de trinta, por não acertar o piloto com a barra. E, no discurso destes dias, tivemos vários sucessos pelo mar, em que se padeceram vários trabalhos, de que a bondade divina, com evidentes demonstrações de sua divina misericórdia, nos livrou, já saindo de cima de baixos que não tinham mais que uma braça de água junto à ilha dos Bijagós aonde fomos parar, já livrando dos mesmos Bijagós e de outras partes perigosas daquela costa, adonde lançámos a âncora mais de vinte vezes, passando muitas noites com vento rijo à mercê de uma amarrinha que tinha o pobre patacho."
298 anos e 1 mês depois, também o meu piloto não acertava com a rota. Pelo que se atrasou na maré e deixou o barco encalhar várias vezes nos baixios entre Bissau e Bubaque. A viagem, regularmente de 2 horas, demorou mais de 6. O receio, na primeira vez, era por causa dos tubarões. Novatos, nos cérebros dos quatro brancos nem era gerada a ideia de que os seláquios - 2 metros e 400 kgs - não podiam nadar em águas de 1 palmo. Depois a coisa passou. E foi divertido. E nada constrangedor, porque não era possível ver o rosto corado de vergonha do homem do leme.
Chama-se Santinho. De baptismo, Santinho Lopes. Mas D. Frei Vitoriano Portuense não ia gostar dele. Aquele preto retinto, amigão, não é praticante, tem várias mulheres, respeita o Irã e goza o padre italiano que está amigado com uma branca e ainda diz, todos os domingos, a missa.
O Santinho, com efeito, é um exemplo do falhanço da evangelização, da missionarização, da colonização que o Vaticano esforçadamente tentou.
Quanto ao padre, adaptou-se. Mas não se integrou. Não elegeu uma negra. Pode dizer-se, pois, que também falhou.
O documento contém inúmeras informações sobre os usos, os costumes, o que era a verdade, o crime, o pecado e a santidade naquele final do séc. XVII. O bispo não tem, por exemplo, a mais pequena palavra de condenação da escravatura. A Igreja Católica, à época, conhecia a actividade, aceitava-a e dela beneficiava.
Na viagem de ida das ilhas de Cabo Verde para a costa africana, o prelado viu-se aflito. Conta assim:
"Embarquei-me levando somente em minha companhia ao arcediago por escrivão da visita, o meirinho-geral, um pajem e um menino do coro; e sendo a viagem desta ilha para a povoação de Cacheu regularmente de seis ou sete dias, gastei nela mais de trinta, por não acertar o piloto com a barra. E, no discurso destes dias, tivemos vários sucessos pelo mar, em que se padeceram vários trabalhos, de que a bondade divina, com evidentes demonstrações de sua divina misericórdia, nos livrou, já saindo de cima de baixos que não tinham mais que uma braça de água junto à ilha dos Bijagós aonde fomos parar, já livrando dos mesmos Bijagós e de outras partes perigosas daquela costa, adonde lançámos a âncora mais de vinte vezes, passando muitas noites com vento rijo à mercê de uma amarrinha que tinha o pobre patacho."
298 anos e 1 mês depois, também o meu piloto não acertava com a rota. Pelo que se atrasou na maré e deixou o barco encalhar várias vezes nos baixios entre Bissau e Bubaque. A viagem, regularmente de 2 horas, demorou mais de 6. O receio, na primeira vez, era por causa dos tubarões. Novatos, nos cérebros dos quatro brancos nem era gerada a ideia de que os seláquios - 2 metros e 400 kgs - não podiam nadar em águas de 1 palmo. Depois a coisa passou. E foi divertido. E nada constrangedor, porque não era possível ver o rosto corado de vergonha do homem do leme.
Chama-se Santinho. De baptismo, Santinho Lopes. Mas D. Frei Vitoriano Portuense não ia gostar dele. Aquele preto retinto, amigão, não é praticante, tem várias mulheres, respeita o Irã e goza o padre italiano que está amigado com uma branca e ainda diz, todos os domingos, a missa.
O Santinho, com efeito, é um exemplo do falhanço da evangelização, da missionarização, da colonização que o Vaticano esforçadamente tentou.
Quanto ao padre, adaptou-se. Mas não se integrou. Não elegeu uma negra. Pode dizer-se, pois, que também falhou.
terça-feira, julho 05, 2005
Na chave
Em comentário ao último feito da NASA - a bomba no cometa "Tempel 1" - um cientista chinês, Wang Sichao, investigador do Observatório Zhijinshan de Nanjing da Academia de Ciências de China (ACCh), afirmou "durante una conversación telefónica con Xinhua que los cometas han traído agua, hielo y substancia orgánica a la Tierra desde el espacio exterior.
"El material orgánico podrá convertirse en vida en el ambiente apropiado", dijo Wang, añadiendo que el estudio sobre los cometas podría brindar las herramientas científicas para revelar el misterio del inicio de la vida."
Parece que eles estão a mexer na chave certa. Resta esperar que abram a porta. Calmamente, refreando a emoção.
Entretanto, pode saber-se aqui em que contexto Wang fez a afirmação.
"El material orgánico podrá convertirse en vida en el ambiente apropiado", dijo Wang, añadiendo que el estudio sobre los cometas podría brindar las herramientas científicas para revelar el misterio del inicio de la vida."
Parece que eles estão a mexer na chave certa. Resta esperar que abram a porta. Calmamente, refreando a emoção.
Entretanto, pode saber-se aqui em que contexto Wang fez a afirmação.
Hamas contra Abbas
No Memorável de hoje:
- Mahmud al Zahar: «Hamás no se unirá al gobierno de Abu Mazen; ya no confiamos en él» (ABC, Madrid)
- Científico chino comenta colisión de nave espacial EEUU con cometa (Xinhua, Pequim)
- Les secrets de la comète (Le Soir, Bruxelas)
- Mahmud al Zahar: «Hamás no se unirá al gobierno de Abu Mazen; ya no confiamos en él» (ABC, Madrid)
- Científico chino comenta colisión de nave espacial EEUU con cometa (Xinhua, Pequim)
- Les secrets de la comète (Le Soir, Bruxelas)
segunda-feira, julho 04, 2005
Falta
1. Depois da primeira volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, os três candidatos mais votados foram ao Senegal reunir com o presidente Wade.
Não vieram a Lisboa reunir com Sampaio, Sócrates e Freitas. Diplomacia e falta dela.
2. Depois de em Dakar ter sido clarificada a situação relativamente à aceitação dos resultados, Nino Vieira - tudo parece indicar que seja ele o vencedor a 24 deste mês - concedeu uma longa entrevista ao jornal senegalês "Sud Quotidien".
Não a concedeu a um jornal portugês. Jornalismo e falta dele.
Não vieram a Lisboa reunir com Sampaio, Sócrates e Freitas. Diplomacia e falta dela.
2. Depois de em Dakar ter sido clarificada a situação relativamente à aceitação dos resultados, Nino Vieira - tudo parece indicar que seja ele o vencedor a 24 deste mês - concedeu uma longa entrevista ao jornal senegalês "Sud Quotidien".
Não a concedeu a um jornal portugês. Jornalismo e falta dele.
Nem os das estatísticas
Deixem lá de explicar a seca, aqui na Península Ibérica, com o aquecimento global, o efeito de estufa e quejandos. E, já agora, também com o anti-americanismo, por eles não querem Kioto. E ainda com a globalização, por ela provocar o aumento das emissões. Apesar desta salgalhada - pois ela é como é. E que a há, há.
Hoje, em regiões de França e da Bélgica choveu torrencialmente.
Pelo que é mais inteligente calar e estudar. Se por outra razão não for, seja por esta: os franceses e os belgas conhecem a prova provada da falsidade daquelas teorias.
Contra factos não há argumentos. Nem os das estatísticas. Estas descrevem o passado, certo. Mas só por sorte - coincidência - dão para prever o futuro. Ou, simplesmente, a meteorologia da próxima semana.
Hoje, em regiões de França e da Bélgica choveu torrencialmente.
Pelo que é mais inteligente calar e estudar. Se por outra razão não for, seja por esta: os franceses e os belgas conhecem a prova provada da falsidade daquelas teorias.
Contra factos não há argumentos. Nem os das estatísticas. Estas descrevem o passado, certo. Mas só por sorte - coincidência - dão para prever o futuro. Ou, simplesmente, a meteorologia da próxima semana.
"Live 8"
Ouviu-se alguém dizer na RTP que no continente africano morrem, à fome, 30 000 crianças por dia. O que, feitas as contas, daria quase 11 milhões por ano. E, sem se aprofundarem as questões da evolução da natalidade - decréscimo, aumento ou estabilidade - qualquer coisa como cerca de 110 milhões nos últimos 10 anos. Mais ou menos a população da Alemanha e da Espanha, juntas. Mil vezes todos os habitantes, vivos, de uma cidade de 100 000. Trinta mil quilómetros de caixões alinhados, cada um com 30 centímetros de largura.
Excitações, portanto. Bem intencionadas, claro está, mas completamente aldrabadas. Irreflectidas. Sem rigor. Apaixonadas. Inconsistentes. Matutinas, como as do sexo meia hora antes do resto do corpo se erguer e ele se abater. Se bem nos entendemos.
Quem aquilo falou não se interrogou. Nomeadamente sobre como é que os cadáveres são contados. Sobre por que milagre - da Trindade católica, do Irã animista ou do Alá muçulmano - África ainda tem crianças e, mais, ainda continuam a nascer mais. Sobre como é que uma mãe também esfomeada - não é por egoismo que o filho morre à fome - consegue a gesta de uma gestação de 9 meses. Sobre como é que um casal sem comida tem apetite para pocriar. Sobre como é que os pais ainda estão vivos e se mexem após anos e anos de faminta inexistência - chamemos-lhe assim.
Há gente que tem a cabeça cheia de vento. Pelo que a chocalha conforme o sopro. Desta vez foi o do vendaval do "Live 8".
Vento forte, mas só vento. Que é originado por depressões.
Excitações, portanto. Bem intencionadas, claro está, mas completamente aldrabadas. Irreflectidas. Sem rigor. Apaixonadas. Inconsistentes. Matutinas, como as do sexo meia hora antes do resto do corpo se erguer e ele se abater. Se bem nos entendemos.
Quem aquilo falou não se interrogou. Nomeadamente sobre como é que os cadáveres são contados. Sobre por que milagre - da Trindade católica, do Irã animista ou do Alá muçulmano - África ainda tem crianças e, mais, ainda continuam a nascer mais. Sobre como é que uma mãe também esfomeada - não é por egoismo que o filho morre à fome - consegue a gesta de uma gestação de 9 meses. Sobre como é que um casal sem comida tem apetite para pocriar. Sobre como é que os pais ainda estão vivos e se mexem após anos e anos de faminta inexistência - chamemos-lhe assim.
Há gente que tem a cabeça cheia de vento. Pelo que a chocalha conforme o sopro. Desta vez foi o do vendaval do "Live 8".
Vento forte, mas só vento. Que é originado por depressões.
Quando África se ajudar
No Memorável de hoje:
- Faut-il encore aider l'Afrique noire? (Le Temps, Genève)
- Quand l'Afrique s'aidera (Le Figaro, Paris)
- Impact! (Le Soir, Bruxelas)
- Faut-il encore aider l'Afrique noire? (Le Temps, Genève)
- Quand l'Afrique s'aidera (Le Figaro, Paris)
- Impact! (Le Soir, Bruxelas)
domingo, julho 03, 2005
Esperar
O Irão é um enorme perigo porque a maior potência do planeta não conseguiu impedir a eleição de Mahmoud Ahmadineyad.
Os Estados Unidos não são assim tão fortes. Foi possível, calmamente, a um inimigo figadal tomar conta do segundo maior produtor de petróleo e agora vão ver-se aflitos para impedir que o indivíduo construa a bomba nuclear.
Se é que ainda não a tem. Se já a tiver, parece que os americanos não possuem meios para a destruir. Resta, pois, esperar que os israelitas façam uma tentativa e que ela resulte.
Os Estados Unidos não são assim tão fortes. Foi possível, calmamente, a um inimigo figadal tomar conta do segundo maior produtor de petróleo e agora vão ver-se aflitos para impedir que o indivíduo construa a bomba nuclear.
Se é que ainda não a tem. Se já a tiver, parece que os americanos não possuem meios para a destruir. Resta, pois, esperar que os israelitas façam uma tentativa e que ela resulte.
Histórica
No Memorável de hoje:
- Juego peligroso: Irán (La Vanguardia, Barcelona)
- Une collision historique (Le Soir, Bruxelas)
- Juego peligroso: Irán (La Vanguardia, Barcelona)
- Une collision historique (Le Soir, Bruxelas)
sábado, julho 02, 2005
Sabia que... ? (049)
"Tony Blair, qui prend la présidence de l'Union européenne vendredi 1er juillet, a provoqué la colère des agriculteurs français en s'attaquant à la politique agricole commune (PAC), qui consomme plus de 40 % du budget européen. Et pour cause : les subventions ont représenté, en 2003, 90 % du revenu moyen des exploitations, selon les chiffres du Réseau d'information comptable agricole (RICA)."
Mais pormenores aqui sobre esta situação verdadeiramente insustentável. A manter-se a discriminação escandalosa dos agricultores, numa sociedade justa e igualitária também industriais, financeiros e comerciantes deverão logicamente que ter direito a tais benefícios. Além dos publicitários, dos padres, dos bruxos, dos enfermeiros e de todos os que prestam a outros qualquer tipo de serviços, sejam empresas ou pessoas individuais.
O que, obviamente, só se consegue plantando herdades e herdades com "árvores de patacas". Que os agricultores franceses, pelos vistos, já têm e com muito boa produção e alta taxa de rentabilidade.
Embora, verdade se diga, as plantas não sejam bem de "patacas"; são mais de outra espécie: de "patetas".
Nós.
Mais pormenores aqui sobre esta situação verdadeiramente insustentável. A manter-se a discriminação escandalosa dos agricultores, numa sociedade justa e igualitária também industriais, financeiros e comerciantes deverão logicamente que ter direito a tais benefícios. Além dos publicitários, dos padres, dos bruxos, dos enfermeiros e de todos os que prestam a outros qualquer tipo de serviços, sejam empresas ou pessoas individuais.
O que, obviamente, só se consegue plantando herdades e herdades com "árvores de patacas". Que os agricultores franceses, pelos vistos, já têm e com muito boa produção e alta taxa de rentabilidade.
Embora, verdade se diga, as plantas não sejam bem de "patacas"; são mais de outra espécie: de "patetas".
Nós.
Salário mínimo
No Memorável de hoje:
- Comment les agriculteurs français bénéficient de la PAC (Le Monde, Paris)
- El final de Schröder? (La Vanguardia, Barcelona)
- El Gobierno opta por una decisión salomónica en la «guerra del agua» que no satisface a nadie (ABC, Madrid)
- La cuenca del Tajo asegura su demanda para dos años pese al desembalse (ABC, Madrid)
- Shanghai y Beijing elevan salario mínimo de los habitantes (Xinhua, Pequim)
- CPI vai investigar ação de banco português (Jornal do Brasil, Rio)
- O novo código de Da Vinci (Jornal do Brasil, Rio)
- Comment les agriculteurs français bénéficient de la PAC (Le Monde, Paris)
- El final de Schröder? (La Vanguardia, Barcelona)
- El Gobierno opta por una decisión salomónica en la «guerra del agua» que no satisface a nadie (ABC, Madrid)
- La cuenca del Tajo asegura su demanda para dos años pese al desembalse (ABC, Madrid)
- Shanghai y Beijing elevan salario mínimo de los habitantes (Xinhua, Pequim)
- CPI vai investigar ação de banco português (Jornal do Brasil, Rio)
- O novo código de Da Vinci (Jornal do Brasil, Rio)
sexta-feira, julho 01, 2005
Certamente
O Banco de Portugal também se enganou nas contas. Como o Ministério das Finanças.
Está definitivamente provado que as contas do Estado não têm credibilidade. Não são rigorosas. Não são as reais. Estão falsificadas. Portanto, são de vigários.
E o escândalo - para gente séria - é maior que o tamanho do país. Além de uma vergonha do tamanho do planeta - para quem a sente na cara.
Pois nem os farsários - o ministro e o governador - foram despedidos. Certamente porque quem detém o poder de correr com eles - o PM e o PR - cohabita com a vigarice sem problemas de consciência.
Vista a gravidade do caso, é lícita a suspeição de que seja do hábito.
Está definitivamente provado que as contas do Estado não têm credibilidade. Não são rigorosas. Não são as reais. Estão falsificadas. Portanto, são de vigários.
E o escândalo - para gente séria - é maior que o tamanho do país. Além de uma vergonha do tamanho do planeta - para quem a sente na cara.
Pois nem os farsários - o ministro e o governador - foram despedidos. Certamente porque quem detém o poder de correr com eles - o PM e o PR - cohabita com a vigarice sem problemas de consciência.
Vista a gravidade do caso, é lícita a suspeição de que seja do hábito.
Pena
Um empresário português apresentou ontem um projecto para a construção de uma primeira central nuclear em Portugal para a produção de energia eléctrica. Segundo foi dito, pode representar um investimento de 3,5 mil milhões de euros e a criação de 600 a 700 postos de trabalho
Pena é que a tecnologia do gigantesco empreendimento... esteja ultrapassada. O homem ainda está na fisión e o mundo já só se preocupa com a fusión. Confirme.
Pena é que a tecnologia do gigantesco empreendimento... esteja ultrapassada. O homem ainda está na fisión e o mundo já só se preocupa com a fusión. Confirme.
Absurdo
Era ideia generalizada a de que a China tinha enterrado e esquecido Mao Tsé Tung.
Mas não é verdade.
Num texto intitulado PCCh, pilar de la independencia nacional y vanguardia de la época de gran renacimiento, o "Diário do Povo" de hoje publica esta foto com esta legenda:
En 1938, Mao Zedong escribe ?Sobre la Guerra Prolongada? en su casa-cueva en Yan´an. Esta obra es un documento programático que guía la Guerra de Resistencia contra el Japón en toda China.
É óbvio que para a China o Japão continua a ser o grande inimigo. Mas não se entende porque recupera o "grande timoneiro" para a fase actual da guerra.
É como se a Alemanha ressuscitasse Hitler e, a Rússia, Estaline. Absurdo.
Mas não é verdade.
Num texto intitulado PCCh, pilar de la independencia nacional y vanguardia de la época de gran renacimiento, o "Diário do Povo" de hoje publica esta foto com esta legenda:
En 1938, Mao Zedong escribe ?Sobre la Guerra Prolongada? en su casa-cueva en Yan´an. Esta obra es un documento programático que guía la Guerra de Resistencia contra el Japón en toda China.
É óbvio que para a China o Japão continua a ser o grande inimigo. Mas não se entende porque recupera o "grande timoneiro" para a fase actual da guerra.
É como se a Alemanha ressuscitasse Hitler e, a Rússia, Estaline. Absurdo.
Ni vin ni femmes
No Memorável de hoje:
- Relatório Constâncio tem "gralha" que lança dúvidas sobre o défice (Jornal de Negócios, Lisboa)
- La Suisse taxe les épargnants européens (Le Figaro, Paris)
- Schröder argumenta en el Bundestag su incapacidad para gobernar Alemania (ABC, Madrid)
- Construirá China su propio reactor experimental termonuclear (Xinhua, Pequim)
- Ni vin ni femmes (Le Soir, Bruxelas)
- Relatório Constâncio tem "gralha" que lança dúvidas sobre o défice (Jornal de Negócios, Lisboa)
- La Suisse taxe les épargnants européens (Le Figaro, Paris)
- Schröder argumenta en el Bundestag su incapacidad para gobernar Alemania (ABC, Madrid)
- Construirá China su propio reactor experimental termonuclear (Xinhua, Pequim)
- Ni vin ni femmes (Le Soir, Bruxelas)