de Anagarú

Lê-se no "Correio da Manhã": "Carecas" até 150 euros pagos - A partir de hoje os bancos são obrigados a pagar cheques até 150 euros (cerca de metade do salário mínimo nacional), tenham ou não provisão. Esta é uma das medidas da resolução do Conselho de Ministros n.º 100/2005, ontem publicada na primeira série do ‘Diário da República’. É assim actualizado, para mais do dobro, o limite de 62,35 euros estabelecido em 1997.

Se bem se entende, o cidadão passa um cheque de uma conta bancária onde não tem dinheiro seu e o banco é obrigado a pagá-lo com dinheiro dele. É isso?

Então estamos perante um milagre.

Ou bruxaria, ou feitiço, ou qualquer outra coisa do outro mundo. Do incompreensível. Do ilógico. Do irracional.

No Memorável de hoje:

- Eugénio de Andrade, último canto (La Vanguardia, Barcelona)
- Meteorología prevé más calor y menos lluvias de las habituales este verano (ABC, Madrid)
- Comentarios del Ministro de Comercio de China sobre el problema de las exportaciones textiles (CIIC, Pequim)
- TAP traça estratégia para a VARIG (Jornal do Brasil, Rio)
- Le non fait tache d'huile (Le Soir, Bruxelas)

1. Uma pergunta e uma resposta contra o vento e a maré

Objectiva e concretamente, preto no branco, sem rodeios, sem truques, sem malabarismos, honestamente: o que é que na União Europeia, em matéria política, pode ser feito a favor dos cidadãos com a Constituição... que não possa ser feito sem tal documento?

Rigorosamente nada, por mais esforçados que sejam os defensores do "sim". Não é possível elencar uma única coisa.

2. Três presidentes

Na "construção europeia" dos adeptos do "sim" ocupa lugar de destaque a questão de um presidente e de um ministro dos Negócios Estrangeiros para a UE.

Esquecem, com prudente militância, que a actual Europa dos 25 já tem três presidentes: o Presidente da Comissão, o Presidente em Exercício (neste semestre o PM do Luxemburgo) e o Presidente do Parlamento Europeu. E o eterno Xavier Solana nas funções de chefe da diplomacia.

3. À semelhança da NATO

Também falam em Defesa Comum.

Toda a gente entende que, à semelhança do que se passa com a NATO, não é precisa nenhuma Constituição para reunir sob um comando único os militares que cada país entenda afectar a missões comunitárias.

4. Coincidência

Outros dizem que a vitória do "não" em França "a été acquise par une puissante, bien que très hétérogène, mobilisation de forces politiques et sociales allant de l'extrême-droite à l'extrême-gauche en passant par les mouvements altermondialistes, associatifs ou syndicaux, les souverainistes de Philippe de Villiers, le Parti communiste et plusieurs responsables socialistes entrés en dissidence, comme le numéro 2 Laurent Fabius ou Henri Emmanuelli et Jean-Luc Mélenchon." E dizem que não entendem a "aliança".

Mas é fácil: não houve aliança; houve coincidência. Porque as ideologias tradicionais contam cada vez menos e os conceitos de "esquerda" e de "direita" estão a perder sentido. As "causas" agora são outras e não cabem naqueles dois sacos. Sócrates é igual a Marques Mendes e os dois a Ribeiro e Castro. Apenas divergem em indefinições, em "medidas" ou na intensidade e dimensão das mesmas. No caso extremo do aborto, por exemplo, algum deles é contra o direito à vida? Claro que não. Discordam - por enquanto e por causa da religião - é sobre o momento exacto em que começa a vida.

5. Minúscula influência

Praticamente toda a imprensa e toda a comunicação social em geral defenderam o "sim".

Pois venceu o "não", o que prova claramente a minúscula influência que jornais, rádios e televisões têm nos eleitores.

6. Teria ganho o "sim"

Se em vez do referendo a decisão tivesse sido tomada pelo parlamento... teria ganho o "sim".

Sem mais comentários sobre o quê e a quem representam os políticos.

Sinto que aquele homem também sou eu e, um a um, todos os meus amigos. Vivos entre 1657 cruzes - tantas quantos os mortos até hoje de manhã - homenageamos os soldados americanos caídos em combate no Iraque. (Memorial Day, em Santa Mónica, Califórnia, foto Reuters-Robert Galbraith, hoje, no monumento a que chamaram "Arlington West")

É muito doloroso constatar que morreram por causa de um engano e, quase de certeza, por engano. E talvez ao engano.

Dói mesmo.

No Memorável de hoje:


in "Le Monde"

- La deuxième révolution française (Le Temps, Genève)
- Aviso dos de baixo (Correio da Manhã, Lisboa)
- La France dans son jardin (Le Monde, Paris)
- Un moment d'Histoire (Le Figaro, Paris)
- El seísmo francés (La Vanguardia, Barcelona)
- La France crie non, Chirac prend acte (Le Soir, Bruxelas)
- China cancela aranceles de exportación a 81 productos textiles (Xinhua, Pequim)

São cerca de 42 milhões de eleitores. Segundo as previsões no fecho das urnas, 70% foram votar e, destes, 55% escolheram o "não".

Não esperávamos tanto, nem na participação nem no resultado. Vamos aguardar os números finais.

Seja como for, o monstro - a Constituição para a UE - foi abatido pelo tiro certeiro dos franceses. O dos holandeses, dentro de três dias, nem será o de misericórdia - pois o animal já está morto.

Mas é bom que disparem a arma. Será como um tiro para o ar, de festejo.

A televisão do Estado, paga por todos nós, começou o seu principal serviço informativo com futebol.

A notícia do dia, para eles, não foi o referendo em França sobre a Constituição para a União Europeia.

A cabeça deles é uma bola. Esférica, sem olhos, sem nariz, sem boca, sem orelhas. Para chutar.

Miguel Cadilhe falou. Não foi o primeiro - nem o centésimo, nem o milésimo - falou tardiamente, mas falou.

A sua fala ajuda a desmistificar o mito, a colocar as culpas no culpado e a mostrar que, sob o manto de ilusionista, o ilusionista está nú.

No Memorável de hoje:

- Miguel Cadilhe gera incómodo no PSD (Correio da Manhã, Lisboa)
- La encrucijada francesa (La Vanguardia, Barcelona)
- «Para los militares, la unidad de España es una gran preocupación: vivimos por y para España» (ABC, Madrid)

Escreve o editorialista de "A Capital": Jardim é uma personagem menor, um comediante de circo que não deveria sequer merecer editoriais em jornais de referência.

Mas desde quando é que "A Capital" é um jornal de referência?

No Memorável de hoje:

- L'agroalimentaire souffre du hard discount (Le Figaro, Paris)
- De Beers volta a explorar diamantes em Angola (Deutsche Welle, Bona)

Fica aqui um impressionante e comovente testemunho de uma das milhares de vítimas da ETA.

Num dos momentos mais dramáticos, a senhora, que ficou inválida, sem as pernas, num dos cobardes atentados do grupo terrorista, diz que até já perdoou aos assassinos; mas ainda não conseguiu fazer o mesmo a quem com eles negoceia e lhes permitiu o voto.

Como se consegue perdoar a quem nos corta as pernas e nos amarra para toda a vida a uma cadeira de rodas? Adaptação, habituação, cansaço de ter ódio?

Tudo parece indicar que a cena foi produzida pelo fotógrafo (Ali Jarekji, da Reuters) nas manifestações anti-americanas de hoje em Amã por causa do alegado uso do Corão para pressionar os muçulmanos detidos em Guantanamo.

O boneco resulta. Mas ao contrário: a infeliz torturada exibe o instrumento da tortura.

Ouviu-se, há minutos, na TV2, o economista Miguel Beleza defender, entre outras, estas duas medidas: que devia acabar a taxa de 12% no IVA porque praticamente só se aplica na restauração e que neste sector deveria passar a incidir a de 19 ou 21%.

A galinha portuguesa dos ovos de ouro já está doente por causa das asneiras dos autarcas em matéria de ordenamento dos seus territórios para efeitos de construções destinadas a turismo. Está visto que aquele indivíduo, se tivesse poder, matava-a de vez.

Além de que, nos não turistas obrigados a almoçar diariamente nos restaurantes, faria seguramente com que os respectivos estômagos tivessem menos trabalho - consequência directa de uma menor ingestão de alimentos por força do aumento do preço. É verdade, no entanto, que haveria uma economia: de suco gástrico.

Que, claro, não serviria para nada e seria até altamente lesiva dos interesses nacionais; não só porque não contribuiria para o equilíbrio das finanças públicas - ninguém quereria o produto, nem como receita extraordinária - mas também porque, seguramente, teria consequências muito negativas a nível da produtividade. Pois - é uma evidência - se come menos, o burro menos puxa.

Apetecia dizer que o nosso economista não come há dois dias. Mas não vamos por aí. Chamemos-lhe, simplesmente, Miguel Tristeza.

No Memorável de hoje:

- Schengen/Dublin en quatorze questions (Le Temps, Genève)
- Apagón en Moscú: causas y consecuencias (Novosti, Moscovo)
- Marcelo admitiu Angola independente (Diário de Notícias, Lisboa)
- Le non achève la campagne à ses plus hauts niveaux (Le Figaro, Paris)
- A los que habláis con ETA (ABC, Madrid)
- Banco Central de China promete mantener el yuan "básicamente estable" (Xinhua, Pequim)
- L'économie belge patine (Le Soir, Bruxelas)

Três "Viva!" e três "Abaixo!" com os franceses que no domingo vão votar "não" à Constituição da Europa:

- Viva a união económica!
- Viva a livre circulação!
- Viva a França!

- Abaixo a união política!
- Abaixo mais alargamentos!
- Abaixo a nomenklatura de Bruxelas!

E um agradecimento a todos, do fundo do cérebro e de todo o coração, pela nossa vitória.

E a promessa de que se, por absurdo, perdermos aí e na Holanda, vamos à porrada contra os do "sim" aqui na Lusitânia.

Tranquilidade e confiança. Afinal, basta um torpedo, em 25, para matar o monstro. Seria muito estranho que nenhum acertasse em cheio em tal bicho.

1. Com o aumento do IVA de 19 para 21%, que vai acontecer?

Isto:
- porque são obrigadas a pagar mais caro o que compram, as pessoas ficam com menos dinheiro no bolso;
- porque ficam com menos dinheiro a cada vez que compram, ver-se-ão forçadas a comprar cada vez menos;
- porque compram cada vez menos, as empresas que produzem para o mercado interno venderão cada vez menos;
- porque venderão cada vez menos, serão obrigadas a produzir cada vez menos quantidades;
- porque produzirão menos quantidades, precisarão de menos trabalhadores e de menos matérias primas;
- porque precisarão de menos trabalhadores e de menos matérias primas, haverá menos empregados;
- porque as pessoas ficam com menos dinheiro, porque as pessoas compram menos, porque as empresas produzem menos, porque as empresas precisam de menos trabalhadores, não haverá crescimento económico, mais produção, mais consumo, mais riqueza;
- porque não haverá crescimento económico, porque haverá menos produtos vendidos, a receita fiscal proveniente do IVA não aumentará;
- porque a receita fiscal proveniente do IVA não aumentará, ao subir a taxa de 19 par 21% o governo vai ver o tiro sair-lhe pela culatra.

Tudo o resto é ficção.

2. Que devia, então, ser feito para reduzir de vez o défice orçamental?

Isto:
A - do lado das receitas, baixar drasticamente o IVA, o IRS e o IRC - para cerca de 10%, ou menos;
B - do lado das despesas, o Estado só gastar o dinheiro que entra nas repartições de Finanças;
C - do lado da justiça, meter na cadeia quem aldrabar o fisco;
D - do lado da política, ter tomates e apetite para os usar.

Tudo o resto é engonhar.

É uma colecção de postais de correio com motivos da cidade de Évora e do Alentejo agrícola. A originalidade da edição reside no facto de serem feitos de cortiça - uma das riquezas da região - em vez de papel. Têm pouco mais de 1 milímetro de espessura e o comprimento e a altura habituais.

Os desenhos dos monumentos contêm muitos erros de perspectiva e de proporção - o viseense Jorge Braga da Costa faz muito melhor (ver aqui, aqui, aqui, aqui ou aqui) - e as cenas do quotidiano rural são de um naif com alguns pontos interessantes, com destaque para as imagens das mulheres.

Mais de duzentas pessoas candidataram- se a receber apoios até 5 mil euros para criar pequenos negócios, durante a Semana do Microcrédito que terminou ontem, indicaram os promotores - informa o "Correio da Manhã".

Até no microcrédito Portugal é pequenino: microdinheiro e micronúmero de candidatos.

"Ahora, el Jet Propulsion Laboratory (JPL), centro californiano que controla las misiones a Marte y los demás planetas, anunció que esta nave de 733 kilos ha atravesado la frontera final del Sistema Solar. Es una región turbulenta, fría y oscura donde la influencia del Sol es nula y donde el viento de partículas energéticas expulsadas por nuestra estrella impacta con la neblina de gases existentes entre los astros. Se encuentra a unos 8.700 millones de kilómetros del Sol, según los cálculos elaborados por la NASA, que capta señales de la nave con la gran antena de Robledo de Chavela (Madrid) y con otras dos situadas en California y Australia."

Mais informação aqui.

Emocionante. Com quem vai a "Voyager 1" encontrar-se? E a quem vai entregar o nosso disco de ouro?

No Memorável de hoje:

- La sonda «Voyager 1» atraviesa la última frontera del Sistema Solar (ABC, Madrid)
- Alertan sobre posible efecto negativo de elevada cifra de inversión extranjera (Diário do Povo, Pequim)
- O PT no atoleiro (Jornal do Brasil, Rio)

Buda (Siddharta Gautama) nasceu faz hoje 2549 anos. Na foto da esquerda, uma imagem da homenagem em Katmandú, no Nepal; na da direita, em Bangalore, na Índia.

Ele é mais antigo que Jesus e apregoou o que este, no essencial, viria a apregoar. E é mais interessante, porque menos complicado: nasceu normalmente, não de uma virgem antes e depois do parto; morreu de morte natural, não numa cruz; foi enterrado normalmente e não subiu aos céus; foi um ser humano normal, não um filho de deus e ao mesmo tempo o segundo elemento da tríade "Pai, Filho e Espírito Santo".

Por outras palavras: faz o mesmo efeito, mas é credível.

No Memorável de hoje:

- Chez Jinlan, un pantalon rapporte 15 centimes. Qui dit moins? (Le Temps, Genève)
- Gerhard Schröder subit une déroute historique en Rhénanie-du-Nord-Westphalie (Le Monde, Paris)
- España no es una realidad histórica compuesta, sino compleja (ABC, Madrid)
- Chávez planeja programa nuclear (Jornal do Brasil, Rio)
- La Grèce en chant comme en foot (Le Soir, Bruxelas)

Já passaram quase duas horas e meia desde que o Benfica se sagrou campeão de futebol. E a RTP, televisão de "serviço público", continua a dar-nos imagens e sons da gritaria que vai por esse país fora.

Mas não transmitiu o jogo em que o clube ganhou o título. Que era manifestamente de "interesse público", a avaliar pelo facto de a estação já ter ocupado mais tempo com os efeitos do evento do que ocuparia com a transmissão, em directo, do propriamente dito.

O que quer dizer que nos dá a beber alguma coisa - é verdade. Dá-nos a beber a espuma do copo da cerveja.

Miserável vigarice, por conivência com quem meteu, uma vez mais, todo o líquido no bucho.

O partido de Schröder (o SPD) perdeu as eleições no seu principal feudo eleitoral, a Renânia do Norte-Vestefália, região que tem quase o dobro da população e dos eleitores de Portugal inteiro, respectivamente 18 e 13,3 milhões.

Eles disseram "não" ao chanceler e à sua gente. Porque haveríamos nós de dizer "sim" a ele e a Chirac - estoutro "motor" da União Europeia também em flagrante desaceleração no seu país - em matéria da Constituição que eles querem impôr com tanta pertinácia?

Se houver um único argumento sólido, ponham-no na mesa.

O Benfica é como o País: uma tristeza, falido, com um mau presidente, com um mau primeiro treinador e a não jogar nada.

Mas, tal como Portugal, é o nosso campeão!

O texto que a seguir se publica é de Paula Cabral - não conheço referências biográficas - e nele a autora colocou boa informação sobre um manjar de deuses, o presunto. Vale a pena ler e dar especial atenção ao ponto 3., para se evitarem erros grosseiros.

O presunto é um produto português que não sabemos valorizar devidamente. No entanto, os italianos, com o seu presunto de Parma, cuja qualidade está muito abaixo do ibérico, conquistam posições nos mercados internacionais. Exportamo-los, sobretudo, para Espanha e França, e os países africanos de língua oficial portuguesa encomendam-nos regularmente, depois de muitos anos de proibição do seu comércio internacional, devido a doenças detectadas nos nossos porcos. Sabemos, no entanto, pouco sobre o presunto: os próprios produtores tentam vender-nos gato por lebre ou, melhor dizendo "penso" por "bolota" ou "branco belga" por "ibérico", sem contar com as pessoas que ainda crêem que a expressão pata negra significa algo.

1. Que tipo de porcos há em Portugal?

Os povos celtiberos que viveram em Portugal utilizavam porcos esculpidos em pedra para assinalar os caminhos, mas durante muito tempo estivemos convencidos de que eram touros. O porco ibérico é um animal autóctone e, embora os suínos abundem por todo o mundo, deveríamos sentir-nos orgulhosos de ter uma raça própria. É precisamente na raça do porco que está grande parte do segredo que explica a diferença de qualidade dos produtos dele derivados, como o presunto. Actualmente, encontramos em Portugal raças introduzidas do estrangeiro como o porco branco, também chamado de belga, o large white, o landrace, o pietrain e o hampshire, e os ibéricos, como o alentejano, muito característico, e o da estirpe malhado de Alcobaça, descendente do bísaro, cuja carne é pouco atoucinhada. O duroc resulta de cruzamentos vários.
É incorrecta a expressão tão difundida de pata negra como sinónima da mais alta qualidade. Não quer dizer nada, já que uma coisa é a pata e outra a úngula, ou seja, os dedos. A pata nunca poderá ser negra e os dedos são muito fáceis de tingir. Além disso, está comprovado que nem todos os porcos ibéricos e brancos têm as úngulas negras.

2. Que classes de presunto existem no mercado?

Tanto o porco ibérico puro como o cruzado podem dar excelentes resultados sempre que a sua alimentação e crescimento cumpram uma série de requisitos. O mercado inclui três tipos:

- Bolota. É a classe de máxima qualidade. Teoricamente, o porco passou os últimos meses da sua vida em completa liberdade, comendo bolotas, castanhas e larvas. Quem impõe as regras, no entanto, determina o engano, tornando-se muito difícil comprovar o que comem realmente os porcos em liberdade. Nesta etapa, chamada de montanheira, aumentam o seu peso em 30% para entrar bem alimentados no matadouro.
- Recebo. É a classe de qualidade mediana. O porco, antes de ser sacrificado e após passar uma temporada em liberdade, como os de "bolota", não alcançou o peso mínimo exigido. Depois de estar uns meses no campo comendo bolotas, é alimentado à base de milho e grão.
- Penso. É de menor categoria. O porco foi alimentado no seu escasso ano de vida com penso - ração - em pocilga.

3. Erros mais comuns quando se trata de presunto

- Comê-lo aos pedaços. O presunto deve ser cortado em fatias finas, combinando os distintos músculos da pata.
- Preferir o corte à máquina em vez de à mão. É mais cómodo o primeiro, mas para o fazer é preciso desossar a pata. Não é muito conveniente, porque nos ossos dos quadris concentram-se muitos aromas; se os retirarmos, perdemos uma boa parte deles.
- A pata esquerda é melhor que a direita. Esta crença baseava-se no facto de os porcos dormirem sempre sobre a mesma pata, mas não é verdade.
- Os pontinhos brancos nas fatias são sintoma de má qualidade. Pelo
contrário; são um claro indício de que o presunto teve uma boa cura.
- Todas as partes do presunto são iguais. Quando compramos um presunto, devemos saber que há partes melhores que outras. Umas são mais salgadas devido à sua própria configuração; outras, como o jarrete, situado entre a tíbia e o perónio, são mais doces e suculentas.
- O melhor do presunto é o magro. Quando um presunto é excelente, o seu toucinho é-o ainda mais. Os melhores cortadores procuram sempre que em cada fatia haja um pouco de toucinho.

4. Como distingui-los?

- Um presunto não tem nada a ver com uma paleta. As paletas são as patas dianteiras, que se denominam mãos, e são mais pequenas, redondas e uniformes do que as traseiras. Têm preços inferiores aos do presunto e são mais magras, mas algumas têm óptima qualidade.
- Se compararmos duas pernas de presunto, convém observar a finura da sua parte superior e o seu tamanho. Os melhores presuntos ibéricos não são muito grandes: a média está entre 6 e 7 quilos. Os presuntos gordos e bojudos costumam ser brancos ou serranos. E atenção: o tempo da cura é que determina a qualidade e o preço do presunto.
- Um truque que dá bom resultado é tentar cravar os dedos na parte inferior e mais grossa do presunto. Quanto mais perfurarem e escorregarem, mais poderemos, à primeira vista, deduzir as bolotas que comeu o animal.
- Com que vinhos deve ser acompanhado? Tanto o branco como o tinto ligam bem com o presunto, com a condição de que sejam secos. As preferências vão para os vinhos das zonas de Borba e Dão.

Texto divulgado nas "Actas do IV Encontro de Cultura Tradicional da Beira", Viseu, 1997, Edição de Avis. A primeira publicação foi feita na "Revista QUO".

No "Memorável" de hoje (ver abaixo) ficam arquivados 4 disparates, dos melhores que têm aparecido na imprensa.

- Proibição de livros
- Censura na publicidade
- Ridículo sobre a eutanásia: "La fe es una ayuda valiosa en la enfermedad. De la misma manera que la resurrección ha transformado las llagas de Jesús en fuente de curación y de salvación, así también todos los enfermos, a la luz de Cristo resucitado, son capaces de transformar incluso la enfermedad en fuente de esperanza y de resurrección."
- Imbecilidade sobre produtos da China: "O vestuário fabricado na China chega, à maioria dos países europeus, a preços 20% a 30% mais baratos do que o produzido em países como Portugal, mas para o consumidor final não há qualquer tipo de benefício."

Sobre este último: não apenas a jornalista nunca comprou roupa nas lojas chinesas - o que não é de levar a mal, o problema é dela - mas sobretudo nunca entendeu que o extraordinário sucesso das exportações da China resulta exactamente da circunstância de os produtos deles chegarem ao consumidor mais baratos do que os nossos. O contrário do que a moça escreve... e em todo o planeta.

Para que a senhora compreenda, talvez seja necessário explicar-lhe que "consumidor", ou "consumidor final", é o Zé, o Tó, a Manecas e a Lili que abrem a carteira, tiram de lá uns euros e os entregam ao empregado, ou ao dono da loja, a troco de umas calças, uma blusa, uma camiseta, uma saia, uma gabardine, um blusão, um casaco ou uma outra peça qualquer.

No Memorável de hoje:

- Consumidores ficam a perder (Jornal de Notícias, Porto)
- La eutanasia (La Vanguardia, Barcelona)
- China prohíbe publicaciones con "informaciones falsas" (Xinhua, Pequim)
- China prohibe promoción comercial que muestre desnudos (Xinhua, Pequim)

Parece que o melhor argumento dos defensores do "sim" a uma Constituição para a União Europeia é o de que a Europa retrocederá vinte anos se a França e a Holanda votarem "não".

Para ajudar, Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, voltou a afirmar que não há um "plano b" caso o "não" vença num dos países onde ocorrem referendos.

Obrigado. É exactamente por isso que alinhamos na nega: para "a Europa" retroceder e porque, para facilitar, não há "plano b".

Eles não conseguem justificar, preto no branco, o "sim". Bem querem, mas não podem, os coitados.

É porque não há razões. Os argumentos deles para o "sim" são exactamente os nossos para o "não". E, assim, não nos conseguem demover.

A propósito da foto de Sadam Hussein em cuecas, a generalidade da comunicação social apontou uma vez mais a sua metralha - o seu "Dedo Indignado, Acusador e Justiceiro" (Dedo IAJ) - aos Estados Unidos, dizendo que foram violados de novo todos os acordos internacionais sobre prisioneiros de guerra.

Pode ser que sim. Mas, se sim, quem os violou? Quem humilhou o tirano? O tipo que tirou as fotos ou o jornal que as publicou?

A resposta é fácil: foi o "The Sun". Pois se a foto não tivesse sido divulgada publicamente... pura e simplesmente não existia. Ponto final.

Mas sou dos que consideram que não houve qualquer violação, nem humilhação. Afinal, a foto é só um retrato da pose - chamemos-lhe assim - em que todos os homens se colocam pelo menos duas vezes por dia ao longo de todos os dias do ano: ao despir, à noite, e ao levantar, de manhã. Isto, claro, se não tirarem as calças a outras horas do dia, fora de casa, por exemplo para amantes.

Resumindo, um homem em cuecas é uma coisa banal. Para eles e para elas, claro está. Aliás, talvez mais para elas, pois além de verem o objecto no local adequado têm de o lavar regularmente.

No Memorável de hoje:

- Uma questão política, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 21 Mai 2005)
- "O despacho dos sobreiros", por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 15 Mai 2005)
- A herança de Santana Lopes, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 14 Mai 2005)
- Líbia antiga (Le Temps, Genève)
- China explora nuevo modelo de democracia a nivel de base (Xinhua, Pequim)

Informa o "Le Temps" (Genève) na edição de hoje:

"La Suisse oublie un peu l'UE pour élargir ses horizons

"La Suisse ne doit pas se laisser enfermer par la seule question de son intégration européenne. Le Conseil fédéral l'a souligné à l'issue de la session spéciale qu'il a consacrée à sa politique étrangère. Autrement dit, notre relation avec l'Union européenne élargie à 25 membres n'est plus la seule priorité de la diplomatie helvétique. L'intensification de notre relation avec les Etats-Unis devient un objectif de premier rang, et ce à tous les niveaux: politique, économique, commercial, sécuritaire, scientifique, culturel. Une stratégie globale en direction de Washington sera définie, sur le modèle de celle développée avec succès pour gérer nos relations bilatérales avec l'UE. Une approche identique est annoncée en direction d'autres grands pays comme la Russie, la Chine, l'Inde, le Japon, le Brésil ou l'Afrique du Sud."

Quer dizer: a Suiça sabe que há mais e melhor Mundo para lá da União Europeia - e por isso alarga os seus horizontes. Além de que tem consciência de que a UE é uma confusão - e por isso previne-se contra ela.

No Memorável de hoje:

- Cientistas acham macaco desconhecido na África (BBC Brasil)


Os pesquisadores conseguiram fazer fotos do macaco; à esquerda, uma "imagem artística" da criatura

- Llegan las células madre personalizadas (La Vanguardia, Barcelona)
- Carod se niega a homenajear a Rabin porque sólo ondeaba la bandera española (ABC, Madrid)
- Traficantes de niños condenados a muerte en suroeste China (Xinhua, Pequim)
- Toute la planète a tremblé (Le Soir, Bruxelas)

Leia-se o título e o texto:

"Zapatero ganó el debate a Rajoy según la mitad de los españoles, dice el CIS

"MADRID. Aunque no tuvo mucho seguimiento - el 48 por ciento de los ciudadanos dice que no le interesó -, la mitad de los españoles considera que el presidente del Gobierno, José Luis Rodríguez Zapatero, fue el ganador del debate sobre el estado de la Nación. Así se refleja en la encuesta del Centro de Investigaciones Sociológicas (CIS) que, en un tiempo récord - ayer mismo -, fue entregada en el Congreso de los Diputados.
"El sondeo, realizado el 13 y el 14 de mayo, tres días antes de que la Cámara diese su visto bueno a la pretensión del Gobierno socialista de negociar con ETA, señala que el 46,3 por ciento de los españoles cree que Zapatero ganó el enfrentamiento, frente al 14,7 que se decanta por el líder de la oposición, Mariano Rajoy. El 16,5 considera que no venció ninguno, mientras el 18,6 no sabe o no contesta."

Não é manipulação grosseira, até porque o diário (ABC) é insuspeito de amores por Zapatero. É pura estupidez. Aliás, um exemplo perfeito da frequente imbecilidade no jornalismo quando a matéria são sondagens.

Começa-se por informar que metade não viu... para imediatamente se garantir que "metade dos espanhóis" considera ganhador o Chefe do Governo, "realidade" que dá origem ao título.

Título e "informação" ilícitos. Só metade viu e, desta, só metade opina que Zapatero venceu. Isto é, apenas um quarto do total da população.

Na actualidade política espanhola já se chegou à necessidade de clarificar os conceitos de Confederação e Estado Federal.

Parece estar a aproximar-se a passos largos a onda que vai fragmentar a vizinha Espanha. Com a conivência do governo socialista e perante o silêncio dos Reis.

A edição de hoje da Nature traz contributos sobre o fim do "Neanderthal", hominídeo que predominou na Europa há vários séculos atrás. Uma escola sugere que foi superado pelo "Homo Sapiens", mais inteligente, ou que perdeu a batalha por comida e habitat. Outra afirma que as duas espécies viveram lado a lado por milhares de anos e podem ter-se cruzado.

É mais fácil aceitar esta última hipótese. Com efeito, tesão é tesão e às vezes não importa por quem ou em quem ou com quem.

Teríamos tido, assim, enlaces entre "Sapiens" e "Neanderthal" dos quais terão resultado seres com uma metade de cada um. Portanto, menos intelecto e ainda menor capacidade cerebral.

Não é preciso ser cientista para constatar que ainda há muitos por aí.

No Memorável de hoje:

- Crece el misterio del 'Piano Man' (La Vanguardia, Barcelona)
- Confederación y Estado federal (La Vanguardia, Barcelona)
- La Casa Blanca insiste en que «Newsweek» debe hacer mucho más que retractarse (ABC, Madrid)
- Estados Unidos estudia ampliar su presencia militar en el espacio (ABC, Madrid)
- ETA transmite al Gobierno que sólo dejará las armas cuando acabe la negociación (ABC, Madrid)
- Ministro de Comercio de China: Restricción de EEUU a textiles chinos "imprudente" (Xinhua, Pequim)

Em bom "futebolês" - tão prático, claro e conciso... que até parecia "português", a língua de Camões, Eça, Pessoa e mais alguns - um futebolista do Sporting acaba de explicar assim a derrota da sua equipa face ao CSKA:

"Metemos um golo e eles meteram três".

Pois foi.

Há uma outra "vertente" curiosa: Peseiro, o "Mourinho dos pobres", no início da época queria tudo e, no final da dita, tudo perdeu. Pode não ter sido azar.

Neste caso existe ainda uma outra "vertente" igualmente aborrecedora: pronta para endeusar o treinador, a comunicação social ficou sem o mito. Menos papel vendido, mais pobre, novos esforços para criar outros.

Como se vê, o assunto até pode ser muito complexo e de difícil abordagem, a exigir grandes conhecimentos e enorme elasticidade intelectual. Mais um exemplo, uma terceira "vertente": caiu um da "Trilogia dos Josés"; no final da semana poderá ou abanar outro ou estoutro substituir o caído. Ficaria um "Dueto".

No Memorável de hoje:

- Os comboios são nossos (Jornal de Negócios, Lisboa)
- Cientistas acham novos vírus da família do HIV em caçadores (BBC Brasil)
- Árabes gostam mais da Palestina do que de palestinos (BBC Brasil)
- Van a Beijing a experimentar de cerca el encanto de China (Diário do Povo, Pequim)

A revista "Newsweek" deu mais uma preciosissima contribuição para o descrédito do jornalismo e dos jornalistas, como se pode constatar aqui e aqui.

Perante o facto até é de somenos importância sublinhar - com marcador mais grosso - que morreram muitas pessoas em consequência da leviandade de pelo menos dois profissionais, a do redactor e a do chefe da redacção.

Na verdade há outra tragédia maior e de mais nefastas consequências: as pessoas continuarem, como se nada tivesse acontecido e apesar de saberem que foram enganadas, a consumir daquele semanário.

Porque é por existirem milhões de maus leitores, de maus ouvintes e de maus telespectadores que não acaba o mau jornalismo.

A maioria da malta não é exigente e come do que lhe dão. Até engole comida estragada e vinho vinagrento - chegando, às vezes, a elogiar-lhes o sabor e o pique.

A pergunta era simples e estava bem formulada, clara e concisa. Apesar disso, para chegar à funcionária que tinha a resposta foi necessário passar, sucessivamente, por 5 departamentos distintos e por outros tantos funcionários, aos quais - a cada um - foi obrigatório repetir a questão e a respectiva justificação. Somado todo o circuito, deu mais de 10 minutos de telemóvel para telefone fixo.

Não foi na CP, nem nas Finanças, nem na Segurança Social, nem na EDP. Foi numa das empresas topo de gama: o Millenium BCP.

A resposta (correcta) à pergunta... não durou mais do que 30 segundos. E nem era preciso tanto tempo.

As "Páginas Amarelas" da Net, pelo menos as de Portugal, estão pejadas de erros. Em 20 consultas consecutivas, realizadas hoje, encontrei 14 números errados.

É um crime.

De desleixo, de incompetência, de descuido, de falta de profissionalismo, de má fé, de vigarice - seja lá do que for. E mesmo que os Códigos não o registem.

"Físicos de EE.UU. han alcanzado una temperatura de dos billones de grados, la más alta jamás registrada en el mundo, haciendo chocar núcleos de oro unos contra otros a velocidades próximas a la de la luz. En el experimento, realizado en el Laboratorio Nacional de Brookhaven, creen haber conseguido un estado de la materia igual al que reinaba en el Universo unos diez microsegundos después del big bang: el plasma de quarks y gluones, la madre de toda la materia del cosmos. Pero en lugar de comportarse como un gas tal como esperaban los físicos, el plasma se ha comportado como un fluido. ¿Acaso tuvo el Universo una infancia líquida?"

Boa pergunta. Mais informação aqui sobre o apaixonante tema da origem do Universo. É por ele não estar, por enquanto, totalmente esclarecido... que ainda há religiões. De múltiplas expressões, do Irã ao Crucificado, passando por Apolo, por Vénus, por Marte, por Safo e por mais umas centenas.

No Memorável de hoje:

- Viaje al origen del Universo (La Vanguardia, Barcelona)
- China expresa "fuerte descontento y firme oposición" por reimposición de cuotas textiles en EEUU (Xinhua, Pequim)
- China nunca cederá a presiones exteriores sobre tipo de cambio (Xinhua, Pequim)
- Texto completo de discurso de Hu Jintao en Foro Global Fortune 2005 (Xinhua, Pequim)
- Morreram pessoas por causa da "notícia" falsa (Jornal do Brasil, Rio)
- Newsweek se rétracte (Le Soir, Genève)

Primavera, 16 de Maio, 22h40, 10º de temperatura. Em 2004, nesta mesma data e a esta mesma hora, os termómetros marcavam o dobro.

Mais um dia para estragar as estatísticas da rapaziada beata do "aquecimento global" do planeta Terra.

Este ano tem sido trágico para eles. Um enorme balde de água fria nas suas mais profundas convicções. Melhor: um tsunami gelado. A pedir - compreensivelmente - um confortável, reparador e até analgésico efeito de estufa.

Mapa dos Concelhos; em cada um há uma Câmara Municipal e cada uma tem, em média, mais de 14 Freguesias

O senhor Miguel Cadilhe, economista, ex-ministro, presidente da estatal Agência Portuguesa para o Investimento e um dos "gurú" da nossa economia - não me lembro de mais nada do seu curriculum, nem se fez, alguma vez, algo de relevante fora do Estado - escreveu o seguinte no "Público" de ontem:

"Hoje, cada vez mais, penso que a descentralizaçào política é o melhor caminho para a auto-reforma conceitual e administrativa do Estado.
"É muito pouco provável que a reforma do Estado concentracionário e centralista aconteça por iniciativa dos políticos centrais e dos burocratas monopolísticos, salvo se surgir uma outra razão ou determinação.
"O Estado majorante, concentracionário, centralista e macrocéfalo, como o nosso, dificilmente se auto-reforma. A regionalização, por exemplo, se for bem feita e sujeita a bons controlos centrais, poderá quebrar o feitiço das majorações, do centralismo e da macrocefalia.
"Como se descentraliza politicamente? Obviamente, descentraliza-se nas autarquias locais e regionais. Não é criando subdirecções gerais ou regionais, com dirigentes nomeados pelo Governo central. Isso não é mais do que centralismo delegado, ou desconcentração como se convencionou chamar-lhe. Nào cumpre requisitos fundamentais de democraticidade, autonomia, legitimidade, representatividade, responsabilização democrática, sensibilidade, poder reivindicativo. Conheço um modo de descentralizar politicamente. É municipalizar ou regionalizar. Não conheço outro."

Mas devia conhecer. Infelizmente, é preciso chapar com o mapa na cara deste senhor e recordar-lhe que Portugal já tem 298 Câmaras Municipais, 298 Assembleias Municipais, 4252 Juntas de Freguesia e 4252 Assembleias de Freguesia. Somos 10 milhões, ele que faça as contas e veja quantos cidadãos cabem em cada um daqueles órgãos de poder político.

A verdade é que o País - é bem claro o mapa - está partido em pedacinhos. Estilhaçado. E aqui é que reside o mal.

"En las postrimerías del siglo XIX, Japón se embarcó por el camino militarista, de agresión armada al extranjero. Después de la Guerra Chino-Japonesa de 1894, ocupó Taiwan, territorio chino, y arrancó a China una indemnización de 230 millones de taeles de plata, 4,5 veces la renta fiscal nacional de Japón en ese año. Tras la Guerra Nipo-Rusa de 1905, Japón ocupó por un tiempo Lüshun y Dalian, China. En 1910 anexó Corea. En 1931 ocupó el nordeste de China. Desde 1937 extendió la guerra de agresión al norte, el este y el sur de China y, más tarde, ocupó el sudeste asiático. Dondequiera que penetraban en China, las tropas invasoras japonesas mataban a civiles chinos con frenesí y robaban sus riquezas, cometiendo atrocidades poco vistas en la historia moderna y contemporánea de la humanidad y acarreando una enorme catástrofe a la nación china. La guerra de agresión de Japón causó a China un saldo de 35 millones de muertos y lesionados y una inmensa pérdida económica superior a los US$600.000 millones."

Mais informação aqui.

No Memorável de hoje:

- Cientistas da Nasa criam pele que torna robô capaz de sentir (BBC Brasil)
- Zapatero cae también en la tentación etarra (La Vanguardia, Barcelona)
- Agravio de industria china por decisión "precipitada e imprudente" de EEUU sobre importaciones de textiles (Diário do Povo, Pequim)
- Origen y quid del “problema histórico” chino-japonés (CIIC, Pequim)
- Médico tratou de Zarqawi ferido (Jornal do Brasil, Rio)

Porque é que dois ministros do CDS/PP no anterior Governo, Nobre Guedes e Telmo Correia, assinaram despachos sobre assuntos controversos - relacionados com empreendimentos turísticos em zonas ambientalmente mais ou menos protegidas - a 4 dias das eleições que perderam e 4 dias após as mesmas... e não o fizeram 4 semanas ou 40 dias antes desse acto eleitoral?

Não pode ter sido só por incompetência.

Falta apenas 1 jogo e 3 equipas podem ganhar o Campeonato Nacional de Futebol: Benfica, Porto e Sporting. Talvez também o Boavista. O primeiro é favorito.

Como é evidente, três quartos de Portugal estão de cabeça perdida. Ontem o benfiquista Seara, fazendo uso da sua tradicional "eloquência" na SIC Notícias, só dizia "marcação", "marcação", vai ser uma semana de "marcação". Mais "marcação".

É fácil de adivinhar a "eloquência" de um portista e de um sportinguista: "ouxalá se f..."; a de um boavisteiro pode ser diferente na tática, mas a essência, o núcleo, a arma é a mesma: "vou-vos f...".

Nesta semana de altíssimo stress e de tão intensa actividade "intelectual", duvido que as esposas e as prostitutas não desejem que ela passe depressa.

Segundo o "Jornal do Brasil", hoje, domingo, em 43 tabancas do Senegal a população está a anunciar a sua decisão de acabar com a mutilação genital feminina. É, assim, com toda a evidência, um dia para a História, este 15 de Maio de 2005. Do meu ponto de vista, para a História do Planeta Terra.

Informação aqui e um testemunho da tragédia aqui.

Tão extraordinário acontecimento não é notícia na imprensa local: nem o Confidentiel, nem o Le Soleil, nem o Sud Quotidien, nem o Wall Fadjri se referem ao assunto.

O "Le Soir", o "Diário do Povo", a "Xinhua", o "Granma", o "ABC", o "La Vanguardia", o "Le Figaro", o "Le Monde", o "A Capital", o "Correio da Manhã", o "Diário de Notícias", o "Jornal de Notícias", a "Novosti", o "Pravda", o "Le Temps"... nem três linhas tiveram para registar esta verdadeira revolução.

O "Osservatore Romano", a "Agência Ecclesia" e a "Agenzia Fides" também não. Mas estes compreende-se porquê.

Cavaco e Silva voltou a adiar, agora para depois das eleições autárquicas - portanto lá para Novembro ou Dezembro - a decisão sobre a sua candidatura às presidenciais do ano que vem.

Está chegado o momento, pois, para outros potenciais interessados no lugar - até mesmo os órfãos do antigo primeiro ministro - adiarem, eles próprios por iniciativa própria, a candidatura do professor para o ano de 2010. Ou 2015. De preferência para 2020.

Já não há pachorra para aguentar as hesitações do homem; e fica claro que, se fosse eleito, teriamos um hesitante em Belém. Nada de bom. Realmente, antes um casa-descasa, do que um casa-não-casa. Sem dúvida.

Se ninguém, entretanto, esquecer o indivíduo, então a situação do País é muitissimo pior do que no momento se pode imaginar. Esta: de olhos fixos no passado, como em D. Sebastião, está pasmado e incapaz de olhar de frente e com confiança o futuro.

E também impossibilitado de olhar para os lados, impedido por uma espécie daquelas palas que limitam, nos burros, a sua liberdade. De antrolhos.

No Memorável de hoje:

- La impopularidad de Chirac reaviva el fantasma del «no» francés a Europa (ABC, Madrid)
- China se opone a que EEUU restrinja importaciones textiles (Xinhua, Pequim)
- "Como uma ovelha no matadouro" (Jornal do Brasil, Rio)
- Mutilação genital: informação vence tradição violenta (Jornal do Brasil, Rio)

No Memorável de hoje:

- El americano Levada dirigirá la Congregación para la Doctrina de la Fe (ABC, Madrid)
- Rajoy responde a la mano tendida de Zapatero: «Me ha engañado dos veces y no confío en él» (ABC, Madrid)
- Entre Traité constitutionnel et Constitution, en 1848, en Suisse (Le Temps, Genève)
- Desvendada tinta da Bíblia de Gutenberg (Jornal do Brasil, Rio)

"O défice real estimado pela Comissão Constâncio para 2005 atinge cerca de 7 por cento, adiantou fonte governamental a A Capital. O primeiro-ministro foi informado deste cenário no final da semana passada, altura em que reuniu com o seu núcleo duro, e foi à luz desta análise às contas públicas que o ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, projectou, na quarta-feira, a fixação do défice abaixo dos 3 por cento, só em 2008." É o que se lê na edição de hoje daquele diário.

Está assim provado que as políticas de Durão Barroso, Manuela Ferreira Leite, Santana Lopes e Bagão Félix foram erráticas e altamente lesivas dos nossos interesses. E que eles nos mentiram descaradamente.

Deviam ser metidos na cadeia. Com qualquer argumento jurídico.

Em "A ideia-chave" VPV parte de um pressuposto falso que inquina todo o raciocínio subsequente. Escreve ele:

"Cavaco não fala simplesmente para dar uma opinião sobre isto ou sobre aquilo. Quando fala, e fala pouco, tem um objectivo político preciso. O artigo sobre "o monstro" serviu para desacreditar o "guterrismo" e o artigo sobre "a boa e má moeda" ajudou a liquidar Santana."

É mentira. Não tem "um objectivo político preciso". O que acontece depois do que ele opina sobre isto ou sobre aquilo não é nada que resulte da acção deliberada do professor. Acontece, coincidindo ou à margem da sua vontade. Simplesmente. Porquê? Porque Cavaco não tem dito rigorosamente nada de original. E os seus raros desabafos - são mesmo desabafos - têm sido antecedidos de opiniões idênticas de milhares de outras pessoas, em conversas de café ou em textos impressos ou em "postagens" ou em entrevistas rádio e tv.

Assim sendo, tornam-se no imediato evidentes as respostas às perguntas com que VPV termina o seu artigo desta sexta feira. Ele pergunta de Cavaco:

"... uma vez na Presidência, está seriamente decidido a mudar a sociedade portuguesa por mais do que a palavra? Como se vê ele em Belém? Como um poder interveniente (e com que género de intervenção)? Ou como um "orientador" e "regulador" do sistema, na essência passivo?"

Para as quatro perguntas a resposta certa é: o homem não sabe. Aliás, estou certo de que nem sequer ainda sabe se se vai candidatar.

Talvez vá lá, mas empurrado e amparado por duas bengalas: a da "imagem de seriedade" e a da "imagem da competência". Imagens frágeis, de barro, que já uma vez partiram - quando ele se safou depois de 10 anos como primeiro ministro, mandando o País às urtigas - e foram coladas por órfãos amigos. Mal coladas, acho eu.

No Memorável de hoje:

- "A ideia-chave", por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- Não há responsabilidade criminal para os 7 por cento? (A Capital, Lisboa)
- Textiles chinois : les distributeurs européens "choqués" par la démarche de Bruxelles (Le Monde, Paris)
- Oui à l'Union, non à la Constitution (Le Figaro, Paris)
- Chinos saben fabricar vino desde hace unos 4,600 años (Xinhua, Pequim)
- Banco central chino rechaza presión estadounidense sobre revaluación de yuan (Xinhua, Pequim)
- Varig: Neves ganha apoio de funcionários (Jornal do Brasil, Rio)
- A Varig continua refém do Planalto (Jornal do Brasil, Rio)
- Que educação?, por Vasco Pulido valente (Público, Lisboa, 08 Mai 2005)
- O charlatão, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 07 Mai 2005)

Mariés
Ces deux-là viennent de se marier; elle a 11 ans et lui 16. Derrière eux, des croix boudhistes qui symbolisent le mouvement perpétuel de la vie (dont s'est inspiré Hitler pour dessiner, dans l'autre sens, la croix gammée) tentent de leur souhaiter beaucoup de bonheur malgré tout... Ils sont des dizaines de très jeunes couples à avoir été mariés aujourd'hui selon une tradition indienne encore suivie dans les campagnes du centre du pays. (AP)

É triste, como a expressão do marido. Dá para chorar.

Como a temperatura do corpo e o estado da alma, também a Hipocrisia tem altos e baixos. Pois que a Hipocrisia não é um defeito nem uma virtude, consoante os critérios. Não. A Hipocrisia é mais: é uma entidade. Uma espécie de deusa a quem alguns humanos prestam vassalagem, da qual outros são oficiais dedicados e da qual muitos são vítimas. E que outros, honra se lhes faça, denunciam.

Nestes dias a Hipocrisia está em alta. Só assim se compreende que alguns cidadãos tenham sido forçados a ir à polícia e, daqui a pouco, obrigados a sentarem-se nos bancos dos réus dos tribunais. Acusados do crime de "tráfico de influências" pelos sacerdotes daquela divindade.

Uns patetas, os seus padres. E mentirosos. Pretendendo fazer-nos crer que não sabem que toda a gente trafica influências todos os dias. Os políticos, os diplomatas, os autarcas, os gestores, os ministros, os secretários de Estado, as secretárias e as telefonistas de ambos, os juizes, os polícias, os patrões, as criadas, os sapateiros, os comerciantes, as balconistas.

Toda a malta que mete cunhas e pede favores. Para a empregada da padaria lhe guardar o melhor pão, para a vizinha lhe arranjar uma mulher-a-dias de confiança, para o infantário aceitar a criança e o lar o velhote, para o banco acelerar o processo, para o chefe ser compreensivo na altura da promoção, para o cacique do partido não esquecer a dedicação, para Guterres arranjar emprego na ONU, para Cavaco ganhar as presidenciais, para o homem-grande da tabanca autorizar mais um pouco de terra, para o amigo do primo da mulher ajudar no abate das focas, para a tribo comprar mais armas para matar mais negros da outra tribo, para os camelos poderem beber daquele poço, para Berlusconi não tirar a tropa italiana do Iraque, para a China abrandar na guerra dos têxteis, para Putin controlar o nuclear do Irão, para o Japão vigiar a Coreia do Norte, para Zapatero ter mais cuidado com o Vaticano, para o preço do petróleo estabilizar, para a amiga iraquiana vigiar o candidato a bombista-suicida, para Sharon não vacilar frente aos colonos, para que a NASA não desactive o Hubble, para que entre um francês num dos próximos vôos espaciais, para que o governo autorize o abate de sobreiros, para que na herdade seja construído um empreendimento turístico.

E muitíssimo mais, a todo o dia, a toda a hora e em todos os cantos do planeta. A cunha, o favor - o tráfico de influências - são remédios de consumo mundial. O resto é hiprocrisia.

Na Bélgica há 1 médico por cada 222 habitantes. O que quer dizer que se cada belga adoecer uma vez por trimestre... cada médico só "dá" menos do que 3 consultas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

Se tal acontecesse em Portugal, lá se ia uma das maneiras de enriquecer facilmente e sem vergonhas. Entre estas, a de cobrar 60 euros por consulta a quem ganha apenas 300 por mês. Como é o caso de qualquer "médico especialista" de baixa cotação que "vê", a cada 20 ou 30 minutos, desgraçados cujo salário é o mínimo nacional.

No Memorável de hoje:

- Necessita Rusia integrar la UE? (Novosti, Moscovo)
- L'énergie noire, force majeure de l'Univers, n'existerait finalement pas (Le Figaro, Paris)
- Científicos desarrollan robot capaz de autoreproducirse (Xinhua, Pequim)
- Visiter Dubaï et ses îles artificielles (Le Soir, Bruxelas)
- Un médecin pour 222 habitants (Le Soir, Bruxelas)

No Memorável de hoje:

- O socialismo remendão, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 06 Mai 2005)
- Cientista pode ter encontrado Mars Polar Lander (BBC Brasil)
- Mas con Maragall (La Vanguardia, Barcelona)
- Maragall reclama a Zapatero que dé el paso de la España plural a la federal (ABC, Madrid)
- Les conceptions erronées de la liberté (Le Soir, Bruxelas)

Mais de 48 horas depois
Chamam-lhe Biblioteca Pública. E é. Até aos sábados tem público. Talvez umas 30 pessoas.

Mas os jornais desse dia só são disponibilizados para consulta mais de 48 horas depois, na segunda-feira a meio da manhã.

Porque está de folga o funcionário que costuma, nos outros dias da semana, colocar a imprensa nas estantes e os 3 que hoje prestavam serviço - bastava 1 - não estão autorizados a mexer no papel.

"A este país no la podrán ocupar jamás" - Afirmó el Comandante en Jefe Fidel Castro en su Intervención Especial de ayer, en la que argumentó las razones por las cuales el ALBA representa la verdadera integración de los pueblos.
"El Comandante en Jefe Fidel Castro expresó anoche que a Cuba no la podrán ocupar jamás, pues sabemos manejar las armas e intentar tal aventura le costaría al imperio cien veces más que lo de Iraq, país al que aún están muy lejos de haber ocupado.
"Recordó la preparación mostrada por el pueblo durante el Ejercicio Bastión, a finales del pasado año, y advirtió que el enemigo debiera saber que si nos agreden sufrirían un verdadero desastre." (jornal Granma, Havana)

O homem está louco.

Toda a gente sabe que dias depois de ele desaparecer o regime desintegrar-se-á, bastando para o efeito um soprozinho muito leve, em jeito de suavezinha brisa marítima.

(O resto do discurso pode ser lido aqui)

No Memorável de hoje:

- Les leçons de la victoire sur le nazisme, por Vladimir Putin (Le Figaro, Paris)
- Nota da Conferência Episcopal de Espanha sobre o "casamento gay" (ABC, Madrid)
- "A este país no la podrán ocupar jamás" (Granma, Havana)
- Descubren espada de bronce de 3,000 años de antigüedad en centro de China (Xinhua, Pequim)
- Destacado economista sugiere mantener política monetaria de China (Xinhua, Pequim)
- Ministra da Saúde receita alho para Aids (Jornal do Brasil, Rio)

O que faz com que o major Valentim Loureiro teime em recandidatar-se, contra o seu partido, à presidência da Câmara de Gondomar? O que é que realmente motiva o homem?

Mais dinheiro? O poder? Prestígio? Ambição? O vício? O hábito? Os holofotes? O protagonismo? Vingança? Necessidade de guarda-chuva, de gabardine, de capote, de uma protecção que lhe salve o pêlo dos respingos - pelo menos - dos processos na polícia e no tribunal?

Não se sabe ao certo. Mas uma coisa é evidente: não é normal. Normal, digno, sensato seria o indivíduo retirar-se com o rabo recolhido, caladinho, cabeça baixa, perna longa e mãos no peito - como no acto de contrição.

Também era higiénico. Despoluente. O tipo, quando aparece, torna a tv irrespirável. Realmente, já não se aguenta a fumaça deste doutorado em Esperteza Saloia, um "chico esperto" com o curso completo, várias especializações e muita, muita prática, na tropa e no futebol. Não como soldado nem como jogador.

No Memorável de hoje:

- "¿Dónde está Bin Laden?" (La Vanguardia, Barcelona)
- China lanzará nueva estrategia para promover desarrollo coordinado (Xinhua, Pequim)

À esquerda: Zorra Inmortal
La gente cree que la zorra sobrenatural de mil años puede dar buena o mala suerte a las personas. Por lo tanto, la llama inmortal y considera su aparición como augurio de la felicidad o desgracia.
Esta zorra dispone nuestro destino, conjurándonos el mal y la enfermedad. Debido a su gracia, inteligencia y afabilidad, el pueblo la personifica y supone que le gusta metamorfosearse en muchacha hermosa, atractiva y seductora.

À direita: Xing Tian
Es uno de los hombres más rebeldes según la mitología más remota de China.
Xing Tian era un cortesano íntimo del Emperador Yandi, y luego seguía al Emperador Huangdi a todas partes cuando éste venció a aquél. Xing Tian vivía en el sur del país. Pero no resignado a la derrota, se armó con un hacha y un escudo, combatiendo hasta la puerta del palacio de Huangdi. Tras de ponerse las corazas, éste salió a su encuentro y la pelea era tan encarnizada que el polvo tapó el cielo. Cuando Xing Tian perdió fuerza, Huangdi le cortó la cabeza y la enterró en la montaña Changyang. Aunque decapitado, Xing Tian se puso en pie de nuevo, convirtió los pezones del pecho en ojos y el ombligo en boca y, sujetando el escudo en la mano izquierda y el hacha en la derecha, volvió a batirse blandiendo su arma contra el cielo sin cesar.
Durante la dinastía Shang (1600-1046 antes de nuestra era), Xing Tian era el dios de la guerra y su imagen aparecía en las banderas de los ejércitos beligerantes, o servía de tótem a las tribus, para estimularlos a combatir sin torcer el brazo.


À esquerda: Longnü
La bodhisattva Guanyin siempre está acompañada de Shancai y Longnü, niño y niña respectivamente. Ésta, amable e inteligente, es la hija menor del Rey Dragón del mar Oriental. Una vez, salió a hurtadillas del palacio del padre y provocó un gran desastre, de ahí su expulsión del palacio. Desesperada, acudió a Guanyin y ésta la aceptó como acompañante.
À direita: Pixie
Es un animal sagrado de cabeza humana y cuerpo cervuno, con dos cuernos. Dicen que ampara a la gente del mal y la desgracia.


À esquerda: Dios Erlang
Con apellido Yang, es el más portentoso de los dioses de la guerra en la mitología china. Cuando Pan Gu separó el cielo de la tierra, ardían diez soles en el firmamento. Aunque Hou Yi abatió nueve a saetazos, el único restante era tan calcinante que quemaba todos los vegetales y secaba los cuatro mares. Indignado, Erlang se ofreció para combatir con el sol. Cargó dos montañas en ambos lados de una pértiga puesta al hombro y echó a correr en persecución del sol, mas por un descuido las montañas se le cayeron sobre el suelo. Así que hoy China tiene las montañas Erlang.
À direita: Yakshas
Éstos son espíritus malévolos según el budismo. Hablando en concreto, son diablos rápidos y voraces. O sea, corren a una velocidad increíble y siempre padecen hambre. Por la división de sus tareas hay yakshas de la tierra, yakshas del aire, yakshas voladores, yakshas patrulleros del mar, etc.


Cabeza de Buey y cara de Caballo
Son dos esbirros del Rey del Infierno y fungen de mandaderos de la citación. El primero, originario del budismo, se llama también Apang, tiene la cabeza de buey y el cuerpo de humano, usa una horquilla de hierro grande y es capaz de desplazar cualquier montaña. Fue condenado a tener esta forma física en el infierno porque no demostraba amor filial a sus padres cuando vivía en nuestro mundo. Luego de morir, se encarga de patrullar y buscar a los fugitivos. Algunos datos dicen que el budismo tenía al comienzo solamente al Cabeza de Buey, pero que a su introducción en China se le añadió un compañero, el Cara de Caballo, ya que los chinos preferían tener las cosas en pares. Sin embargo, otros datos afirman que éste, alias Raksasa de Rostro Caballuno, también procedió del budismo.


À esquerda: Juez infernal
Es un ministro allegado al Rey de las Tinieblas. Su cargo equivale al de su homólogo en nuestro mundo, o sea, subalterno del magistrado de un territorio. En el infierno corre a cargo de la vida o muerte de las personas vivientes
À direita: Qilang
Se llama Yang Yanci por apellido y nombre, pero el pueblo lo trata de Yang Qilang. Era el séptimo hijo del general Yang Jiye de la dinastía Song del Norte a principios del siglo XII. Acusado falsamente por un ministro malvado, lo llevaron al campo de ejecución, pero no lograron cortarle la cabeza porque estaba protegido por una luz divina. Así que se le despellejó la frente, y cuando se fue la luz lo mataron a flechazos. La gente dice que Qilang es la estrella Tigre Negro que bajó del cielo, y que por ello lleva el carácter “tigre” en la frente. Otros dicen que es la reencarnación del dios del trueno

(Fonte: CIIC, Pequim)

Exactamente às 6 da manhã, hora de Lisboa, as sirenes cantaram, sofridas, em todas as localidades de Israel. A população observou dois minutos de silêncio em homenagem aos 6 milhões de judeus víctimas do Holocausto. O equivalente a mais de metade da população de Portugal.

"Shoah" significa Dia da Recordação dos Mártires e dos Heróis do Holocausto. Aqui em Anagarú, neste minúsculo e apagado cantinho do planeta, também foram lembrados.

"O veto do líder do PSD, Marques Mendes, à recandidatura de Valentim Loureiro à Câmara de Gondomar foi apresentado, ontem, na reunião da Comissão Política Nacional daquele partido. Mendes invocou falta de confiança política, decisão que não será estranha ao envolvimento do major no caso Apito Dourado", informa o "JN".

Valentim Loureiro é o nome que Marcelo Rebelo de Sousa não ousou pronunciar no seu último comentário televisivo quando falava das candidaturas impróprias (citação que todo o auditório esperava) limitando-se a nomear a presidente da Câmara de Leiria. Não foi certamente por esquecimento ou confusão, pois Valentim é nome muito mais importante, sonante e mediático do que o da senhora e Marcelo nessas coisas nunca se descuida.

Por isso, que raio teme e deve o professor ao major?

No Memorável de hoje:

- La exportación petrolera de Rusia tropieza con problemas (Novosti, Moscovo)
- Cientistas descobrem mais 12 luas ao redor de Saturno (BBC Brasil)
- Les oiseaux sont au nid, attention à ne pas les déranger pendant la couvée ! (Le Monde, Paris)
- Enquête archéologique aux racines d'Israël (Le Monde, Paris)
- India pone con éxito dos satélites en órbita (Xinhua, Pequim)

"Dès le 1er juin prochain, les clients de Swisscom Mobile pourront changer d'abonnement et opter pour l'offre Natel Swiss Liberty. L'abonnement mensuel sera de 25 francs. Le coût des communications à destination d'autres clients de Swisscom Mobile, de n'importe quel poste fixe en Suisse et de sa combox (répondeur) sera de 50 centimes. Et ce, quelle que soit la durée de l'appel, qu'il s'agisse d'une communication de 10 secondes ou de 45 minutes. Passée la première heure de communication, une nouvelle taxe unique de 50 centimes sera perçue pour l'heure suivante."

Confirme aqui. 1 euro são cerca de 1,54 francos suiços. 50 cêntimos suiços são 0,325 euros, qualquer coisa como a ninharia de 65 escudos por uma hora ao telefone!

No Memorável de hoje:

- Sous la pression de ses clients, Swisscom baisse enfin ses tarifs de téléphonie mobile (Le Temps, Genève)
- En las afueras de Kursk habrá el mayor cementerio de soldados alemanes (Novosti, Moscovo)
- Textile : la Chine veut calmer le jeu (Le Figaro, Paris)
- Nasa : nouvel objectif Lune (Le Figaro, Paris)
- Chirac : la Constitution est «fille de 1789» (Le Figaro, Paris)

Un berger marche sur ce qui devrait être le deuxième réservoir principal d'eau d'Hyderabad, capitale de l'état indien méridional d'Andhra Pradesh. L'Himayatsagar, de son nom, est complètement asséché. Si la pluie ne se manifeste pas dans les semaines à venir, la ville devra faire face à manque cruel d'eau durant l'été. (AP, hoje)

Muito pior do que aqui, ou em Espanha ou na França. E ignorado pelos "jornalistas" pátrios que continuam a chatear-nos com as suas visões catastrofistas sobre a falta de água nesta nossa paróquia.

Os quais também não vêem que os animais que morreram de fome e de sede no Alentejo foram, afinal, assassinados. Pelos donos que os mantinham em terrenos impróprios para eles viverem. Donos que, infelizmente, nem sequer têm consciência do crime.

Se os chineses exportam têxteis em grande quantidade e praticamente para todo o planeta, porque é que tal acontece?

Obviamente... porque nos quatro cantos da Terra há importadores e consumidores para os seus produtos, milhões de pessoas que preferem os da China aos de França, aos de Espanha, aos de Portugal, aos de Inglaterra, aos da América, etc, etc. Porque são mais baratos e de qualidade satisfatória ou igual.

Ponto final.

O que quer dizer que as chinfrineiras que vão pela União Europeia e pelos Estados Unidos são obstáculos na engrenagem linear da nossa liberdade. Além de terrorismo contra os nossos bolsos.

Vírgulas.

E absurdos: para "garantirem" os ditos "milhares" de postos de trabalho e a sobrevivência de "centenas" de empresas... pretendem obrigar milhões de cidadãos a pagar mais caro a roupa de que necessitam!

Outra: e porque é que o ministro do Comércio da China disse hoje que está a diminuir o crescimento das exportações de têxteis? A sua declaração foi interpretada como uma cedência face às pressões europeias e americanas. Mas não é. Ele sabe que a enorme expansão não é "sustentável" para as empresas do seu país... porque nenhum consumidor estrangeiro compra, todos os dias, jeans, t-shirts, roupa interior, saias, blusas e outros tecidos transformados. Assim, é melhor escoar menos para não entupir o cano; baixar as comportas para evitar inundações; subir as escadas devagar para o coração não estoirar. Dar menos milho à galinha para ela continuar poedeira de bons ovos de ouro; caso contrário, engorda demais e morre mais depressa.

Parágrafo.

Sampaio quis evitar o referendo sobre o aborto, por isso não marcou a data para ser realizado, e utilizou o seguinte argumento para o seu "não": "Não estão asseguradas as condições mínimas adequadas a uma participação significativa dos portugueses".

É absolutamente impossível encontrar um argumento pior do que este, mais sem sentido, menos lógico e mais irracional. Além de que o homem - o que só por si já era de extrema gravidade - limitou-se a "mandar um palpite", escreveu sem qualquer fundamentação quantificada, não se socorreu de números justificativos e com tal "boca" fez lei. Uma brincadeira com coisas sérias. Rapaziadas, superficialidades em matéria sensível, "substantiva" e "fracturante".

Cavalguemos, por momentos, na onda presidencial.

"Condições mínimas", na palavra de um Presidente de República, só podem ser mesmo as mínimas. E quais, então? Pois mínima, realmente mínima, apenas uma: todos os nacionais estarem doentes e acamados no dia do referendo e não haver ambulâncias suficientes para levar até às assembleias de voto os que se pudessem e, para o efeito, se quisessem levantar. Nessas condições seria óbvio que não estavam assegurados os transportes de todos os doentes, por falta de veículos adequados e em número suficiente. Se houvesse dois carros por freguesia, somavam-se quase 9 000. A uma média de dois serviços por hora e com 12 horas de urnas abertas, só poderiam votar cerca de 200 mil pessoas das mais de 8 milhões inscritas. Não estavam, de facto, "asseguradas as condições mínimas" porque era necessário, previamente, ter garantido veículos para a totalidade dos doentes - prevenindo a hipótese de todos quererem votar - e eles pura e simplesmente não existem em Portugal, nem é crível que Espanha ou França os emprestassem. Também não há dinheiro para os comprar.

Outra questão é a da "participação significativa". Pela lógica - quer da instrução primária quer do doutoramento, da Universidade Católica, da escolinha de Monte da Aldeia e até das urgências de qualquer hospital psiquiátrico, quanto mais do Palácio de Belém... - "participação significativa" seria, continuando na tabela dos mínimos, a participação de 1 único português. Podemos, aliás, ir mais longe e alargar o mínimo ao zero absoluto: nenhum compatriota votar. Sgnificava que todos se tinham abstido, em liberdade, assumida, ordeira e militantemente. Sem dúvida que era significativo.

Só disparates. Para acertar, tinha bastado ao PR ter dito: eu não quero referendar o aborto; estou investido dos poderes constitucionais para impôr a minha vontade e vou, naturalmente, impô-la.

Tinha sido de lusitano com eles negros, peludos, no sítio e activos.

"La parte norteamericana ya ha asignado centenares de millones de dólares para robustecer la protección física de los objetivos nucleares de Rusia. Ello no sólo se debe al deseo de ayudarle a los rusos en estos difíciles tiempos. También existe cierto temor de que pueda disminuir el control sobre los arsenales nucleares rusos por la escasez de los recursos financieros y la "fuga de cerebros". Por ello, EE UU ha decidido aminorar esos riesgos y es justo que ahora quiera saber cómo se aprovechan los medios asignados. Por ejemplo, si ha sido construido un nuevo cerco alrededor del almacén de materiales nucleares, si han sido instaladas cámaras de video en las entradas de las instalaciones, si están equipados debidamente los puestos de control, etc. Además, cada acuerdo incluye unas cláusulas obligatorias sobre inspecciones, y para realizarlas, los estadounidenses vienen a Rusia."

Confirme aqui. Quem o afirma sabe do que fala e está autorizado a revelá-lo.

No Memorável de hoje:

- EUA vela por la seguridad de los objectivos nucleares rusos (Novosti, Moscovo)
- Parlamento do Kuwait bloqueia lei que daria voto às mulheres (BBC Brasil)
- La nouvelle génération du fado regarde outre-mer (Le Monde, Paris)
- La nave Mars Express despliega el radar Marsis (La Vanguardia, Barcelona)
- El Vaticano califica de «escándalo mundial» la ley del matrimonio homosexual española (ABC, Madrid)
- Parte continental regala dos pandas gigantes a Taiwan (Xinhua, Pequim)
- Parte continental levantará prohibición para turismo en Taiwan (Xinhua, Pequim)

É uma das 20 obras do pintor chinês Chen Yifei que ficam expostas e guardadas no museu privado a que o coleccionador chama Tesouro.

Chen Yifei morreu há pouco mais de 15 dias em Xhanghai, com 59 anos. Além de pintor, era realizador de cinema, desenhador de moda e publicitário. Vale a pena olhar os quadros e tentar resolver um problema complicado: o que é mais apaixonante, se os desenhos dos rostos, se as expressões, se as cores, se as roupas, se a harmonia dos conjuntos.

Andam por aí muitas “reflexões” sobre os blogs – as últimas que aqui chegaram estão neste texto de hoje do “Le Temps”, de Genève, sugestivamente intitulado "Les «blogs»: des mass media au média des masses?".

É fumo. Toda a gente da blogosfera sabe que blog não é “media”, nem “mass media”, nem “media das massas". Até porque, na sua esmagadora maioria, os milhões que já existem são completamente ignorados – ou “visitados" unicamente por 1 amigo ou por 1 curioso e distraído.

A maior parte dos blogs são Diários Íntimos – individuais ou colectivos, muito mais daqueles do que destes - publicados na rede porque é fácil e barato fazê-lo. Uns por puro exibicionismo, outros porque os autores gostam de dar a sua “boca” e fora da rede ninguém a quer.

Também há os Arquivos, género gaveta ou estante, ou Colecções de “objectos” do gosto de cada coleccionador. Os dois mais atraentes. E, alguns, muito úteis.

Há outros, ainda, mas sem qualquer interesse. Como papel a que cada um dá o destino que quer ou de que necessita por causa da enorme força interior das suas necessidades. Por vezes como que vulcânica. Mesmo tsunâmica.

Os editores da grande Imprensa paga têm, decididamente, que cavar noutra terra para encontrarem as minhocas que fazem com que tenham cada vez menos leitores. Não será porque as televisões dão, literalmente, quase tudo o que faz falta saber?

O Governo nomeou um general para chefe máximo da organização que vai coordenar o combate aos fogos nas matas. À entidade chamou "Autoridade Nacional para os Incêncios Florestais" e foi buscar o homem ao Exército.

Na planificação, uma boa medida.

Vamos agora esperar para ver se o nomeado põe 10 mil soldados a cumprir duas missões: a de limpar as matas, já na próxima semana, e, depois de limpas, a vigiá-las, com cada grupo de dois ou três militares equipados com meios que permitam abafar as chamas poucos minutos depois de elas terem deflagrado - seja onde for.

Se assim acontecer, não arderão este ano mais uns milhares de hectares de floresta, o general ganhará a batalha e o Governo exibirá os louros. Caso contrário, tudo não passou de um exerciciozinho com fogo real.

Inclino-me, intranquilo, para este lado.

"O trabalho"
A tarefa era simples: telefonar para cinco entidades, pedir às respectivas telefonistas para passarem as chamadas a determinada secção e fazer a pergunta a quem de cada uma atendesse. A resposta não requeria nenhuns conhecimentos especiais, era banal.

Telefonou, re-telefonou (os números, à primeira, e, nalguns casos, à segunda e à terceira, estavam ocupados) e quando as telefonistas atendiam do outro lado a nossa funcionária saudava-as - bom dia, boa tarde, como está, desculpe incomodá-la, ai tanto trabalho - e perguntava-lhes directamente o que o chefe lhe tinha mandado perguntar a cada secção, não à senhora dos telefones. A resposta, claro está, foi sempre a mesma: "olhe, não sei, isso não é comigo". Seguiu-se invariavelmente, da nossa, um "pronto", um "deixe lá", um outro "desculpe" e o desligar.

Levou ao chefe as respostas que reuniu. Ele, incrédulo, pediu-lhe para lhe contar tudo "tim tim por tim tim". Ela contou. E levou, logicamente, com gritaria em cima, além da ameaça de despedimento. Ficou muito chocada e, ciente dos seus direitos - sobre os quais se sentia bem informada porque às vezes ouvia umas partes do telejornal - justificou-se assim:

- Posso tê-lo feito mal, mas ao menos fiz o trabalho!

No Memorável de hoje:

- Les «blogs»: des mass media au média des masses? (Le Temps, Genève)
- El Gobierno se plantea suprimir los estudios de Historia del Arte como carrera universitaria (ABC, Madrid)
- Presidente chino pide promover "espíritu de trabajadores modelo" (Xinhua, Pequim)
- Nunca pensei, por Vasco Pulido Valente, (Público, Lisboa, 29 Abr 2005)
- A II Guerra, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 30 Abr 2005)
- Um lindo destino, por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa, 01 Mai 2005)

No Memorável de hoje:

- Planeta 2M1207B é o vermelho (BBC Brasil)
- Galicia en juego (ABC, Madrid)