terça-feira, novembro 30, 2004
Pormenores
A China decidiu começar a produzir em grande escala arroz transgénico. À planta tradicional será acrescentado um gene que produz a toxina Bt e o novo produto, além de dispensar o uso dos pesticidas tradicionais, será cultivado mais facilmente e dará maior rendimento. (AFP)
E será mais barato.
Uma óptima notícia para os milhões de pessoas que em todo o Mundo têm o arroz como base da alimentação. Além de uma foto bonita, só bonita, numa escala de bonita, bela, excelente, espectacular e única. Um pormenor na história deste 30 de Novembro. Que é de segurar, pois são as pequenas coisas bonitas - vistas, muitas, no correr dos dias, manhãs, tardes, noites e madrugadas - que nos fazem viver bem, alguns dizem "felizes". Não são as coisas belas, ou excepcionalmente belas, muito menos as únicas. Porque raras.
Pormenores. Circunstâncias particulares, particularidades, minúcias, minudências. Qualquer que seja.
Se
E agora? Agora, se Santana Lopes continuar como líder do PSD, José Sócrates será o novo Primeiro Ministro. Provavelmente com maioria absoluta.
O que não é o melhor para este País, mais uma vez fadado para tristes sinas.
O que não é o melhor para este País, mais uma vez fadado para tristes sinas.
Acabou
O Primeiro Ministro foi demitido pelo Presidente da República. Foram tantas as trapalhadas feitas por Santana Lopes em apenas 4 meses... que até Jorge Sampaio acabou por dar conta.
Recordes
No Memorável de hoje:
- Governo bate recordes negativos (Público, Lisboa)
- Referendo sobre a Constituição da UE é inconstitucional na Bélgica (Le Soir, Bruxelas)
- Le grand paradoxe de la céramique portugaise (Le Temps, Genève)
- Governo bate recordes negativos (Público, Lisboa)
- Referendo sobre a Constituição da UE é inconstitucional na Bélgica (Le Soir, Bruxelas)
- Le grand paradoxe de la céramique portugaise (Le Temps, Genève)
segunda-feira, novembro 29, 2004
Só degraus e capachos
Quanto às consequências da demissão de um ministro perfeitamente dispensável, cujo único peso político e técnico resultava do facto de dele se dizer que era "amigo" do Primeiro Ministro: pode ser o início da última derrocada dos governos PSD-PP.
Se assim for, o demissionário fica para a História com um crédito considerável. Apesar de, ingénuo, só agora ter ficado a saber - depois de inúmeros outros - que o sr. Lopes nunca teve amigos. Só degraus para subir e capachos para limpar as solas dos sapatos.
Se assim for, o demissionário fica para a História com um crédito considerável. Apesar de, ingénuo, só agora ter ficado a saber - depois de inúmeros outros - que o sr. Lopes nunca teve amigos. Só degraus para subir e capachos para limpar as solas dos sapatos.
Mesmo que são
O Primeiro Ministro considerou-se um bebé resultante de um parto difícil, que ainda tem de estar na incubadora. E queixou-se de membros da família; diz que em vez de o acarinharem - as palavras são dele - lhe dão estalos e pontapés quando passam pelo berço.
Perfeito. Pois é sabido - evidente, incontestável, verdade absoluta - que um País não pode ser governado por um recém-nascido, mesmo que são.
Perfeito. Pois é sabido - evidente, incontestável, verdade absoluta - que um País não pode ser governado por um recém-nascido, mesmo que são.
Quando
No Memorável de hoje:
- Quando o jornalismo não se respeita (Público, Lisboa)
- O busílis da arroba (Jornal do Brasil, Rio)
- Chirac ante Sarkozy (La Vanguardia, Barcelona)
- Quando o jornalismo não se respeita (Público, Lisboa)
- O busílis da arroba (Jornal do Brasil, Rio)
- Chirac ante Sarkozy (La Vanguardia, Barcelona)
domingo, novembro 28, 2004
Vamos lá
Abriu na cidade do Recife, no Brasil, o Centro de compras Paço Alfândega. Um centro comercial no antigo convento construído em 1720, que também albergou a alfândega de Pernambuco, foi armazém de açúcar e estava degradado a servir de estacionamento até há pouco tempo.
Ficou muito bom, a avaliar pelas imagens. Magnífico. Vamos lá.
Vale a pena
Reabriu a “Galeria de Apolo” do Museu do Louvre, em Paris, depois de três anos de obras de restauro. Foi criada no século XVII para sublinhar o poder do rei-sol francês, Luís XIV. A ideia do autor, Charles le Brun, era a de uma decoração com o movimento do sol no espaço e no tempo, mostrando água, terra, os signos do zodíaco, os meses e as horas.
Vale a pena assinalar a reabertura.
Más línguas
E nas pontas?
O "reforço da aliança da classe operária com os intelectuais e outras camadas intermédias" é o principal objectivo do novo secretário-geral do Partido Comunista, expresso hoje solenemente no XVII Congresso.
Para além de já não existir "classe operária", para além de os "intelectuais" – nesta classe incluídos os cientistas - estarem desde há milénios na vanguarda dos agentes do progresso da Humanidade, para além de não haver "camadas intermédias", quais serão as que no entender deste homem estão nas pontas, na de baixo e na de cima?
Perder tempo
O deputado Fernando Gomes deu o título "Ganhar tempo" a um artigo que escreve hoje no "Jornal de Notícias" e que começa assim:
"Em meados de Setembro do ano passado, reuniu em Cancún, no México, a 5ª Conferência Ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), no meio de uma tremenda contestação por parte de movimentos anti-globalização, de organizações não governamentais e de cidadãos agricultores oriundos de países pobres da África, Ásia e América do Sul."
Pois, ganhar tempo... mais de um ano depois. E depois de camponeses na miséria... terem arranjado dinheiro para pagar os transportes para e de Cancun e a estadia nesta estância!!!
Seria perder tempo continuar a leitura.
O "reforço da aliança da classe operária com os intelectuais e outras camadas intermédias" é o principal objectivo do novo secretário-geral do Partido Comunista, expresso hoje solenemente no XVII Congresso.
Para além de já não existir "classe operária", para além de os "intelectuais" – nesta classe incluídos os cientistas - estarem desde há milénios na vanguarda dos agentes do progresso da Humanidade, para além de não haver "camadas intermédias", quais serão as que no entender deste homem estão nas pontas, na de baixo e na de cima?
Perder tempo
O deputado Fernando Gomes deu o título "Ganhar tempo" a um artigo que escreve hoje no "Jornal de Notícias" e que começa assim:
"Em meados de Setembro do ano passado, reuniu em Cancún, no México, a 5ª Conferência Ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), no meio de uma tremenda contestação por parte de movimentos anti-globalização, de organizações não governamentais e de cidadãos agricultores oriundos de países pobres da África, Ásia e América do Sul."
Pois, ganhar tempo... mais de um ano depois. E depois de camponeses na miséria... terem arranjado dinheiro para pagar os transportes para e de Cancun e a estadia nesta estância!!!
Seria perder tempo continuar a leitura.
Candidatura
No Memorável de hoje, o texto que Vasco Pulido Valente publica no jornal "Público" e que intitulou A candidatura de Cavaco.
sábado, novembro 27, 2004
Sinais do atraso - 62
Por acaso
Só há 4 qualidades de maçã na Cooperativa (golden, starking, reineta e jonagold) e 2 empregadas a atender o público. Destas, 1 faz este serviço há uns 7 ou 8 anos.
O cliente quis saber se a jonagold ficava farinhenta e fez a pergunta àquela mesma senhora porque a outra estava ausente. Ela respondeu-lhe rápida, muito profissional: "Não, porque é ácida". Ele calou-se, mas já desconfiado pois três semanas antes a mesma dama tinha-lhe vendido laranjas podres com a garantia verbal de que eram muito boas e sumarentas.
Chegado a casa, foi testar a acidez da maçã comprada. Era doce, nada de ácida.
No dia seguinte voltou à Cooperativa - como que por acaso - puxou conversa com o chefe e descreveu-lhe a cena - como que por acaso - e insinuou-lhe - também como que por acaso - que talvez fosse melhor chamar a atenção da fulaninha.
Ele respondeu: "Para quê? Por acaso a mulher não come maçãs!"
Mas, pelos vistos não por acaso, serve - mal - o público que paga as maçãs.
Aliviar
A nova peixaria abriu portas há menos de 1 mês. Depois de obras, pinturas e equipamentos novinhos em folha - balcões, balanças, arcas frigoríficas, ar condicionado. Não tem janelas, só duas montras e a porta de entrada.
Nesta época do ano, pelo menos, o sol bate de chapa em 3 das arcas, no mínimo entre as 11h e as 13h. Talvez para aliviar o frio dos congelados, aquecendo-os.
Claro
A "Singer" abriu uma loja de 80 metros quadrados a uns 15 metros de uma da "Worten" com a área de 300 quadrados iguais.
Acresce que os electrodomésticos propostos por esta são em maior número, de qualidade idêntica e mais baratos do que os do seu novo vizinho. De quem, claro, se ri. Com riso contagioso.
Só há 4 qualidades de maçã na Cooperativa (golden, starking, reineta e jonagold) e 2 empregadas a atender o público. Destas, 1 faz este serviço há uns 7 ou 8 anos.
O cliente quis saber se a jonagold ficava farinhenta e fez a pergunta àquela mesma senhora porque a outra estava ausente. Ela respondeu-lhe rápida, muito profissional: "Não, porque é ácida". Ele calou-se, mas já desconfiado pois três semanas antes a mesma dama tinha-lhe vendido laranjas podres com a garantia verbal de que eram muito boas e sumarentas.
Chegado a casa, foi testar a acidez da maçã comprada. Era doce, nada de ácida.
No dia seguinte voltou à Cooperativa - como que por acaso - puxou conversa com o chefe e descreveu-lhe a cena - como que por acaso - e insinuou-lhe - também como que por acaso - que talvez fosse melhor chamar a atenção da fulaninha.
Ele respondeu: "Para quê? Por acaso a mulher não come maçãs!"
Mas, pelos vistos não por acaso, serve - mal - o público que paga as maçãs.
Aliviar
A nova peixaria abriu portas há menos de 1 mês. Depois de obras, pinturas e equipamentos novinhos em folha - balcões, balanças, arcas frigoríficas, ar condicionado. Não tem janelas, só duas montras e a porta de entrada.
Nesta época do ano, pelo menos, o sol bate de chapa em 3 das arcas, no mínimo entre as 11h e as 13h. Talvez para aliviar o frio dos congelados, aquecendo-os.
Claro
A "Singer" abriu uma loja de 80 metros quadrados a uns 15 metros de uma da "Worten" com a área de 300 quadrados iguais.
Acresce que os electrodomésticos propostos por esta são em maior número, de qualidade idêntica e mais baratos do que os do seu novo vizinho. De quem, claro, se ri. Com riso contagioso.
Não é consolação
No Memorável de hoje:
- Bagão vai ao fundo (Jornal de Negócios, Lisboa)
- Não é consolação por Vasco Pulido Valente, Lisboa
- Não quer, não pode e não sabe (Jornal do Brasil, Rio)
- Deserto chinês esconde grandes reservas de água (Ambiente Brasil)
- Bagão vai ao fundo (Jornal de Negócios, Lisboa)
- Não é consolação por Vasco Pulido Valente, Lisboa
- Não quer, não pode e não sabe (Jornal do Brasil, Rio)
- Deserto chinês esconde grandes reservas de água (Ambiente Brasil)
sexta-feira, novembro 26, 2004
Nada
Carlos Carvalhas demitiu-se há meses das funções de secretário-geral dos comunistas. Supunha-se que tivesse ido embora .
Mas não. Inaugurou hoje os discursos do XVII Congresso, com um de hora e meia durante o qual falou de tudo, inclusive do que o PCP deveria ser a partir de amanhã.
Foi o testamento? Não, não deixou nada.
Mas não. Inaugurou hoje os discursos do XVII Congresso, com um de hora e meia durante o qual falou de tudo, inclusive do que o PCP deveria ser a partir de amanhã.
Foi o testamento? Não, não deixou nada.
Ilusionista
Com a integração na Caixa Geral de Aposentações dos fundos de pensões da ANA , NAV e Casa da Moeda (547 milhões de euros) e parte do fundo de pensões da Caixa Geral de Depósitos, o ministro das Finanças diz que "encaixou" 1,9 mil milhões de euros e que "retirou" 1,4 por cento ao défice público.
Ilusionista. O dinheiro estava todo no bolso da camisa, passou todo para o bolso das calças... e ele quer fazer-nos ver que nessa curta viagem pagou parte do calote.
Ilusionista. O dinheiro estava todo no bolso da camisa, passou todo para o bolso das calças... e ele quer fazer-nos ver que nessa curta viagem pagou parte do calote.
A morte
No Memorável de hoje:
- ONG's perseguidas no Zimbabué (Deutsche Welle, Bona)
- Adeus, Lula? (Jornal do Brasil, Rio)
- As contas do colar de erros (Jornal do Brasil, Rio)
- Le politique et la mort (Le Monde, Paris)
- ONG's perseguidas no Zimbabué (Deutsche Welle, Bona)
- Adeus, Lula? (Jornal do Brasil, Rio)
- As contas do colar de erros (Jornal do Brasil, Rio)
- Le politique et la mort (Le Monde, Paris)
quinta-feira, novembro 25, 2004
Nada foi partilhado pela Turquia!
Giscard d'Estaing assina hoje no "Le Figaro" um notável "não" à integração da Turquia na União Europeia.
Claro, directo e conciso. Duas citações:
A - La Turquie est-elle un «Etat européen» ? L'Atlas du National Geographic Magazine fait figurer la Turquie dans sa section consacrée à l'Asie. Il est vrai que la Turquie dispose encore d'une petite enclave européenne, mais celle-ci ne représente que 5% de son territoire, et 8% de sa population. Le reste est situé en Asie, sur le plateau d'Anatolie où le fondateur de la Turquie moderne, Kemal Atatürk, a choisi de déplacer la capitale du pays.
La Turquie a une courte frontière avec ses deux voisins européens, la Grèce et la Bulgarie ; une très longue avec les pays du Moyen-Orient qui faisaient partie de l'Empire ottoman, la Syrie et l'Irak ; et enfin une frontière commune avec l'Iran et l'Arménie. Les Turcs disposent d'une langue et d'une culture propres. La langue ne fait pas partie de la grande famille des langues indo-européennes.
B - Les Européens ont besoin de fortifier leur identité. Il ne pourra exister de «patriotisme européen» qu'à partir du moment où les citoyens européens prendront conscience d'appartenir à un même ensemble.
La Convention européenne a cherché à mieux définir les fondements de cet ensemble : les apports culturels de la Grèce et de la Rome antiques, l'héritage religieux qui a imprégné la vie de l'Europe, l'élan créateur de la Renaissance, la philosophie du siècle des Lumières, les apports de la pensée rationnelle et scientifique. Aucun de ces éléments n'a été partagé par la Turquie. Le fait de le constater n'implique pas de jugement péjoratif ! La Turquie a développé en parallèle sa propre histoire et sa propre culture qui appellent le respect. Mais constatons objectivement que les fondements identitaires, si nécessaires aujourd'hui à la cohésion de l'Union européenne, sont différents.
O resto também é para ler. Ainda lá há outros argumentos para fazer face aos barões de Bruxelas e a muitos peões deste pobre Condado Portucalense.
Claro, directo e conciso. Duas citações:
A - La Turquie est-elle un «Etat européen» ? L'Atlas du National Geographic Magazine fait figurer la Turquie dans sa section consacrée à l'Asie. Il est vrai que la Turquie dispose encore d'une petite enclave européenne, mais celle-ci ne représente que 5% de son territoire, et 8% de sa population. Le reste est situé en Asie, sur le plateau d'Anatolie où le fondateur de la Turquie moderne, Kemal Atatürk, a choisi de déplacer la capitale du pays.
La Turquie a une courte frontière avec ses deux voisins européens, la Grèce et la Bulgarie ; une très longue avec les pays du Moyen-Orient qui faisaient partie de l'Empire ottoman, la Syrie et l'Irak ; et enfin une frontière commune avec l'Iran et l'Arménie. Les Turcs disposent d'une langue et d'une culture propres. La langue ne fait pas partie de la grande famille des langues indo-européennes.
B - Les Européens ont besoin de fortifier leur identité. Il ne pourra exister de «patriotisme européen» qu'à partir du moment où les citoyens européens prendront conscience d'appartenir à un même ensemble.
La Convention européenne a cherché à mieux définir les fondements de cet ensemble : les apports culturels de la Grèce et de la Rome antiques, l'héritage religieux qui a imprégné la vie de l'Europe, l'élan créateur de la Renaissance, la philosophie du siècle des Lumières, les apports de la pensée rationnelle et scientifique. Aucun de ces éléments n'a été partagé par la Turquie. Le fait de le constater n'implique pas de jugement péjoratif ! La Turquie a développé en parallèle sa propre histoire et sa propre culture qui appellent le respect. Mais constatons objectivement que les fondements identitaires, si nécessaires aujourd'hui à la cohésion de l'Union européenne, sont différents.
O resto também é para ler. Ainda lá há outros argumentos para fazer face aos barões de Bruxelas e a muitos peões deste pobre Condado Portucalense.
No "Dia de Natal"
Do jornal "ABC": España y Estados Unidos dieron ayer los primeros pasos para reconducir una relación que se había visto afectada por la nueva orientación de la política exterior que ha adoptado el Ejecutivo socialista. Los Reyes recibieron una cálida acogida del presidente George W. Bush, quien se prodigó en gestos de simpatía y afecto.
Bush convidou os Reis de Espanha para almoçarem em sua casa no "Dia de Natal" americano. Valente estalada de luva branca na cara de Zapatero, primeiro ministro espanhol que do presidente americano nem mereceu um curto e seco telefonema a agradecer os parabéns - formais - pela vitória eleitoral.
Bush convidou os Reis de Espanha para almoçarem em sua casa no "Dia de Natal" americano. Valente estalada de luva branca na cara de Zapatero, primeiro ministro espanhol que do presidente americano nem mereceu um curto e seco telefonema a agradecer os parabéns - formais - pela vitória eleitoral.
Tradução
O presidente da Associação Nacional de Municípios disse à comunicação social, em politiguês, que concordava com a introdução de portagens à entrada de veículos nas grandes cidades, salientando que esta decisão só faz sentido se houver um sistema alternativo de transportes e condições de estacionamento à entrada das cidades.
Tradução: o sacana quer sacar mais dinheiro dos nossos sacos, mas sabe que agora - a menos de 1 ano das eleições autárquicas - não pode fazer tal sacanagem.
Tradução: o sacana quer sacar mais dinheiro dos nossos sacos, mas sabe que agora - a menos de 1 ano das eleições autárquicas - não pode fazer tal sacanagem.
Legislar sobre o fim da vida
No Memorável de hoje:
- Descubren 13 000 nuevas especies en el fondo del mar (El Mundo, Madrid)
- Ervas e insectos na guerra contra o terrorismo (Jornal do Brasil, Rio)
- La irresistible ascensión del populismo (ABC, Madrid)
- Une loi por réglementer la fin de vie (Le Figaro, Paris)
- Turquie: pour le retour à la raison (Le Figaro, Paris)
- Descubren 13 000 nuevas especies en el fondo del mar (El Mundo, Madrid)
- Ervas e insectos na guerra contra o terrorismo (Jornal do Brasil, Rio)
- La irresistible ascensión del populismo (ABC, Madrid)
- Une loi por réglementer la fin de vie (Le Figaro, Paris)
- Turquie: pour le retour à la raison (Le Figaro, Paris)
quarta-feira, novembro 24, 2004
Crueldade
Está feita...
Nos últimos dias têm por aí esvoaçado - em voo rasante - alguns passarões a palavrear sobre uma coligação pré-eleitoral entre PSD e PP nas Legislativas de 2006. Com argumento contrário, o de que os partidos devem concorrer sozinhos para cada um poder contar sem problemas as ovelhas do seu rebanho.
Como a contagem está feita há mais de vinte anos, é lícito concluir que nos estão a mentir. Talvez não deliberadamente.
Não se entende bem porquê. Mas devem estar a voar baixo por mera estupidez, pois toda a gente sabe que o conjunto PSD-PP é maior que a soma das suas partes. Além de que, isolado, o PSD reunirá menos votos que o PS, segundo as sondagens.
O que talvez nem seja mau, se não houver - claro - outra forma de ver as costas dos santanetes e das santanetas, logo a seguir às do regente desta banda.
Como a contagem está feita há mais de vinte anos, é lícito concluir que nos estão a mentir. Talvez não deliberadamente.
Não se entende bem porquê. Mas devem estar a voar baixo por mera estupidez, pois toda a gente sabe que o conjunto PSD-PP é maior que a soma das suas partes. Além de que, isolado, o PSD reunirá menos votos que o PS, segundo as sondagens.
O que talvez nem seja mau, se não houver - claro - outra forma de ver as costas dos santanetes e das santanetas, logo a seguir às do regente desta banda.
Silêncio
O Primeiro Ministro deu ontem uma entrevista à TV pública. A seguir, alguns cidadãos comentaram as suas frases.
Só aconteceu isto.
O normal, pois o homem não disse nada de novo e os comentadores nada de novo disseram.
Só se estranha que alguns, os críticos, percam tempo com o criticado e esqueçam que há casos - como este - em que o silêncio vale muito ouro.
É que se ninguém disser nada do personagem, o personagem não aguenta e o seu teatro acaba mais depressa.
Só aconteceu isto.
O normal, pois o homem não disse nada de novo e os comentadores nada de novo disseram.
Só se estranha que alguns, os críticos, percam tempo com o criticado e esqueçam que há casos - como este - em que o silêncio vale muito ouro.
É que se ninguém disser nada do personagem, o personagem não aguenta e o seu teatro acaba mais depressa.
"On-line"
No Memorável de hoje:
- Um fabuloso Museu do Holocausto "on-line" (Le Soir, Bruxelas)
- Língua portuguesa, uma disciplina fora de moda (Jornal do Brasil, Rio)
- Golfinhos salvam nadadores-salvadores (BBC Brasil)
- Reciclar até a água dos esgotos (Ambiente Brasil)
- Um fabuloso Museu do Holocausto "on-line" (Le Soir, Bruxelas)
- Língua portuguesa, uma disciplina fora de moda (Jornal do Brasil, Rio)
- Golfinhos salvam nadadores-salvadores (BBC Brasil)
- Reciclar até a água dos esgotos (Ambiente Brasil)
terça-feira, novembro 23, 2004
Adeus
Está a nascer o último sol para milhões de seres vivos. Amanhã decorre a principal festa familiar nos EUA; daqui a 30 dias será Natal em muitas outras partes do planeta Terra. Milhões de perús deixarão de viver.
Imagino este casal a dizer, ternamente, adeus. (AFP)
"Inrigor"
Uma dirigente de uma ONG, decidida e excitada, dizia hoje na TSF, com a cumplicidade militante do apresentador de serviço às 12h30, que enquanto houver desigualdades - sociais, económicas, culturais, políticas - entre homens e mulheres, estas são mais vítimas do VIH do que aqueles. Isto é, apanham a SIDA com mais facilidade e ficam doentes em maior número. "Sem dúvida nenhuma", insistia.
Tinha sido bom remédio - calmante para tamanho ataque - alguém ter perguntado aos dois se aquilo acontece porque as mulheres fazem sexo mais vezes com parceiros diferentes e sem preservativo ou se elas se drogam mais vezes com seringas infectadas. E também como fizeram a contagem para chegarem àquelas conclusões.
É grave. Uma das doenças da Democracia, como se sabe, são alguns políticos. Outra, alguns entrevistados e alguns entrevistadores. Os três com um sintoma comum: a falta de rigor ou - chamemos-lhe assim que é nome melhor para pandemia - o "inrigor".
Tinha sido bom remédio - calmante para tamanho ataque - alguém ter perguntado aos dois se aquilo acontece porque as mulheres fazem sexo mais vezes com parceiros diferentes e sem preservativo ou se elas se drogam mais vezes com seringas infectadas. E também como fizeram a contagem para chegarem àquelas conclusões.
É grave. Uma das doenças da Democracia, como se sabe, são alguns políticos. Outra, alguns entrevistados e alguns entrevistadores. Os três com um sintoma comum: a falta de rigor ou - chamemos-lhe assim que é nome melhor para pandemia - o "inrigor".
E se não?
Ouviu-se o ministro da Saúde admitir processar a Tabaqueira, no caso de se confirmar a existência de um pesticida cancerígeno nos cigarros da linha "SG".
E se não se confirmar? O membro do governo concluirá que - sem o pesticida - o tabaco não contém outras substâncias que provocam cancro?
Não se sabe. Mas talvez. Pois deve ser porque fumar não prejudica gravemente a saúde que a fábrica nunca foi processada pelo governante e que o Estado continua a lucrar muitos cêntimos por cada maço fumado...
Hipócritas e sem vergonha, há tipos que insistem em falar connosco como se fossemos estúpidos e imbecis.
E se não se confirmar? O membro do governo concluirá que - sem o pesticida - o tabaco não contém outras substâncias que provocam cancro?
Não se sabe. Mas talvez. Pois deve ser porque fumar não prejudica gravemente a saúde que a fábrica nunca foi processada pelo governante e que o Estado continua a lucrar muitos cêntimos por cada maço fumado...
Hipócritas e sem vergonha, há tipos que insistem em falar connosco como se fossemos estúpidos e imbecis.
Ucraniana
No Memorável de hoje:
- O que diz a China aos cubanos (Granma, Havana)
- Barroso, embarrado (ABC, Madrid)
- Démocratie ukrainienne (Le Figaro, Paris)
- Ar é mais pesado do que se pensava (BBC Brasil)
- O que diz a China aos cubanos (Granma, Havana)
- Barroso, embarrado (ABC, Madrid)
- Démocratie ukrainienne (Le Figaro, Paris)
- Ar é mais pesado do que se pensava (BBC Brasil)
segunda-feira, novembro 22, 2004
Musulmanes europeos - Eurabia
No Memorável de hoje:
- O que dizem aos cubanos sobre a China (Granma, Havana)
- Espermograma (Granma, Havana)
- Musulmanes europeos (La Vanguardia, Barcelona)
- O que dizem aos cubanos sobre a China (Granma, Havana)
- Espermograma (Granma, Havana)
- Musulmanes europeos (La Vanguardia, Barcelona)
domingo, novembro 21, 2004
A última acção naval portuguesa
Há exactamente 34 anos, às oito da noite de 21 de Novembro de 1970, sábado, uma força naval portuguesa chegava às imediações de Conakri. Vinte minutos depois, os navios dispersavam para darem início a várias acções militares naquela capital.
A operação tinha o nome "Mar Verde". Para o historiador militar Saturnino Monteiro "o ataque a Conakry de 22 de Novembro de 1970 foi a única operação realizada pela nossa armada desde a batalha do cabo de São Vicente (1833) com implicações de ordem estratégica, isto é, com possibilidade de alterar o curso da guerra. Foi também a última acção naval em que os Portugueses tiraram partido do domínio do mar para tentar ganhar uma guerra.
Como é evidente, a grande figura do ataque a Conakry foi o comandante Alpoim Calvão, um dos mais notáveis marinheiros militares portugueses dos últimos séculos, cujas acções na Guiné nos fazem vir à lembrança aqueles rudes e indómitos cavaleiros de outros tempos, sempre prontos para lutar em terra ou no mar, sem olhar a dificuldades nem à escassez de meios, e que foram os principais obreiros do Império, império que, como todos os impérios, tinha necessariamente de acabar um dia, mas que bem podia e devia ter tido um fim menos triste".
Saturnino Monteiro descreve detalhadamente a operação em "Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa". O texto pode também ser lido aqui, na Senegâmbia.
A operação tinha o nome "Mar Verde". Para o historiador militar Saturnino Monteiro "o ataque a Conakry de 22 de Novembro de 1970 foi a única operação realizada pela nossa armada desde a batalha do cabo de São Vicente (1833) com implicações de ordem estratégica, isto é, com possibilidade de alterar o curso da guerra. Foi também a última acção naval em que os Portugueses tiraram partido do domínio do mar para tentar ganhar uma guerra.
Como é evidente, a grande figura do ataque a Conakry foi o comandante Alpoim Calvão, um dos mais notáveis marinheiros militares portugueses dos últimos séculos, cujas acções na Guiné nos fazem vir à lembrança aqueles rudes e indómitos cavaleiros de outros tempos, sempre prontos para lutar em terra ou no mar, sem olhar a dificuldades nem à escassez de meios, e que foram os principais obreiros do Império, império que, como todos os impérios, tinha necessariamente de acabar um dia, mas que bem podia e devia ter tido um fim menos triste".
Saturnino Monteiro descreve detalhadamente a operação em "Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa". O texto pode também ser lido aqui, na Senegâmbia.
Cabeça perdida
Vale a pena ler o texto com que o jornal "La Vanguardia" celebra a vitória de ontem do Barcelona sobre o Real Madrid por 3-0. É um exemplo perfeito de uma cabeça perdida por uma equipa num jogo de futebol.
"Depressão"
No Memorável de hoje:
- A "depressão" portuguesa por Vasco Pulido valente (Público, Lisboa)
- Provocações por António Barreto (Público, Lisboa)
- Noche maravillosa del Barça (La Vanguardia, Barcelona)
- A "depressão" portuguesa por Vasco Pulido valente (Público, Lisboa)
- Provocações por António Barreto (Público, Lisboa)
- Noche maravillosa del Barça (La Vanguardia, Barcelona)
sábado, novembro 20, 2004
Nova iconografia
Inaugurada ontem em Londres no Institute of Contemporary Arts, a exposição "100 Artists See God" reúne obras que giram em torno do tema religião. Esta nova iconografia pode ser visitada até 9 de Janeiro.
Ainda não sei se algum dos 100 pintores vê Alá e, se sim, com que traços e com que cores o descreve. Também acho que seria muito interessante conhecer-se a imagem a que rezam Bin Laden e os seus islamitas suicidas. (Bom, melhor ainda seria ver o rosto de parvo da "alma" de um qualquer deles chegado lá acima depois de se explodir e ter ficado cá em baixo com o corpo em pedaços. Por não ver nada, nem Alá, nem as dezenas de virgens, nem a felicidade prometida.)
A foto mostra a obra "God Luck!" de um tipo chamado Luciano Perna, com a sua visão do divino centralizada na eterna e nunca respondida questão biológica, física, metafísica e teológica de saber quem nasceu primeiro, se o ovo se a galinha.
Boa representação de deus, apesar de para mim a divindade ser fruto criado pela imaginação do homem.
Para cérebros normais
Parece que o Presidente da República vetou uma proposta do governo sobre a criação de uma "Central de Comunicação" destinada a informar jornalistas, redacções e cidadãos em geral sobre as actividades e as intenções dos ministros.
É estranho.
- Porque é que ao governo era necessária uma autorização presidencial?
- Porque é que ao governo não bastava a velha Direcção Geral da Comunicação Social?
- Porque é que ao governo não eram suficientes os assessores que já existem?
- Porque é que ao governo não convém que 1 deles coordene os outros 100 ou 200?
Muito estranho.
- Será que o PR agiu assim em defesa da economia nacional?
- Será que o PR prefere que seja contratada uma empresa privada?
- Será que o PR não quer que o governo influa na Comunicação Social?
- Será que o PR vai extinguir o seu próprio gabinete de propaganda?
Muito, muito estranho.
- Poderá acontecer que o PR pense que aquele seu gabinete não é de propaganda?
- Poderá acontecer que o PR não queira mais propaganda do governo?
- Poderá acontecer que o PR queira igualdade noticiosa entre governo e oposição?
- Poderá acontecer que o PR tema que a oposição não tenha dinheiro para uma central?
Estranhíssimo para cérebros normais. Trapalhadas & Trapalhões.
É estranho.
- Porque é que ao governo era necessária uma autorização presidencial?
- Porque é que ao governo não bastava a velha Direcção Geral da Comunicação Social?
- Porque é que ao governo não eram suficientes os assessores que já existem?
- Porque é que ao governo não convém que 1 deles coordene os outros 100 ou 200?
Muito estranho.
- Será que o PR agiu assim em defesa da economia nacional?
- Será que o PR prefere que seja contratada uma empresa privada?
- Será que o PR não quer que o governo influa na Comunicação Social?
- Será que o PR vai extinguir o seu próprio gabinete de propaganda?
Muito, muito estranho.
- Poderá acontecer que o PR pense que aquele seu gabinete não é de propaganda?
- Poderá acontecer que o PR não queira mais propaganda do governo?
- Poderá acontecer que o PR queira igualdade noticiosa entre governo e oposição?
- Poderá acontecer que o PR tema que a oposição não tenha dinheiro para uma central?
Estranhíssimo para cérebros normais. Trapalhadas & Trapalhões.
Como sair "disto"?
No Memorável de hoje:
- O fim da aventura por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- Como sair "disto"? por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- Sharon ofrece negociar sin condiciones (La Vanguardia, Barcelona)
- Bill Gates augura que el "correo basura" estará controlado en dos años (La Vanguardia, Barcelona)
- O fim da aventura por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- Como sair "disto"? por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- Sharon ofrece negociar sin condiciones (La Vanguardia, Barcelona)
- Bill Gates augura que el "correo basura" estará controlado en dos años (La Vanguardia, Barcelona)
sexta-feira, novembro 19, 2004
O túnel mais longo
Um camião transporta cimento no interior do futuro mais longo túnel ferroviário do mundo. (AP) Dentro de alguns anos ligará a Suiça à Itália sem que os passageiros vejam um único monte alpino e a viagem demorará cerca de 30 minutos.
Vou ser capaz de a fazer. Está dito e só eu sei o que verdadeiramente me custa tal promessa.
Mais que outros
Na foto da esquerda (AFP), o crâneo encontrado na Catalunha; na imagem da direita, uma construção que no jornal ABC tem a seguinte legenda:
"La nueva especie «Pierolapithecus catalaunicus» forma parte del grupo que originó a los grandes simios vivientes: gorilas, chimpancés, orangutanes y humanos."
Está certo, embora na sub-categoria dos símios humanos... haja uns mais macacos que outros. (Outras informações)
Shidua
Shidua é o título de uma nova antologia de poesia erótica que está a ser publicada na rede ao ritmo de um poema por dia.
A iniciativa parece prometedora - o autor diz que será mais rica que as de Natália Correia, Eugénio de Andrade e da Universitária Editora, esta última esgotada - mas só daqui a meses se poderá ter uma ideia formada sobre o valor da colecção.
A iniciativa parece prometedora - o autor diz que será mais rica que as de Natália Correia, Eugénio de Andrade e da Universitária Editora, esta última esgotada - mas só daqui a meses se poderá ter uma ideia formada sobre o valor da colecção.
Não
Foi esta a pergunta que os pequenos e apagados cérebros do PSD e do PS construiram para colocarem aos portugueses no referendo sobre a Constituição da UE:
Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?
Vamos ao articulado da maioria.
Capítulo I
Da teoria
Artigo 1º - Não conheço a Carta de Direitos Fundamentais.
Artigo 2º - Não conheço a regra das votações por maioria qualificada.
Artigo 3º - Não conheço o novo quadro institucional da UE
Artigo 4º - Não conheço os termos constantes do documento.
Artigo 5º - Não conheço quem conheça aquilo detalhadamente.
Capítulo II
Da técnica
Artigo 1º - Não sei para que é uma pergunta tão grande para uma resposta de três letras.
Artigo 2º - Não sei como votar ("sim" ou "não"?) no caso de concordar com a "Carta" mas discordar da "regra" e do "quadro".
Artigo 3º - Não sei como votar ("sim" ou "não"?) no caso de concordar com duas e discordar de uma.
Artigo 4º - Não sei porque me perguntam aquelas três coisas.
Artigo 5º - Não sei se há mais coisas a perguntar além daquelas.
Capitulo III
Do motivo
Artigo único - Não sei porque não me perguntam se aceito ou não a Constituição da UE.
Capítulo IV
Da necessidade
Artigo 1º - Não concordo com nada.
Artigo 2º - Não é preciso que a UE tenha uma Constituição.
Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?
Vamos ao articulado da maioria.
Capítulo I
Da teoria
Artigo 1º - Não conheço a Carta de Direitos Fundamentais.
Artigo 2º - Não conheço a regra das votações por maioria qualificada.
Artigo 3º - Não conheço o novo quadro institucional da UE
Artigo 4º - Não conheço os termos constantes do documento.
Artigo 5º - Não conheço quem conheça aquilo detalhadamente.
Capítulo II
Da técnica
Artigo 1º - Não sei para que é uma pergunta tão grande para uma resposta de três letras.
Artigo 2º - Não sei como votar ("sim" ou "não"?) no caso de concordar com a "Carta" mas discordar da "regra" e do "quadro".
Artigo 3º - Não sei como votar ("sim" ou "não"?) no caso de concordar com duas e discordar de uma.
Artigo 4º - Não sei porque me perguntam aquelas três coisas.
Artigo 5º - Não sei se há mais coisas a perguntar além daquelas.
Capitulo III
Do motivo
Artigo único - Não sei porque não me perguntam se aceito ou não a Constituição da UE.
Capítulo IV
Da necessidade
Artigo 1º - Não concordo com nada.
Artigo 2º - Não é preciso que a UE tenha uma Constituição.
Paradoxo
No Memorável de hoje:
- A ETA le gusta la confusión socialista (ABC, Madrid)
- Paradoxo do santanismo (Jornal de Negócios, Lisboa)
- El "eslabón perdido" es catalán (El Mundo, Madrid)
- A ETA le gusta la confusión socialista (ABC, Madrid)
- Paradoxo do santanismo (Jornal de Negócios, Lisboa)
- El "eslabón perdido" es catalán (El Mundo, Madrid)
quinta-feira, novembro 18, 2004
Parece
As tropas de Pyongyang treinam-se para fazer face a um eventual ataque americano, ao som da propaganda habitual do regime de Kim Jong-II. (EPA)
Ele diz-lhes que, depois do Afeganistão e do Iraque, a Coreia do Norte e o Irão poderão ser os próximos. Mas a realidade que a foto revela - fardas, bandeiras e armamento - parece a de meados do século passado.
Todos, a todos
Vale a pena recordar. A todos, os bem e os mal intencionados, os cínicos, os distraídos e os ignorantes. Agora, no meio da actual gritaria sobre pressões de ministros em cima de televisões e relatórios da "Alta Autoridade".
Quanto mais não seja, para lançar mais uma acha para a fogueira em que todos queimam as extremidades - políticos, gestores e jornalistas.
Aconteceu em 1980: Francisco Sá Carneiro, primeiro ministro, incomodado com o não alinhamento da RTP com as teses da Aliança Democrática, enviou para Director de Informação o seu Adjunto para a Comunicação Social nacional.
É assim. Todos os governos - do PSD, do PP, do PS, do PCP, do BE - querem controlar jornais, rádios e tv's. E, para isso, fazem o que sabem. Só aqui, na sabedoria e no consequente índice de eficácia, pode haver alguma diferença.
Quanto mais não seja, para lançar mais uma acha para a fogueira em que todos queimam as extremidades - políticos, gestores e jornalistas.
Aconteceu em 1980: Francisco Sá Carneiro, primeiro ministro, incomodado com o não alinhamento da RTP com as teses da Aliança Democrática, enviou para Director de Informação o seu Adjunto para a Comunicação Social nacional.
É assim. Todos os governos - do PSD, do PP, do PS, do PCP, do BE - querem controlar jornais, rádios e tv's. E, para isso, fazem o que sabem. Só aqui, na sabedoria e no consequente índice de eficácia, pode haver alguma diferença.
Os políticos
No Memorável de hoje:
- Esquizofrenia orçamental (Jornal de Negócios, Lisboa)
- O que está errado? (Jornal de Negócios, Lisboa)
- Crise da democracia: os políticos (Jornal do Brasil, Rio)
- Una explosión en Costa del Marfim (ABC, Madrid)
- O Sol mais quente dos últimos 8 mil anos (Ambiente Brasil)
- Água do Pólo Norte era "tropical" há 55 milhões de anos (Ambiente Brasil)
- Esquizofrenia orçamental (Jornal de Negócios, Lisboa)
- O que está errado? (Jornal de Negócios, Lisboa)
- Crise da democracia: os políticos (Jornal do Brasil, Rio)
- Una explosión en Costa del Marfim (ABC, Madrid)
- O Sol mais quente dos últimos 8 mil anos (Ambiente Brasil)
- Água do Pólo Norte era "tropical" há 55 milhões de anos (Ambiente Brasil)
quarta-feira, novembro 17, 2004
De cirrose
No Memorável de hoje:
- Voar a 10 vezes a velocidade do som (BBC Brasil)
- Arafat morreu de cirrose? (Le Monde, Paris)
- O bolso dos europeus por Vasco Graça Moura (Diário de Notícias, Lisboa)
- Voar a 10 vezes a velocidade do som (BBC Brasil)
- Arafat morreu de cirrose? (Le Monde, Paris)
- O bolso dos europeus por Vasco Graça Moura (Diário de Notícias, Lisboa)
terça-feira, novembro 16, 2004
Por igual
O tiro de misericórdia de um soldado americano num cidadão iraquiano está a ter hoje - e continuará seguramente nos próximos dias - maior "sucesso" mediático que o assassinato a sangue frio da refém britânico-iraquiana Margaret Hassan por um grupo terrorista islamita.
Condeno os dois, por igual. Mas com um sublinhado: a senhora era uma civil que dirigia uma organização filo-árabe e o homem um guerreiro cuja missão era matar o maior número de guerreiros dos EUA, Inglaterra e aliados.
Ainda
O Supremo Tribunal de Justiça acaba de dizer que o primeiro juiz do caso de pedofilia conhecido como "Casa Pia" foi nomeado ilegalmente e que, por isso, tudo o que fez e mandou fazer não interessa nada. Não porque tenha sido mal feito; apenas porque Rui Teixeira não devia ter sido nomeado para o processo.
A nomeação tem já perto de dois anos, o magistrado trabalhou naquilo mais de um, e ainda se diz que aqui há Justiça.
A nomeação tem já perto de dois anos, o magistrado trabalhou naquilo mais de um, e ainda se diz que aqui há Justiça.
Ficar a dever
Segundo o CM, o "ministro das Finanças deu ordem a todos os ministérios, institutos e serviços públicos para congelarem as despesas nos meses de Novembro e Dezembro. Alguns serviços estão mesmo cortar nas despesas orçamentadas."
Como é óbvio, não é possível. O homem só deve ter mandado ficar a dever os fornecimentos - como é "normal" no Estado vigarista que multa os cidadãos por se atrasarem 1 dia na entrega do seu próprio dinheiro. A que chama imposto e que realmente não podia ter designação mais apropriada, pois somos obrigados a aceitá-lo e a pagá-lo.
Como é óbvio, não é possível. O homem só deve ter mandado ficar a dever os fornecimentos - como é "normal" no Estado vigarista que multa os cidadãos por se atrasarem 1 dia na entrega do seu próprio dinheiro. A que chama imposto e que realmente não podia ter designação mais apropriada, pois somos obrigados a aceitá-lo e a pagá-lo.
Inebriado
Sobre a falada "crise" na coligação na sequência do congresso do PSD:
1 - Desde a Aliança Democrática (AD) de 1979 que são conflituosas as relações entre o PSD e o PP (na altura CDS) em aliança governativa.
2 - Tem sido como um namoro em que há sexo uma vez por mês.
3 - Nos outros 29 dias, ou co-habitam, ou conversam, ou estão amuados, ou brigam.
4 - Nenhum deles rompe a ligação porque têm precisado um do outro para pagar a renda do apartamento e aguentarem-se à frente da pequena empresa familiar - contra os irmãos, primos e sobrinhos que lhes querem tirar o lugar.
5 - Mas não casam porque não há confiança, nem a mesma ideia entre eles, nem planos idênticos para o futuro.
6 - O chefe actual do PSD anda completamente inebriado com o poder e as mordomias do mesmo.
7 - De tal maneira que sonha obter a maioria absoluta dos votos nas eleições de daqui a dois anos - ou antes - e ficar lá uma década.
8 - Para o que está a preparar todas as bagagens e a começar a caminhar à frente com o PP uns metros atrás.
9 - Também já sabe como deitar fora a aliança e só espera pela melhor oportunidade.
10 - Se ela demorar, não há problema: ele fá-la chegar mais depressa rasteirando ou dando umas facadas nas costas do parceiro. Evidentemente que dizendo que ele escorregou acidentalmente, caiu de costas, teve o azar de se ferir num qualquer objecto e, infelizmente, ficou inválido.
1 - Desde a Aliança Democrática (AD) de 1979 que são conflituosas as relações entre o PSD e o PP (na altura CDS) em aliança governativa.
2 - Tem sido como um namoro em que há sexo uma vez por mês.
3 - Nos outros 29 dias, ou co-habitam, ou conversam, ou estão amuados, ou brigam.
4 - Nenhum deles rompe a ligação porque têm precisado um do outro para pagar a renda do apartamento e aguentarem-se à frente da pequena empresa familiar - contra os irmãos, primos e sobrinhos que lhes querem tirar o lugar.
5 - Mas não casam porque não há confiança, nem a mesma ideia entre eles, nem planos idênticos para o futuro.
6 - O chefe actual do PSD anda completamente inebriado com o poder e as mordomias do mesmo.
7 - De tal maneira que sonha obter a maioria absoluta dos votos nas eleições de daqui a dois anos - ou antes - e ficar lá uma década.
8 - Para o que está a preparar todas as bagagens e a começar a caminhar à frente com o PP uns metros atrás.
9 - Também já sabe como deitar fora a aliança e só espera pela melhor oportunidade.
10 - Se ela demorar, não há problema: ele fá-la chegar mais depressa rasteirando ou dando umas facadas nas costas do parceiro. Evidentemente que dizendo que ele escorregou acidentalmente, caiu de costas, teve o azar de se ferir num qualquer objecto e, infelizmente, ficou inválido.
Meditar
No Memorável de hoje:
- Meditar desenvolveria o cérebro (Le Temps, Genève)
- Medicamento só "para negros" (ABC, Madrid)
- Meditar desenvolveria o cérebro (Le Temps, Genève)
- Medicamento só "para negros" (ABC, Madrid)
segunda-feira, novembro 15, 2004
Prisioneiros
No rio Alster, perto de Hamburgo, um grupo de cisnes é transportado de barco - como todos os outonos - para um local onde não fiquem prisioneiros do gelo. (AP)
Nós estamos prisioneiros, dentro de casa, do frio. Cinco graus na rua.
Iónico
No Memorável de hoje:
- Smart 1 testa motor iónico perto da Lua (BBC Brasil)
- Atlântida a 1,5 km de profundidade no mar de Chipre? (BBC Brasil)
- Smart 1 testa motor iónico perto da Lua (BBC Brasil)
- Atlântida a 1,5 km de profundidade no mar de Chipre? (BBC Brasil)
domingo, novembro 14, 2004
Continuam
A foto é de ontem. (EPA) Estas afegãs estão sentadas em oração no exterior da mesquita durante a celebração do fim do Ramadão, em Kabul.
Cairam os talibãs, houve eleições para a Presidência e os militares da "comunidade internacional" ainda estão por lá para reforçarem a "democracia". O processo dura há mais ou menos três anos.
E estas mulheres continuam de burka e fora do templo, como cadelas à porta de um talho.
Nada
Terminou o Congresso do PSD. Sem que lá tenha acontecido alguma coisa de importante para o País. Nada.
O presidente do partido provocou Cavaco e Silva em matéria de eleições presidenciais. Este mandou-o à fava e disse que isso - a ser tema - seria tratado só daqui a 9 ou 10 meses. E deu-lhe uma bofetada, explicando que com ele como Primeiro Ministro a política portuguesa era desinteressante.
O Primeiro Ministro também insistiu que ia baixar os impostos sobre as pessoas, mas isso já toda a gente sabe que é mentira.
O presidente do partido provocou Cavaco e Silva em matéria de eleições presidenciais. Este mandou-o à fava e disse que isso - a ser tema - seria tratado só daqui a 9 ou 10 meses. E deu-lhe uma bofetada, explicando que com ele como Primeiro Ministro a política portuguesa era desinteressante.
O Primeiro Ministro também insistiu que ia baixar os impostos sobre as pessoas, mas isso já toda a gente sabe que é mentira.
Definitivamente
Não houve "publicitários" na campanha presidencial de Freitas do Amaral em 1986, ao contrário do que António Barreto escreve na edição de hoje do jornal "Público". Houve, sim, alguns profissionais de Comunicação e muitos, muitos amadores de várias outras especialidades.
Tão amadores na de Estratégia Política, por exemplo, que nenhum previu a estratégia do adversário. Nem nenhum teve uma ideia para torpedear eficazmente a aliança PS-PCP que Mário Soares procurava a todo o custo. Quando, afinal, bastava imitar o próprio Soares.
Este dizia ao PCP que a eleição de Freitas era o regresso do fascismo; bastava Freitas ter dito aos eleitores comunistas - repetido e insistido - que a eleição de Soares era a entronização do indivíduo que protagonizou o afastamento do "Partido" do poder em 1975, definitivamente. Ferida que ainda hoje não está curada e, tudo o indica, acabará por ser mortal.
Nem Álvaro Cunhal teria tido a força que teve para mandar os militantes votar "de olhos tapados" no seu inimigo histórico.
Tão amadores na de Estratégia Política, por exemplo, que nenhum previu a estratégia do adversário. Nem nenhum teve uma ideia para torpedear eficazmente a aliança PS-PCP que Mário Soares procurava a todo o custo. Quando, afinal, bastava imitar o próprio Soares.
Este dizia ao PCP que a eleição de Freitas era o regresso do fascismo; bastava Freitas ter dito aos eleitores comunistas - repetido e insistido - que a eleição de Soares era a entronização do indivíduo que protagonizou o afastamento do "Partido" do poder em 1975, definitivamente. Ferida que ainda hoje não está curada e, tudo o indica, acabará por ser mortal.
Nem Álvaro Cunhal teria tido a força que teve para mandar os militantes votar "de olhos tapados" no seu inimigo histórico.
Outra vez?
No Memorável de hoje:
- Guterres. Outra vez? (Público, Lisboa)
- Los conflictos endémicos de África (ABC, Madrid)
- Guterres. Outra vez? (Público, Lisboa)
- Los conflictos endémicos de África (ABC, Madrid)
sábado, novembro 13, 2004
Nascitura - 3
Crianças de hoje, as dos países desenvolvidos, vão viver até aos 150 anos. Bom para a nascitura. Talvez tenha de emigrar para aproveitar tanto ano de vida, mas isso logo se vê.
Para já, é preciso que ela saia; depois, que comece logo a aprender a gostar da inovação, da descoberta e da aventura - mesmo ainda de fraldas sujas, mijadas e emerdadas. Mais tarde, daqui a tês anitos, que o cérebro vá armazenando, tarefa para as próximas três décadas, toda a informação de que vai necessitar nas seguintes. Sem desperdícios.
Também precisa de ter uma sorte: dar com professores competentes. Talvez seja a parte mais difícil.
Outra coisa: eu gostava que a miúda fosse astronauta e altamente especializada em química e física. Para ajudar a descobrir outras formas de vida lá nos fundos do Universo, investigando numa base em Marte ou mais para a frente. E imagino o prazer dela, vinda de férias ou quando lhe apetecer, a degustar uma feijoada, arroz de míscaros, cozido do caçador, porco assado, arroz malandrinho, arroz de polvo, migas, fígado frito, sardinha assada, pimentos à maneira, pão de centeio, morcela, alheira, chouriça na aguardente, ovos verdes, peixinhos da horta, trutas de escabeche, vinho do Dão, queijo da serra, requeijão, doce de abóbora, mel, aletria, arroz doce, viriatos, pastéis de feijão. Claro, na quinta da mãe, no coração da Lusitânia.
Nascitura - 2
Nascitura - 1
Para já, é preciso que ela saia; depois, que comece logo a aprender a gostar da inovação, da descoberta e da aventura - mesmo ainda de fraldas sujas, mijadas e emerdadas. Mais tarde, daqui a tês anitos, que o cérebro vá armazenando, tarefa para as próximas três décadas, toda a informação de que vai necessitar nas seguintes. Sem desperdícios.
Também precisa de ter uma sorte: dar com professores competentes. Talvez seja a parte mais difícil.
Outra coisa: eu gostava que a miúda fosse astronauta e altamente especializada em química e física. Para ajudar a descobrir outras formas de vida lá nos fundos do Universo, investigando numa base em Marte ou mais para a frente. E imagino o prazer dela, vinda de férias ou quando lhe apetecer, a degustar uma feijoada, arroz de míscaros, cozido do caçador, porco assado, arroz malandrinho, arroz de polvo, migas, fígado frito, sardinha assada, pimentos à maneira, pão de centeio, morcela, alheira, chouriça na aguardente, ovos verdes, peixinhos da horta, trutas de escabeche, vinho do Dão, queijo da serra, requeijão, doce de abóbora, mel, aletria, arroz doce, viriatos, pastéis de feijão. Claro, na quinta da mãe, no coração da Lusitânia.
Nascitura - 2
Nascitura - 1
Quantos
A taxa de desemprego chegou aos 6,8% no terceiro trimestre deste ano, sendo o valor mais elevado registado desde 1998. Dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística mostram que o número de desempregados sofreu um acréscimo de 12,1% face ao trimestre homólogo e de 8,2% face ao trimestre anterior.
Falta saber, para o quadro ficar completo:
- quantos empregos novos foram criados no mesmo período
- quantos postos de trabalho estão a ser ocupados por imigrantes
- quantos (de uns e outros) na agricultura, na indústria e nos serviços
- quantos euros está a receber mensalmente cada português sem trabalho.
Só depois poderemos ter uma conversa que seja útil. Por enquanto, é só tema para alguns políticos, alguns jornalistas e alguns comentadores. Os dos ruídos.
Falta saber, para o quadro ficar completo:
- quantos empregos novos foram criados no mesmo período
- quantos postos de trabalho estão a ser ocupados por imigrantes
- quantos (de uns e outros) na agricultura, na indústria e nos serviços
- quantos euros está a receber mensalmente cada português sem trabalho.
Só depois poderemos ter uma conversa que seja útil. Por enquanto, é só tema para alguns políticos, alguns jornalistas e alguns comentadores. Os dos ruídos.
Nada de bom
Vale a pena ler Deconstruir España e Legalizar a ETA (links no post seguinte) publicados hoje pelo jornal "ABC" de Madrid.
Fica-se a saber o que o socialista Zapatero está a fazer e a deixar que se faça, mesmo aqui ao lado. Nada de bom.
O Chefe do Governo espanhol não apenas deixa que atirem pedras ao vidro, como atira algumas também. A continuar assim, qualquer dia Espanha parte. E só por milagre todos os estilhaços ficarão do lado de lá.
Fica-se a saber o que o socialista Zapatero está a fazer e a deixar que se faça, mesmo aqui ao lado. Nada de bom.
O Chefe do Governo espanhol não apenas deixa que atirem pedras ao vidro, como atira algumas também. A continuar assim, qualquer dia Espanha parte. E só por milagre todos os estilhaços ficarão do lado de lá.
O enterro
No Memorável de hoje:
- O enterro de Barcelos por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- Deconstruir España (ABC, Madrid)
- Legalizar a ETA (ABC, Madrid)
- O enterro de Barcelos por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- Deconstruir España (ABC, Madrid)
- Legalizar a ETA (ABC, Madrid)
sexta-feira, novembro 12, 2004
Dimensões
Quantas
A estatal RTP-1 transmitiu ontem em directo a saída de Paris para o Cairo da urna que continha o cadáver de Arafat.
Era interessante saber quantas televisões de países árabes e de países muçulmanos fizeram a mesma coisa.
Para se ter uma ideia da dimensão do desinteresse jornalístico, político e religioso do evento naquelas paragens e do contrário "no estrangeiro", aqui.
Na galeria
O funeral em Ramallah também foi transmitido em directo, hoje, até por uma estação de rádio. Assim, Arafat juntou-se a Francisco Sá Carneiro e a Amália Rodrigues na galeria das individualidades que em Portugal tiveram a honra da transmissão directa das suas cerimónias fúnebres.
Fica tudo dito.
Falta só ver o que acontecerá quando morrerem Álvaro Cunhal, Mário Soares, Cavaco Silva, Eusébio - por exemplo - para se ter uma noção ainda mais triste da dimensão do disparate e da falta de vergonha.
A estatal RTP-1 transmitiu ontem em directo a saída de Paris para o Cairo da urna que continha o cadáver de Arafat.
Era interessante saber quantas televisões de países árabes e de países muçulmanos fizeram a mesma coisa.
Para se ter uma ideia da dimensão do desinteresse jornalístico, político e religioso do evento naquelas paragens e do contrário "no estrangeiro", aqui.
Na galeria
O funeral em Ramallah também foi transmitido em directo, hoje, até por uma estação de rádio. Assim, Arafat juntou-se a Francisco Sá Carneiro e a Amália Rodrigues na galeria das individualidades que em Portugal tiveram a honra da transmissão directa das suas cerimónias fúnebres.
Fica tudo dito.
Falta só ver o que acontecerá quando morrerem Álvaro Cunhal, Mário Soares, Cavaco Silva, Eusébio - por exemplo - para se ter uma noção ainda mais triste da dimensão do disparate e da falta de vergonha.
A "Europa"
No Memorável de hoje:
- A "Constituição" da "Europa" por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- Fobos fotografada de apenas 200 km (BBC Brasil)
- O Universo deve continuar a existir pelo menos mais 24 biliões de anos (Ambiente Brasil)
- A "Constituição" da "Europa" por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- Fobos fotografada de apenas 200 km (BBC Brasil)
- O Universo deve continuar a existir pelo menos mais 24 biliões de anos (Ambiente Brasil)
quinta-feira, novembro 11, 2004
Outra solução
O ministro das Cidades manifestou ontem a sua total concordância com a proposta apresentada pela Associação Nacional de Municípios para que sejam agravadas, em sede de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), as propriedades que estejam devolutas por tempo indeterminado.
É mais um imposto. Mais dinheiro sacado aos contribuintes, este directamente para os cofres das autarquias, entidades que são as responsáveis pelo maior número de despesas públicas inúteis. Mais dinheiro para gastarem em inutilidades, mais dinheiro consumido inutilmente. Em luxos que bem podiam esperar pela melhoria da situação económico-financeira do Estado.
É também mais uma asneira. Se o objectivo fosse realmente o de acabar com os prédios devolutos - e não o de engordar a tesouraria - então a decisão eficaz seria a de incentivar os donos para fazerem as obras. Por exemplo, arranjando-lhes forma de disporem da verba necessária para o efeito - e não indo-lhes aos bolsos. Com alguma contribuição financeira das próprias autarquias, em nome do bem dos concelhos.
Havia outra solução: as propriedades devolutas que incomodam os autarcas serem todas entregues pelos proprietários aos municípios - as das cidades, as das vilas e as das aldeias - para que as tornassem utilizáveis no prazo de 1 ano. Caso contrário, cada ex-dono reaveria o seu imóvel e os municípios teriam que pagar anualmente a cada um o valor do novo imposto que agora querem criar.
Pode ser disparatado; mas este disparate não é seguramente maior do que o proposto pela ANMP e aceite pelo ministro. Além de que tem uma justificação lógica: a profunda revolta contra o apetite voraz - sempre satisfeito - dos presidentes dos municípios pelas economias dos munícipes.
É mais um imposto. Mais dinheiro sacado aos contribuintes, este directamente para os cofres das autarquias, entidades que são as responsáveis pelo maior número de despesas públicas inúteis. Mais dinheiro para gastarem em inutilidades, mais dinheiro consumido inutilmente. Em luxos que bem podiam esperar pela melhoria da situação económico-financeira do Estado.
É também mais uma asneira. Se o objectivo fosse realmente o de acabar com os prédios devolutos - e não o de engordar a tesouraria - então a decisão eficaz seria a de incentivar os donos para fazerem as obras. Por exemplo, arranjando-lhes forma de disporem da verba necessária para o efeito - e não indo-lhes aos bolsos. Com alguma contribuição financeira das próprias autarquias, em nome do bem dos concelhos.
Havia outra solução: as propriedades devolutas que incomodam os autarcas serem todas entregues pelos proprietários aos municípios - as das cidades, as das vilas e as das aldeias - para que as tornassem utilizáveis no prazo de 1 ano. Caso contrário, cada ex-dono reaveria o seu imóvel e os municípios teriam que pagar anualmente a cada um o valor do novo imposto que agora querem criar.
Pode ser disparatado; mas este disparate não é seguramente maior do que o proposto pela ANMP e aceite pelo ministro. Além de que tem uma justificação lógica: a profunda revolta contra o apetite voraz - sempre satisfeito - dos presidentes dos municípios pelas economias dos munícipes.
Explicações
Parece que o Primeiro Ministro está a equacionar a possibilidade de escrever uma carta aos portugueses a explicar o Orçamento do Estado para 2005. O objectivo seria explicar as medidas de forma directa "ao maior número possível de pessoas", segundo funcionários do gabinete.
Era bom dizerem-nos onde vão buscar os nomes e as moradas para enviarem o papel. E também porque é que ele sentiu a necessidade de dar as explicações. Terá sido porque os números são susceptíveis de várias interpretações, por exemplo um 6 valer um 9 e 001 ser o mesmo que 100? Ou porque acha que somos burros?
O melhor é aguardar o documento. Veremos quantas páginas tem - imagino que umas 500, para a explicação ser minimamente compreensível - e se vem com envelope para resposta paga. Sempre era um bom meio para receber as nossas explicações sobre o que pensamos das dele e uma óptima maneira de apurar de forma directa os resultados da sua acção de marketing eleitoral.
Mas duvido. Para isso era necessário que o PM estivesse interessado nas nossas opiniões.
Era bom dizerem-nos onde vão buscar os nomes e as moradas para enviarem o papel. E também porque é que ele sentiu a necessidade de dar as explicações. Terá sido porque os números são susceptíveis de várias interpretações, por exemplo um 6 valer um 9 e 001 ser o mesmo que 100? Ou porque acha que somos burros?
O melhor é aguardar o documento. Veremos quantas páginas tem - imagino que umas 500, para a explicação ser minimamente compreensível - e se vem com envelope para resposta paga. Sempre era um bom meio para receber as nossas explicações sobre o que pensamos das dele e uma óptima maneira de apurar de forma directa os resultados da sua acção de marketing eleitoral.
Mas duvido. Para isso era necessário que o PM estivesse interessado nas nossas opiniões.
Deputados
No Memorável de hoje:
- Criada técnica para "curar qualquer doença" (BBC Brasil)
- Levanta-se o véu de Titã (Le Monde, Paris)
- Deputados querem dinheiro na mão (Jornal do Brasil, Rio)
- Memorial da batalha de Quifandongo (Granma, Havana)
- Criada técnica para "curar qualquer doença" (BBC Brasil)
- Levanta-se o véu de Titã (Le Monde, Paris)
- Deputados querem dinheiro na mão (Jornal do Brasil, Rio)
- Memorial da batalha de Quifandongo (Granma, Havana)
quarta-feira, novembro 10, 2004
Da Terra, a Lua, Júpiter e Vénus
Lá ao fundo a Lua, Júpiter e Vénus numa rara conjugação. Ao lado, a linha é o rasto de um avião. A foto foi obtida de uma pequena quinta no Maine, Estados Unidos.(AP) Parece tudo junto, muito perto, próximo; mas estamos separados daqueles corpos celestes por milhões de km.
Aqui na Terra, entre corpos também há casos de separações assim - tão distantes ou mais. Meço-os em unidades de saudade ou ódio ou indiferença. Estes, os mais afastados.
Frágil e belo
Interior do memorial construído em homenagem aos 155 mortos num acidente de teleférico, em 10 de Novembro de 2000, faz hoje 4 anos, em Kaprun, na Áustria. (EPA)
O monumento foi feito com 155 colunas de vidro. Material frágil, como as vítimas; belo, como as vidas que elas gostariam de ainda viver.
O contrário
Sem ONU - A França trava uma guerra na Costa do Marfim. E está a conduzi-la com a sua tropa não integrada nas forças da ONU. E sem mandato expresso desta Organização para intervir militarmente naquele país africano a fim de lá acabar com as zangas entre facções rivais e lá instaurar uma democracia "tipo ocidental".
O contrário, em relação à Organização das Nações Unidas, do que na opinião do presidente e do governo franceses os americanos deviam ter feito no Iraque.
Com racismo - Nas ruas da capital, Abidjan, multidões de pretos andaram na caça "ao branco". Em mais uma onda de racismo de pretos, em mais um país africano, contra brancos. Racismo que existe.
O contrário do que alguns ainda querem fazer o Mundo crer.
O contrário, em relação à Organização das Nações Unidas, do que na opinião do presidente e do governo franceses os americanos deviam ter feito no Iraque.
Com racismo - Nas ruas da capital, Abidjan, multidões de pretos andaram na caça "ao branco". Em mais uma onda de racismo de pretos, em mais um país africano, contra brancos. Racismo que existe.
O contrário do que alguns ainda querem fazer o Mundo crer.
Mentirosos
O ministro das Finanças disse que os contribuintes vão sentir no próximo ano apenas uma parte da descida das taxas de IRS prevista na proposta de Orçamento de Estado. O resto fica para 2006 por causa dos calendários. E exclamou: "Insistir-se à saciedade, no sentido de dizer que impostos vão diminuir é mentira. É mentira! É objectivamente mentira! É falso!"
E quem são os mentirosos, na ideia dos eleitores? O Primeiro Ministro e ele próprio. Aquele porque garantiu há dias que o imposto ia baixar em 2005. Ele porque a "taxa de retenção" de IRS que o fisco obriga as empresas a deduzir nos salários podia descer - toda - já no próximo mês de Janeiro.
É o que faz falar como se os destinatários da conversa fossem imbecis a quem, para não fazerem barulho, se atira hoje meia bolota e depois de amanhã a outra metade. No caso, meias verdades.
E quem são os mentirosos, na ideia dos eleitores? O Primeiro Ministro e ele próprio. Aquele porque garantiu há dias que o imposto ia baixar em 2005. Ele porque a "taxa de retenção" de IRS que o fisco obriga as empresas a deduzir nos salários podia descer - toda - já no próximo mês de Janeiro.
É o que faz falar como se os destinatários da conversa fossem imbecis a quem, para não fazerem barulho, se atira hoje meia bolota e depois de amanhã a outra metade. No caso, meias verdades.
La llamada
No Memorável de hoje:
- Antes assim por Vasco Graça Moura (Diário de Notícias, Lisboa)
- Côte d'Ivoire: la haine anti-français (Le Figaro, Paris)
- Las llamada que no llega (ABC, Madrid)
- Bush recibe a Aznar en la Casa Branca (ABC, Madrid)
- Antes assim por Vasco Graça Moura (Diário de Notícias, Lisboa)
- Côte d'Ivoire: la haine anti-français (Le Figaro, Paris)
- Las llamada que no llega (ABC, Madrid)
- Bush recibe a Aznar en la Casa Branca (ABC, Madrid)
terça-feira, novembro 09, 2004
Só
Em cima: vivia-se o dia 13 de agosto de 1961 quando, em poucas horas, nascia o que ficou conhecido como Muro de Berlim.
Em baixo: cruzes - 1 065 no total - no memorial construído este ano. Elas representam as pessoas que foram abatidas quando tentavam ultrapassar aquela barreira para escaparem da Alemanha Oriental.
A muralha durou 28 anos, 2 meses e 26 dias. Faz hoje 15 anos que foi derrubada. Só.
... e o palavreado
No Memorável de hoje:
- O muro de Berlim caiu há 15 anos (Deutsche Welle, Bona)
- Os dinheiros secretos de Arafat (ABC, Madrid e Le Figaro, Paris)
- Las 10 preguntas al hombre de Flores (ABC, Madrid)
- O dólar, o euro e o palavreado (Le Figaro, Paris)
- O muro de Berlim caiu há 15 anos (Deutsche Welle, Bona)
- Os dinheiros secretos de Arafat (ABC, Madrid e Le Figaro, Paris)
- Las 10 preguntas al hombre de Flores (ABC, Madrid)
- O dólar, o euro e o palavreado (Le Figaro, Paris)
segunda-feira, novembro 08, 2004
Assustador
Uma aurora boreal. Iluminou os céus e o rio da cidade de Saginaw, no Michigan, EUA, na noite de ontem para hoje. (AP)
Belo e intenso este fenómeno da natureza! E assustador, como tudo o que é belo e intenso. Pelo medo de que se acabe num instante.
Passadas
Segundo o semanário "Expresso", a Constituição da Europa retira a Portugal a soberania sobre a sua Zona Económica Exclusiva, a maior da União Europeia.
Pode ser ou pode não ser, é discussão para juristas. Mas uma coisa é certa: Portugal já não a tinha pelo menos desde o século XVIII, pela manifesta falta da navios e, mais tarde, aviões e submarinos para a garantir.
Há muito que o mar foi perdido, depois de ter sido o palco das nossas glórias. Passadas.
Pode ser ou pode não ser, é discussão para juristas. Mas uma coisa é certa: Portugal já não a tinha pelo menos desde o século XVIII, pela manifesta falta da navios e, mais tarde, aviões e submarinos para a garantir.
Há muito que o mar foi perdido, depois de ter sido o palco das nossas glórias. Passadas.
Mais um pouco
O ministro do Turismo confirmou que existe a ideia de criar uma "taxa hoteleira". A consequência é óbvia: com mais este imposto sobre as estadias dos turistas, os hotéis, as pensões e as estalagens vão ficar ainda mais caros e menos competitivos que outros destinos.
Paciência. Também é verdade que esta galinha dos ovos de ouro já está quase morta e que este ministro está apenas a torcer-lhe mais um pouco o pescoço.
Paciência. Também é verdade que esta galinha dos ovos de ouro já está quase morta e que este ministro está apenas a torcer-lhe mais um pouco o pescoço.
Só dá chatices
Lê-se na imprensa de hoje que o "Turismo em Espaço Rural" atravessa uma crise que ameaça a viabilidade económica de muitas das 936 unidades dispersas por todo o País. Só em 2004 deverá registar-se uma redução de 15 por cento nas taxas de ocupação, o que corresponde a uma diminuição superior a 400 mil dormidas. E tudo porque, segundo as associações do sector, os preços elevados estão a afastar os turistas.
Mas não é só isso. O que acontece é que há empreendimentos a mais para turistas a menos. Porque foram feitos com dinheiro fácil da União Europeia, sem ter havido estudos prévios sérios que sustentassem a viabilidade económico-financeira de cada unidade.
Há outra realidade: na caça aos subsídios houve muito proprietário que apresentou o "projecto" com o mero intuito de reparar a casa que estava a cair de velha. Com o dinheiro de outros, evidentemente. E uma vez a casa arranjada, para quê baixar preços e atrair turistas? Só dá chatices.
Mas não é só isso. O que acontece é que há empreendimentos a mais para turistas a menos. Porque foram feitos com dinheiro fácil da União Europeia, sem ter havido estudos prévios sérios que sustentassem a viabilidade económico-financeira de cada unidade.
Há outra realidade: na caça aos subsídios houve muito proprietário que apresentou o "projecto" com o mero intuito de reparar a casa que estava a cair de velha. Com o dinheiro de outros, evidentemente. E uma vez a casa arranjada, para quê baixar preços e atrair turistas? Só dá chatices.
Incumprível
Como se sabe, Guterres elegeu a Educação como prioridade dos seus dois mandatos como primeiro-ministro à frente do governo PS. Agora, se fosse eleito primeiro ministro, José Sócrates elegeria o desenvolvimento do interior do país como "primeira prioridade".
Quer dizer, aquele falhou e este ir-se-ia pela mesma ladeira. O primeiro por falha própria; o segundo por ter assumido uma missão incumprível nos próximos mil anos. Basta passar os olhos pela história portuguesa do último milénio.
Quer dizer, aquele falhou e este ir-se-ia pela mesma ladeira. O primeiro por falha própria; o segundo por ter assumido uma missão incumprível nos próximos mil anos. Basta passar os olhos pela história portuguesa do último milénio.
"Não é bem-vinda"
No Memorável de hoje:
- BCE diz que queda do dólar é "brutal e não é bem-vinda" (BBC Brasil)
- Bond spectaculaire de l'emploi aux États Unis (Le Figaro, Paris)
- Vinho brasileiro chega a França (Jornal do Brasil, Rio)
- A nova espécie de peixe descoberta nas águas profundas dos Açores (ABC, Madrid)
- BCE diz que queda do dólar é "brutal e não é bem-vinda" (BBC Brasil)
- Bond spectaculaire de l'emploi aux États Unis (Le Figaro, Paris)
- Vinho brasileiro chega a França (Jornal do Brasil, Rio)
- A nova espécie de peixe descoberta nas águas profundas dos Açores (ABC, Madrid)
domingo, novembro 07, 2004
Aniversários: 1917 e 1941
Em cima: os comunistas russos celebraram hoje pela última vez o 87º aniversário da revolução bolchevique, pois o Kremlin decidiu modificar-lhes a festa, chamada agora de Dia da Concórdia e da Reconciliação; o Partido Comunista mobilizou cerca de 100 mil militantes e simpatizantes nostálgicos da URSS e da revolução de 1917. (EPA)
Em baixo: veteranos russos vestidos com os capotes militares da segunda Guerra Mundial depositam flores no túmulo do soldado desconhecido na Praça Vermelha, em Moscovo; eles desfilaram para assinalar o 63º aniversário da partida de tropas soviéticas para a linha da frente em 1941, quando as forças nazis ameaçavam a capital russa. (AP)
Comemorações de dois acontecimentos que no século passado mudaram a Europa e o Mundo.
Fora da realidade
O presidente do governo socialista espanhol disse ao "Der Spiegel" que a "Europa tem que acreditar que pode converter-se em 20 anos na potência mais importante do mundo". Céptico, o jornalista daquele semanário alemão recordou-lhe que Romano Prodi declarou falido o "plano de Lisboa" de superar economicamente os Estados Unidos. Mas Zapatero não ligou, garantindo que "investindo mais em educação e investigação (...) a UE tomará o papel de líder".
Os socialistas são uns sonhadores. Vivem fora da realidade. Um perigo.
Os socialistas são uns sonhadores. Vivem fora da realidade. Um perigo.
Sem aval da ONU
No Memorável de hoje:
- Chirac ordena derribar los cazas marfileños sin el aval de la ONU (ABC, Madrid)
- La reelección de Bush desestabiliza el núcleo duro del eje franco-alemán (ABC, Madrid)
- Chirac ordena derribar los cazas marfileños sin el aval de la ONU (ABC, Madrid)
- La reelección de Bush desestabiliza el núcleo duro del eje franco-alemán (ABC, Madrid)
sábado, novembro 06, 2004
Quando terminam
Novo projecto de Santiago Calatrava para Valência, em Espanha. Ficará perto da também sua Ciudad de las Artes y las Ciencias. Trata-se de um complexo de escritórios com quatro torres, a mais alta das quais com 64 andares. (Foto de Vicent Bosch)
Na maquete é um conjunto de grande harmonia, com destaque para a irregularidade das alturas e o bailado das paredes. Qualidades que ninguém poderá admirar depois de os edifícios estarem construídos. Há coisas assim, que se perdem quando terminam.
Nem os muçulmanos
Vale a pena ler - sem fé, atendendo somente ao significado das palavras - o texto do arcebispo do Rio de Janeiro, publicado hoje no "Jornal do Brasil", intitulado As directrizes do Ano Eucarístico.
Não é o máximo, mas de irracionalidade, obscurantismo e mistificação tem alta dose.
Por causa da doutrina. É de tal ordem que o "sistema católico" até criou a hóstia e faz acreditar que esta pequena bolachinha sem fermento e sem açúcar "é mistério de presença por meio do qual se realiza, de modo absoluto, a promessa de Jesus de permanecer conosco até o fim do mundo".
Nem os muçulmanos foram tão longe. Alá não se come nas mesquitas.
Não é o máximo, mas de irracionalidade, obscurantismo e mistificação tem alta dose.
Por causa da doutrina. É de tal ordem que o "sistema católico" até criou a hóstia e faz acreditar que esta pequena bolachinha sem fermento e sem açúcar "é mistério de presença por meio do qual se realiza, de modo absoluto, a promessa de Jesus de permanecer conosco até o fim do mundo".
Nem os muçulmanos foram tão longe. Alá não se come nas mesquitas.
Securitização
Chamam-lhe "securitização". Um exemplo do que é, referido no "Jornal de Negócios":
"O ministro António Mexia, para descalçar a bota das Scut e não sobrecarregar os orçamentos destes próximos anos, decidiu «encaixar» já, através de um contrato de securitização, as receitas das portagens a cobrar ... do ano 2035 em diante." E a moda está já a chegar às autarquias. Na íntegra.
É. É como se já estivessem a gastar o dinheiro da minha neta quando ela for adulta; da miúda que só daqui a mais ou menos 4 meses sairá da barriga da mãe. É uma nova forma de roubar. É uma tragédia.
"O ministro António Mexia, para descalçar a bota das Scut e não sobrecarregar os orçamentos destes próximos anos, decidiu «encaixar» já, através de um contrato de securitização, as receitas das portagens a cobrar ... do ano 2035 em diante." E a moda está já a chegar às autarquias. Na íntegra.
É. É como se já estivessem a gastar o dinheiro da minha neta quando ela for adulta; da miúda que só daqui a mais ou menos 4 meses sairá da barriga da mãe. É uma nova forma de roubar. É uma tragédia.
Fascinante
Há mais ou menos 20 milhões de anos havia mar nas montanhas dos Andes. As provas estão lá.
Aqui também, na serra dos Candeeiros, perto de Fátima, a cerca de 450 metros de altitude. São inúmeras as conchas e os búzios fossilizados.
Sabe-se que aquilo foi mar. O que se seguiu durante as duas últimas dezenas de milhões de anos ainda está envolto em neblina muito cerrada. Que vai desaparecer, leve o tempo que levar. Pois os cérebros humanos não estão perante um mistério de religião - uma daquelas "verdades" sem pés nem cabeça, nem tronco e nem braços.
Será fascinante, para quem cá estiver, ter acesso a essa informação.
Aqui também, na serra dos Candeeiros, perto de Fátima, a cerca de 450 metros de altitude. São inúmeras as conchas e os búzios fossilizados.
Sabe-se que aquilo foi mar. O que se seguiu durante as duas últimas dezenas de milhões de anos ainda está envolto em neblina muito cerrada. Que vai desaparecer, leve o tempo que levar. Pois os cérebros humanos não estão perante um mistério de religião - uma daquelas "verdades" sem pés nem cabeça, nem tronco e nem braços.
Será fascinante, para quem cá estiver, ter acesso a essa informação.
Gratuito
Andam por aí à solta nos corredores governamentais uns iluminados a pensar que o cidadão deverá pagar uma taxa quando quiser entrar de carro numa cidade. Mais um imposto.
Pelos vistos, ainda vai correr muita água debaixo das pontes antes que nos cérebros dos mandantes se imponha o óbvio: o Estado proibir a circulação de automóveis particulares dentro das cidades e, simultâneamente, aplicar parte do dinheiro dos impostos que já pagamos num serviço público gratuito de transportes nos mesmos locais.
Pelos vistos, ainda vai correr muita água debaixo das pontes antes que nos cérebros dos mandantes se imponha o óbvio: o Estado proibir a circulação de automóveis particulares dentro das cidades e, simultâneamente, aplicar parte do dinheiro dos impostos que já pagamos num serviço público gratuito de transportes nos mesmos locais.
A ser verdade
Diz-se que o governo apresentou em círculos restritos da Polícia Judiciária e da magistratura um anteprojecto de alteração legislativa que restringe o recurso a escutas telefónicas aos crimes puníveis com mais de cinco anos.
A ser verdade, quem tomou a iniciativa lá sabe porque o fez. E é legítimo deduzir que os mesmos, outros ou ambos também sabem o que querem esconder e quem proteger.
A ser verdade, quem tomou a iniciativa lá sabe porque o fez. E é legítimo deduzir que os mesmos, outros ou ambos também sabem o que querem esconder e quem proteger.
Para trás
A conjuntura económica portuguesa registou um abrandamento durante o mês de Setembro último, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
É mau, mas o problema é mais grave: há anos que a economia não acelera. E como é impossível parar, corre-se o risco de qualquer dia a vermos começar a andar para trás.
É mau, mas o problema é mais grave: há anos que a economia não acelera. E como é impossível parar, corre-se o risco de qualquer dia a vermos começar a andar para trás.
No es de sábios
No Memorável de hoje:
- "Valores morais" por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- As directrizes do Ano Eucarístico (Jornal do Brasil, Rio)
- Rectificar no es de sábios, es de equivocados (ABC, Madrid)
- Holanda descubre conmocionada las tramas del radicalismo islámico en su país (La Vanguardia, Barcelona)
- Os pássaros também têm olfacto (Le Figaro, Paris)
- Descoberto no Egipto o maior campo de impacto de meteoritos (Le Figaro, Paris)
- Raios cósmicos acelerados por ondas de choque a seguir à explosão de uma supernova (Le Figaro, Paris)
- "Valores morais" por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- As directrizes do Ano Eucarístico (Jornal do Brasil, Rio)
- Rectificar no es de sábios, es de equivocados (ABC, Madrid)
- Holanda descubre conmocionada las tramas del radicalismo islámico en su país (La Vanguardia, Barcelona)
- Os pássaros também têm olfacto (Le Figaro, Paris)
- Descoberto no Egipto o maior campo de impacto de meteoritos (Le Figaro, Paris)
- Raios cósmicos acelerados por ondas de choque a seguir à explosão de uma supernova (Le Figaro, Paris)
sexta-feira, novembro 05, 2004
Garotinhos
No Memorável de hoje:
- Um mar desaparecido... em plena floresta (Le Soir, Bruxelas)
- Bush e a guerra por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- Um jardim de garotinhos (Jornal de Negócios, Lisboa)
- Um mar desaparecido... em plena floresta (Le Soir, Bruxelas)
- Bush e a guerra por Vasco Pulido Valente (Público, Lisboa)
- Um jardim de garotinhos (Jornal de Negócios, Lisboa)
quinta-feira, novembro 04, 2004
Imigração e eutanásia
"La crisis de natalidad y el incremento en la esperanza de vida han desencadenado una revolución demográfica sin precedentes, que coloca a los países afectados «en situación de emergencia»: «el panorama económico, sanitario, cultural y urbano se resentirá notablemente, con un previsible aumento del choque de civilizaciones, y la inmigración será cada vez más necesaria».
"El autor de la obra destaca, asimismo, que los problemas de la institución familiar y de las pensiones podrían originar situaciones dramáticas que lleven a plantear la eutanasia como «solución»." Na íntegra.
Por outras palavras, aqui no caso da Europa: será necessário importar mais imigrantes árabes e pretos e acelerar o fim da vida dos velhotes, desligando as máquinas ou dando-lhes a injecção letal.
"El autor de la obra destaca, asimismo, que los problemas de la institución familiar y de las pensiones podrían originar situaciones dramáticas que lleven a plantear la eutanasia como «solución»." Na íntegra.
Por outras palavras, aqui no caso da Europa: será necessário importar mais imigrantes árabes e pretos e acelerar o fim da vida dos velhotes, desligando as máquinas ou dando-lhes a injecção letal.
Exactamente
Tem-se ouvido por aí que a confirmação da reeleição de Bush "foi mal acolhida" pelo dólar norte-americano e que a prova estaria no facto de a moeda "ter cedido terreno" frente às principais divisas, sobretudo no câmbio com o euro.
É exactamente o oposto. Dólar baixo significa mais exportações dos EUA para todo o Mundo. Mais produção lá dentro, mais emprego, mais riqueza, maior desenvolvimento. E maiores dificuldades cá fora, com especial incidência nos países da União Europeia cujos produtores perdem - crescentemente - competitividade face aos do outro lado do Atlântico.
É assim, preto no branco, sem palavreado: com o dólar baixo os artigos americanos ficam mais baratos nos outros países e vendem-se mais. Como os chineses e os indianos - sem os problemas de qualidade com que estes por vezes saem das suas fronteiras.
É exactamente o oposto. Dólar baixo significa mais exportações dos EUA para todo o Mundo. Mais produção lá dentro, mais emprego, mais riqueza, maior desenvolvimento. E maiores dificuldades cá fora, com especial incidência nos países da União Europeia cujos produtores perdem - crescentemente - competitividade face aos do outro lado do Atlântico.
É assim, preto no branco, sem palavreado: com o dólar baixo os artigos americanos ficam mais baratos nos outros países e vendem-se mais. Como os chineses e os indianos - sem os problemas de qualidade com que estes por vezes saem das suas fronteiras.
Era este
Um editorialista de "A Capital" escreve hoje, sobre Kerry, cobras e lagartos.
"John Kerry perdeu as eleições porque o medo que teve de as perder foi superior à vontade de as ganhar. É algo de muito comum e, no caso do candidato democrata, parece-me ser mais um traço de personalidade do que uma falha momentânea originada pela pressão do momento."
"É nos momentos-limite - e como este era um desses momentos - que surgem os líderes mais carismáticos. (...) Mas das brumas acabou por aparecer o apagado Kerry e, nessa aparição, podemos desenhar a metáfora de um tempo doloroso. Um tempo onde os homens de convicções, paixão e carisma já não dizem «presente»."
Era este medroso, apagado, sem convicção, sem paixão e sem carisma que o mesmo editorialista queria ver na presidência do país que comanda o Mundo. Este mesmo editorialista defendeu, em editorial, o voto no personagem.
"John Kerry perdeu as eleições porque o medo que teve de as perder foi superior à vontade de as ganhar. É algo de muito comum e, no caso do candidato democrata, parece-me ser mais um traço de personalidade do que uma falha momentânea originada pela pressão do momento."
"É nos momentos-limite - e como este era um desses momentos - que surgem os líderes mais carismáticos. (...) Mas das brumas acabou por aparecer o apagado Kerry e, nessa aparição, podemos desenhar a metáfora de um tempo doloroso. Um tempo onde os homens de convicções, paixão e carisma já não dizem «presente»."
Era este medroso, apagado, sem convicção, sem paixão e sem carisma que o mesmo editorialista queria ver na presidência do país que comanda o Mundo. Este mesmo editorialista defendeu, em editorial, o voto no personagem.
Correcta
quarta-feira, novembro 03, 2004
Mais... e de olhos fechados
Mais, mais e mais
Contra os desejos e as notícias, reportagens, comentários de grande parte da comunicação social - lá dentro e cá fora - Bush esmagou Kerry. Até ao momento, já vai com mais de 3 500 000 de votos de diferença. No ano 2000 tinha vencido Al Gore por apenas 537.
Mais: Comparada com a primeira eleição, nesta o Presidente reeleito já pode contar com mais cerca de 8 000 000 de americanos que foram às urnas votar nele. Cidadãos que naquele ano não foram lá e que ontem se sentiram motivados para ir. Bush, este ano, terá de votos novos um número equivalente ao total nacional de eleitores portugueses.
Mais ainda: a "tendência" dos media não influencia o sentido do voto. Metralhado por tanta informação - jornais, revistas, rádios, televisões, internet - o cidadão trata de se defender. Para não ficar de cabeça à roda, cria um ponto fixo para se agarrar: a sua própria opinião, a que quer e muito bem lhe apetece. Outra questão - mais tarde trataremos dela - é explicar a desintonia entre a maior fatia da audiência e quem trabalha para ela.
De olhos fechados e ouvidos desligados
Para "cobrir" o evento americano as tv´s fizeram "maratonas informativas" madrugada dentro, com início cerca da 01h (de Lisboa, 02 de Madrid e Paris) e fim lá para as 04 ou 05.
Não teria sido mais útil para as empresas de televisão e para os seus clientes – compradores de espaço e consumidores de programas - numa perspectiva de bom senso, de eficácia comercial e de respeito pelos telespectadores, que tal esforço tivesse sido dispendido entre as 06h30 e as 09h30 e entre as 12 e as 14 ou entre as 08 e as 12?
De manhã e ao almoço, em vez de madrugada. Quando as pessoas se levantam e podem ver, em vez de quando estão de olhos fechados (como eles quando escreveram a grelha) e de ouvidos desligados.
Contra os desejos e as notícias, reportagens, comentários de grande parte da comunicação social - lá dentro e cá fora - Bush esmagou Kerry. Até ao momento, já vai com mais de 3 500 000 de votos de diferença. No ano 2000 tinha vencido Al Gore por apenas 537.
Mais: Comparada com a primeira eleição, nesta o Presidente reeleito já pode contar com mais cerca de 8 000 000 de americanos que foram às urnas votar nele. Cidadãos que naquele ano não foram lá e que ontem se sentiram motivados para ir. Bush, este ano, terá de votos novos um número equivalente ao total nacional de eleitores portugueses.
Mais ainda: a "tendência" dos media não influencia o sentido do voto. Metralhado por tanta informação - jornais, revistas, rádios, televisões, internet - o cidadão trata de se defender. Para não ficar de cabeça à roda, cria um ponto fixo para se agarrar: a sua própria opinião, a que quer e muito bem lhe apetece. Outra questão - mais tarde trataremos dela - é explicar a desintonia entre a maior fatia da audiência e quem trabalha para ela.
De olhos fechados e ouvidos desligados
Para "cobrir" o evento americano as tv´s fizeram "maratonas informativas" madrugada dentro, com início cerca da 01h (de Lisboa, 02 de Madrid e Paris) e fim lá para as 04 ou 05.
Não teria sido mais útil para as empresas de televisão e para os seus clientes – compradores de espaço e consumidores de programas - numa perspectiva de bom senso, de eficácia comercial e de respeito pelos telespectadores, que tal esforço tivesse sido dispendido entre as 06h30 e as 09h30 e entre as 12 e as 14 ou entre as 08 e as 12?
De manhã e ao almoço, em vez de madrugada. Quando as pessoas se levantam e podem ver, em vez de quando estão de olhos fechados (como eles quando escreveram a grelha) e de ouvidos desligados.
La santé
No Memorável de hoje:
- A enigmática trajectória da Pioneer (Le Monde, Paris)
- La santé d'une démocratie (Le Figaro, Paris)
- O envelhecimento originará "uma catástrofe" no Primeiro Mundo (ABC, Madrid)
- O Ártico terá derretido em 2014 (Le Soir, Bruxelas)
- Portugal desengatado (Jornal de Negócios, Lisboa)
- A enigmática trajectória da Pioneer (Le Monde, Paris)
- La santé d'une démocratie (Le Figaro, Paris)
- O envelhecimento originará "uma catástrofe" no Primeiro Mundo (ABC, Madrid)
- O Ártico terá derretido em 2014 (Le Soir, Bruxelas)
- Portugal desengatado (Jornal de Negócios, Lisboa)
terça-feira, novembro 02, 2004
A Revolta das Palavras
A Revolta das Palavras é o nome que José António Barreiros deu ao seu blog. Começou hoje, menos de 1 semana depois de ter mandado o jornal "Diário de Notícias" às urtigas. Bem-vindo.
A regra do jogo
No Memorável de hoje A regra do jogo. Do "Le Temps" (Genève) sobre as eleições presidenciais nos EUA.
segunda-feira, novembro 01, 2004
Saber ou não saber
Faltam cerca de 24 horas para ficar decidido quem será o homem mais poderoso da Terra. Se for este, a gente sabe mais ou menos o que vai acontecer no planeta; se for o outro, até os que julgavam saber vão reconhecer que não sabiam.
Aguardemos, tranquilos. Frios, sem afectos ou outras emoções. Muito atentos, que a coisa acaba por nos tocar.
Eternos?
A ideia de transformar em diamantes o carbono dos cadáveres humanos cremados (revelada pela RTP e TV5) parece-me de verdadeiro génio. Só não percebi se serão eternos, como os que a natureza criou.
Se forem, sou candidato. Para residir no pescoço - próximo do coração - de certa pessoa que eu cá sei. Se ela não prometer dar essa guarida aos meus restos, ofereço-me a outra: para seu diadema, seu anel, seu fio de tornozelo, um lacinho na calcinha, o que ela quiser - eu preferia a sua liga, do lado de dentro, subida. Se for também rejeitado, mesmo assim não desisto; hei-de encontrar um destino até à hora de fumegar.
Se não forem eternos, puta que os paríu. Quando me for, será de vez.
Se forem, sou candidato. Para residir no pescoço - próximo do coração - de certa pessoa que eu cá sei. Se ela não prometer dar essa guarida aos meus restos, ofereço-me a outra: para seu diadema, seu anel, seu fio de tornozelo, um lacinho na calcinha, o que ela quiser - eu preferia a sua liga, do lado de dentro, subida. Se for também rejeitado, mesmo assim não desisto; hei-de encontrar um destino até à hora de fumegar.
Se não forem eternos, puta que os paríu. Quando me for, será de vez.
Como?
Algumas pessoas ainda andam preocupadas com o "futuro" do Partido Comunista Português. Por exemplo o editorialista de "A Capital", que hoje escreve, entristecido, estas três frases:
O PC não tem uma vanguarda intelectual, só tem passado. E num partido de raiz revolucionária não se fazem reformas sem vanguarda. É uma pena, mas é a dolorosa verdade.
Como é que o "PC" pode ter uma vanguarda se o comunismo já morreu? E como pode o "PC" ter futuro se o comunismo é uma coisa do passado?
Finalmente: não é óbvio que o "P", para sobreviver, teria que deitar fora o "C" e pôr lá outra letra qualquer? Pode muito bem acontecer que a troca seja uma tarefa impossível, lá isso é verdade.
E não venham com a cansativa treta de se "adaptaram aos novos tempos". Essa saída está tapada por outros que se anteciparam. No BE, no PS e até no PSD.
O PC não tem uma vanguarda intelectual, só tem passado. E num partido de raiz revolucionária não se fazem reformas sem vanguarda. É uma pena, mas é a dolorosa verdade.
Como é que o "PC" pode ter uma vanguarda se o comunismo já morreu? E como pode o "PC" ter futuro se o comunismo é uma coisa do passado?
Finalmente: não é óbvio que o "P", para sobreviver, teria que deitar fora o "C" e pôr lá outra letra qualquer? Pode muito bem acontecer que a troca seja uma tarefa impossível, lá isso é verdade.
E não venham com a cansativa treta de se "adaptaram aos novos tempos". Essa saída está tapada por outros que se anteciparam. No BE, no PS e até no PSD.
Gatos
Vem hoje no "Jornal do Brasil" num texto de Ubiratan Iorio, economista:
Friedrich Hayek, um dos maiores pensadores do século XX, costumava dizer que deixar os Bancos Centrais sob a influência de políticos era o mesmo que entregar o pires de leite aos cuidados do gato.
Pois é. E o dito também vale para as empresas públicas, para as câmaras e para os ministérios - onde há inúmeros felinos que adoram leite. Alguns vadios, outros com dono; todos espertalhões, mais espertos os que preferem passar por sonsos.
Friedrich Hayek, um dos maiores pensadores do século XX, costumava dizer que deixar os Bancos Centrais sob a influência de políticos era o mesmo que entregar o pires de leite aos cuidados do gato.
Pois é. E o dito também vale para as empresas públicas, para as câmaras e para os ministérios - onde há inúmeros felinos que adoram leite. Alguns vadios, outros com dono; todos espertalhões, mais espertos os que preferem passar por sonsos.
Autarcas
O PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) ganhou a Prefeitura de São Paulo ao PT (Partido dos Trabalhadores) de Lula da Silva. O povo decidiu nas autárquicas: o novo "presidente da Câmara" mais importante do imenso Brasil é José Serra.
O "concelho" de São Paulo tem 7,7 milhões de eleitores. Em Portugal inteiro há apenas 8,7. O PSDB venceu em 870 municípios; em Portugal inteiro só há 308.
Duas. Esta pequenina parcela da União Europeia cabe todinha dentro de São Paulo; para quê a regionalização? A outra: São Paulo é governado por 1 Prefeito; que fazem os 2044 autarcas lusos?
O "concelho" de São Paulo tem 7,7 milhões de eleitores. Em Portugal inteiro há apenas 8,7. O PSDB venceu em 870 municípios; em Portugal inteiro só há 308.
Duas. Esta pequenina parcela da União Europeia cabe todinha dentro de São Paulo; para quê a regionalização? A outra: São Paulo é governado por 1 Prefeito; que fazem os 2044 autarcas lusos?
São Paulo
No Memorável de hoje:
- Lula perdeu São Paulo e Porto Alegre (Jornal do Brasil, Rio)
- Importações da China crescem 79% no ano (Jornal do Brasil, Rio)
- Lula perdeu São Paulo e Porto Alegre (Jornal do Brasil, Rio)
- Importações da China crescem 79% no ano (Jornal do Brasil, Rio)