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quarta-feira, junho 30, 2004

Lopes & Rodrigues 

Circulam na rede estes slogans:

- "Nada de poupanças, Cinha nas Finanças!"
- "Governo e Oposição, a mesma desilusão!"

Isto é, Lopes & Rodrigues.

Supereuro 

Tangerina
A Holanda foi uma tangerina. Laranja anã. Também gostosa de comer.

Falhou
Portugal ganhou por 2-1. Marcou estes 3 golos. Foi o totalista. Mas falhou outros 4.

Primeiro Ministro
Olho d'Açor (também conhecido em certos meios por Herberto) disse-me esta tarde que Felipão devia ser o novo Primeiro Ministro, explicando porquê. Porque, afirmou, é o "único que fez qualquer coisa".

Está certo, muito certo.

E acrescento outro porquê em abono da preferência de Olho d'Açor: se um comentador de futebol vai ocupar o cargo de Chefe de Governo, mais normal seria - iniludivelmente - para tal posto ser designado o treinador que já foi o Campeão do Mundo e se prepara para, no domingo, ser o Campeão da Europa. Na verdade, treinador faz (no campo) e comentador fala (fora do campo).

Modas
Virou moda - é da euforia - miúdas e graúdas adornarem as ancas com cachecóis da Selecção.

À primeira olhada, fica bem; à segunda, menos mal; à terceira, paciência; à quarta, um exagero; à quinta, a revolta. Pois nem o Euro 2004 merece o tapar de tanto umbigo, mais as áreas circundantes e as zonas envolventes.

Porque raio não põem um lacinho verde-rubro num dos tornozelos?

Nas mãos 

No Memorável de hoje:

- Nas mãos de Luiz Felipe Scolari (Le Monde, Paris)
- França dá um passo para a eutanásia (Le Monde, Paris)
- "JN" retira liderança ao "CM" (Público, Lisboa)

terça-feira, junho 29, 2004

Supereuro 

Uma, duas, três
Figo está a merecer uma chapada. Disse que não cometeu nenhum crime ao não ficar no banco junto aos companheiros - depois de ter sido substituído no jogo com a Inglaterra - e ao ter-se escondido, chateado e de ego ferido, no balneário.

Mas cometeu.

Melhor dito: está a merecer duas chapadas. A segunda, por não ter agradecido a Felipão o facto de ele o ter querido desculpabilizar.

Talvez três. E a terceira podia ser esta: ser obrigado a ficar no banco dos suplentes durante todo o jogo de amanhã com a Holanda.

(Em certo sentido, também lhe serviria de treino; pois vai acontecer muito disto ao velhote no Real Madrid, na próxima época.)

Feitos e um dito 

Ao contrário
É esta a "prática democrática" da União Europeia: os Chefes de Estado e de Governo escolhem o Presidente da Comissão e, um mês depois, o Parlamento da Europa vota para concordar.

Não é democracia. Se fosse, seria ao contrário, como é evidente.

Está certa
Na terminologia jornalística, insiste-se: ele foi hoje "nomeado" Presidente, ele foi hoje "confirmado oficialmente" como Presidente.

Ao fim e ao cabo, está certa a faladura. Os 732 deputados do PE vão votar no dia 22 de Julho, mas não são os votos deles que decidem. Já foi tudo decidido por 25 indivíduos.

"Ressalva"
Ele saiu para Bruxelas e largou a chefia do Partido e do Governo ao seu Vice. A maioria dos camaradas mais notáveis apoia.

Com uma "ressalva". A de ser necessário fazer mais tarde um Congresso para legitimar a nova liderança.

Como na UE, também aqui. Alguns decidem e os congressistas irão atrás talvez 3 meses depois. Só "legitimar", não escolher.

"Babies"
O líder parlamentar do PP disse, a propósito do acontecido, que "numa democracia adulta" blá, blá, blá qualquer coisa que não fixei.

Democracia "adulta". Então, para o tipo, também há certamente democracia "infantil", "juvenil", "adolescente", "vintona", "trintona", "quarentona" e, depois destas e da dos 50 aos 60, a da "terceira idade".

Apetece dizer, na mesma linha de falta de raciocínio, que a dele é a dos "babies".

Assim não 

No Memorável de hoje:

- Assim não se elege o presidente da UE (Financial Times, Londres)
- Só 27% dos espanhóis consideram imprescindível a Constituição da UE (ABC, Madrid)
- A derrota da Europa (Público, Lisboa)

segunda-feira, junho 28, 2004

Sinais do atraso - 46 

E o caudal...
As Termas de São Pedro do Sul são a principal estância termal de Portugal e, dizem, a mais frequentada por aquistas na Península Ibérica.

Sabe-se, pelos vestígios arqueológicos actualmente a descoberto, que estas águas minero-medicinais já eram utilizadas pelos Romanos e, depois, por D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal.

O que eu não sabia é que os esgotos da localidade continuam a ser despejados directamente no rio Vouga, mesmo nas traseiras do edifício dos banhos terapêuticos. Vi ontem, em cerca de 10 metros de margem, três saídas de mijo, merda e outros lixos. E o caudal da porcaria era seguramente superior a 30 litros por segundo.

Pé e mão
A televisão de serviço público - que vive do dinheiro dos impostos que os Governos nos obrigam a pagar - está a transmitir em directo um programa de várias variedades sobre futebol.

Mais um, mais pé na bola sem novidade que o justifique.

A fuga do PM para Bruxelas, a vinda do Santana Ialá para PM, a luta fraticida no PSD, a inexistência do PS, a viragem nas políticas financeira e europeia - em suma, a crise - são problemazinhos que ali não merecem um debate de duas ou três horas.

Menos um, menos mão na consciência sem nada que o desculpe.

Nem Tarzan 

Por força das tv´s, das rádios e dos jornais - auxiliados activamente pelos comentaristas e, em segundo e terceiro lugares, pelos protagonistas e pelos candidatos a qualquer evidência - sentimo-nos a vaguear numa floresta de palavras.

Onde, com penoso esforço, procuramos descobrir uma ideia - lógica, convincente e consistente - para resolver a actual crise política. Como quem quer encontrar um colibri numa densa e fechada selva tropical. Está difícil.

Nem Tarzan.

Limitado 

No Memorável de hoje:

- Le candidat par défaut (Le Temps, Genève)
- La marge de manœuvre de M. Barroso s'annonce limitée (Le Monde, Paris)
- Auto-estima (Diário de Notícias, Lisboa)
- Uma guerra (Diário de Notícias, Lisboa)
- Regras de decoro em democracia (Público, Lisboa)

domingo, junho 27, 2004

"Intervir" 

O Presidente da República, quase a chorar, lamentou que a substituição do Primeiro Ministro já estivesse resolvida - avaliando o que leu, viu e ouviu na Comunicação Social - sem a sua intervenção.

É verdade - na teoria - que ele pode ou aceitar o nome proposto pelos partidos da maioria ou convocar eleições legislativas antecipadas.

Também é verdade - na prática - que o pobre homem, apesar do seu tão sentido e sofrido lamento, não terá coragem para contrariar o PSD e o PP. E que vai "intervir" dizendo "sim" ao que estes partidos lhe mandarem fazer.

Há homens assim. Fracos. Chorões. Cuja vontade é uma lágrima. Que - pior - nem sempre têm energia para verter.

Santana Ialá 

Kumba Ialá foi Primeiro Ministro da Guiné-Bissau. Perfeito como político populista, bom comunicador em comícios e congressos partidários, com o dom da palavra fintava qualquer argumento com meras palavras, não tinha sentido de Estado nem uma ideia de conjunto - estratégica - para o futuro do País, a prioridade era o protagonismo da sua pessoa, amava cada câmara de televisão e vivia a pensar como posar melhor para as objectivas. Na governação, só por sorte não saíam apenas trapalhadas.

Aqui em Portugal tudo indica que vamos ter na chefia do Governo um Santana Ialá.

O preto Kumba foi corrido num golpe de Estado; o branco Santana não sei como será. Mas terá de ser.

No entretanto, vamos perder mais tempo. Cantar mais fado.

"El menos incómodo" 

No Memorável de hoje:

- La "feuille de route" pour un Irak souverain (Le Monde, Paris)
- “Prefiero a las mujeres enteras” (La Vanguardia, Barcelona)
- Barroso "el candidato menos incómodo" (La Vanguardia, Barcelona)
- Nuevo elogio del vino (ABC, Madrid)
- Terror inventa a fatwa.com (Jornal do Brasil, Rio)

sábado, junho 26, 2004

Nem, nem 1, nem 2 

Nem
Se o Primeiro Ministro for para Presidente da Comissão Europeia, não é pelo seu génio; é pela falta dele.

E também porque o País - apesar de ser a mais antiga Nação da Europa - não aquece nem arrefece dentro da União Europeia.

É o que convém aos 25 Estados da UE. Um indiferente de um País indiferente. Nem vento, nem calor, nem tempestade, nem ondulação, nem chuvada, nem gelo, nem uma ideia, nem uma iniciativa, nem nada que chateie.

Como o antecessor, de nome Romano Prodi. Quem se lembra de algo que este italiano tenha feito, além de palavrear em discursos de circunstância e de aparecer de quando em quando na TV?

Nem 1
Nas cabeças da maioria dos jornalistas e comentaristas reside a convicção de que o Presidente da Comissão Europeia é "um dos homens mais poderosos do Mundo".

Apesar de o homem não ter sequer 1 soldado. Nem sequer um soldadinho de fingir, daqueles armados com pistolinha de água daquelas com que os putos brincam no Carnaval.

A verdade é que qualquer presidente é, assim, um verdadeiro impotente.

Nem 2
Porque é que o Presidente da Comissão Europeia é escolhido pelos chefes e não é eleito pelo povo da Europa?

Simples. Porque não há "povo da Europa". Porque há muitos povos na Europa. Dos quais nem apenas 2 querem ser fundidos.

Supereuro 

Nenhum
Nenhum treinador português teria feito o que Felipão fez contra a Inglaterra: deixar Fernando Couto no banco, substituir Luís Figo e mandar Rui Costa entrar só nos últimos 15 ou 20 minutos.

Nenhum treinador português teria tido a frieza, o calculismo e a criatividade do brasileiro. Muito menos a autoridade.

Felipão - pô, mô - é um vencedor. Também um sortudo... por... treinar Portugal!

Vingança
Está decidido: a Holanda será o adversário de Portugal nas meias-finais.

Para a final escolho a Grécia. Pela vingança.

Nacional
Os partidos políticos - todos, somados, em conjunto - nunca apresentaram números de mobilizados tão grandes como aqueles que a Selecção está a reunir. Mede-se pelas bandeiras nas janelas e nos carros e pelas multidões que de Norte a Sul sairam às ruas depois de cada vitória.

Acho que é por a Selecção ser Nacional. Mais do que se tratar de futebol.

É outra lição para os eurófilos, para os federalistas e para a minoria que acorda todos os dias a sonhar com os Estados Unidos da Europa. Que não há. Nem parece que venha a haver, felizmente.

Uma dica para eles, para eles entenderem o que acontece: a gente vibra com o que é nosso e o que é nosso não se dá aos outros. A não ser por esmola.

Que não é o caso, pois os pedintes somos nós.

Le retour du roi Sébastien 

No Memorável de hoje:

- Portugal: le retour du roi Sébastien (Le Temps, Genève)
- As últimas girafas em liberdade (Le Figaro, Paris)
- Mínimo em Espanha subiu para € 490,8 (La Vanguardia, Barcelona)
- Repsol comprou a Shell (ABC, Madrid)
- Felipão dá esperança a Portugal (Jornal do Brasil, Rio)

sexta-feira, junho 25, 2004

A epopeia de Cassini 

No Memorável de hoje:

- Le Portugal vainqueur d'un combat sans fin (Le Temps, Genève)
- La fabuleuse victoire du Portugal (Le Figaro, Paris)
- Gesta para héroes (La Vanguardia, Barcelona)
- Cassini passará entre dois anéis de Saturno (ABC, Madrid)
- Ricardo paró a Inglaterra (ABC, Madrid)
- Que venha um referendo (ABC, Madrid)
- Estrela de Felipão volta a brilhar (Jornal do Brasil, Rio)
- Dentaduras à beira do fim (Jornal do Brasil, Rio)
- Instituto da Conservação da Natureza na penúria (Público, Lisboa)

quinta-feira, junho 24, 2004

Falso debate 

No Memorável de hoje:

- Um falso debate: Europa social contra Europa económica (Le Figaro, Paris)
- Cientistas dizem que descobriram o som do início do Universo (Jornal do Brasil, Rio)
- Café sem cafeína descoberto no Brasil (Jornal do Brasil, Rio)

Supereuro 

Sem mais
Portugal está nas meias finais do Euro 2004. Scolari e os rapazes fizeram tudo bem. O jogo com a Inglaterra foi espectacular. Portugal dominou do princípio ao fim - com excepção de cerca de 20 em 120 minutos. Justa vitória, sem mais palavras.

Crepúsculos
Figo foi substituído por Hélder Postiga. Não gostou e atreveu-se a mostrar que não tinha gostado ao seguir - amuado - para as cabines, sem ficar no banco a apoiar os companheiros.

Quando saiu, Portugal estava a perder por 0-1. Um ou dois minutos depois, o mesmo Postiga marcou o golo da igualdade. Nos penaltis, marcou o mais bonito.

Há crepúsculos assim. Tristes, cinzentos, dolorosos.

Intrusos
Coube à RTP fazer a transmissão do jogo. No final entrevistou Felipão, que estava quase à beira das lágrimas da alegria.

Contagiou-nos. E ainda durava a emoção quando, logo a seguir, sem respeito - mesmo de forma ostensiva e ofensiva - a mesma tv nos impingiu uns intrusos a fazer declarações em directo sobre o jogo: o Primeiro Ministro e o líder da Oposição.

Políticos a aproveitarem-se do Desporto e da vitória desportiva desta noite, sem vergonha.

Desavergonhados, também, os jornalistas-editores que se sujeitaram a este trabalho sujo. Era seguramente muito interessante ouvi-los responder a estas duas perguntas; qual o "interesse jornalístico" daquelas entrevistas? E qual o "critério jornalístico" que inspirou a sua emissão?

Interessante, era. Respostas é que não haverá, certamente.

quarta-feira, junho 23, 2004

Um dever 

O Governo informou que decidiu organizar um referendo sobre a Constituição da Europa. A ideia de informar o povo é boa e a ideia de fazer o referendo é muito boa.

E o dever de um eurocéptico é o de desconfiar de tanta bondade.

Vamos esperar pela pergunta que os europeistas vão imprimir no boletim de voto. Eles só querem o "sim" e, assim, tudo indica que será traiçoeira.

"Sou um fracasso" 

No Memorável de hoje:

- Do Iraque e de Portugal... antes de 30 de Junho (ABC, Madrid)
- Será recordado por um caso de alcova (Le Figaro, Paris)
- Bill Clinton: "Sou um fracasso" (BBC Brasil)

terça-feira, junho 22, 2004

Ruindades 

136. Parece que cresce a possibilidade de o Primeiro Ministro vir a ser o novo Presidente da Comissão Europeia. Parece.

Certo, certo, é que ele aqui não faz falta nenhuma. E que, se for para Bruxelas, é como se ele, como pessoa, tivesse ganho a sorte grande.

Pois cá dentro o homem tem as saídas todas tapadas. Após ter sido esmagado nas "Europeias", disse que tinha entendido a vontade do povo... mas não pode seguir a vontade do povo porque o povo quer o que ele disse - e mantém - que nunca lhe daria; e se agora desse, o povo aceitaria - evidentemente - mas chamar-lhe-ia aldabrão e lá se iriam os votos no próximo acto eleitoral. O indivíduo terá também pensado em nova política económica, mas toda a gente sabe que ele não tem força - anímica e política -para usar os adequados argumentos e substituir a ministra das Finanças. Também terá decidido fazer uma remodelação do Governo, mas não encontra candidatos a seus ministros melhores do que os que lá estão. Penosa situação.

Há mais. Além da saída para Bruxelas ser - para ele, como pessoa - como se tivesse ganho a sorte grande, veríamos o homem - nós - no lugar adequado. De inútil com utilidade.

Sem poder fazer nada. Nem como pau-mandado dos grandes (Alemanha e França), nem como missionário dos pequenos (a maioria), nem como representante dos médios (Polónia, Espanha, Itália e poucos outros). Só um presidente - simbólico, tolhido - de 25 que não querem chatices.

É esta - para eles - a utilidade do nosso homem. Penosa utilidade.

Medo do referendo 

No Memorável de hoje:

- Uma Constituição sem cidadãos? (Le Figaro, Paris)
- Medo do referendo (ABC, Madrid)
- Barroso de saída? (Público, Lisboa)

segunda-feira, junho 21, 2004

Sinais do atraso - 45 

Nas "Urgências"
A senhora foi às "Urgências" do hospital porque se estava a sentir muito aflita com o seu coração. Este órgão mexia sem ritmo; também os pulmões parecia que exigiam mais ar; além de que, a cada minuto mais nervosa, já se imaginava caída no chão, de cérebro desmaiado.

Depois do registo na Secretaria, entrou "lá para dentro". Sentou-se e aguardou, cada vez mais tonta. Encostou-se numa incómoda cadeira e não lembra o que aconteceu nos seguintes 45 minutos.

De repente, como que acordou. Havia muito ruído estranho à sua volta e via imagens desfocadas de pessoas gesticulando. Fechou-se de novo.

Passadas duas horas, soube de tudo por um dos protestantes. Disto:

- primeiro, o médico disse alto e bom som que a chamou três vezes e, porque ela não respondeu, acrescentou que já não a atendia;

- segundo, os outros aflitos que estavam "lá dentro" revoltaram-se com o acto do clínico de serviço; protestaram, primeiro com palavras, e logo depois chutaram vários pontapés na porta da saleta onde o tipo fazia as consultas;

- terceiro, ele teve de abrir e eles obrigaram-no a ir tratar da senhora que continuava sentada na incómoda cadeira, já quase fora deste mundo;

- quarto, o imbecil regressou, rápido, à sua salita e logo depois regressou, ainda mais veloz, à cadeira onde a senhora agonizava; e só então, depois da correria, lhe meteu o comprimido debaixo da língua.

Ele esteve muito mal. Mas a senhora esteve pior, pois no fim ela agradeceu ao cretino por ele lhe ter salvo a vida. Em vez de fazer tudo para meter na cadeia o negligente.

España regresa con el rabo entre las piernas  

No Memorável de hoje:

- Metade dos ingleses contra a Constituição da Europa (ABC, Madrid)
- Primeiro vôo espacial privado concluído com êxito (La Vanguardia, Barcelona)
- De donde no hay no se puede sacar (ABC, Madrid)
- Estigma de perdedor (La Vanguardia, Barcelona)
- "Desde el principio nos han quitado el balón" (La Vanguardia, Barcelona)
- España regresa con el rabo entre las piernas (La Vanguardia, Barcelona)

domingo, junho 20, 2004

Supereuro 

Podia
Felipão fez tudo bem e os rapazes estão nos quartos de final do Euro 2004.

Vitória por 1-0 sobre a Espanha. Domínio total de Portugal durante praticamente todo o jogo. E os jogadores falharam pelo menos 3 bolas. Podia ter sido goleada.

Goleou
A TVI goleou. Ao escolher José Mourinho para comentar a partida e por ele se ter saído muito bem.

Penalty
Mas a mesma estação de TV cometeu um penalty totalmente escusado. Que lhe diminuiu o resultado. Ao entrevistar o Primeiro Ministro logo depois de Scolari e de Figo.

Hooligan
Ainda na TVI. Marcelo Rebelo de Sousa comparou a vitória de hoje à de Aljubarrota.

Hoje tratava-se de saber qual das selecções nacionais de futebol passava à fase seguinte do campeonato europeu. No século XIV, há 619 anos, tratava-se de resolver se Portugal (recordar aqui) continuava independente como Nação.

MRS estava de juízo perdido. Um hooligan.

Tontos
Explodem os nacionalismos, do Atlântico aos Urais, com este Euro. E ainda há uns tontos, coitados, que acreditam na união política da Europa selada por uma Constituição que não teve os povos como Constituintes.

Como dantes 

É um texto de Vasco Pulido Valente sobre a Constituição da Europa que abre o Memorável de hoje:

- Como dantes (Diário de Notícias, Lisboa)
- A cerveja em guerra mundial (Le Monde, Paris)
- Quem não ratificar a Constituição pode ficar fora da UE (ABC, Madrid)
- Biometria é nova arma contra terror (The Guardian, Londres)

sábado, junho 19, 2004

A última 

Los ciudadanos británicos podrán decidir de antemano que no se les prolongue la vida en el caso de padecer una enfermedad grave y estar mentalmente incapacitados. El Gobierno británico presentó ayer una ley que permite las llamadas «herencias en vida», es decir, que las personas puedan especificar -cuando todavía están sanas y se encuentran capacitadas- cómo quieren ser medicadas en caso de enfermar gravemente y si pierden la capacidad de decidir.

Os britânicos conquistaram a liberdade de escolher como morrer. Que é a última. E talvez a mais importante.

Passo de gigante na História da Humanidade. Finalmente, um Governo entendeu - contra todas as religiões - que o indivíduo está em primeiro lugar. E que só é ser humano enquanto tem a capacidade de decidir. Quando a perde, passa a ser uma coisa. Uma dessas coisas que só são desconhecidas por quem nunca passou por um "lar da terceira idade", por uma enfermaria de doentes incuráveis ou pela casa de quem lá possui - eu vi - um corpo de 60 anos em coma há oito.

A Inglaterra começou uma revolução. E tem aqui um experiente, embora muito modesto, aliado. Que também espera ser-lhe possível decidir - enquanto pode - como acabar. Dito de outra maneira: que quer escrever as cenas dos últimos segundos antes do The End do filme que foi a sua vida.

(A notícia vem no jornal ABC, de Madrid e o texto completo está no Memorável de hoje)

Supereuro 

Sem meio campo
Que futebol, o da República Checa - Holanda! Venceram merecidamente os checos por 3-2, depois de estarem a perder por 0-2. Mas isso foi o resultado do jogo. Até podia ter sido outro qualquer.

Mais importante, do meu ponto de vista, foi que todos os jogadores corriam ao minuto 92 como no minuto 1. E o mais bonito foi ver como ao ataque de uma das equipas se seguia logo o da outra. Não havia meio campo.

Realmente, para quê meio campo se as balizas estão nos extremos? Uma lição de futebol.

Pro
Felipão é um pro. Vamos aguardar calmamente até amanhã para ver o "onze" que escolhe contra a Espanha, como o dirige e as substituições que faz.

Golos, já é com os jogadores. Como é óbvio.

Crime e castigo 

1. Há pouco mais de duas semanas, entraram formalmente para a União Europeia dez países. Sem que os povos dos quinze que já cá estavam tivessem sido consultados sobre se queriam o alargamento.

2. Alargamento que se entendia numa Europa unida economicamente: maior mercado, mais riqueza, superior desenvolvimento. Que não se entende - e ninguém explica - no quadro de uma união política de parte deste continente. Para quê mais, se a quinze tal união já era quase impossível?

3. Do lado dos que entraram: porque raio quereria, por exemplo a Polónia, perder a sua independência política? Acho que não quer. E suspeito que os polacos e os outros nove votaram pela adesão à UE porque foram enganados. Assim: os políticos esconderam-lhes que poderiam estar a entrar para um espaço que, além das económicas, também não teria fronteiras políticas.

4. Faz amanhã uma semana, a maioria dos eleitores dos 25 países da UE alargada não votou nas eleições para o Parlamento Europeu. Manifestando deste modo - no mínimo - o desinteresse por aquela instituição.

5. Mas toda a gente reconhece que muitos dos abstencionistas não foram às urnas porque não querem uma Europa com um Parlamento, um Governo e um Presidente. Preferem os parlamentos, os governos e os presidentes nacionais a trabalharem com os dos outros países da Europa.

6. Apesar da maioria dos povos se terem marimbado em tal Parlamento, passados cinco dias, ontem, a cúpula política aprovou o texto de uma Constituição para este espaço geográfico.

7. Como nas ditaduras, as cúpulas acharam-se a vanguarda da revolução, o guia dos povos. E acham até que é um dever de cada cidadão ir atrás deles, os iluminados. Como, para não recuar muito, Estaline, Hitler, Mao Tsé Tung e Fidel Castro quiseram.

8. Acontece que em democracia os únicos titulares dos poderes constituintes são os povos. Essa Constituição não é fruto da vontade dos povos.

9. Também não é fruto dos eleitos pelos povos, apesar de escolhidos por uma minoria de concidadãos. Não foi o Parlamento da Europa que elaborou a Constituição da Europa.

10. Quem decidiu o alargamento e quem redigiu o texto constitucional não estava expressamente mandatado para o efeito pelos povos da UE. Pois ninguém votou a dizer que queria o documento e mais países.

11. Como também ninguém mandatou expressamente os eleitos para os parlamentos nacionais para decidirem sobre aquelas mesmas matérias.

12. Assim sendo, acontecem duas coisas:
- quem decidiu, impôs; como acontece em ditaduras;
- em democracia, decisões impostas são ilegítimas, ofensivas e criminosas.

13. O alargamento já não tem remédio. Resta referendar a Constituição, em cada um dos 25 países, para o crime ser menor.

14. Mas duvido que os "europeistas" organizem os referendos. Eles temem o castigo dos "eurocépticos", da maioria.

Abster-se da Europa 

No Memorável de hoje:

- Nanotecnologias: riscos difíceis de prever (Le Figaro, Paris)
- Europa Unida. Sim, pela abstenção (La Vanguardia, Barcelona)
- Europeus contra a Europa (La Vanguardia, Barcelona)
- Verdades sobre o consumo de álcool (ABC, Madrid)
- Eutanásia aprovada no Reino Unido (ABC, Madrid)
- Abster-se da Europa (ABC, Madrid)
- Uma Constituição para a Europa. Não da Europa. (ABC, Madrid)

sexta-feira, junho 18, 2004

Barroso 

No Memorável de hoje:

- Bush e Kerry sócios da mesma Ordem secreta? (BBC Brasil)
- Os burros têm 10 mil anos (ABC, Madrid)
- Amores que matam (ABC, Madrid)
- Nova derrota de Lula no Senado (Jornal do Brasil, Rio)
- Barroso (Diário de Notícias, Lisboa)

10 000 001,5 

Um anónimo cidadão espanhol, solicitado pela SIC a falar do jogo do próximo domingo entre Portugal e Espanha, disse que "é como um Real Madrid-Barcelona".

Pois. O homem falou como se vivesse num País chamado Estados Unidos da Ibéria feito com Nações como a Catalunha, Madrid, País Basco, Galiza, Portugal, Astúrias e mais algumas.

Formalmente, não vive. Economicamente, não sei. Futebolisticamente, 9 999 999 mais 1 (eu) têm a absoluta certeza que não.

E assim estes 10 000 000, a que há que somar 1,5 (Scolari e Deco), têm mais uma razão - política - para a Selecção Nacional Portuguesa de Futebol vencer a Selecção de Futebol do conjunto das autonomias espanholas que estão do outro lado da nossa fronteira.

quinta-feira, junho 17, 2004

Teletransporte real! 

Cientistas anunciaram experiências de teletransporte entre átomos. Não é ficção; está no Memorável de hoje.

quarta-feira, junho 16, 2004

Supereuro 

Porquê?
Porquê Felipão não jogou contra a Grécia com a equipa que hoje derrotou a Rússia por 2-0?

Ele sabe de bola, registou enorme sucesso quando mandou espalhar bandeiras portuguesas pelas janelas e automóveis deste país - são aos milhões, coisa nunca vista por estas bandas, nunca - mas tem de explicar. E pedir-nos desculpa, se quiser ganhar os nossos cérebros e os nossos corações.

De Ronaldo
O golo de Rui Costa foi uma das obras de Cristiano Ronaldo. Sem mais.

Gastronomia
No final, foi bom. Pelo resultado. Mas durante o jogo só se sentiu o sabor de bacalhau com pouco azeite e nenhum alho. Tipo hamburger sem mostarda e ketchup, feijoada sem carne fumada, salada sem sal, sardinha sem pimentos. Etc. Qualquer coisa sem algo de picante.

Sexo
Foi. Como se tivesse sido, para ela e para ele, uma com preservativo.

De joelhos, de novo 

"Papa obrigado a pedir novo perdão" (do jornal ABC, de Madrid) por causa dos crimes contra a Humanidade que a Igreja Católica cometeu durante a Inquisição. É o texto arquivado no Memorável de hoje.

Pena que João Paulo II tenha solicitado o perdão a Deus... e não aos homens.

terça-feira, junho 15, 2004

Supereuro 

Não!
Acabou o Alemanha-Holanda. O resultado fica como um pormenor (foi 1-1). Essencial seria entender, no final deste jogo, como foi possível tanta gente admitir que Portugal podia vencer o torneio.

Eu não consigo.

Khan
Também custa a acreditar que haja portugueses que, depois da exibição de Oliver Khan na baliza da Alemanha, continuem a crer que Vitor Baía é o melhor guarda-redes do Mundo.

Eu não consigo.

Queria
Tem pior. Queria dizer que estou convicto de que a Selecção Nacional vai vencer os jogos com a Rússia e a Espanha.

Mas não consigo.

Apetecia
Mais do mesmo. Apetecia dizer que a culpa é de Scolari, como a de Queirós no Real Madrid.

Também não consigo. Porque o português tinha os autênticos e o brasileiro, coitado, tem - apetecia dizer - muitas imitações.

Novas descobertas no Espaço e na Amazónia 

No Memorável de hoje:

- NASA fez imagens da lua negra de Saturno (Jornal do Brasil, Rio)
- Prémio para o criador do www (Le Soir, Bruxelas)
- Descoberto novo animal na Amazônia (Ambiente Brasil)

segunda-feira, junho 14, 2004

Sinais do atraso - 44 

Menos 3
A Suécia goleou a Bulgária por 5-0 no jogo de hoje do EURO 2004. A TV2, no seu telejornal das 22h00, mostrou apenas dois dos golos.

Fez o título, mas não deu a notícia.

Ruindades 

134. Impera nas redacções de todos os meios de comunicação social o conceito de "critério jornalístico". É o que vale quando se trata de fazer os alinhamentos, as primeiras páginas, as manchetes, as perguntas aos entrevistados, o que é e o que não é notícia, etc.

Com um grave problema. O de haver um outro conceito, minimizado, o de "erro jornalístico". Uma tragédia.

135. Comentando os votos locais nas eleições para o Parlamento Europeu, o ainda secretário-geral do PS disse que a coligação PSD/PP tem a maioria na Assembleia da República, mas "não tem a maioria do povo português".

Como é que ele sabe, se foi a maioria dos portugueses - 61 em cada 100 - que, abstendo-se, venceu as eleições para aquele órgão da União Europeia?

(Não é que a coligação mereça a preferência dos eleitores. É pela demagogia, falta de rigor e pelo disparate do sr. Rodrigues.)

Europa sem alma 

No Memorável de hoje:

- Mel é "o sangue das flores" (Le Monde, Paris)
- Europa sem alma (Le Figaro, Paris)
- Bons resultados do PP em Espanha (La Vanguardia, Barcelona)
- Cristianismo fora do projecto de Constituição da UE (ABC, Madrid)
- Europa virtual y Europa existente (ABC, Madrid)
- Y Europa dijo: "En la duda abstente" (ABC, Madrid)
- Não respondam (Diário de Notícias, Lisboa)
- Um poeta (Diário de Notícias, Lisboa)
- Criação de insectos para combater pragas na fruticultura (Ambiente Brasil)

domingo, junho 13, 2004

PE 

19h50 - Na União Europeia (UE), nos 25 países que somam 749 milhões de eleitores, os europeus escolheram hoje o Parlamento Europeu (PE). Os políticos têm afirmado que o órgão é importante, mas não dizem porquê. Não conseguem elencar cinco razões, de forma clara e concisa. Ou porque não sabem, ou porque juram a importância do que não a tem.

19h55 - Talvez seja "importante" pelo número de deputados: 732. Obviamente demais.

19h59 - Realmente é muito difícil fazer um País com 25 Nações e muitas Sub-Nações. Suspeito que a maioria dos europeus desconfia do sucesso da tarefa. Não tanto pelo grau de dificuldade; mais pelo grau de impossibilidade.

20h05 - Segundo as sondagens, a maioria dos europeus disse que não lhe interessa o PE. A abstenção pode ser superior a 50%. Mais de 375 000 000 de cidadãos.

20h20 - Talvez os vários povos da UE achem que o PE não interessa porque dele não emana um Governo. Assim, estas "Legislativas" seriam falsas. Votar só para um Parlamento seria votar apenas por e para palradores.

20h30 - Talvez também não queiram uma UE unida políticamente, com um PE e uma Constituição. Provavelmente, a maioria prefere apenas uma aliança económica de Nações - algumas das quais estão a lutar entre si pela conquista do EURO 2004.

20h45 - Resumindo: a maioria sabe que faltam muitos, muitos e muitos anos... para a União Europeia ter uma Seleção Nacional de Futebol.

21h00 - Também pode ter acontecido que a maioria dos votantes e todos os abstencionistas tenham querido - preferencialmente - criticar os governos nacionais. Se assim foi, foi ainda maior a derrota da ideia de um "País Europeu", de uma "União Política Europeia", de uns "Estados Unidos da Europa".

O fenómeno do futebol 

No Memorável de hoje:

- Futebol: estádio supremo da globalização (La Vanguardia, Barcelona)
- Brasil... em guerra civil (Jornal do Brasil, Rio)
- O maior problema de Bagdad: crimes de delito comum (The Independent, Londres)
- Bombas da NATO não pacificaram a ex-Jugoslávia (Jornal do Brasil, Rio)

sábado, junho 12, 2004

Merecidos 

Mais dois elogios a Ronald Reagan no Memorável de hoje:

- Normandia e Reagan (ABC, Madrid)
- Convicções, intuição, pragmatismo (Público, Lisboa)

sexta-feira, junho 11, 2004

Dentro do umbigo 

A RTP-2 abriu o telejornal da 22h com o funeral de Sousa Franco que, segundo a repórter, teve 2 mil acompanhantes.

O funeral de Ronald Reagan foi a 11ª peça, do total de 17; estiveram presentes na homenagem mais de 100 mil pessoas.

É também assim que nos afastamos do Mundo.

Ao olharmos, em primeiro lugar, para o que temos dentro do umbigo. Que é o que a gente sabe.

Às ordens de Marcelo 

Milhões de bandeiras nacionais estão colocadas em janelas e varandas, de apartamentos e de moradias, em cidades, vilas e aldeias. Porque os moradores naquelas casas gostam de futebol, ou porque desejam que Portugal vença o EURO 2004, ou porque querem vibrar com qualquer festa.

Também por outras razões. Há pouco ouvi uma cinquentona, classe média urbana, explicar que "foi o Professor Marcelo que mandou" colocar os estandartes.

(Nota para estrangeiros: Marcelo Rebelo de Sousa fala numa das televisões, todos os domingos à noite, às vezes por quase uma hora, comentando de tudo e de todos, tipo homilia da missa das 11h na capela, na igreja ou na catedral.)

Nada de novo 

Nalguma imprensa internacional de hoje está a informação de que os cães pensam como os humanos. Por exemplo no Jornal do Brasil, cuja notícia tem o devido destaque no Memorável de hoje.

Para mim não é novidade a conclusão dos cientistas alemães do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva de Leipzig. Já sabia, fruto da íntima convivência com o Cajú, o Pucky, a Kwacha I, o Tobias, a Kwacha II e o D. Ivan.

Cães pensam como o homem 

No Memorável de hoje:

- Cientista diz ter resolvido o "maior problema da matemática" (BBC Brasil)
- Cães pensam como o homem (Jornal do Brasil)
- O drama do vira-latas (Diário de Notícias, Lisboa)

quinta-feira, junho 10, 2004

Ruindades 

129. O cadáver do deputado comunista Lino de Carvalho está depositado numa Igreja Católica, nestas 24 horas que precedem o seu enterro.

Algo de surpreendente aconteceu, certamente. Alguém - suponho eu - fez o acto do contrição.

Ainda não se sabe se foi o político ou o cardeal.

130. Mota Pinto, Lucas Pires, Sousa Franco. Todos mortos, todos políticos, todos traídos pelo coração.

Porque ainda vivem outros, como Soares, Cunhal, Eanes, Guterres, Cavaco e os etc?

Talvez porque não tenham o coração ao pé da boca.

131. António Costa, o sucessor de Sousa Franco na cabeça da lista do PS para o Parlamento Europeu, é um dos políticos mais detestados. Chamam-lhe "o preto" - sem racismo. Com cordialidade - sem amizade. Com ironia, pois é branco de feições - apesar de se lhe notarem no rosto e no feitio sinais de antepassados escuros.

Aguardemos o resultado da votação do próximo domingo. Nos entretantos, parece que ele perdeu.

132. Ouviu-se chamar "Boca de Sapo" a Ferro Rodrigues.

Pareceu-me adequado, estética e politicamente falando. É feio, boca larga e salta pouco.

Mas também lhe podiam chamar "Boca de Rã". Por causa de algo de feminino.

133. O Presidente da República disse isto, no início do seu discurso de hoje, nas comemorações do Dia de Portugal:

Luís de Camões, poeta português, europeu e universal, resume na sua obra esta bela lição de sempre e que mais se torna actual neste tempo de globalização - a de que é no universal que nos realizamos como povo, como cultura e como vocação. Não para nos distrairmos de nós e das nossas responsabilidades, como aconteceu algumas vezes no passado, mas para, a partir da nossa inteireza, nos encontrarmos e enriquecermos no encontro com os outros. Para Camões, como para Fernando Pessoa, não é contra a Europa e os seus valores que tal vocação se cumpre. É na Europa e com a Europa.

Não havia "Europa" nos tempos de Camões e de Pessoa; não se entende o que é a nossa "vocação" no "universal", nem a "distração", nem a "nossa inteireza". Nem vale a pena ler o resto do discurso do Sampaio.

Hooliganismo partidário 

No Memorável de hoje:

- Spirit encontra mais indícios de água e Opportunity começa missão suicida (ABC, Madrid)
- PIB do Japão cresceu 6,1% (ABC, Madrid)
- Kerry e Reagan: enternecedor (ABC, Madrid)
- Morto pela morte inexorável e morto pela campanha evitável (Público, Lisboa)
- Hooliganismo partidário (Público, Lisboa)

quarta-feira, junho 09, 2004

Mais uma vitória de Bush 

No Memorável de hoje:

- Vitória de Bush (Le Monde, Paris)
- Forças americanas libertaram reféns (La Vanguardia, Barcelona)
- Texto completo da nova Resolução, a 1546 (La Vanguardia, Barcelona)
- Nova vitória de Bush na ONU (ABC, Madrid)
- Inventado um vidro "auto limpante" (Jornal do Brasil, Rio)
- 28 000 anos de calor igual ao de agora! (Le Soir, Bruxelas)
- Ainda há índios (Ambiente Brasil)

terça-feira, junho 08, 2004

Lição 

Há clubes de futebol muito importantes no continente europeu: Real Madrid, Barcelona, Manchester, Chelsea, Benfica, Porto, Inter, Milão, Mónaco, PSG, etc, etc, etc, etc. Jogam todas as semanas, mobilizam milhões de mentes e destroçam (de felicidade ou de dor) outros tantos corações, masculinos e femininos.

Mas não nos bastam. Como se está a ver e a sentir nestes poucos dias que antecedem o EURO 2004.

Porquê? Porque as Nações identificam-se e vibram com as suas Selecções.

Lição - e um "não" - para os políticos que sonham com uma Constituição para a UE. O mesmo para todos os que ambicionam fazer de todos nós um único País.

Nem! 

O cabeça de lista da coligação "Força Portugal" nas eleições para o Parlamento Europeu mijou fora do penico. Ao dizer, há pouco, em entrevista na RTP, que são os jovens que estão a pagar as reformas dos reformados.

Mijou fora da vasilha apropriada. Isto é, falou sobre o que não lhe competia.

E também falou mal, doente. Ou seja, urinou um líquido pestilento com uma taxa de ácido úrico indiciador de grave "coisa" no seu estado de saúde.

Esta, aquela "coisa": nem reparou, nem falou, nem condenou. Apesar da evidência.

Ou não é mesmo verdade que se os jovens estão a pagar as reformas dos velhos, alguém roubou os descontos que cada velhote descontou durante 45 anos para a Segurança Social, eles que só vão durar mais 10 ou 20?

Triste Zapatero... 

No Memorável de hoje:

- Reagan entra na História (La Vanguardia, Barcelona)
- Zapatero, em offside (ABC, Madrid)
- Missão suicida em Marte? (Jornal do Brasil, Rio)

segunda-feira, junho 07, 2004

Sem! 

Os católicos estão duplamente lixados: além de Cristo na cruz, têm de adorar outra imagem de sofrimento, aquela de João Paulo II a definhar, deficiente - como se viu nos relatos que as tv´s nos deram da viagem do homem à Suiça.

Triste religião esta, a do culto da dor. A que obriga os seus crentes, mulheres e homens da Terra.

Onde - neste planeta que habitamos e a que demos aquele nome - é tão bom viver sem o Papa e sem os fantasmas e sem os morcegos e sem os bolores e sem a escuridão e sem a tristeza e sem os pesadelos e sem as beatas e sem os padres e sem as missas da sua Igreja! Sem falar do obscurantismo (por exemplo: Inquisição, Galileu, sexo só para pocriar, inferioridade da mulher, Sida e preservativos) na história da Cristandade.

Percursos 

Mourinho era adjunto de Robson; Queirós era adjunto de Fergusson; Peseiro era adjunto de Queirós.

Três adjuntos que quiseram ser principais. Com percursos diferentes.

Mourinho foi para o FC Porto e venceu as Taças da UEFA e dos Campeões Europeus. Queirós saiu de nº 2 do Manchester para 1º do Real Madrid, deu enorme barraca e regressou, humilde e humilhado, a 2º do clube inglês.

Peseiro era segundo de Queirós no Madrid e, depois do fracasso dos dois, virou 1º do Sporting. Nas primeiras declarações quis imitar a "arrogância" de Mourinho, tipo acertar na bola e na baliza com um pontapé de bicicleta. Falhou. O estilo é fraco, a palavra não convence e - pior - prometeu todos os títulos antes de o jogo começar.

Crime e castigo 

Há 5 anos atrás, determinada empresa jornalística do Interior tinha por estratégia vender cada página de publicidade a 300 contos. A tiragem do diário não chegava aos 1000 exemplares e as vendas andavam pelos 250. E o administrador - o cérebro - exibia grande orgulho pelo facto de a sua tabela ser muito mais cara que as do "DN" e "JN", aquele com 50 mil e este com 90 mil vendidos cada dia.

Golpista (sem consciência, ainda por cima) fazia assim o que faria um vendedor de carros que, em 1999, quisesse cobrar por um Clio de 1995 o preço de um Porche novo.

Hoje, em 2004, o periódico vende a publicidade ao preço que o comprador oferecer. Isto é, dos 300 caiu para 15 ou 20. Ou seja, o administrador está a pedir esmola.

Há erros que se paqam muito caro. Também foi crime e é castigo.

Reagan na Normandia 

No Memorável de hoje:

- Atlântida ficava no sul de Espanha? (BBC Brasil)
- Ronald Reagan na Normandia (ABC, Madrid)
- Seria bom ter ministro (Diário de Notícias, Lisboa)

domingo, junho 06, 2004

Duas guerras e um bicho muito ancião 

Dia D, Ronald Reagan e um pequenissimo animal que viveu há 600 milhões de anos no Memorável de hoje:

- Da Normandia à guerra contra o terrorismo (La Vanguardia, Barcelona)
- O dia D do Iraque (La Vanguardia, Barcelona)
- O vínculo atlântico, 60 anos depois (ABC, Madrid)
- Desembarque demorou 2 anos a preparar (Jornal do Brasil, Rio)
- Encontrado fóssil de animal com 600 milhões de anos (Jornal do Brasil, Rio)
- O soldado que matou mais de 2 mil aliados (The Independent, Londres)
- O Presidente que mudou a América e o Mundo (Público, Lisboa)
- Algumas frases de Ronald Reagan (Público, Lisboa)
- "Tinha a confiança que nasce das convicções" (Le Monde, Paris)
- O Presidente que ganhou a guerra fria (Público, Lisboa)

sábado, junho 05, 2004

Pensou 

Um popular repleto de boas intenções pediu ao chefe do Partido Comunista - em público, hoje, frente às câmaras das tv´s - que lhe desse uma razão para votar nas eleições para o Parlamento Europeu. O comandante respondeu assim ao cidadão: "Se você não vota, outro votará por você", insinuando que o ladrão seria "das direitas".

Há vigarice - reconheceu o pobre lusitano.

Depois pensou. É que ninguém lhe roubou - nem roubará, pois os tem bem guardados - o Bilhete de Identidade e o Cartão de Eleitor. Também não admite que haja duplicados, falsificados, dos seus documentos. Pois se houvesse dos seus... teria de haver de toda a multidão que tem dúvidas... para a doutrina da chefia ter fundamento.

De pensamento em pensamento, aquele companheiro concluiu que foi Carlos Carvalhas quem o vigarizou. Ao dar-lhe uma falsa razão.

Ajoelhou 

O Presidente francês sentiu-se obrigado a agradecer ao Presidente americano a libertação, há 60 anos, da França e da Europa pelas forças dos EUA.

Bush está, agora, a tentar libertar o Iraque. Chirac esteve contra esta recente tarefa e parece que ainda está. Mas hoje ajoelhou. A genuflexão é relatada pelo Le Monde e pode ser observada aqui.

Vénus e Sol 

No Memorável de hoje:

- Tal filha, tal mãe (Le Monde, Paris)
- Estado de saúde de Reagan piorou? (Le Monde, Paris)
- Chirac agradece a Bush a libertação da França e da Europa (Le Monde, Paris)
- Vénus encontra-se com o Sol... 122 anos depois! (Le Figaro, Paris)
- Bibóóóóóó! (guine-bissau.com)

sexta-feira, junho 04, 2004

B, UE e SS 

1. Bush veio à Europa recordar-nos (a nós e ao Mundo em geral) que foram os EUA que salvaram os europeus das mãos de Hitler e da Alemanha nazi. Por outras palavras, que foram eles que re-instauraram a liberdade e a democracia aqui dentro.
Lição de História e bofetada de gigante em toda a tipalhada que condena o homem por causa do Iraque - onde, talvez ingenuamente, quer fazer o mesmo.

2. Da campanha eleitoral para o Parlamento Europeu continuam ausentes todos os temas relacionados com a União Europeia. Talvez por os candidatos não os dominarem (não saberem falar sobre eles) e talvez por eles (temas e candidatos, em conjunto) não serem importantes.
Também porque toda a maralha sabe que não é aquele Parlamento que distribui os milhões de euros destinados a subsídios a fundo perdido.

3. Alguém escreveu, e a locutora de um canal de TV leu num telejornal, que o Papa é um dos maiores críticos de Bush e que esta SS (Sua Santidade) o critica pela ideia de "guerra preventiva" e pelo facto da invasão do Iraque de Sadam.
Há que lembrar à rapariguinha, ao seu guionista e aos telespectadores - em tratamento de choque - três coisas: as Cruzadas de Roma contra os mouros, a avançada senilidade de João Paulo II e que o Vaticano já fez pior (na Inquisição) que outra SS (a Waffen SS) que torturou e matou (na II Guerra Mundial) milhões de judeus e outros inocentes . Assim mesmo.

Catalão contra o espanhol 

No Memorável de hoje:

- E se a ideia da "idade de reforma" estivesse ultrapassada? (Le Temps, Genève)
- O Parlamento da Catalunha quer "eliminar" o castelhano como língua principal da Justiça (ABC, Madrid)
- Voto é a arma, insulto a munição (Diário de Notícias, Lisboa)

quarta-feira, junho 02, 2004

Sinais do atraso - 43 

De médicos
No Ocidente, homens e mulheres são iguais em direitos e em deveres. Nos países dos islamitas moderados, a mulher é uma escrava do homem. Para os árabes radicais, a mulher é um animal doméstico.

Para alguns médicos portugueses (ler "Quotas para homens... em Medicina!" no Memorável de hoje), uma mulher não é igual a eles, adoram as escravas e as escravinhas e têm pena de não poderem passar a mão pelos pêlos de todas aquelas criaturas e criaturinhas. Também gostavam de bater em algumas; melhor, em alguns destes seus objectos.

Off
Hoje, ao princípio da tarde, o Jornal de Notícias que estava acessível na Net... ainda era o de há dois dias atrás.

O JN é um dos principais diários portugueses - o segundo, taco a taco com o primeiro. Cujo nome, o da dianteira, nem interessa para o caso.

Quotas para homens... 

No Memorável de hoje:

- É possível salvar o mar Morto (BBC Brasil)
- A emenda pode piorar o soneto (Jornal do Brasil, Rio)
- Brutalidade extrema em prisão do Rio de Janeiro (Jornal do Brasil, Rio)
- Quotas para homens... em Medicina! (Público, Lisboa)

terça-feira, junho 01, 2004

Sinais do atraso - 42 

Mais de 95%
O ministro das Obras Públicas disse hoje que determinada empresa privada recentemente encerrada pelos proprietários poderia - por boa acção do Governo, claro está - voltar a operar "com 20, 30, 40 postos de trabalho".

Deixando de lado tudo o resto, de 20 a 40 a margem para os imprevistos é de 100%.

Problema é que 5% já seria um exagero. O pobre governante errou, assim, por mais de 95%.

Frágeis 

Se dois jornalistas fossem mandados para uma janela a fim de descreverem - por exemplo, durante três horas - o que dela vêem, os relatos de um seriam diferentes dos do outro. Certamente.

A análise que cada um faria do que fosse acontecendo naquele período de tempo seria - obviamente - subjectiva, muito pessoal, personalizada. Pois os olhos vêem consoante o que a cabeça pensa. E, como se sabe há milénios, cada cabeça sua sentença.

É o mesmo com os Senhores Juízes dos Tribunais. Ou seja, cada juiz não passa de um jornalista que escreve sobre um processo.

Iguais, técnicas à parte. Frágeis. Inconfiáveis.

(Vem isto a propósito do que viu o juiz Rui Teixeira e do que vê a juíza Ana Teixeira e Silva no caso dos rapazinhos violados por uns quantos adultos filhos da puta. Sem ofensa para as mãezinhas - está bem de ver - que pariram os cabrões com dor e amor.)

Sauditas aflitos 

No Memorável de hoje:

- Ameaça mundial sobre o petróleo: a nova arma da Al-Qaida (Le Temps, Genève)
- Sauditas procuram evitar o êxodo dos estrangeiros (ABC, Madrid)

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