segunda-feira, maio 31, 2004
Al-Qaida aposta no petróleo
No Memorável de hoje:
- Os americanos face ao declínio da Europa (Le Figaro, Paris)
- Al-Qaida contra 6 milhões de estrangeiros que vivem na Arábia Saudita (ABC, Madrid)
- Kerry propõe uma política externa "menos idealista" que a de Bush (ABC, Madrid)
- Falta privacidade no Gmail (Jornal do Brasil)
- Os americanos face ao declínio da Europa (Le Figaro, Paris)
- Al-Qaida contra 6 milhões de estrangeiros que vivem na Arábia Saudita (ABC, Madrid)
- Kerry propõe uma política externa "menos idealista" que a de Bush (ABC, Madrid)
- Falta privacidade no Gmail (Jornal do Brasil)
domingo, maio 30, 2004
Ruindades
128. Está a acabar o segundo dia da campanha eleitoral para o Parlamento Europeu. E é já evidente o pior: toda a temática europeia esteve e estará ausente dos comícios. Isto é, ninguém quer verdadeiramente saber da União Europeia e muito menos dos seus deputados.
E o votante pergunta: então para quê ir à urna em 13 de Junho?
Sem resposta, votará na Abstenção. Que vencerá por maioria de votos e de razão.
São votos (informais, chamemos-lhe assim) afirmativos, actos de vontade. Conscientes, deliberados, pensados e fundamentados.
Muito fortes. E isto é mais do que exibir, seja para quem for, um cartão vermelho, amarelo, rosado ou esverdeado. É dizer um "NÃO". De não nos chateiem, senhora Ilda e senhores Miguel, Franco, Pinheiro, Carvalhas, Louçã, Rodrigues, Portas, Barroso, Sampaio e vossos serviçais.
E o votante pergunta: então para quê ir à urna em 13 de Junho?
Sem resposta, votará na Abstenção. Que vencerá por maioria de votos e de razão.
São votos (informais, chamemos-lhe assim) afirmativos, actos de vontade. Conscientes, deliberados, pensados e fundamentados.
Muito fortes. E isto é mais do que exibir, seja para quem for, um cartão vermelho, amarelo, rosado ou esverdeado. É dizer um "NÃO". De não nos chateiem, senhora Ilda e senhores Miguel, Franco, Pinheiro, Carvalhas, Louçã, Rodrigues, Portas, Barroso, Sampaio e vossos serviçais.
Foi só há 60 anos...
No Memorável de hoje:
- Governo de Barcelona pagará aos proprietários que mantenham as matas limpas (La Vanguardia, Barcelona)
- Foi há 60 anos que os EUA salvaram a Europa; na guerra morreram 300 mil soldados americanos... (ABC, Madrid)
- Governo de Barcelona pagará aos proprietários que mantenham as matas limpas (La Vanguardia, Barcelona)
- Foi há 60 anos que os EUA salvaram a Europa; na guerra morreram 300 mil soldados americanos... (ABC, Madrid)
sábado, maio 29, 2004
Ruindades
127. Começou a campanha eleitoral para o Parlamento Europeu. Nas notícias sobre as actividades dos partidos políticos portugueses neste primeiro dia, não se ouviu referência de nenhum à Constituição. Se a fizeram, os repórteres omitiram; se a não fizeram, os repórteres reportaram, pela ausência, a omissão.
Mau sinal, em qualquer dos casos, pois aos votantes de Portugal não chegou qualquer ideia das suas cúpulas sobre o problema que, como se sabe, é o primeiro na hierarquia das dificuldades para fazer a união política deste continente, pelo menos a dos 25 países da actual UE.
Por mim, acho que os repórteres reportaram e que os partidos estão sem saber o que dizer sobre a questão.
Também admito que o silêncio tenha a ver com o facto de os políticos pressentirem que o povo não quer aquela união nem, consequentemente, o documento que a beatifique ou, pior, que a canonize.
Realmente "aquilo" não é uma questão de fé. É não se sabe bem o quê, porquê e para quê.
Mau sinal, em qualquer dos casos, pois aos votantes de Portugal não chegou qualquer ideia das suas cúpulas sobre o problema que, como se sabe, é o primeiro na hierarquia das dificuldades para fazer a união política deste continente, pelo menos a dos 25 países da actual UE.
Por mim, acho que os repórteres reportaram e que os partidos estão sem saber o que dizer sobre a questão.
Também admito que o silêncio tenha a ver com o facto de os políticos pressentirem que o povo não quer aquela união nem, consequentemente, o documento que a beatifique ou, pior, que a canonize.
Realmente "aquilo" não é uma questão de fé. É não se sabe bem o quê, porquê e para quê.
Micróbios vivos, com 120 mil anos de idade!
No Memorável de hoje:
- Celestino V, ex-Papa (Le Temps, Genève)
- @mor.com (Le Monde, Paris)
- Há 45 milhões de anos... Paris era um mar tropical (Le Figaro, Paris)
- Descoberto o planeta mais jovem fora do Sistema Solar (ABC, Madrid)
- Ansumane Mané tinha roubado 18 milhões de dólares? (Guine-Bissau.com)
- Encontrados micróbios vivos... em gelo de 120 mil anos... retirado a uma profundidade de 3 km! (Ambiente Brasil)
- Celestino V, ex-Papa (Le Temps, Genève)
- @mor.com (Le Monde, Paris)
- Há 45 milhões de anos... Paris era um mar tropical (Le Figaro, Paris)
- Descoberto o planeta mais jovem fora do Sistema Solar (ABC, Madrid)
- Ansumane Mané tinha roubado 18 milhões de dólares? (Guine-Bissau.com)
- Encontrados micróbios vivos... em gelo de 120 mil anos... retirado a uma profundidade de 3 km! (Ambiente Brasil)
sexta-feira, maio 28, 2004
Mandante
O salário do novo Director Geral dos Impostos vai ser de cerca de 25 mil euros por mês.
O salário mínimo dos contribuintes não chega a 350 euros.
Se chegasse, o ladrão receberia, a cada 30 dias, 71 vezes mais do que cada um dos mais pobres. Como não chega, recebe ainda mais.
Pior: é o Governo que nos obriga a pagar aquele dinheiro ao criminoso. Cobrando-nos violentamente, para pôr na mão do gatuno, os impostos que nos impõe.
É. O Governo é o mandante.
O salário mínimo dos contribuintes não chega a 350 euros.
Se chegasse, o ladrão receberia, a cada 30 dias, 71 vezes mais do que cada um dos mais pobres. Como não chega, recebe ainda mais.
Pior: é o Governo que nos obriga a pagar aquele dinheiro ao criminoso. Cobrando-nos violentamente, para pôr na mão do gatuno, os impostos que nos impõe.
É. O Governo é o mandante.
Nem uma palavra
A Comissão Europeia pensa aplicar um imposto sobre o vinho, quantificado entre os 0,12 e os 0,15 euros sobre cada litro. O que levaria a uma drástica redução do consumo desta bebida.
Que é uma das muito escassas riquezas nacionais. Toda a gente entende que ficaríamos ainda mais pobres.
Pois apesar de tão grande ameaça, nem a imprensa, nem as rádios e nem as tv´s portuguesas se preocuparam com o tema. Nem uma palavra.
Preocupe-se, em espanhol, no Memorável de hoje.
Que é uma das muito escassas riquezas nacionais. Toda a gente entende que ficaríamos ainda mais pobres.
Pois apesar de tão grande ameaça, nem a imprensa, nem as rádios e nem as tv´s portuguesas se preocuparam com o tema. Nem uma palavra.
Preocupe-se, em espanhol, no Memorável de hoje.
quinta-feira, maio 27, 2004
Porque envelhecemos
No Memorável
de hoje:
- Explicado o mecanismo do envelhecimento (Le Figaro, Paris)
- São as proteínas marcam a diferença entre chimpanzés e homens (ABC, Madrid)
- Descoberta a mítica Universidade de Alexandria (Jornal do Brasil, Rio)
de hoje:
- Explicado o mecanismo do envelhecimento (Le Figaro, Paris)
- São as proteínas marcam a diferença entre chimpanzés e homens (ABC, Madrid)
- Descoberta a mítica Universidade de Alexandria (Jornal do Brasil, Rio)
quarta-feira, maio 26, 2004
Um "Biba!" e três "Viva!"
Acabou o jogo e começou a vitória do novo Campeão da Europa em Futebol. Um "Biba!" para o F. C. Porto.
E três fortes, bem sonantes e muito sentidos "Viva!" para José Mourinho, o treinador que foi despedido do Benfica pelo Vilavinho - com o apoio de um tal que substituiu este e que ainda por lá anda, arrastando-se, o deficiente.
E três fortes, bem sonantes e muito sentidos "Viva!" para José Mourinho, o treinador que foi despedido do Benfica pelo Vilavinho - com o apoio de um tal que substituiu este e que ainda por lá anda, arrastando-se, o deficiente.
Vida em Vénus...
No Memorável de hoje:
- Pode haver vida em Vénus! (BBC Brasil)
- Nino quer regressar e ser julgado em Bissau (Notícias Lusófonas)
- Pode haver vida em Vénus! (BBC Brasil)
- Nino quer regressar e ser julgado em Bissau (Notícias Lusófonas)
terça-feira, maio 25, 2004
De verdade.
A propósito das torturinhas de "cinco ou seis" soldados americanos sobre "cinquenta ou sessenta" presos no Iraque, aqui ficam estas informações para quatro grupos de cidadãos: os inocentes, os estúpidos, os enganados e os mal-intencionados:
- Torturas e maus tratos
- Os instrumentos de tortura da Santa Inquisição
Ao pessoal dos três primeiros grupos sugiro que naveguem por ali com a calma, a concentração, a humildade, o prazer e a sabedoria de quem - novo ou velho - tem muita vontade de aprender e nada a perder.
Quanto aos militantes do quarto grupo, não sei se vão aguentar a tortura que será tal leitura. Não sei. Só sei que se morrerem... a causa será suicídio. De verdade.
- Torturas e maus tratos
- Os instrumentos de tortura da Santa Inquisição
Ao pessoal dos três primeiros grupos sugiro que naveguem por ali com a calma, a concentração, a humildade, o prazer e a sabedoria de quem - novo ou velho - tem muita vontade de aprender e nada a perder.
Quanto aos militantes do quarto grupo, não sei se vão aguentar a tortura que será tal leitura. Não sei. Só sei que se morrerem... a causa será suicídio. De verdade.
Em guerra
No Memorável de hoje:
- Choque de civilizações (ABC, Madrid)
- Há petróleo para dar e vender... (Ambiente Brasil)
- Choque de civilizações (ABC, Madrid)
- Há petróleo para dar e vender... (Ambiente Brasil)
segunda-feira, maio 24, 2004
Pau
O director do semanário que é propriedade do Bispado começou assim o seu último editorial:
"Não vamos perder tempo e tinta com a moda, que está hoje muito em voga, de adolescentes (e não só) fazerem gala em exibir, pela exiguidade dos seus trajes (por pobreza não é, a não ser mental) o sinal do cordão que as ligou ao seio materno e mostrarem mesmo o que não há muito se designava por roupa interior. Não, não vamos perder tempo com tal excentricidade, que mais revela um requintado mau gosto."
Daí para a frente perde linhas, tempo, tinta e papel com os políticos, os quais, na opinião dele, só olham os seus umbigos - ao acharem bom o que fazem quando têm o poder e todos esquecerem ou verberarem o que fizeram os respectivos antecessores. Também escreve mal. Mas nada disto interessa no momento.
O que interessa é que o senhor Cónego não desviou os seus olhares dos umbigos e das partes visíveis das calcinhas das miúdas e das mais velhitas. Olhares que foram múltiplos e muitos repetidos, adivinhando-se a confissão do próprio no plural que utiliza (adolescentes e não só). Também não olhou só numa hora, ou num dia, ou numa semana - senão não falaria em moda, a qual precisa de tempo para se afirmar e ser.
É. Todos sabemos que a beleza feminina se mete pelos olhos dentro e que a maioria dos sacerdotes não é de pau.
Nem um sessentão como este. Que caiu na tentação e depois fez aquele sermão... certamente que em acto de contrição. De aldrabão.
"Não vamos perder tempo e tinta com a moda, que está hoje muito em voga, de adolescentes (e não só) fazerem gala em exibir, pela exiguidade dos seus trajes (por pobreza não é, a não ser mental) o sinal do cordão que as ligou ao seio materno e mostrarem mesmo o que não há muito se designava por roupa interior. Não, não vamos perder tempo com tal excentricidade, que mais revela um requintado mau gosto."
Daí para a frente perde linhas, tempo, tinta e papel com os políticos, os quais, na opinião dele, só olham os seus umbigos - ao acharem bom o que fazem quando têm o poder e todos esquecerem ou verberarem o que fizeram os respectivos antecessores. Também escreve mal. Mas nada disto interessa no momento.
O que interessa é que o senhor Cónego não desviou os seus olhares dos umbigos e das partes visíveis das calcinhas das miúdas e das mais velhitas. Olhares que foram múltiplos e muitos repetidos, adivinhando-se a confissão do próprio no plural que utiliza (adolescentes e não só). Também não olhou só numa hora, ou num dia, ou numa semana - senão não falaria em moda, a qual precisa de tempo para se afirmar e ser.
É. Todos sabemos que a beleza feminina se mete pelos olhos dentro e que a maioria dos sacerdotes não é de pau.
Nem um sessentão como este. Que caiu na tentação e depois fez aquele sermão... certamente que em acto de contrição. De aldrabão.
Parabienes.
"Los Três Canales Están de Parabienes!" é o título da crónica de Eduardo Cintra Torres no Público de hoje e que fica arquivada no Memorável.
domingo, maio 23, 2004
Fragmentos
1. Sacana
Ivan fica muito incomodado - suponho que receoso e também aflito de dores nos ouvidos - com o barulho de trovões e de foguetes. Quando os seus tímpanos são agredidos com aqueles sons, procura refúgio dentro de casa e anicha o seu metro e meio de comprido no canto da cozinha mais longe da porta de entrada. Quando esta está fechada, arranha-a insistentemente com as unhas das patas da frente até lhe ir acudir.
Esta tarde estava aberta e ele não precisou da ajuda para entrar logo depois do primeiro relâmpago. Invadiu, e pronto.
A trovoada durou 5 ou 6 minutos, mas o tipo não arredava o corpo daquele canto passados 10. Achei que estava a exagerar.
E resolvi provocá-lo. Peguei numas crostas de queijo, guloseima que adora, e coloquei-as cerca de um metro fora da porta ultrapassada por ele sem a licença, embora com a compreensão.
Amicão viu o gesto, ergueu-se e arrancou em direcção ao petisco. Eu ri, antecipando a vitória que a armadilha me tinha permitido.
Ele chegou aos pedacinhos, juntou-os com as fuças, abriu a bocarra, apanhou-os de uma só vez e... trouxe-os para o canto que abusivamente ocupava dentro de casa. Onde os degustou, um a um, o grande sacana.
2. "Corpibeleira"
O pêlo do sacana é mais do que muito. Digamos que é o dobro de muito. Ainda.
Mas nesta semana tem de largar toda a metade velha, a parte que foi o seu casacão, a sua camisola, o seu abafo, a sua gabardine e o seu cobertor durante o Inverno. Ele não gosta que eu lhe puxe tal excesso de "corpilares" - capilares acho descabido - com os dedos da mão; abocanha o instrumento (claro, sem ferrar) e não me deixa continuar. Mas tem de despir esta roupa e rapidamente. Não vou permitir que aqueles milhões de fios lhe saiam do corpanzil - como ele, comodista e desleixado, certamente quereria - só um a um e durante mais um mês. Nem vou aceitar que pairem - alguns, muitos milhares - durante pelo menos um trimestre em tudo o que é meu.
Amanhã vou comprar uma escova de arame com dentes muito compridos para lhe diminuir a "corpibeleira" - cabeleira acho desadequado. Vou ao ataque esperançado no sucesso do projecto, mas desta vez sem a certeza da vitória. Veremos se Ivan escapa e, se sim, como escapa, à tortura.
(Acabam de conhecer pequenos fragmentos das histórias das vidas simples de um homem e de um cão, narrados pelo primeiro. O segundo também os memoriza, mas não sei como os conta; nem a mim me diz.
Bom, desculpem o tempo que perderam.)
Ivan fica muito incomodado - suponho que receoso e também aflito de dores nos ouvidos - com o barulho de trovões e de foguetes. Quando os seus tímpanos são agredidos com aqueles sons, procura refúgio dentro de casa e anicha o seu metro e meio de comprido no canto da cozinha mais longe da porta de entrada. Quando esta está fechada, arranha-a insistentemente com as unhas das patas da frente até lhe ir acudir.
Esta tarde estava aberta e ele não precisou da ajuda para entrar logo depois do primeiro relâmpago. Invadiu, e pronto.
A trovoada durou 5 ou 6 minutos, mas o tipo não arredava o corpo daquele canto passados 10. Achei que estava a exagerar.
E resolvi provocá-lo. Peguei numas crostas de queijo, guloseima que adora, e coloquei-as cerca de um metro fora da porta ultrapassada por ele sem a licença, embora com a compreensão.
Amicão viu o gesto, ergueu-se e arrancou em direcção ao petisco. Eu ri, antecipando a vitória que a armadilha me tinha permitido.
Ele chegou aos pedacinhos, juntou-os com as fuças, abriu a bocarra, apanhou-os de uma só vez e... trouxe-os para o canto que abusivamente ocupava dentro de casa. Onde os degustou, um a um, o grande sacana.
2. "Corpibeleira"
O pêlo do sacana é mais do que muito. Digamos que é o dobro de muito. Ainda.
Mas nesta semana tem de largar toda a metade velha, a parte que foi o seu casacão, a sua camisola, o seu abafo, a sua gabardine e o seu cobertor durante o Inverno. Ele não gosta que eu lhe puxe tal excesso de "corpilares" - capilares acho descabido - com os dedos da mão; abocanha o instrumento (claro, sem ferrar) e não me deixa continuar. Mas tem de despir esta roupa e rapidamente. Não vou permitir que aqueles milhões de fios lhe saiam do corpanzil - como ele, comodista e desleixado, certamente quereria - só um a um e durante mais um mês. Nem vou aceitar que pairem - alguns, muitos milhares - durante pelo menos um trimestre em tudo o que é meu.
Amanhã vou comprar uma escova de arame com dentes muito compridos para lhe diminuir a "corpibeleira" - cabeleira acho desadequado. Vou ao ataque esperançado no sucesso do projecto, mas desta vez sem a certeza da vitória. Veremos se Ivan escapa e, se sim, como escapa, à tortura.
(Acabam de conhecer pequenos fragmentos das histórias das vidas simples de um homem e de um cão, narrados pelo primeiro. O segundo também os memoriza, mas não sei como os conta; nem a mim me diz.
Bom, desculpem o tempo que perderam.)
Autêntico poder da mente
No Memorável de hoje:
- Videojogo controlado por ondas cerebrais emitidas pelo jogador (La Vanguardia, Barcelona)
- A nova Monarquia (ABC, Madrid)
- No Brasil consumo de alto luxo ignora a crise (Jornal do Brasil, Rio)
- Austrália proíbe fumar na praia (The Independent, traduzido pelo Jornal do Brasil)
- Videojogo controlado por ondas cerebrais emitidas pelo jogador (La Vanguardia, Barcelona)
- A nova Monarquia (ABC, Madrid)
- No Brasil consumo de alto luxo ignora a crise (Jornal do Brasil, Rio)
- Austrália proíbe fumar na praia (The Independent, traduzido pelo Jornal do Brasil)
sábado, maio 22, 2004
Vice
Numa HISTÓRIA DE PORTUGAL completa - tipo arquivo de todos os factos e protagonistas, sector por sector da nossa vida colectiva - haverá evidentemente uma listagem dos portugueses de maior sucesso e de maior insucesso no País e no Mundo. Desde Afonso Henriques (1109 - 1185).
O cabeça de lista no elenco dos fracassos, à data de hoje e no meu voto, é antigo: o rei D. Sebastião, perdedor da batalha de Alcácer Quibir (Agosto de 1578), cuja principal consequência foi a perda da independência a favor de Filipe I de Espanha.
Proponho Carlos Queiróz para Vice daquele nosso monarca. O treinador de futebol que não foi capaz de ganhar nesta temporada nenhum título com o Real Madrid. Com a melhor equipa do Mundo deixou fugir a Liga, a Taça do Rei e a dos Campeões Europeus.
É o maior fracasso mundial de um português desde há muitos anos. Milhões de euros perdidos pelo clube. Biliões de adeptos e simpatizantes chateados por todo o planeta Terra, biliões de seres humanos que torceram por Figo, Ronaldo, Roberto Carlos, Becham, Zidane, Raul e os outros cinco.
D. Sebastião e o sr. Queiróz. Dois pormenores, tristes, nas relações luso-espanholas. Os quais associei no dia em que Portugal embasbacou - outra tristeza - com as imagens do casamento do filho do Rei de Espanha com uma rapariga que aparecia na televisão.
O cabeça de lista no elenco dos fracassos, à data de hoje e no meu voto, é antigo: o rei D. Sebastião, perdedor da batalha de Alcácer Quibir (Agosto de 1578), cuja principal consequência foi a perda da independência a favor de Filipe I de Espanha.
Proponho Carlos Queiróz para Vice daquele nosso monarca. O treinador de futebol que não foi capaz de ganhar nesta temporada nenhum título com o Real Madrid. Com a melhor equipa do Mundo deixou fugir a Liga, a Taça do Rei e a dos Campeões Europeus.
É o maior fracasso mundial de um português desde há muitos anos. Milhões de euros perdidos pelo clube. Biliões de adeptos e simpatizantes chateados por todo o planeta Terra, biliões de seres humanos que torceram por Figo, Ronaldo, Roberto Carlos, Becham, Zidane, Raul e os outros cinco.
D. Sebastião e o sr. Queiróz. Dois pormenores, tristes, nas relações luso-espanholas. Os quais associei no dia em que Portugal embasbacou - outra tristeza - com as imagens do casamento do filho do Rei de Espanha com uma rapariga que aparecia na televisão.
Demasiado chocante
No Memorável de hoje especial destaque para o texto de Helena Matos no Público, sobre jornalismo e jornalistas.
- España cobarde y traidora (ABC, Madrid)
- Demasiado chocante (Público, Lisboa)
- España cobarde y traidora (ABC, Madrid)
- Demasiado chocante (Público, Lisboa)
sexta-feira, maio 21, 2004
Ruindades
125. Começou o Congresso do maior partido político português. De nome PSD - Partido Social Democrata. Parece que estão lá 3 300 militantes e 130 funcionários.
Tanta gente para nada e tanta despesa para coisa nenhuma.
126. Foi nomeado um novo ministro do Ambiente, Cidades e Ordenamento do Território. O antecessor foi despedido e ninguém disse porquê. Como se nós, que lhes pagamos, não tivessemos o direito à informação.
O novo é "especialista" em Agricultura (apesar de nunca ter dirigido uma exploração agrícola), já foi ministro desta pasta e até se falava nele para Comissário Europeu do sector. E ninguém explicou porque raio este agricultor teórico é o personagem mais competente para tratar do nosso ambiente, das nossas cidades, do ordenamento territorial deste pequeno país e dos negócios - públicos e privados - que tal actividade envolve.
Arrisco duas explicações para o silêncio:
1. O Primeiro Ministro está com sérias dificuldades no recrutamento de ministros;
2. Não é conveniente dizer-se que o novo ministro "sabe" de Ambiente, Cidades e Ordenamento porque o indivíduo só é conhecido por saber teorizar sobre terra, plantas e PAC - Política Agrícola Comum.
Tanta gente para nada e tanta despesa para coisa nenhuma.
126. Foi nomeado um novo ministro do Ambiente, Cidades e Ordenamento do Território. O antecessor foi despedido e ninguém disse porquê. Como se nós, que lhes pagamos, não tivessemos o direito à informação.
O novo é "especialista" em Agricultura (apesar de nunca ter dirigido uma exploração agrícola), já foi ministro desta pasta e até se falava nele para Comissário Europeu do sector. E ninguém explicou porque raio este agricultor teórico é o personagem mais competente para tratar do nosso ambiente, das nossas cidades, do ordenamento territorial deste pequeno país e dos negócios - públicos e privados - que tal actividade envolve.
Arrisco duas explicações para o silêncio:
1. O Primeiro Ministro está com sérias dificuldades no recrutamento de ministros;
2. Não é conveniente dizer-se que o novo ministro "sabe" de Ambiente, Cidades e Ordenamento porque o indivíduo só é conhecido por saber teorizar sobre terra, plantas e PAC - Política Agrícola Comum.
Nanobactérias e... nova forma de vida!
No Memorável de hoje:
- Jornais gratuitos ganham "status" (Le Monde, Paris)
- Nanobactérias: na pista de uma nova forma de vida... na Terra (Le Figaro, Paris)
- A análise genética de 85 raças revela quatro grandes grupos de cães (ABC, Madrid)
- Grupo Inditex (Zara) abriu a sua loja 2 000. Em Hong Kong. (ABC, Madrid)
- Perfeito (Diário de Notícias, Lisboa)
- Jornais gratuitos ganham "status" (Le Monde, Paris)
- Nanobactérias: na pista de uma nova forma de vida... na Terra (Le Figaro, Paris)
- A análise genética de 85 raças revela quatro grandes grupos de cães (ABC, Madrid)
- Grupo Inditex (Zara) abriu a sua loja 2 000. Em Hong Kong. (ABC, Madrid)
- Perfeito (Diário de Notícias, Lisboa)
quinta-feira, maio 20, 2004
Sinais do atraso - 41
Só depois
Determinado indivíduo entendeu que seria um bom negócio abrir um restaurante à beira da movimentada estrada. Viu o seu "nicho de mercado", este empreendedor.
Vai daí fez, no rés do chão da moradia, a cozinha e uma sala para 40 pessoas, com 10 mesas de 4 lugares, comprou fogões, frigoríficos e demais equipamentos de restauração. Depois, só depois, reparou que os automobilistas não podiam estacionar os carros nem à frente, nem ao lado, nem lá perto.
Então pensou, decidiu e executou. Fez um acto de gestão.
Colocou uma tabuleta em lugar bem visível da estrada e com os seguintes dizeres: "Parque para clientes".
No parque - no pequeno pátio junto à escada que dá para o andar de cima - cabem, muito apertados, porta com porta, três carros.
Estacionado
Há obras nos dois lados do IP5, com vista à sua duplicação. Estão a rasgar mais duas faixas de rodagem. A tarde está quente, o ar abafado, o sol queima e os pesados camiões das obras circulam na terra batida, carregados com a terra e os pedregulhos que é necessário retirar dali.
Levantando nuvens de poeira. Literalmente. E baixando para perto do nulo a visibilidade dos condutores que conduzem no asfalto.
Dois km à frente, passado com sorte este perigo de morte, toda a gente vê - estacionado - o camião cisterna que devia estar a molhar o chão para evitar a poeira e o risco de muitas vidas.
Determinado indivíduo entendeu que seria um bom negócio abrir um restaurante à beira da movimentada estrada. Viu o seu "nicho de mercado", este empreendedor.
Vai daí fez, no rés do chão da moradia, a cozinha e uma sala para 40 pessoas, com 10 mesas de 4 lugares, comprou fogões, frigoríficos e demais equipamentos de restauração. Depois, só depois, reparou que os automobilistas não podiam estacionar os carros nem à frente, nem ao lado, nem lá perto.
Então pensou, decidiu e executou. Fez um acto de gestão.
Colocou uma tabuleta em lugar bem visível da estrada e com os seguintes dizeres: "Parque para clientes".
No parque - no pequeno pátio junto à escada que dá para o andar de cima - cabem, muito apertados, porta com porta, três carros.
Estacionado
Há obras nos dois lados do IP5, com vista à sua duplicação. Estão a rasgar mais duas faixas de rodagem. A tarde está quente, o ar abafado, o sol queima e os pesados camiões das obras circulam na terra batida, carregados com a terra e os pedregulhos que é necessário retirar dali.
Levantando nuvens de poeira. Literalmente. E baixando para perto do nulo a visibilidade dos condutores que conduzem no asfalto.
Dois km à frente, passado com sorte este perigo de morte, toda a gente vê - estacionado - o camião cisterna que devia estar a molhar o chão para evitar a poeira e o risco de muitas vidas.
Simplificando
Porque será que as rádios e televisões portuguesas estão a dar tamanho destaque - horas de notícias, reportagens, entrevistas e debates; inúmeros pormenores e vários enviados especiais - ao casamento do filho dos reis de Espanha?
A resposta é óbvia: porque o público quer.
Não sei ao certo porquê, mas suponho. E enquanto suponho constato que as tv's francesas, italianas, belgas, suiças e inglesas estão a ignorar a cerimónia.
Suponho que este furor luso seja um sinal muito forte da nossa dependência - talvez também da nossa subserviência - em relação ao reino vizinho.
Simplificando e em linguagem das dinastias: D. Duarte de Bragança rendido a D. Felipe de Bourbon. Sem guerra, ao contrário de antigamente.
A resposta é óbvia: porque o público quer.
Não sei ao certo porquê, mas suponho. E enquanto suponho constato que as tv's francesas, italianas, belgas, suiças e inglesas estão a ignorar a cerimónia.
Suponho que este furor luso seja um sinal muito forte da nossa dependência - talvez também da nossa subserviência - em relação ao reino vizinho.
Simplificando e em linguagem das dinastias: D. Duarte de Bragança rendido a D. Felipe de Bourbon. Sem guerra, ao contrário de antigamente.
Guerra e democracia
Podem hoje as Democracias conduzir uma guerra? (2) é a segunda parte do texto que Pacheco Pereira começou a publicar a semana passada no Público. Fica guardada no Memorável de hoje.
quarta-feira, maio 19, 2004
Mínimo em Espanha: 98 contos
No Memorável de hoje:
- Salário mínimo em Espanha: € 490 (La Vanguardia, Barcelona)
- Os mistérios de Sonia Gandhi (ABC, Madrid)
- Londres e Lisboa endurecem "linhas vermelhas" na Constituição da UE (Público, Lisboa)
- Salário mínimo em Espanha: € 490 (La Vanguardia, Barcelona)
- Os mistérios de Sonia Gandhi (ABC, Madrid)
- Londres e Lisboa endurecem "linhas vermelhas" na Constituição da UE (Público, Lisboa)
terça-feira, maio 18, 2004
Sinais do atraso - 40
Sorrisos amarelos
O actual secretário-geral do PS e alguns socialistas apelam aos portugueses para mostrar um "cartão amarelo" ao Governo nas próximas eleições para o Parlamento da União Europeia. A ideia do slogan deles é "avisar" a coligação governamental para que "mude de políticas" pois, caso contrário, sairá do pleito eleitoral derrotada pelas oposições.
Dá para sorrisos amarelos. Talvez mesmo acastanhados.
É suposto o PS querer substituir o Governo. Então porque "avisá-lo" para "mudar de políticas" - o que, a acontecer, na lógica socialista lhe prolongará o tempo de vida?
Mais um
Alguém, há cerca de 14 anos atrás, decidiu prometer uma Universidade Pública a Viseu. Nos anos seguintes outros fizeram idêntica promessa.
Ontem o actual Primeiro Ministro voltou a prometer do mesmo.
Igual aos outros que o antecederam. Não disse onde há alunos para mais uma escola superior, nem disse porque os novos cursos não podem ser lecionados nas escolas superiores já existentes, nem disse quanto nos vai custar a promessa.
Se cumprida. Alguns ainda esperam que o prometido seja apenas mais um acto vicioso de mais um prometedor compulsivo.
Fartura
Mais uma greve de médicos, agora na principal maternidade do país. Fazem-na essencialmente - tanto quanto entendi - para sublinhar a reivindicação de que deve haver mais colegas a trabalhar ali. Acham-se poucos.
É o mesmo nos hospitais e centros de saúde. É verdade. Está em crescendo a ideia de que há falta de médicos, que há que contratar ainda mais profissionais espanhóis, que são urgentes mais faculdades de medicina e que devem ser mais baixas as exigências para a entrada nelas de estudantes potencialmente vocacionados para as ciências da saúde.
E ninguém diz que se cada médico do serviço público nele cumprisse 8 horas de trabalho 5 dias por semana... a falta viraria fartura.
O actual secretário-geral do PS e alguns socialistas apelam aos portugueses para mostrar um "cartão amarelo" ao Governo nas próximas eleições para o Parlamento da União Europeia. A ideia do slogan deles é "avisar" a coligação governamental para que "mude de políticas" pois, caso contrário, sairá do pleito eleitoral derrotada pelas oposições.
Dá para sorrisos amarelos. Talvez mesmo acastanhados.
É suposto o PS querer substituir o Governo. Então porque "avisá-lo" para "mudar de políticas" - o que, a acontecer, na lógica socialista lhe prolongará o tempo de vida?
Mais um
Alguém, há cerca de 14 anos atrás, decidiu prometer uma Universidade Pública a Viseu. Nos anos seguintes outros fizeram idêntica promessa.
Ontem o actual Primeiro Ministro voltou a prometer do mesmo.
Igual aos outros que o antecederam. Não disse onde há alunos para mais uma escola superior, nem disse porque os novos cursos não podem ser lecionados nas escolas superiores já existentes, nem disse quanto nos vai custar a promessa.
Se cumprida. Alguns ainda esperam que o prometido seja apenas mais um acto vicioso de mais um prometedor compulsivo.
Fartura
Mais uma greve de médicos, agora na principal maternidade do país. Fazem-na essencialmente - tanto quanto entendi - para sublinhar a reivindicação de que deve haver mais colegas a trabalhar ali. Acham-se poucos.
É o mesmo nos hospitais e centros de saúde. É verdade. Está em crescendo a ideia de que há falta de médicos, que há que contratar ainda mais profissionais espanhóis, que são urgentes mais faculdades de medicina e que devem ser mais baixas as exigências para a entrada nelas de estudantes potencialmente vocacionados para as ciências da saúde.
E ninguém diz que se cada médico do serviço público nele cumprisse 8 horas de trabalho 5 dias por semana... a falta viraria fartura.
ONU "não pode nem quer"
No Memorável de hoje:
- ONU "não pode nem quer" controlar as tropas que permaneçam no Iraque (ABC, Madrid)
- História da Terra tem novo período geológico (BBC Brasil)
- ONU "não pode nem quer" controlar as tropas que permaneçam no Iraque (ABC, Madrid)
- História da Terra tem novo período geológico (BBC Brasil)
segunda-feira, maio 17, 2004
Na Suiça o povo é quem mais ordena
No Memorável de hoje. Também um destaque para o texto que o "Nobel da Paz" Ramos Horta publica no Público contra a retirada do Iraque.
- Campos geomagnéticos ajudam as tartarugas a regressar à sua praia de origem (ABC, Madrid)
- No Koweit as mulheres ainda não podem votar (ABC, Madrid)
- Em referendo, suiços dizem três "não" ao governo e parlamento (Le Temps, Genève)
- Promover a guerra para salvar pessoas (Público, Lisboa)
- Campos geomagnéticos ajudam as tartarugas a regressar à sua praia de origem (ABC, Madrid)
- No Koweit as mulheres ainda não podem votar (ABC, Madrid)
- Em referendo, suiços dizem três "não" ao governo e parlamento (Le Temps, Genève)
- Promover a guerra para salvar pessoas (Público, Lisboa)
domingo, maio 16, 2004
Nunca vi
Nunca vi tantas pessoas na rua, tão contentes, tão exuberantes, tão felizes. São aos milhares neste começo de noite.
Não festejam um resultado eleitoral, nem a baixa do preço do petróleo, ou aumento da produtividade, ou a vitória dos aliados no Iraque, ou a morte de Bin Laden, ou a criação de 2 mil empregos, ou o fim da recessão económica, ou a descoberta de vida em Marte, ou a cura dos cancros, ou a vacina contra a SIDA.
Festejam o que lhes parece muito mais. Festejam o Benfica, por ter conquistado hoje a Taça de Portugal em futebol, por hoje ter quebrado o jejum de títulos que durava desde 1996 e por neste dia ter derrotado Pinto da Costa.
Nunca vi tanta rua cheia de alegria. A sério.
Não festejam um resultado eleitoral, nem a baixa do preço do petróleo, ou aumento da produtividade, ou a vitória dos aliados no Iraque, ou a morte de Bin Laden, ou a criação de 2 mil empregos, ou o fim da recessão económica, ou a descoberta de vida em Marte, ou a cura dos cancros, ou a vacina contra a SIDA.
Festejam o que lhes parece muito mais. Festejam o Benfica, por ter conquistado hoje a Taça de Portugal em futebol, por hoje ter quebrado o jejum de títulos que durava desde 1996 e por neste dia ter derrotado Pinto da Costa.
Nunca vi tanta rua cheia de alegria. A sério.
Novas formas de vida no planeta Terra
No Memorável de hoje:
- Hubble consegue foto de exoplaneta (Jornal do Brasil, Rio)
- Novas formas de vida (Jornal do Brasil, Rio)
- Perfeição (Diário de Notícias, Lisboa)
- Hubble consegue foto de exoplaneta (Jornal do Brasil, Rio)
- Novas formas de vida (Jornal do Brasil, Rio)
- Perfeição (Diário de Notícias, Lisboa)
sexta-feira, maio 14, 2004
É assim a vida.
E se os EUA se fartassem das críticas? E se eles decidissem que nem mais um americano morreria em guerras fora das fronteiras da sua pátria? E se regressassem a casa, deixando-nos o Iraque, o Afeganistão e a NATO?
Aconteceria isto: todos ficávamos à rasca, "aliados" e "anti-imperialistas".
E todos assistiríamos ao agora inimaginável para quase todos: mais tarde ou mais cedo aqueles últimos a acusá-los de fuga, de traição, de deserção.
É assim a vida. Os "anti-imperialistas" sonham, felizes, no primeiro sono, profundamente adormecidos, com a "retirada" americana. No seguinte turno de cada noite, quase ao despertar, aperta-os o pesadelo. É que eles sabem, bem lá no fundo, embora não confessem e até escondam, que os islamitas suicidas também os assassinariam mesmo que eles, seus aliados ocidentais, estivessem apenas a passear, tranquilamente, no local escolhido para a criminosa explosão. Louçãs, Carvalhas, Ferros e Herbertos em pedaços.
É muito chato, para os próprios, o drama das suas vidas: odiar e saber que só os odiados os podem salvar... com a poderosa força das suas armas e múltiplas cenas de "maus tratos". As quais, aliás, eles conhecem bem da história das suas ideologias e da prática dos seus comparsas.
Realmente é difícil viver assim. Vêm daqui, deste desespero sem esperança, muitos dos disparates que deles se ouvem.
Aconteceria isto: todos ficávamos à rasca, "aliados" e "anti-imperialistas".
E todos assistiríamos ao agora inimaginável para quase todos: mais tarde ou mais cedo aqueles últimos a acusá-los de fuga, de traição, de deserção.
É assim a vida. Os "anti-imperialistas" sonham, felizes, no primeiro sono, profundamente adormecidos, com a "retirada" americana. No seguinte turno de cada noite, quase ao despertar, aperta-os o pesadelo. É que eles sabem, bem lá no fundo, embora não confessem e até escondam, que os islamitas suicidas também os assassinariam mesmo que eles, seus aliados ocidentais, estivessem apenas a passear, tranquilamente, no local escolhido para a criminosa explosão. Louçãs, Carvalhas, Ferros e Herbertos em pedaços.
É muito chato, para os próprios, o drama das suas vidas: odiar e saber que só os odiados os podem salvar... com a poderosa força das suas armas e múltiplas cenas de "maus tratos". As quais, aliás, eles conhecem bem da história das suas ideologias e da prática dos seus comparsas.
Realmente é difícil viver assim. Vêm daqui, deste desespero sem esperança, muitos dos disparates que deles se ouvem.
Técnicas de desorientação psicológica
Destaque do Memorável de hoje, juntamente com "Promiscuidade?" de Vasco Pulido Valente. Mas há mais.
- Opportunity procura o caminho para descer ao fundo da cratera (Le Figaro, Paris)
- Descoberta a cratera do meteorito que causou a maior extinção (ABC, Madrid)
- Juiz proibe a saída de Espanha de 3 raparigas da Gâmbia para evitar que lhes cortem os cítoris (ABC, Madrid)
- Técnicas de desorientação psicológica (The Independent, Londres)
- Promiscuidade? (Diário de Notícias, Lisboa)
- Opportunity procura o caminho para descer ao fundo da cratera (Le Figaro, Paris)
- Descoberta a cratera do meteorito que causou a maior extinção (ABC, Madrid)
- Juiz proibe a saída de Espanha de 3 raparigas da Gâmbia para evitar que lhes cortem os cítoris (ABC, Madrid)
- Técnicas de desorientação psicológica (The Independent, Londres)
- Promiscuidade? (Diário de Notícias, Lisboa)
Ruindades
124. Parece que o Primeiro Ministro deu ontem uma entrevista à SIC. Deu? Deu.
E que disse ele, lembram-se? Não.
E que disse ele, lembram-se? Não.
quinta-feira, maio 13, 2004
Não merecia
António Champalimaud, falecido aos 86 anos de vida há menos de uma semana, também teve a tentação de ser político... e a lucidez de nela não cair.
Era à hora da morte o homem mais rico de Portugal e um dos mais ricos do Mundo. Teve tudo de tudo o que quis. E o sonho, passageiro, de ser Presidente da República.
Aconteceu em 1986, aos seus 68 anos. Alugou um edifício para sede da candidatura na Lapa, em Lisboa (pela enormidade de 500 contos por mês), contratou assessores e reuniu conselheiros. Mês e meio depois acordou. Chamou os assessores a sua casa, um a um - foi num sábado, por telefone, às 8 e pouco da manhã - e anunciou-nos em conversas separadas que aquilo tinha acabado.
Assim. Conquistador, prático e pragmático, decidiu que a política não merecia a sua luta.
(Aqui fica o registo do facto, esquecido em todos os textos que sobre ele li nos dias a seguir à sua morte.)
Era à hora da morte o homem mais rico de Portugal e um dos mais ricos do Mundo. Teve tudo de tudo o que quis. E o sonho, passageiro, de ser Presidente da República.
Aconteceu em 1986, aos seus 68 anos. Alugou um edifício para sede da candidatura na Lapa, em Lisboa (pela enormidade de 500 contos por mês), contratou assessores e reuniu conselheiros. Mês e meio depois acordou. Chamou os assessores a sua casa, um a um - foi num sábado, por telefone, às 8 e pouco da manhã - e anunciou-nos em conversas separadas que aquilo tinha acabado.
Assim. Conquistador, prático e pragmático, decidiu que a política não merecia a sua luta.
(Aqui fica o registo do facto, esquecido em todos os textos que sobre ele li nos dias a seguir à sua morte.)
Prosseguem os festejos
Continuou hoje nas tv's a chinfrineira com fotos antigas de "maus tratos" infligidos por alguns (poucos) soldados americanos a alguns (poucos) presos iraquianos.
(Sobre o assassinato por decapitação do jovem americano Nicholas Berg, nem uma imagem da barbárie, nem uma palavra. Parece que o "incidente" - na expressão que penso seja a deles - já está esquecido.)
Prosseguem deste modo os festejos. No palco continuam a actuar jornalistas, políticos e alguns figurantes.
Mas nem tudo está assim tão mau: na plateia vê-se que há cada vez menos público. A malta percebeu a aldrabice e já está a abandonar o recinto.
(Sobre o assassinato por decapitação do jovem americano Nicholas Berg, nem uma imagem da barbárie, nem uma palavra. Parece que o "incidente" - na expressão que penso seja a deles - já está esquecido.)
Prosseguem deste modo os festejos. No palco continuam a actuar jornalistas, políticos e alguns figurantes.
Mas nem tudo está assim tão mau: na plateia vê-se que há cada vez menos público. A malta percebeu a aldrabice e já está a abandonar o recinto.
Em guerra
"Podem hoje as democracias conduzir uma guerra? (1)" é o título do texto que Pacheco Pereira hoje publica no Público de Lisboa e que fica guardado no Memorável.
quarta-feira, maio 12, 2004
"Pudor"
O que foi mais violento?
1. as imagens dos maus tratos sobre presos iraquianos,
2. as imagens da decapitação de um civil americano,
3. as tv's não mostrarem as imagens deste assassinato,
4. ou a sucessiva repetição das imagens dos maus tratos?
Ponho a cruz no 3. Por três razões: as tv's mataram a indignação de muitos cidadãos, limitaram a de muitos outros e estes crimes foram por elas cometidos deliberadamente.
Escondidas por detrás da capa do "pudor". O que agrava muito seriamente estes criminosos actos de editores e directores, pois o mesmo "pudor" deles não brota quando cenas de idêntica violência passam na outra programação. Por exemplo, quando nos filmes ou desenhos animados a vítima também é abatida com requintes de malvadez.
Mais, deixando a ficção e voltando ao real: certamente que o "pudor" brotaria muito menos intensamente se... o degolado fosse um árabe e os degoladores americanos. Neste caso a barbárie daria imagens chocantes para inúmeros telejornais e outros tantos debates. Para "mostrar com ele são", para "as pessoas se revoltarem", para "se ver do que eles são capazes". Ou não seria assim?
Resta dizer que em ambos os casos eu fecharia os olhos às imagens; não as veria. Mas por minha vontade e não à ordem dos ninguéns que decidiram por mim.
1. as imagens dos maus tratos sobre presos iraquianos,
2. as imagens da decapitação de um civil americano,
3. as tv's não mostrarem as imagens deste assassinato,
4. ou a sucessiva repetição das imagens dos maus tratos?
Ponho a cruz no 3. Por três razões: as tv's mataram a indignação de muitos cidadãos, limitaram a de muitos outros e estes crimes foram por elas cometidos deliberadamente.
Escondidas por detrás da capa do "pudor". O que agrava muito seriamente estes criminosos actos de editores e directores, pois o mesmo "pudor" deles não brota quando cenas de idêntica violência passam na outra programação. Por exemplo, quando nos filmes ou desenhos animados a vítima também é abatida com requintes de malvadez.
Mais, deixando a ficção e voltando ao real: certamente que o "pudor" brotaria muito menos intensamente se... o degolado fosse um árabe e os degoladores americanos. Neste caso a barbárie daria imagens chocantes para inúmeros telejornais e outros tantos debates. Para "mostrar com ele são", para "as pessoas se revoltarem", para "se ver do que eles são capazes". Ou não seria assim?
Resta dizer que em ambos os casos eu fecharia os olhos às imagens; não as veria. Mas por minha vontade e não à ordem dos ninguéns que decidiram por mim.
Sevícias
No Memorável de hoje:
- "Os assassinos de Nicholas Berg vão pagar" (Le Soir, Bruxelas)
- Sevícias (Diário de Notícias, Lisboa)
- "Os assassinos de Nicholas Berg vão pagar" (Le Soir, Bruxelas)
- Sevícias (Diário de Notícias, Lisboa)
Tempo e vontade
O telejornal da meia noite da "SIC Notícias" durou cerca de 50 minutos. Não mostrou imagens da decapitação do jovem americano no Iraque, nem tão pouco noticiou o crime.
Não houve tempo para nos informar sobre "aquilo". Para censurar a notícia, houve tempo e vontade.
Não houve tempo para nos informar sobre "aquilo". Para censurar a notícia, houve tempo e vontade.
terça-feira, maio 11, 2004
Cruelmente, um a um
Há pouco as tv´s mostraram, envergonhadamente, algumas imagens de um civil americano, prisioneiro de islamitas, a ser decapitado, à facada, no Iraque.
Que valem, perante isto, os "maus tratos" e as "torturas" de soldados americanos e ingleses a prisioneiros iraquianos que as mesmas tv´s ainda não se cansaram, desde há duas semanas, de exibir? Que valem tais "brincadeiras"?
Sei que as imagens da decapitação do jovem americano não vão ser repetidas até à exaustão. Também sei que nenhuma onda de indignação percorrerá os media daqui e lá de fora. Nem os cérebros dos políticos.
Por mim, um sentido adeus ao rapaz, um abraço para seu pai e sua mãe, para as raparigas que amou, para os avós, para toda a família e para todos os amigos.
E um grande, muito grande, ódio aos assassinos. E o desejo de que a tropa aliada os abata, cruelmente, um a um.
Que valem, perante isto, os "maus tratos" e as "torturas" de soldados americanos e ingleses a prisioneiros iraquianos que as mesmas tv´s ainda não se cansaram, desde há duas semanas, de exibir? Que valem tais "brincadeiras"?
Sei que as imagens da decapitação do jovem americano não vão ser repetidas até à exaustão. Também sei que nenhuma onda de indignação percorrerá os media daqui e lá de fora. Nem os cérebros dos políticos.
Por mim, um sentido adeus ao rapaz, um abraço para seu pai e sua mãe, para as raparigas que amou, para os avós, para toda a família e para todos os amigos.
E um grande, muito grande, ódio aos assassinos. E o desejo de que a tropa aliada os abata, cruelmente, um a um.
Só à quinta foi de vez...
O editorial de hoje do jornal "Público" é exemplar. Exemplar do que vale uma "análise jornalística" quando em questão estão explicações e não opiniões: nada ou quase nada.
O director escreveu que para explicar o aumento do preço do petróleo há, por esta ordem - além do mais, muito discutível no ordenamento e no conteúdo - "causas" estruturais, conjunturais, psicológicas e especulativas.
1. Aumento da procura a nível mundial (sobretudo da China e da Índia) seria uma "causa estrutural".
2. Escassez de novas reservas fáceis de explorar, também seria "estrutural".
3. Vem aí o verão e os EUA vão consumir mais gasolina; esta seria "conjuntural".
4. A instabilidade no Médio Oriente não está resolvida, o que também seria "conjuntural".
5. A OPEP diminuiu a produção, "conjuntural" igualmente.
6. O não controle da situação no Iraque, país produtor; esta seria "psicológica".
7. Os especuladores exploram o nervosismo dos mercados, e aqui teriamos a "especulativa".
Como toda a gente entende, só há uma causa, a que está atirada lá para baixo, para o número 5. É evidente que se houvesse mais crude no mercado, nem a China nem a Índia nem os automobilistas americanos seriam um problema; não haveria especulação e esperar-se-ia tranquilamente que as trapalhadas do Iraque e do Médio Oriente passassem à História.
Resta o fantasma, pois há sempre um quando a lógica e o conhecimento não chegam para as necessidades. Está no número 2. Quer dizer: no fundo de cada poço, na ideia do articulista, reside o receio - sem qualquer esperança - de que o petróleo acabe no mundo.
Pode ser que acabe, daqui a muitos e muitos anos. Mas décadas antes do "ouro negro" acabar, já estaremos a utilizar o substituto: o hidrogénio, o "ouro branco", absolutamente inesgotável e não poluente.
O director escreveu que para explicar o aumento do preço do petróleo há, por esta ordem - além do mais, muito discutível no ordenamento e no conteúdo - "causas" estruturais, conjunturais, psicológicas e especulativas.
1. Aumento da procura a nível mundial (sobretudo da China e da Índia) seria uma "causa estrutural".
2. Escassez de novas reservas fáceis de explorar, também seria "estrutural".
3. Vem aí o verão e os EUA vão consumir mais gasolina; esta seria "conjuntural".
4. A instabilidade no Médio Oriente não está resolvida, o que também seria "conjuntural".
5. A OPEP diminuiu a produção, "conjuntural" igualmente.
6. O não controle da situação no Iraque, país produtor; esta seria "psicológica".
7. Os especuladores exploram o nervosismo dos mercados, e aqui teriamos a "especulativa".
Como toda a gente entende, só há uma causa, a que está atirada lá para baixo, para o número 5. É evidente que se houvesse mais crude no mercado, nem a China nem a Índia nem os automobilistas americanos seriam um problema; não haveria especulação e esperar-se-ia tranquilamente que as trapalhadas do Iraque e do Médio Oriente passassem à História.
Resta o fantasma, pois há sempre um quando a lógica e o conhecimento não chegam para as necessidades. Está no número 2. Quer dizer: no fundo de cada poço, na ideia do articulista, reside o receio - sem qualquer esperança - de que o petróleo acabe no mundo.
Pode ser que acabe, daqui a muitos e muitos anos. Mas décadas antes do "ouro negro" acabar, já estaremos a utilizar o substituto: o hidrogénio, o "ouro branco", absolutamente inesgotável e não poluente.
"Pirassununga 51"
No Memorável de hoje:
- Avião de Lula rebaptizado de "Pirassununga 51" (Le Temps, Genève)
- Chirac progressivamente mais enfraquecido (Le Monde, Paris)
- Elefantes massacrados a lança-roquetes (Le Monde, Paris)
- Retoma "vigorosa" da economia mundial... sem a Europa (Le Monde, Paris)
- UE: federalistas com medo do voto popular (Le Figaro, Paris)
- Mas... e se é verdade que Lula abusa do álcool? (Jornal do Brasil, Rio)
- Descoberta nova cratera no Brasil (Ambiente Brasil)
- Avião de Lula rebaptizado de "Pirassununga 51" (Le Temps, Genève)
- Chirac progressivamente mais enfraquecido (Le Monde, Paris)
- Elefantes massacrados a lança-roquetes (Le Monde, Paris)
- Retoma "vigorosa" da economia mundial... sem a Europa (Le Monde, Paris)
- UE: federalistas com medo do voto popular (Le Figaro, Paris)
- Mas... e se é verdade que Lula abusa do álcool? (Jornal do Brasil, Rio)
- Descoberta nova cratera no Brasil (Ambiente Brasil)
segunda-feira, maio 10, 2004
África...
África concentra metade das guerras do mundo. Está no Memorável de hoje.
domingo, maio 09, 2004
Partido contra Chirac
No Memorável de hoje:
- Partido de Chirac a favor de um referendo sobre a constituição europeia e contra a entrada da Turquia na UE (Le Monde, Paris)
- Vietname? (Diário de Notícias, Lisboa)
- O palácio (Diário de Notícias, Lisboa)
- Partido de Chirac a favor de um referendo sobre a constituição europeia e contra a entrada da Turquia na UE (Le Monde, Paris)
- Vietname? (Diário de Notícias, Lisboa)
- O palácio (Diário de Notícias, Lisboa)
sábado, maio 08, 2004
Ruindades
123. O preço do petróleo continua a subir. E é curioso notar que ninguém nos explica o porquê.
Nem governantes, nem administradores das gasolineiras, nem partidos, nem políticos, nem comentadores, ninguém. Só afirmam que o valor dos barris do "ouro negro" está a aumentar e que as consequências poderão ser esta e aquela, na opinião deles, com relevo para um crescimento generalizado dos preços de produtos e serviços, crise, taxas de juro, inflação e por aí fora.
Também é curioso notar que não precisamos do esforço desta gentinha. A gente sabe o porquê. O preço aumenta porque a OPEP não aumenta, deliberadamente, a produção. Se aumentasse, o custo cairia.
É igualmente curioso notar que "isto" tem certamente algo a ver com a guerra mundial em curso, declarada pelo Islão.
Felizmente, falta muito pouco tempo para a entronização do combustível do futuro: o hidrogénio. Quando a tecnologia estiver pronta para fazermos a revolução (5, 10 anos?) vamos rir deles.
Por mim, não espero. Já sorrio imaginando-me a mandar os árabes da OPEP beberem o seu crude. Inútil, então, como a urina.
Nem governantes, nem administradores das gasolineiras, nem partidos, nem políticos, nem comentadores, ninguém. Só afirmam que o valor dos barris do "ouro negro" está a aumentar e que as consequências poderão ser esta e aquela, na opinião deles, com relevo para um crescimento generalizado dos preços de produtos e serviços, crise, taxas de juro, inflação e por aí fora.
Também é curioso notar que não precisamos do esforço desta gentinha. A gente sabe o porquê. O preço aumenta porque a OPEP não aumenta, deliberadamente, a produção. Se aumentasse, o custo cairia.
É igualmente curioso notar que "isto" tem certamente algo a ver com a guerra mundial em curso, declarada pelo Islão.
Felizmente, falta muito pouco tempo para a entronização do combustível do futuro: o hidrogénio. Quando a tecnologia estiver pronta para fazermos a revolução (5, 10 anos?) vamos rir deles.
Por mim, não espero. Já sorrio imaginando-me a mandar os árabes da OPEP beberem o seu crude. Inútil, então, como a urina.
"Garagens" que são ninhos de islamitas radicais... em Espanha e França
No Memorável de hoje:
- Em vésperas do verão, reservas de água são insuficientes (Le Monde, Paris)
- Boas notícias para Bush: mais 288 000 empregos (Le Monde, Paris)
- "Islão de garagem" tem mais de 373 lugares de culto em Paris (ABC, Madrid)
- Em Espanha são quase 400 as "mesquitas de garagem" (ABC, Madrid)
- 13 horas de violência no Rio (Jornal do Brasil, Rio)
- Em vésperas do verão, reservas de água são insuficientes (Le Monde, Paris)
- Boas notícias para Bush: mais 288 000 empregos (Le Monde, Paris)
- "Islão de garagem" tem mais de 373 lugares de culto em Paris (ABC, Madrid)
- Em Espanha são quase 400 as "mesquitas de garagem" (ABC, Madrid)
- 13 horas de violência no Rio (Jornal do Brasil, Rio)
sexta-feira, maio 07, 2004
Ruindades
121. O Governo aprovou um novo Código da Estrada, o qual - entre muitas outras disposições - determina que o cidadão que for apanhado a falar ao telemóvel enquanto conduz leva com uma multa de 600 euros. Segundo os ministros, é um acto muito perigoso que pode causar acidentes com mortos e feridos, pois distrai os condutores, diminui a sua capacidade de atenção e reduz os seus reflexos na batalha das estradas.
Não digo que não. Mas, nesta onda, parece-me exigível multa de idêntico montante, pelo menos, para as seguintes "infracções", por terem os mesmos efeitos:
- ouvir rádio - música, notícias ou debates - durante a condução;
- conversar com o pendura, ou com quem se leva no banco detrás;
- acariciar as pernas da namorada, ou esta as dele.
Além de insensato, seria muito ridículo. Mas coerente.
122. Vai por aí uma grande histeria nos jornais, rádios, televisões e nalguns meios políticos por causa de umas fotos que um soldado americano tirou a cenas de maus tratos a prisioneiros iraquianos, no Iraque, na guerra em curso. Numa das rádios, com a habitual "objectividade" jornalística, ouvi que "as fotos chocaram o Mundo". Assim mesmo, como se a jovem locutora tivesse feito a devida e probatória medição.
Convém dizer que há a histeria, em primeiro lugar, porque há fotos. Não pela realidade, pois maus tratos há - todos os dias, mas sem uma objectiva por perto - nas prisões de todo o mundo, sem excepção.
Depois, também importa sublinhar que a "indignação" existe porque os torturadores são dos EUA. Ou não é verdade que não se ouviu a mesma gritaria quando há dias a violência foi pior, quando quatro americanos foram selvaticamente assassinados e os seus corpos arrastados pelas ruas, humilhados até ao limite do imaginável?
Aquela histeria é uma mistura de má fé, incompetência e hipocrisia. Uma mistela imbecilizante feita por imbecis.
Não digo que não. Mas, nesta onda, parece-me exigível multa de idêntico montante, pelo menos, para as seguintes "infracções", por terem os mesmos efeitos:
- ouvir rádio - música, notícias ou debates - durante a condução;
- conversar com o pendura, ou com quem se leva no banco detrás;
- acariciar as pernas da namorada, ou esta as dele.
Além de insensato, seria muito ridículo. Mas coerente.
122. Vai por aí uma grande histeria nos jornais, rádios, televisões e nalguns meios políticos por causa de umas fotos que um soldado americano tirou a cenas de maus tratos a prisioneiros iraquianos, no Iraque, na guerra em curso. Numa das rádios, com a habitual "objectividade" jornalística, ouvi que "as fotos chocaram o Mundo". Assim mesmo, como se a jovem locutora tivesse feito a devida e probatória medição.
Convém dizer que há a histeria, em primeiro lugar, porque há fotos. Não pela realidade, pois maus tratos há - todos os dias, mas sem uma objectiva por perto - nas prisões de todo o mundo, sem excepção.
Depois, também importa sublinhar que a "indignação" existe porque os torturadores são dos EUA. Ou não é verdade que não se ouviu a mesma gritaria quando há dias a violência foi pior, quando quatro americanos foram selvaticamente assassinados e os seus corpos arrastados pelas ruas, humilhados até ao limite do imaginável?
Aquela histeria é uma mistura de má fé, incompetência e hipocrisia. Uma mistela imbecilizante feita por imbecis.
A imbecilização
É o título do texto de Vasco Pulido Valente. O índice completo do Memorável de hoje é este:
- Criada a primeira Universidade das Ciências Gastronómicas (Le Temps, Genève)
- Governo espanhol pediu que catalão, basco e galego... sejam línguas da UE (ABC, Madrid)
- Quando o inimigo se chama petróleo (ABC, Madrid)
- Lula ... no mar alto sem bóia para se agarrar (Jornal do Brasil, Rio)
- Descobertos beija-flores de 30 milhões de anos na Europa (Ambiente Brasil)
- A imbecilização (Diário de Notícias, Lisboa)
- Criada a primeira Universidade das Ciências Gastronómicas (Le Temps, Genève)
- Governo espanhol pediu que catalão, basco e galego... sejam línguas da UE (ABC, Madrid)
- Quando o inimigo se chama petróleo (ABC, Madrid)
- Lula ... no mar alto sem bóia para se agarrar (Jornal do Brasil, Rio)
- Descobertos beija-flores de 30 milhões de anos na Europa (Ambiente Brasil)
- A imbecilização (Diário de Notícias, Lisboa)
quinta-feira, maio 06, 2004
Sinais do atraso - 39
Mais 2...
Já havia no pequeno concelho - de apenas cerca de 80 000 eleitores - mais ou menos 200 stands de venda de automóveis usados.
Hoje abriram mais 2.
Já havia no pequeno concelho - de apenas cerca de 80 000 eleitores - mais ou menos 200 stands de venda de automóveis usados.
Hoje abriram mais 2.
Indignados
O terceiro do Memorável de hoje é de José Pacheco Pereira. O primeiro é sobre o Vinho do Porto e a capital referida no título do segundo é Bissau, capital da Guiné-Bissau.
- Portos sensuais (Le Monde, Paris)
- Uma capital sem água e às escuras pelo menos até domingo (Notícias Lusófonas)
- Fragmentos de uma "economia de indignação" (Público, Lisboa)
- Portos sensuais (Le Monde, Paris)
- Uma capital sem água e às escuras pelo menos até domingo (Notícias Lusófonas)
- Fragmentos de uma "economia de indignação" (Público, Lisboa)
quarta-feira, maio 05, 2004
La tibetanización krausista de España
Excelente texto, um dos que ficam no Memorável de hoje.
- La tibetanización krausista de España (ABC, Madrid)
- Brasil: velhice precoce (Jornal do Brasil, Rio)
- Alpoim Calvão cria Liga de Combatentes na Guiné-Bissau (Notícias Lusófonas)
- Falso arranque para a "era do petróleo" em S. Tomé e Príncipe (Público, Lisboa)
- La tibetanización krausista de España (ABC, Madrid)
- Brasil: velhice precoce (Jornal do Brasil, Rio)
- Alpoim Calvão cria Liga de Combatentes na Guiné-Bissau (Notícias Lusófonas)
- Falso arranque para a "era do petróleo" em S. Tomé e Príncipe (Público, Lisboa)
terça-feira, maio 04, 2004
Bestas
"Raparigas afegãs envenenadas por irem à escola", é a notícia do Público, de Lisboa, no Memorável de hoje.
segunda-feira, maio 03, 2004
Explicação
Uma cidadã estrangeira decidiu procurar emprego em Portugal. Chegou na passada sexta feira e começou a trabalhar num restaurante logo no domingo de manhã.
Diz-se que há 500 mil portugueses desempregados nas listas dos Centros de Emprego. O que é realmente um grande problema... mas sobretudo para os contribuintes.
Na verdade, o dono daquele restaurante, apesar de várias insistências, nunca conseguiu empregar um português ou uma portuguesa daquele meio milhão inscrito nos referidos Centros. E agradeceu - muito - a oportuna vinda da estrangeira.
Segundo ele, o seu próprio fracasso no mercado de trabalho nacional tem uma explicação: os portugueses desempregados gostam mais de viver do subsídio de desemprego do que de trabalhar empregados.
Diz-se que há 500 mil portugueses desempregados nas listas dos Centros de Emprego. O que é realmente um grande problema... mas sobretudo para os contribuintes.
Na verdade, o dono daquele restaurante, apesar de várias insistências, nunca conseguiu empregar um português ou uma portuguesa daquele meio milhão inscrito nos referidos Centros. E agradeceu - muito - a oportuna vinda da estrangeira.
Segundo ele, o seu próprio fracasso no mercado de trabalho nacional tem uma explicação: os portugueses desempregados gostam mais de viver do subsídio de desemprego do que de trabalhar empregados.
ONU vai autorizar a permanência da tropa estrangeira no Iraque
No Memorável de hoje:
- Annan desmente Zapatero (ABC, Madrid)
- Igreja espanhola retira estátua de santo para não ofender muçulmanos (BBC Brasil)
- Annan desmente Zapatero (ABC, Madrid)
- Igreja espanhola retira estátua de santo para não ofender muçulmanos (BBC Brasil)
domingo, maio 02, 2004
Sinais do atraso - 38
Porcos... sem protestos...
Era meio dia, de um dia de trabalho. O bar tinha estado aberto até às 02h00 e dois empregados, homens, estavam numa operação de higiene, limpando o chão com balde, água, detergente e esfregona.
A água saía escura, quase preta, e a espuma também não era branca. E os baldes, contei quatro, eram despejados no passeio frente à porta. Os passantes, coitados, eram obrigados a passar sobre a porcaria.
Nenhum protestou, e contei vinte.
Era meio dia, de um dia de trabalho. O bar tinha estado aberto até às 02h00 e dois empregados, homens, estavam numa operação de higiene, limpando o chão com balde, água, detergente e esfregona.
A água saía escura, quase preta, e a espuma também não era branca. E os baldes, contei quatro, eram despejados no passeio frente à porta. Os passantes, coitados, eram obrigados a passar sobre a porcaria.
Nenhum protestou, e contei vinte.
O sorriso como máscara
"O sorriso como máscara" é o título de um texto do jornal ABC, de Madrid, sobre os primeiros erros do novo primeiro ministro espanhol e do seu governo. Está no Memorável de hoje.
sábado, maio 01, 2004
"Matai-vos uns aos outros!"
Em nome de João Paulo II, um cardeal do Vaticano suplicou aos captores iraquianos de três cidadãos italianos "em nome do único Deus, que a todos nos julgará" que os libertem e os devolvam sãos e salvos às suas famílias. Foi oficial.
O Papa recuperou linguagem antiga. Talvez por lapso, devido à adiantada degradação do seu estado de saúde, mas recuperou. Em "Deus único" falava Roma com altivez no tempo das Cruzadas, mil anos atrás, quando comandava a caça aos mouros em nome da Santíssima Trindade, isto é, impondo a ferro e fogo a sua Fé.
Problema é que a Santíssima Trindade não conseguiu derrotar Alá, outro que também se considerava há muito tempo "Deus único". E este, hoje, está de cabeça levantada, omnipresente, ao ataque, a comandar a ofensiva dos islamitas contra os infiéis - que somos todos os seus não seguidores, todos os que connosco colaboram e todos os que, embora seus crentes, não seguem à letra o Corão.
Neste contexto, ao suplicar o favor "em nome do único Deus", torna-se claro que o Vaticano só contribuiu para o agudizar da guerra. Provocou Alá, Alá não vai gostar, dirá que "único" é ele e vai replicar "cá em baixo".
É pena que a luta entre estes dois deuses não se passe só "lá em cima", entre eles. Mas não, estes dois seres criminosos preferem ser mandantes: em vez de andarem os dois à batatada - mesmo que em duelo eterno - mandam os humanos matarem-se uns aos outros, com eles a assistirem a tão triste espectáculo.
Raios partam as religiões e quem criou estes dois monstros. Foi por causa delas e deles que aconteceram o 11-Set nos EUA, o 11-M em Espanha e que já morreram outros milhares de pessoas no Afeganistão, na Indonésia, na Filipinas, na Síria, na Arábia Saudita, etc... e que outros perderão a vida a seguir.
O Papa recuperou linguagem antiga. Talvez por lapso, devido à adiantada degradação do seu estado de saúde, mas recuperou. Em "Deus único" falava Roma com altivez no tempo das Cruzadas, mil anos atrás, quando comandava a caça aos mouros em nome da Santíssima Trindade, isto é, impondo a ferro e fogo a sua Fé.
Problema é que a Santíssima Trindade não conseguiu derrotar Alá, outro que também se considerava há muito tempo "Deus único". E este, hoje, está de cabeça levantada, omnipresente, ao ataque, a comandar a ofensiva dos islamitas contra os infiéis - que somos todos os seus não seguidores, todos os que connosco colaboram e todos os que, embora seus crentes, não seguem à letra o Corão.
Neste contexto, ao suplicar o favor "em nome do único Deus", torna-se claro que o Vaticano só contribuiu para o agudizar da guerra. Provocou Alá, Alá não vai gostar, dirá que "único" é ele e vai replicar "cá em baixo".
É pena que a luta entre estes dois deuses não se passe só "lá em cima", entre eles. Mas não, estes dois seres criminosos preferem ser mandantes: em vez de andarem os dois à batatada - mesmo que em duelo eterno - mandam os humanos matarem-se uns aos outros, com eles a assistirem a tão triste espectáculo.
Raios partam as religiões e quem criou estes dois monstros. Foi por causa delas e deles que aconteceram o 11-Set nos EUA, o 11-M em Espanha e que já morreram outros milhares de pessoas no Afeganistão, na Indonésia, na Filipinas, na Síria, na Arábia Saudita, etc... e que outros perderão a vida a seguir.
No extremo Oeste...
Porquê tanta alegria na imprensa portuguesa de hoje com o alargamento da União Europeia a 10 países de Leste? Só pode ser porque directores, editores e jornalistas esquecem que, aqui plantado na ponta do extremo Oeste, Portugal fica ainda mais periférico e insignificante, política e economicamente. Se não esquecessem - e confiando na boa fé de todos - seriam mais moderados.
Já éramos o último dos "15". E os rapazes não constatam que é sério, muito sério, o risco de mantermos o mesmo lugar no ranking dos "25". Claro está, mais pobres e enfraquecidos.
Vistas bem as coisas, esta alegria dos jornais dá uma grande tristeza e o acontecimento, ele, uma grande dor de cabeça. Consequência de doença grave e de muito difícil cura. Com efeito, em comparação com os novos membros da UE, temos trabalhadores menos qualificados, maiores salários, menor produtividade, maiores impostos sobre as empresas e menor proximidade do mercado consumidor. Estamos mesmo mal para atrair investimentos e para exportar a preços competitivos.
Já éramos o último dos "15". E os rapazes não constatam que é sério, muito sério, o risco de mantermos o mesmo lugar no ranking dos "25". Claro está, mais pobres e enfraquecidos.
Vistas bem as coisas, esta alegria dos jornais dá uma grande tristeza e o acontecimento, ele, uma grande dor de cabeça. Consequência de doença grave e de muito difícil cura. Com efeito, em comparação com os novos membros da UE, temos trabalhadores menos qualificados, maiores salários, menor produtividade, maiores impostos sobre as empresas e menor proximidade do mercado consumidor. Estamos mesmo mal para atrair investimentos e para exportar a preços competitivos.
Como o Leste se impôs à Europa
No Memorável de hoje:
- Como Brin e Page fizeram do Google a sociedade mais poderosa da Net (Le Temps, Genève)
- Como o Leste se impôs à Europa (Le Temps, Genève)
- Como Brin e Page fizeram do Google a sociedade mais poderosa da Net (Le Temps, Genève)
- Como o Leste se impôs à Europa (Le Temps, Genève)