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domingo, novembro 30, 2003

Bê ah bá... e blá, blá! 

1. Bê...
1.1. A União Europeia é uma Europa de Estados.
1.2. A União Europeia não é uma Europa de cidadãos.
1.3. Portugal é um Estado da União Europeia.
1.4. Eu sou um português na União Europeia.
1.5. Eu não sou um europeu que vive em Portugal.
1.6. Minha amiga é espanhola, a outra italiana e catrapisco uma alemã casada com um holandês.

2. ... ah...
2.1. Os Estados da União Europeia podem ter a mesma moeda.
2.2. Eu posso circular sem passaporte em todos os Estados da União Europeia.
2.3. Os Estados da União Europeia dão dinheiro a empresas uns dos outros.

3. ... bá...
3.1. Os Estados da União Europeia fizeram um "Pacto" com regras para dirigirem as suas economias.
3.2. Os Estados da União Europeia não cumpriram as regras que fizeram para dirigir as suas economias.
3.3. Os Estados da União Europeia rasgaram o "Pacto" e esfregaram os papéis nas ventas uns dos outros.

4. ... e blá, blá!
4.1. Os dirigentes dos Estados da União Europeia querem fazer uma "Constituição" para dirigir as suas políticas.
4.2. Os dirigentes dos Estados da União Europeia não se entenderam na economia e dizem-nos que vão entender-se na política.
4.3. Os dirigentes da União Europeia acham que somos mais burros do que eles.

Nota 1: Uma união de Estados soberanos precisa de "Pactos" entre eles e dispensa, por desnecessária, uma "Constituição" para a União.
Nota 2: Hoje fazem a União Europeia 15 Estados e já se vê a complicação. Em Maio do próximo ano serão 25 e é fácil imaginar o que farão 25 gatos dentro do mesmo saco...
Nota 3: Uma "Constituição" democrática para unir tanto desconfiado, tanto que foi inimigo, tanto amigo do tipo amizade-de-bar e tanto desconhecido... só de milagre divino. Inexplicável para os crentes e inexistente para os outros.

Solução pode exigir três Iraques 

É o que merece o primeiro destaque no Memorável de hoje, que contém o seguinte:

- A maldição da perestroika (The Times)
- Solução pode exigir três Iraques (The New York Times)
- EUA a sorrir com mais uma desvalorização do dólar (Estado de S. Paulo)
- Marques Mendes contra Primeiro Ministro e Ministra das Finanças (Público)

sábado, novembro 29, 2003

Um preguiçoso 

Numa das tv´s nacionais passou há pouco uma reportagem sobre o desemprego na região de Setúbal. Nela apareceu um casal com três filhos pequenos, o pai desempregado e a mãe a ganhar a vida para todos a passar roupa a ferro por 50 cêntimos (meio euro) a peça. Ela falou à reportagem naquele ofício e ele também falou, mas de blusão de cabedal, mãos nos bolsos e fora da sala onde a mãe dos filhos dava com o ferro nas peças.

Ambos se queixaram da vida e ela disse que, pagas as dívidas do mês, só ficavam com cerca de 250 euros para a comida deles e dos miúdos. A fechar a notícia, ele informou que até já tinha posto o apartamento à venda para fazer face às dificuldades.

É. Ele e ela têm dificuldades.

A dificuldade dele é tirar as mãos dos bolsos, despir o blusão e começar também a passar a ferro a roupa dos outros para fazer crescer o rendimento familiar. Com agravantes: está a receber o subsídio de desemprego, sente-se por isso "empregado" do Estado e até opina que recebe pouco por não trabalhar, o grande preguiçoso.

A dificuldade dela é a de não ter coragem para se separar dele.

Cuecas unisexo?!! 

O Estado de S. Paulo é um dos melhores jornais diários do mundo e seguramente o melhor de língua portuguesa. E acaba, para felicidade de todos os seus leitores na rede, de reparar um erro básico em que tinha caido.

Até há duas ou três semanas atrás, todas as edições estavam em "html" e podia-se aceder facilmente a qualquer texto através de um índice no qual estava listado todo o conteúdo do dia. Subitamente, sem aviso prévio, o jornal passou a estar disponível apenas em "pdf" e a promoção dizia - como se de uma grande e positiva evolução se tratasse - para a gente "navegar" naquilo.

O director que decidiu pela mudança não percebeu uma coisa que é uma evidência para qualquer utilizador. Na rede não se passa os olhos pela página do jornal, como se faz no papel impresso, sentado no café do bairro ou no sofá de casa; faz-se um "clic" e é suposto que dele resulte imediatamente o aparecimento no ecrã do que queremos ler. Ou seja, quem decidiu cometeu um grave erro de marketing: não estudou o destinatário do produto. Assim como se alguém decidisse lançar no mercado cuecas unisexo. Ou whisky com sabor a mel, ou sardinha pré-assada.

Foi um erro do "Estadão", felizmente já reparado. Agora mantêm o "pdf" (acho que para não perderem a face...) mas também regressou o "html". Obrigado.

O Japão redescobre... a inflação 

Memorável de hoje:

- "Solar Impulse" voará em 2007 a energia solar (Le Temps - Genève)
- O Japão redescobre... a inflação (Le Figaro - Paris)
- Até 2050 podem desaparecer todos os grandes primatas (Le Figaro - Paris)
- Que se passa com a saúde de Tony Blair? (ABC - Madrid)
- Navios podem ser o próximo alvo do terror (Estado de S. Paulo - Brasil)

sexta-feira, novembro 28, 2003

Chato... 

Estão a crescer um pouco por todo o lado as críticas aos EUA por ainda terem presos em Guantanamo umas centenas de homens capturados no Afeganistão, suspeitos de pertencerem à Al Quaeda. Talvez seja chato, mas estão vivos.

Se fosse ao contrário, os americanos tinham sido abatidos no terreno do combate, à facada ou à pedrada ou ao pontapé ou com tiros na nuca ou à bala entre os olhos. É chato, mas é a verdade de que os críticos se esquecem ou não lhes dá jeito lembrar.

Bush no Iraque: espectacular acção de comunicação política 

Selecção de hoje para o Memorável:

- Bush em estado puro (ABC - Madrid)
- Produtores usam música para acalmar os perús antes do Natal (Gazeta do Povo - Brasil)

quinta-feira, novembro 27, 2003

Sinais do atraso - 15 

Nada
O Pavilhão Multiusos de Viseu foi construído para nele se jogarem 15 partidas do Campeonato Mundial de Andebol e para ser uma importante infraestrutura daquela cidade - na qual se sucederiam eventos e eventos para gozo dos cidadãos que com o dinheiro dos seus impostos o pagaram, a preço de muitos e muitos milhares de euros.
Os jogos foram em Janeiro. De lá até hoje, nada mais aconteceu naquele espaço e, que se saiba, nada mais está programado para os próximos meses.

Ruindades 

062. De novo a Ministra das Finanças. Hoje foi chamada ao Parlamento para explicar a posição portuguesa de perdão das penas à França e à Alemanha por não terem cumprido o Pacto de Estabilidade. E explicou. No meio de muita palavra, de muita frase e de muito argumento, deixou cair o essencial: a partir de agora, com o perdão aos grandes países, já não poderá haver penalizações para outros incumpridores que ultrapassem os 3% de défice.
É isso. A Ministra ajudou a preparar a cama onde pode acontecer que tenha de se deitar, se Portugal este ano não ficar abaixo, como parece que vai acontecer, daquele limite.

Arafat ganha dinheiro a investir em Israel 

Memorável de hoje:

- Apesar da Intifada, Arafat investe em fundo de capital de risco de Israel
- Mais um dia de boas notícias para os EUA
- A máquina do orgasmo feminino
- JPP contra o perdão português à França e à Alemanha

Destaque para o artigo de Pacheco Pereira no "Público".

quarta-feira, novembro 26, 2003

Ruindades 

061. A Ministra das Finanças disse em Bruxelas que não se importava, e até compreendia, que a Alemanha e a França não cumprisssem o Pacto de Estabilidade.
Dentro de portas, em Lisboa, exige de nós com cara de má todas as porras para que o déficit português não ultrapasse aqueles 3% acordados em tal Pacto pelos 15 países da União Europeia, exactamente o que é agora desprezado por franceses e alemães - com a aprovação da doutora.
Cuidado com ela. Nesta cena ficou provado que a mulher é incoerente e, pior, falsa. Sem carácter, pois nem a vergonha a impediu de nos dizer o que fez. Isto é, que lá fora aceita o romance e aqui dentro nos pontapeia nos tomates.

No círculo da morte 

A última semana de Novembro e as duas primeiras de Dezembro são especialmente reveladoras da situação em que se encontra a esmagadora maioria do chamado comércio tradicional: moribundo.

As lojas estão cheias de roupa com preços 200 ou 400% acima do que o comerciante pagou ao armazenista ou ao fabricante. Quem diz na roupa, diz nos sapatos, nas louças, nos bibelots, etc, etc. Mas na roupa é mais fácil ver. Peças idênticas às que, por exemplo, a "Pull & Bear", "Zara", "Mango" ou "Continente" vende por 20 euros... estão marcadas a 60 na "Feira das Lãs", no "Tavares", no "Rebelo" e nas dezenas de outros estabelecimentos. Há casos em que a diferença é ainda maior.

O drama destas pessoas é que estão no círculo da morte: têm de vender caro porque vendem pouco e vendem pouco porque vendem caro. Assim não podem durar muito tempo e não se vislumbra que haja quem os possa salvar.

Mau dia para a União Europeia 

Índice do Memorável de hoje:

- Como os suiços vêem a crise na União Europeia
- Cientistas investigam eremita que "não come há décadas"
- Aznar: mau dia para a Europa e a economia europeia
- Real Madrid, o símbolo do "foot-business"

terça-feira, novembro 25, 2003

Ruindades 

058. O Primeiro Ministro recebeu ontem o líder do PS, sete meses depois do último encontro entre os dois. Espero que tenha sido para manter o sr. Rodrigues - envolvido no caso de pedofilia da Casa Pia e muito fragilizado no seu partido - em lume brando como líder da Oposição.

059. Vi em funções uma Polícia Municipal. Pareceu-me igual e a fazer o mesmo que as nacionais, a PSP e a GNR. São três e estou em crer que não seria pior haver só uma grande, em vez de duas pequenas e uma pequenina.

060. Ainda o Primeiro Ministro, mas hoje: disse que era católico, depois de uma ida ao Vaticano e depois de ter sido recebido pelo Papa. Disse também que "nós em Portugal rezamos por ele" e contou que pediu a João Paulo II "para rezar por Portugal". Tanto fervor por votos nesta conversão de mentirinha. Tão mentiroso!

Sinais do atraso - 14 

Sem pensar
No centro de uma pequena cidade do interior profundo, dentro de um quadrado com menos de 1 km de lado, deve haver umas 30 ou 40 sapatarias. Pois abriu outra ontem. Abriu numa loja que foi de "trezentos", falida há menos de um mês, e sem o comerciante de sapatos explicar a si mesmo esta falência na cidade onde... há menos "trezentos" que sapatarias. Também não pensou, seguramente, que há menos mercado para os seus sapatos do que para os artigos de quem o antecedeu no mesmo espaço comercial.

Menos... a mais
Há construtores civis que continuam a construir edifícios com três e quatro andares para habitação em vilas de 10 ou 15 mil eleitores - onde existem cada vez menos pessoas, menos emprego, menos actividade economicamente relevante, e muito terreno para a moradia e o quintal do emigrante. Além disso, em cada edifício fazem quatro ou seis espaços para lojas de comércio...

Necrofilia não
Também construtor civil, investiu 150 ou 200 mil euros na construção de um edifício com seis apartamentos, localizado exactamente a 6 metros do muro do cemitério, com as janelas dianteiras para os túmulos e as das trazeiras para as de outra casa. Penso que a explicação do homem para o investimento é pior do que se fosse necrofilia.

Espanha quase no G8 

No Memorável de hoje estão os seguintes textos:

- Os planetas-oceano fazem sonhar os exobiólogos
- Golpe do Eurogrupo no Pacto de Estabilidade
- Emissões de metano estabilizadas após dois séculos de alta
- Espanha já é a oitava economia do mundo

Destaque para o último e para o primeiro. Vale a pena ler.

segunda-feira, novembro 24, 2003

Ruindades 

057. Ouvi há minutos o Primeiro Ministo, com o Ministro da Defesa atrás, dizer que teremos a Marinha que queremos... em 2010. Daqui a sete anos. Os dois estavam a bordo da fragata "Vasco da Gama".
Senti que espezinhavam a memória deste navegador - como a de todos os outros do melhor período do nosso passado, de Pedro Álvares Cabral a Fernão de Magalhães - e, pior... sem darem conta onde punham os pés.
E envergonhei-me. Pela falta de respeito e porque no tempo daqueles heróis sete anos davam para construir, à mão, mais de 500 caravelas.
Depois fiquei chateado: hoje temos 2 ou 3 barquitos, daqui a sete anos, talvez 5 ou 6, mas o "aumento" - na ideia de alguns políticos e economistas - atingirá os 100%. Não há direito de os primeiros ignorarem a História e de os segundos não considerarem no estudo o "histórico", pelo menos desde o ano de 1450.

Miscelânea 

Constatei que os endereços dos documentos que reunia nesta secção deixam de estar "vivos" e acessíveis passado um mês; depois desse período, ou desaparecem, ou os textos só podem ser lidos por assinantes dos jornais ou a leitura passa a ser paga "à peça". O que significa que se perdem. E o que torna a Miscelânea inútil como arquivo de ideias, factos e acontecimentos.

A partir de hoje, inclusive, os pedaços que seleciono da História que está a ser feita ficam guardados em Memorável para memória futura.
Tentarei recuperar os dos dias anteriores e, mais tarde, espero organizar um índice temático de tudo.

domingo, novembro 23, 2003

... sentenciei que ela tem dificuldades na tabuada (3/3) 

8. Pois é, células da alma - da consciência - e reações bioquímicas nos "racionais". E seguramente o mesmo, digo eu, nos "irracionais". Ambas as classes estruturalmente iguais, nesta grande família dos animais. Todos decidindo, escolhendo, sentindo, amando, falando, aprendendo, recordando, querendo... à medida da alma de cada um. Da pulga ao elefante ao Joaquim - entre os que se vêem a olho nu; e do Joaquim à bactéria ao virus - entre os que só visíveis no microscópio.

9. Com diferenças qualitativas, claro está, entre uns e outros, por exemplo entre o homem, o cão e a sardinha que eu papava. Recorrendo à informática, dir-se-ia que o hardware do primeiro está imensamente mais evoluido que o do segundo e o da terceira.

10. Ou seja, o homem tem um processador "Itanium 2", ou um "Athlon 64 com um ship set "nforce 3"; o cão, um velho IBM a válvulas e cartões perfurados; a sardinha está com dificuldade na tabuada.

11. Quanto ao software: não existe. Só é necessário um disco rígido para memorizar a informação gerada nas reações bioquímicas.

12. Grandes máquinas!

... e depois de lhe chegar à espinha... (2/3) 

5. ... com atrevido respeito por tais teólogos e tais separadores, achei que entra pelos olhos dentro que ambos continuam no reino das trevas; estes, parecendo ainda no tempo em que se jurava que o Planeta Terra era plano e aqueles seguramente na eterna escuridão da religião.

6. Pois basta ter cão em casa para ser uma evidência incontestável que este "irracional" não o é: pensa, decide, escolhe, sente, fala, aprende, recorda e tem vontade. Como nós, e à medida da sua alma. E se o cão "faz aquilo", não se vê porque não fariam o mesmo todos os outros milhares de "irracionais", do golfinho, ao chimpanzé, passando pela aranha, pelo golfinho, pelo rato, pelo polvo, pelo pombo, pela arara e por cada um sucessivamente.

7. Mas se a experiência com o cão não bastasse, então seria suficiente ter ouvido Francis Crick, um dos descobridores da estrututa do DNA (1953), que já informou toda a gente (Nature Neuroscience 6, 119-126, 01 Fev 2003) que tinha descoberto as células da alma dos humanos. Explicou no ensaio que "a verdadeira consciência pode ser expressada meramente por um pequeno grupo de neurónios, em particular aqueles que se estendem da parte de trás do córtex para partes do córtex frontal". O co-autor da investigação, Ahristof Koch, precisou: "Está claro que a consciência surge de reacções bioquímicas dentro do cérebro".

Estava eu a papar uma sardinha... (1/3) 

1. ... quando me saltou para a ideia que a grande família dos animais ainda é, nos manuais, separada em duas classes, a dos "racionais" e a dos "irracionais". A primeira, reservada para os humanos - brancos, amarelos, pretos e arraçados. A segunda, para tudo quanto é gato, cão, elefante, serpente, mosca, mosquito, periquito, rouxinol, melro, gaivota, pato, tubarão, sardinha, camarão, virus, bactéria, lagartixa, etc, etc, etc.

2. Para os separadores, é assim: no primeiro grupo só entram os animais que "pensam, logo existem" (Descartes) ou os que "existem, logo pensam" (Damásio); o segundo é para os que só existem. Vê-se logo que não é ciência, mas mera filosofia.

3. Para um subgrupo dos humanos, o dos teólogos e estudantes de teologia, ainda é pior: os "racionais" têm alma imortal, a qual - depois da vida terrena - vai para o céu, purgatório ou inferno, sendo o destino de cada uma decidido por Deus em função do número e gravidade dos pecados que cometeram, das confissões e dos arrependimentos. Quanto aos "irracionais", aqueles doutores e directores espirituais acham que só têm pele e osso mais o resto da matéria, e alguns ainda dois palmos de terra sem caixão quando se finam (os que são enterrados); outros nem terra, os tipo pulga, borboleta, piolho ou carapau. Vê-se logo que não é ciência, mas apenas fé em Deus - católico, budista ou muçulmano.

4. Ou seja, para os teólogos e os outros separadores, os animais "irracionais" não pensam nem têm alma, só existem. Mas se assim fosse, concluir-se-ia que a perdiz, o tigre ou o caracol existiam toda a vida em coma profundo - os pais e os filhotes - do nascimento, à puberdade, à idade adulta e até à hora da morte de cada um. Dá bem para ver o disparate, acho eu.

Miscelânea 

272. "A Europa devia era preocupar-se com o isolacionismo americano" aqui

sábado, novembro 22, 2003

Miscelânea 

269. Atentado químico frustado em Inglaterra? aqui

270. O mercado comum asiático avança melhor que o europeu... e sem Constituição aqui

271. O lado escondido de Kennedy, 40 anos após o assassinato aqui

sexta-feira, novembro 21, 2003

Sinais do atraso - 13 

O serviço e a serviçal
Uma amiga de uma amiga minha aceitou o namoro de um rapaz da mesma idade, cerca de 33 anos. Ele disse-lhe que se tinha apaixonado por ela, que abandonava a outra que tinha e ela também gostou do jeito dele. Depois do primeiro sexo explícito entre os dois, ela ouviu dele o seguinte: "a outra fazia melhor o serviço". E a serviçal, tranquila e nada ofendida, foi contar à minha amiga que a outra fazia melhor o serviço. Aconteceu há uma semana (não é do séc XVIII) e sei que a atrasada já voltou ao serviço de se ajeitar para o imbecil ejacular.

Miscelânea 

268. Alegria nos EUA com a baixa do dólar aqui

quinta-feira, novembro 20, 2003

Miscelânea 

266. Empresas europeias aflitas com a subida do euro aqui

267. JPP escreve sobre o cadeado na Universidade de Coimbra aqui

quarta-feira, novembro 19, 2003

Ruindades 

056. Os futebolistas da selecção sub 21 viraram holigans e destruiram o balneário do estádio francês no final do jogo de ontem com a França, depois de terem vencido esta equipa nos penalties. O selecionador "compreendeu", ninguém deu umas chapadas nos putos e ninguém despediu o selecionador.

Da espuma 

O euro voltou a subir face ao dólar e alguns políticos, alguns jornalistas - ambos cada vez mais ao mesmo baixo nível - e alguns inocentes exibem-nos os seus egos inchados, orgulhosos com o feito, sentindo-se uns vencedores com a subida.

Estes políticos e estes jornalistas vivem da espuma; os inocentes do resto que dela cai.

É assim: a economia que mais cresce, juntamente com a chinesa e a indiana, é a dos EUA; todos os produtos feitos nos EUA ficam mais baratos com a subida do euro; todas as empresas da União Europeia vão ter mais dificuldade em vender o que produzem; pelo meio, há uns poucos que ganham no câmbio das moedas.

O mundo dos inchados são os desejos; o dos outros é a realidade.

Miscelânea 

261. O euro volta a subir face ao dólar aqui

262. Ameaçadas de extinção 12 259 espécies de plantas e animais aqui

263. Kasparov empatou com o computador aqui

264. Curso, em Londres, sobre a "arte do protesto" contra Bush aqui

265. Imã senegalês expulso de Itália só jura por Bin Laden e a esposa anuncia atentado em Dezembro aqui

terça-feira, novembro 18, 2003

Lágrima 

Estava à procura de uns papéis antigos, quando encontrei o Bilhete de Identidade de um familiar meu muito querido e já falecido. Tinha o nº 26 064-R, chamava-se Kajú, nasceu a 16 de Novembro de 1983 e foi enterrado a 10 de Julho de 1995.

Era um cão "english springer spaniel", castanho malhado, seu pai chamava-se Tufa (21 165 - R) e sua mãezinha Spécia (23 007 - R). A "criadora" tinha o nome de Graça Maria Lopes Fernandes. Está tudo no Clube Português de Canicultura, no cartão com data de 28.02.1984.

Puta merda, para esta lágrima. Mais uma vez para ti, Kajú: adeus amicão, adeus companheirão de quatro patas.

Sinais do atraso - 12 

Não notaram
O carro estava na data da inspeção e o proprietário levou-o a uma oficina para a adequada revisão geral. A revisão foi feita e foi paga, e o carro chumbou na inspeção. Os revisores não notaram que o travão de mão estava a 17% numa das rodas traseiras e na noutra nem existia.

Ruindades 

055. Apesar de ser mentira, três em cada quatro portugueses acreditam que os incêndios nas matas têm origem criminosa (aqui). Sempre disse que o povo tem muita fé e muita pouca razão. Mas é o que é e soberano tal qual é.

Miscelânea 

257. O que aconteceu na Catalunha aqui

258. Marketing terrorista aqui

259. "Correia plástica" contra as rugas do pescoço aqui

260. Rato Mickey faz hoje 75 anos aqui

segunda-feira, novembro 17, 2003

Cantiguinha prá tuela 

Era uma vez, era uma vez
Uma pitoca
(coro) ai, ai, ai

Era uma vez, era uma vez
Uma pitoca
(coro) ai, ai, ai

Era uma vez uma pitoca
Que eu amava, que eu amava, que eu amava

Era uma vez uma pitoca
Que eu queria, que eu queria, que eu queria

Era uma vez uma pitoca
Que eu pedia, que eu pedia, que eu pedia

Era uma vez uma pitoca
Que eu amava, que eu queria, que eu pedia
(coro) ai, ai, ai... ui, ui, ui

Era uma vez
A pitoca da minha amiga

Era uma vez
A pitoca da minha amada

Era uma vez
A pitoca da minha querida

Era uma vez
A pitoca da minha vida
(coro) ai, ai, ai... ui, ui, ui
ai, ai, ai... ui, ui, ui


Era uma vez, era uma vez
Tal pitoquinha
(coro) Ai que carinho, que carinho

Era uma vez, era uma vez
Tal desejo
(coro) Ui que vertigem, que vertigem

Era uma vez uma pitoca
Linda, linda de morrer

Era uma vez uma pitoca
Danadinha, maluquinha

Era uma vez, era uma vez
Uma pitoca, ai que maluco

Era uma vez, era uma vez
A pitoquinha, que sorria malandreca

Era uma vez, era uma vez
A pitoquinha, que molhava a alegria

Era uma vez, era uma vez
A pitoquinha, que em mel se esvaía

Era uma vez, era uma vez
A pitoquinha, que loucura, que loucura

Era uma vez a pitoquinha de Shidua

(coro) Ai, ai, ai... ui, ui, ui
dele sai
dele vai
é prá tu, é prá ela
é prá tu, minha tuela
ai, ai, ai... ui, ui, ui

Sinais do atraso - 11 

Sem perceber
Está a funcionar há um mês, ainda em fase experimental, uma fábrica nova de um produto alimentar. Ao chegar às instalações, o responsável tira as calças que traz e veste umas sujas, as "de trabalho", e põe uma bata azul no mesmo estado, isto é, sem ver água e detergente há mais de três semanas. Ainda não percebeu que, para manipular produtos alimentares, devia era tomar banho antes de iniciar o trabalho, só depois vestir as calças e a bata - todos os dias lavadas e brancas - e colocar uma touca na cabeça.

Sem lembrar
No melhor talho da cidade, donos e empregados abrem às 8 horas e, claro, às 9 já estão com as batas sujas de sangue. Ficam assim até às 18h30, sem se lembrarem de que há aventais em plástico, descartáveis, para mudar - pelo menos - de hora a hora.

Miscelânea 

252. Israel mobiliza-se para enfrentar a onda antisemita na Europa aqui

253. Avanços para travar a resistência das bactérias aos antibióticos aqui

254. A esquerda contra a Constituição europeia aqui

255. Multas para quem der comida aos pombos na Trafalgar Square aqui

256. A Suiça sonha com um centro de formação financeira à altura da sua reputação aqui

domingo, novembro 16, 2003

Miscelânea 

251. Escola israelita incendiada nos arredores de Paris aqui

sábado, novembro 15, 2003

Ruindades 

054. No projecto de revisão constitucional elaborado pelo PSD e CDS figura, como dever do Estado, a "protecção do direito à vida", o que parece querer dizer que aqueles partidos querem que a futura Constituição proiba radicalmente o aborto, seja na 1ª, na 2ª, na 3ª, na 8ª semana ou em qualquer outra. Eles querem as mulheres com menos liberdade.
Como se não bastasse, o projecto também não consagra o "direito à morte". Quanto a este, uma sugestão para os projectistas: a visita diária, basta durante uma semana, a um lar de idosos ou a uma enfermaria de doentes terminais.

Sinais do atraso - 10 

Pelo mercúrio
O dono de uma empresa media a temperatura a um produto, para saber se já tinha baixado dos 19º. Depois, tirou o termómetro, segurou-o pelo depósito do mercúrio para ver os números, e disse: "porra, porque é que subiu?"

Por correio
Havia necessidade de uma resposta urgente de uma Direcção Geral de um Ministério e o interessado enviou um e-mail para a funcionária superior que devia responder. A resposta chegou por correio 15 dias depois.

Sem escolta
Um grupo de 9 jornalistas portugueses precisava de ir do Kuweit para o Iraque. Decidiram ir sem escolta. Pelo caminho, uma levou um tiro na perna e outro foi raptado.

Miscelânea 

249. Uma hora de exposição ao fumo do tabaco equivale a fumar 3 cigarros aqui

250. Chuva de jóias em Genève aqui

sexta-feira, novembro 14, 2003

Ruindades 

053. O terrorista mouro Bin Laden voltou a aparecer hoje na televisão em imagens novas. Porque raio será que o rosto dele continua tão parecido com o do Jesus Cristo da iconoteca católica, quase um clone deste filho do Deus anti-muçulmano?

Miscelânea 

243. Seis meses para formar uma Princesa aqui

244. A angústia de Jackie Kennedy aqui

245. Al Qaeda ameaça os EUA com um ataque que causará 100 mil mortos aqui

246. Razões da "união franco-alemã" e o que dizem os ingleses aqui e aqui

247. Quando apareceu a vida na terra e que tipo de vida foi a inicial? aqui

248. Rumsfeld rejeita uma "retirada precoce" do Iraque aqui

quinta-feira, novembro 13, 2003

Ruindades 

052. Partiram para o Iraque, ontem à noite, 128 polícias da GNR (muita força para os bravos voluntários!). Hoje às 20h, as tv´s portuguesas ainda mostravam, demoradamente, imagens das esposas a falar do medo e dos perigos da missão.
Passei para a tv de Espanha. Eles têm lá muitas centenas de soldados, mais que 128, e não fizeram espectáculo com as mulheres e namoradas.

Miscelânea 

241. Pacheco Pereira escreve sobre Cunhal aqui

242. Charlesgate aqui

quarta-feira, novembro 12, 2003

Pelo menos 

Incomoda o ar sofrido com que o sr. Rodrigues (secretário-geral do Partido Socialista) quer saber do juiz se é acusado no processo de pedofilia da Casa Pia. Além de que ele próprio, e toda a gente, sabe que ninguém o acusou de ter abusado sexualmente de crianças. Assim, incomoda o ar do homem e a pergunta que fez ao magistrado.

Vamos por partes. Primeiro à pergunta, depois ao ar. Pouco depois à batotice. Mais depois ainda, a um cúmplice "em alerta". E, depois do mais depois, à suspeição da minha amiga.

Quanto à pergunta. É de recordar que existem três testemunhos que envolvem o sr. Rodrigues em actos de pederastia com rapazinhos e que os autores de tais testemunhos não apresentaram queixa contra o homem. Resumindo, Rodrigues não foi acusado porque não houve queixa, mas há miúdos que dizem que ele fez a coisa. Fica clara, no contexto, a pergunta que Rodrigues não quis ao tribunal ou à polícia, esta: é verdade que os garotos falaram?

Quanto ao ar. Não é sofrido de sofrer com dor. Sofre, sim, é de profunda hipocrisia e muita arrogância. Pois Rodrigues sabia, há muito, que os testemunhos existiam e o que neles se dizia que ele fazia.

Agora quanto à batota. O nosso homem quer que o juiz escreva que não é acusado no processo para nos exibir o papel iludindo a questão, e fez-lhe aquela pergunta porque... tem a certeza de que os putos não vão apresentar queixa nem voltarão a contar a história dele e deles. Porque não, não se sabe.

Na minha cabeça, a atitude do não acusado traz-me uma recordação: a frase "vamos ficar em alerta" escutada pela polícia num telefonema de Pedroso - este, sim, já acusado e arguido - ao Rodrigues, logo no início do escândalo, comentando a prisão do primeiro acusado no caso da Casa Pia. Foi, citando de cor, o que número 2 do PS disse ao número 1 do partido, ao particular amigo. Parece ter lógica o "em alerta" e a cumplicidade, agora que é pública a existência dos tais, três, testemunhos por ninguém desmentidos.

Sempre achei a boquinha do Rodrigues muito suspeita. E uma amiga minha, que topa a milhas os lados femininos dos seres masculinos, alinha comigo na suspeição. Começo a pensar que os testemunhos não são mentirosos e que o Rodrigues apalpou mesmo os pirilaus dos miuditos. Pelo menos.

Miscelânea 

237. Iraque: Washington impacienta-se aqui

238. Vaticano pede a Israel que igrejas e mosteiros fiquem dentro do muro aqui

239. Em Taiwan o edifício mais alto do mundo aqui

240. Glossário dos activistas antiglobalização aqui

terça-feira, novembro 11, 2003

Roubalheira 

As Câmaras Municipais querem que hotéis, pensões, pousadas, estalagens e motéis passem a pagar uma taxa sobre o número de dormidas. Dito de forma mais clara: os municípios querem que os cidadãos lhes paguem um imposto todas as vezes que dormirem naquelas camas. (aqui)

Assim mesmo. Às claras a roubalheira e sem vergonha a irresponsabilidade. Pois daqui lhes sugiro outras duas: o IMPD e o IMPU.

O IMPD - Imposto Municipal Por Defecar, já para o orçamento de 2004. O IMPU - Imposto Municipal Por Urinar, para o de 2005. Como já pouco há para rapar dos munícipes, a ideia é sacar dos seus desperdícios. Por mim, achava tão natural apanhar com uma taxa sempre que largasse os meus sólidos e os meus líquidos... como pagar à Câmara pelo facto de dormir num hotel.

Sem mais 

Ontem, na aldeia de Ancas, vi pessoas a verem o que queriam ver, apesar de o que elas queriam ver não existir. Hoje foi pior: li os "dogmas marianos".

São quatro:
1. Virgem: Maria ficou sempre virgem, antes do parto, no parto e depois do parto
2. Theotokos: Maria é verdadeiramente a "mãe do Verbo encarnado que é Deus"
3. Imaculada: Maria foi concebida sem o pecado original porque Deus a tinha destinado a ser mãe do seu filho
4. Assunção: Maria subiu ao céu de corpo e alma, depois de terminar a sua vida terrena

Foi pior mesmo. São dogmas. O que quer dizer que é nisto (na íntegra) que os católicos são obrigados a acreditar relativamente a "Nossa Senhora"; para eles isto são factos, históricos e indiscutiveis.

Mas é pura mitologia. Sem mais. Também Reia era mãe de Zeus. (aqui)

Miscelânea 

230. A Primeira Guerra Mundial terminou faz hoje 85 anos aqui e aqui

231. Igreja Católica esclarece posição sobre o casamento de Felipe com Letizia aqui

232. Espanha inicia a futura Academia Militar do Iraque aqui

233. Real Madrid tem 8 candidadtos ao "Balón de Oro 2003" aqui

234. A Europa não procurará outras Terras aqui

235. Partido alemão expulsa deputado por frase anti-semita aqui

236. Novo medicamento contra o colesterol aqui

segunda-feira, novembro 10, 2003

Só isso 

Eram hoje 14h30 na aldeia de Ancas, perto de Anadia, cidade mais ou menos no centro de Portugal (um pouco a puxar para norte) e no extremo esquerdo da União Europeia.

Trinta pessoas (24 mulheres, 5 homens, 1 criança) e mais uma outra - a 31ª - olhavam uma imagem de Nossa Senhora colocada numa vitrinezinha na parede fronteira de uma modesta casa situada depois do cotovelo de uma rua muito estreita, de mais ou menos dois metros e meio de estreiteza.

Naquela hora eram 30 - mais o 31º - os personagens. Durante toda a manhã o número havia sido mais ou menos o mesmo a cada meia hora, mas com caras diferentes; pela tarde fora, até chegar o escuro, iriam tantos outros, no dizer dos observadores independentes que estavam sentados no café da esquina. Acreditando, temos que perto de 500 pessoas estão a ir ver, diariamente, nos dias de semana, a dita imagem de Nossa Senhora.

O fenómeno até já deu na televisão. A gente vai lá porque se diz que a Virgem chora e que se vê a lágrima no rosto da imagem.

Sigam a cena e os 30 figurantes - menos o 31º - das 14h30 de hoje:

1. À chegada, vê-se a Nossa Senhora na vitrinezinha
2. A vitrinezinha tem uma porta fechada à chave
3. As 30 pessoas daquela hora - mais a 31ª - olham fixamente a imagem
4. Todas as 30 vêem a lágrima
5. Uma das 30 vai dentro da casa e pede à dona da casa e da imagem que venha abrir a vitrinhezinha
6. A dona vem, compenetrada, com ar sofrido, já encurvada pelo que se afigura ser o peso da santidade, e abre
7. Todos os olhos aumentam
8. Ouve-se uma a dizer que veio ver de manhã e que a lágrima estava mais acima
9. Outra assegura a mesma medição
10. E três outras enxugam os olhos húmidos e avermelhados
11. Estão todos os 30 comovidos pelo chorar da Virgem Maria
12. Uma pede à dona da casa e da imagem para roçar o terço na santinha
13. Mais 7 fazem o mesmo pedido e ela celebra a cerimónia de tal benção
14. Outra, talvez menos pecadora, dispensa a intermediária e toca ela mesma com o terço na imagem
15. Depois dos toques dos terços, quase todos os figurantes querem sentir a imagem na mão
15. E tocam, um de cada vez e de mão cheia, o manto da Senhora, uns durante mais tempo que outros, talvez à medida da fé de cada um
16. Nenhum se atreve a pôr um único dedo no rosto da imagem, no lado em que observam o milagre da lágrima
17. Estão os 30 - não o 31º - todos felizes e, ao mesmo tempo, sofredores com a Senhora que sofre e por isso chora

Bem. O 31º era eu. Olhei bem a imagem, a menos de meio metro e, claro, não vi lágrima nenhuma. Concluí que os meus 30 companheiros de hoje viram o que queriam ver. Só isso.

Miscelânea 

228. ETA ensina a fazer bombas em Bagdade aqui

229. Carlos de Inglaterra é bisexual? aqui e aqui

domingo, novembro 09, 2003

Mais um bazar chinês 

Numa cidade de cerca de 40 mil habitantes - sede de um concelho com apenas 80 mil eleitores e onde já existiam uns 40 comércios dos "trezentos"... - abriu mais uma loja chinesa. De cidadãos da China e para venderem produtos deste país, de roupas aos mais diversos utensílios. Agora já são 7 os "bazar chinês" nesta cidade.

E vendem. Com preços muito baixos e qualidade a crescer a olhos vistos - do design aos acabamentos e às matérias primas utilizadas.

E enquanto eles se estabelecem e vendem, acompanho o fenómeno e estou a entender estes outros três:

- porque e como dentro de alguns anos a da China vai ser a 2ª economia do mundo, logo a seguir à dos EUA;
- porque estão empresas concorrentes das chinesas a fechar em Portugal e na Europa toda;
- como é irreversível a globalização da economia mundial.

E sorrio por dentro e por fora ao contrariar a tendência de muitas esquerdas, pensando em como é bom viver num mundo globalizado em que o pobre compra uns jeans por 18 euros, um blusão por 20, um furador de papéis por apenas 1, etc, etc, etc. E em que o remediado faz vida de rico e em que o rico pode continuar a esbanjar a tratar os seus caprichos.

Do sorriso parto para a gargalhada, ao saltar-me para a ideia que os manifestantes anti-globalização não entram nos chinocas, muito menos nos "trezentos", e só compram peças "de marca", os parvos.

Miscelânea 

224. António Barreto acerta no Governo aqui

225. A Europa em desordem face à Rússia aqui

226. Nova prova do "canibalismo" da Via Láctea aqui e as imagens aqui

227. Como funcionam os autocarros movidos a hidrogénio aqui

sábado, novembro 08, 2003

De orgulho muito ferido 

O Presidente interino da Guiné-Bissau anda a esmolar cerca de 30 milhões de euros (6 milhões de contos) para o Estado pagar 12 meses de salários em atraso à Função Pública e haver algum dinheiro para fazer eleições. (aqui)

Este Presidente substituíu um outro, de nome Kumba Ialá e de saúde alcoólico e esquizofrénico. Este doente, por seu turno, havia substituído Nino Vieira, o líder da guerrilha na guerra colonial. Pelo meio, existiu um natural de um país vizinho, a Gâmbia, que também queria mandar mas acabou morto a tiro no meio do mato e sem honra nem glória. Entretanto, passaram 5 anos até se chegar ao humilhante mendigar de agora.

Nino Vieira foi deposto e chamaram-lhe de tudo. Acontece que há 5 anos atrás o país progredia e as finanças estavam mais ou menos controladas. Professores, médicos, enfermeiros e funcionários dos ministérios recebiam os salários; não faltavam medicamentos essenciais no hospital; havia luz nas ruas e nas casas; o povo comia duas refeições por dia; várias empresas estrangeiras investiam na agricultura, nas pescas e em serviços. Enfim, o país era pobre mas viável e o Presidente não tinha dinheiro no estrangeiro.

Quem derrubou Nino queria vê-lo condenado a longos anos de prisão. Hoje, se o povo mandasse e não houvesse militares nem 25 partidos políticos, o "comandante Kabi" já teria regressado do exílio e, se a saúde ajudasse, seria novamente "O Chefe".

E seria ao Chefe que o povo iria pedir a prisão de todos os responsáveis que tornaram a Guiné-Bissau inviável sem esmolas e condenaram quase 1 milhão de homens, mulheres e crianças a estes últimos 5 anos de miséria. Foram verdadeiros criminosos, têm nome e sabe-se onde estão.

Fulas, balantas, mandingas, manjacos, brames, beafadas, papéis, bijagós e todos os outros - fossem animistas, muçulmanos ou católicos - pediriam seguramente uma outra coisa ao velho comandante, até antes de comida e dinheiro: que lhes arrancasse do orgulho a lança assassina que tão fundo o feriu.

Miscelânea 

221. Tomate natural reduz risco de cancro aqui

222. Desemprego baixa nos EUA e crescimento da economia é espectacular aqui

223. O eclipse total da Lua (esta noite) pode ser visto aqui

sexta-feira, novembro 07, 2003

Sinais do atraso - 9 

Reitor ilegal
Estudantes da Universidade de Coimbra fecharam a cadeado - durante quase uma semana - as portas da Reitoria, protestando contra qualquer coisa. O Reitor lamentou. E afiançou que não chamava a polícia para repor a legalidade.

Aldrabice
Determinado empresário constatou que uma sonda no exterior do equipamento indicava 170º C quando o produto que estava no interior do mesmo não passava dos 70º C. Entre a fonte do calor e o produto medeiam 20 centímetros.
Não sabendo explicar cientificamente tamanha perda (de 100º!!!...), decidiu colocar a sonda mais acima "para não acusar tanto grau".

Pequenez
Portugal tem mais ou menos 900 km de comprimento por 300 de largura. Apesar da evidente pequenez da terra, o governo dela imagina-se um gigante: parece que quer 4 ligações a Espanha por combóios de alta velocidade e está a discutir o tema - classificando-o como prioritário - na cimeira luso-espanhola de hoje e amanhã.
A ideia, claro, é transportar passageiros e mercadorias. E apesar de não terem estimado o número de passageiros nem as toneladas de mercadorias para cada uma das 4 linhas - quem deixará de usar o avião, o carro, o autocarro e o camião daqui a 15 ou 20 anos? - os governantes parecem dispostos a gastar 2 milhões de contos por km construído. Ou seja, não lhes custa uma obra a 2 mil contos o metro (10 mil euros) sem terem uma ideia sobre o mercado para a dita.

Miscelânea 

216. Sucesso do Brasil na corrida ao hidrogénio aqui

217. Igreja Católica vai interrogar a noiva do Príncipe Felipe aqui

218. Eclipse total da Lua no domingo aqui

219. UNESCO classifica carnaval belga "património oral e imaterial da Humanidade" aqui

220. Voyager I sai do sistema solar (mas continua rumo ao desconhecido) 26 anos depois de lançada e após 13 mil milhões de km percorridos aqui

quinta-feira, novembro 06, 2003

Sinais do atraso - 8 

Desapareceu quando já tinha sido encontrado
No telejornal das 20 horas o Director de Informação da televisão do Estado começou uma notícia dizendo que um jovem português tinha desaparecido em Espanha quando escalava uma montanha; minuto e meio depois, a fechar a "peça", informou-nos que o rapaz tinha sido encontrado.
Para o directorzito, a notícia não foi o rapaz ter sido encontrado vivo, cansado e esfomeado; notícia era o desaparecimento do miúdo. E, para o chefinho, certamente que foi uma pena ele ter aparecido tão depressa, menos de 1 dia depois de ter escorregado devido ao nevoeiro...

Miscelânea 

213. Vitória do partido de Bush no Mississipi e no Kentucky aqui

214. Tradutor oficial de Sadam Hussein fala do ditador aqui

215. Banco de Inglaterra aumenta os juros pela primeira vez em 4 anos aqui

Sem-ideias e sem-idade 

1. Na "manif" dos estudantes do Ensino Superior Público não se ouviu, dos garotos, uma única frase coerente; só palavras e mal alinhavadas.

Primeira questão: se as frases não eram coerentes, como podiam as ideias ser consistentes?

2. Estes sem-idade e sem-ideias mereceram muita atenção das chefias da comunicação social e, depois, apareceram com destaque em todas as rádios e tv´s a exibirem-nos a sua (im)preparação.

Segunda questão: se não existiu frase coerente nem ideia consistente, porque foi tão importante o acontecimento?

3. A cena era assim: cerca de 10 mil putos gritavam, uns chefinhos de bando palavreavam, microfones e câmeras gravavam.

Terceira questão: se não existiram frases coerentes nem ideias consistentes e se apenas gritou um número que não dava para encher um sexto do estádio do Benfica, porquê rapaziada e jornalistas estiveram tão bem uns com os outros?

Arrisco a resposta: ambos os grupos marimbaram-se para nós, de braço dado entre eles. Mais: acho que inconscientemente. Pior: dando-nos o melhor deles.

Pobres de espírito.

quarta-feira, novembro 05, 2003

Sinais do atraso - 7 

Santa roubalheira
Para inaugurar uma nova igreja na diocese - paga integralmente com o dinheiro do povo - determinado bispo católico cobrou 400 euros (80 contos). Quase todos acharam normal esta santa roubalheira.

Continuação
Hoje pela manhã discutia-se no Parlamento o orçamento do Estado para o ano que vem. No serviço informativo das 13h00 da rádio do mesmo Estado, o destaque foi para a continuação em prisão preventiva do indivíduo que já está em tal situação há 9 ou 10 meses; depois serviram-nos uma declaraçãozita da ministra sobre a Justiça, seguida de 7 minutos de uma manifestação de alguns estudantes contra as propinas. O orçamento veio em quarto lugar, 10 minutos depois de o noticiário ter começado. Notícia foi a continuação, não as novidades.

Miscelânea 

203. Igreja Anglicana: "as pessoas têm desejos homosexuais e bisexuais reais" aqui

204. Diferenças entre as Igrejas Católica e Anglicana aqui

205. As crianças israelitas também sofrem e morrem aqui

206. Golpe no Pacto de Estabilidade aqui

207. A Europa e Israel aqui

208. Como jornais franceses viram a vitória do Porto sobre o Marselha aqui e aqui

209. Etrange Madère aqui

210. Satélite regista a maior explosão solar de sempre aqui

211. Arábia Saudita teme escassez de areia no deserto aqui

212. Na Grã Bretanha, "Titanic" foi eleito o pior filme da história aqui

terça-feira, novembro 04, 2003

Aterrorizado e muito deprimido 

1. Começo a pensar que as Nações Unidas - na frente estiveram só americanos e ingleses; agora continuam eles, mais alguns e os votos concordantes de todo o Conselho de Segurança da Organização - não vão vencer a guerrilha terrorista no Iraque.
(Primeiro, porque a guerrilha é invencível por exércitos convencionais; segundo, porque não é possível criar um exército de guerrilheiros contra a guerrilha; terceiro, porque o terrorismo tem as armas mais inteligentes, os suicidas; quarto, porque o número destas armas dá para muitos anos.)

2. Continuo a pensar, e já angustiado, como é que a tropa do Ocidente se vai retirar lá do Iraque e também do Afeganistão e até como os russos se vão safar da Tchechénia.

3. Dou comigo a matutar, agora já meio deprimido, se no futuro os americanos não vão preferir ficar em casa, sozinhos em casa, com a sua segurança reforçada e bem seguros.

4. Vou caindo mais para baixo e, no fundo da fossa, vêm-me à cabeça duas ideias loucas: a minha filha obrigada a véu islâmico e a minha Shidua de burka afegã.

(É isto: perder contra o terror deixa-me aterrorizado e muito deprimido.)

Miscelânea 

200. "Quantos mais mortos, maior é a festa" aqui

201. O Iraque teria dissimulado cerca de 1 milhão de toneladas de armas aqui

202. Empresários e diplomatas suiços nos caminhos da Ásia aqui

segunda-feira, novembro 03, 2003

Sinais do atraso - 6 

Sem lei
Há 7 dias uma empresa pediu à Direção Geral de Fiscalização e Controle da Qualidade Alimentar informações sobre qual a legislação aplicável a determinado produto para alimentação humana. Ainda não teve resposta.

Calados
Há 12 dias uma empresa pediu à Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto um orçamento para análises químicas, microbiológicas e físicas (a fazer duas vezes por mês) a um produto. Ainda não teve resposta.

Menos de metade
Há 5 dias uma empresa pediu orçamentos a 7 fornecedores. Ainda só responderam três.

Ruindades 

050. Dois títulos de edições recentes do "Jornal de Notícias":

- "Galináceos absolvidos de fazerem muito barulho"
- "Anos testam preito ao cónego Melo"

É o segundo diário português em número de leitores, coitados deles.

051. A actual edição do "Big Brother" é um rotundo fracasso. Para se redimir, a TVI não deveria cancelar o resto dos episódios ou emiti-los às 4 da madrugada? E o infeliz cérebro que teve a ideia de colocar o programa a ser estudado em manuais escolares não deveria ser obrigado a vê-los todos e ainda a decorá-los?

Miscelânea 

198. Estilo na blogosfera aqui, aqui e aqui

199. O horror do crucifixo e dos pés ensanguentados aqui

domingo, novembro 02, 2003

Miscelânea 

197. No coração do Banco Central Europeu aqui

sábado, novembro 01, 2003

O povo é quem mais ordena 

É verdade, na Suiça. Lá, o povo pode pronunciar-se sobre as decisões de Parlamento, sobre as leis do Governo e sobre os tratados internacionais de duração indeterminada, bastando para o efeito que 50 mil cidadãos activos o solicitem nos 100 dias posteriores à publicação. Mas há mais: todas as modificações da Constituição Federal são obrigatoriamente sujeitas a referendo e a sua adopção exige duas maiorias: a do povo e a dos cantões. (aqui)

Realmente, lá é o povo quem mais ordena. E não os representantes... que não passam disso mesmo: representantes.

Sabe bem recordar o facto à esquerda e à direita portuguesas, sobretudo neste momento em que nos estão a enganar com lérias a propósito da Constituição da Europa e nos estão a dizer que talvez nos façam o favor de nos perguntar qualquer coisa sobre a mesma.

Ruindades 

049. Nas eleições para a direcção do Benfica votaram menos de 13 mil sócios. A comunicação social disse que o vencedor "esmagou" e teve a "maior votação de sempre", explicando que recebeu 174 074 votos (há sócios... que valem 20 vezes mais em votos do que outros), o que significaria uma vitória por 90,47%.
Não vou lembrar que foram às urnas menos de 15% dos sócios do clube. Vou fazer pior: dizer-lhes que apenas se pronunciaram 0,22% dos 6 milhões de benfiquistas.

Miscelânea 

191. Microsoft quer aliança ou fusão com o Google aqui

192. Expedição tenta encontrar a Atlântida em Gibraltar aqui

193. Maria Madalena era a mulher de Jesus? aqui

194. Que se está a passar na Rússia? aqui

195. Cientistas dizem ter resolvido o mistério do "homem do gelo" aqui

196. O espectacular crescimento americano faz a Europa sonhar aqui

String 

Do óptimo Verão deste ano vou recordar muita coisa - entre elas os 39º às 9 da noite, o prazer das praias fluviais, o gosto tão bom da água gelada, outras - e uma em especial: muitos umbigos femininos, de vários tamanhos e de vários desenhos.

Os umbigos das moçoilas e os das mulheraças que na rua os mostravam e também - aqui com alguma "porra!" - os nelas só imaginados: os de todas as que apenas nos exibiam a pele entre eles e o púbico paraíso, escondendo - acho que por táctica - aquele ponto. Aquela porta estratégica.

Foi assim ao meu olhar: neste Verão viveu-se uma revolução no comportamento das lusitanas e nos lusos costumes. De dimensão tal que chegou até a mobilizar partidárias do "umbigo livre" nas mais pequenas aldeias do nosso Interior. Eu, por mim, ainda não tinha visto tanto espectáculo na rua, apesar de andar sempre de olhos abertos - de pesquisador de todo o desconhecido que vai do dedo do pé à ponta do mais longo cabelo da cabeça de todas as mulheres.

Gostei de ver, mas o olhar é famélico: nunca lhe basta o suficiente e nem mesmo a fartura. Quer sempre mais. No meu caso, a cor e alguns milímetros das calcinhas no topo dianteiro do cós das calças.

Neste verão não fui com tal bem prendado pelas damas, pois, que me lembre - e a memória é de colecionador para o efeito - só me encantei com 2 milímetros, 1 em cada uma de só duas.

Mas não tem problema, sou paciente e espero. Sei que pelo caminho em que as coisas andam, para o ano as calças vão baixar mais 1 ou 2 centímetros, as t-shirts vão acabar antes do umbigo, e o string vai seguramente inebriar acima do cós das calças, à frente e atrás.

Pode até o resguardo ter mais pano que um string; eu já sei que vai ser lindo ver a roupa mais íntima deixar de o ser! E uma loucura vê-la surgir, descoberta - sensual, excitante, estonteante - acima de cada muralha jean ou de cada calça de idêntica servidão!

(Atenção e cabeça fria, pois pode nem tudo correr bem. Imaginem que aparecem - acredito que só do fim do mundo - umas gangas 50 e outras 38, estas numa septuagenária, ambas elas naquela figura. Como resolver o problema? A chorar alto "abaixo o string!" - para bem abaixo do cós e muito para dentro das calças - ou a mudar as cuecas às malucas? Em qualquer caso, uma tragédia!)

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