de Anagarú

Destaques para o Memorável de hoje:

- Os números que marcaram a economia em 2003
- De string vermelho no réveillon
- Mais benefícios do alho

O euro está cada vez mais caro que o dólar e a diferença entre as duas moedas não pára de aumentar todos os dias. Quantificando, um dólar comprava-se hoje de manhã por 0,7479 euros e um euro custava 1,2511 dólares. O ano passado era 1 por 1 e, por exemplo, no início de Setembro era de 0,78 para 1,22.

Alguns já adivinham que dentro de meio ano a diferença será ainda maior, de 0,65 para 1,35 e parece grande a probabilidade de os factos confirmarem a adivinhação, pois a economia americana precisa de continuar a produzir mais riqueza... para o Estado poder cobrar mais dinheiro de impostos... para poder pagar as despesas que faz lá dentro e no mundo inteiro, do Afeganistão ao Iraque, passando pela NATO, pela ajuda ao Terceiro Mundo e etc.

No caso de a adivinhação passar a verdade comprovada, teremos que se de 1 dólar se passar para 1 milhão, 1 milhão de dólares custará 650 mil euros e 1 milhão de euros custará 1 milhão e 350 mil dólares.

E fica claro o desastre para a União Europeia. Exactamente o contrário do que pensam, falam e escrevem os que sentem orgulho por terem um euro a bater "recordes históricos", a "valer" mais que a moeda dos EUA.

Digamos que na economia há dois mandantes: o que fabrica e o que joga com dinheiro. O primeiro produz bens para vender e o segundo especula com margens financeiras. Dá para entender que o primeiro cria riqueza e enriquece e o segundo está no casino. Certo?

Então mudemos de ângulo e imaginemos um casal e duas televisões na sala - cada uma a passar seu documentário - e ele numa ponta e ela na outra do sofá, como que separados pelo Atlântico.

Na do lado do marido, vemos o especulador a comprar euros e a despachar os dólares porque sabe que as autoridades americanas estão muito contentes com a "queda" da sua moeda e não vão fazer nada para que ela páre de "descer". O "valor" do euro sobe com o aumento da procura do mesmo, tipo espuma de sabão ou mesmo de champanhe. Enquanto isso, com os preços mais caros diminuem as exportações, há menos dinheiro na rua e mais desempregados.

Na do lado da esposa, olhamos o produtor americano confiante, a produzir mais, a exportar mais barato e em maiores quantidades, a empregar mais gente e até a poder rir-se para o "déficit" e para o endividamento. Sólido. Como quem tem dinheiro no bolso e onde ir buscar mais sem precisar de pedir nada a ninguém.

Se o casal estivesse em lua de mel - e até nos dois primeiros anos de acasalamento - não tinha duas televisões na sala: ele via o que ela via e ela via o que ele via. Enamorados, enlaçados. Puxando para o mesmo lado, como a gente sabe que é como se faz. Sexo de um no sexo de outro e vice versa.

Mas EUA (tipo marido) e UE (tipo esposa) não dormem na mesma cama. São tipos diferentes. Só têm orgasmos sozinhos e, às vezes, riem e jantam juntos com amigos.

Quer dizer: há uma guerra entre eles, ainda que não declarada. Na fase em que estamos, o marido lançou o dólar baixo para atingir e ferir a retoma da economia da esposa. Veremos se ela reage, quando e como, ou encolhe os ombros e olha para o lado, tipo dona-de-casa.

Pode conhecer novos avanços das neurociências em matéria do gosto, da consciência e do prazer no Memorável de hoje.

068. Marcelo Rebelo de Sousa deu a entender, pela primeira vez, que seria candidato nas próximas eleições presidenciais se Cavaco e Silva decidisse não ser. Torço para que Cavaco não seja e até já me vejo a rir da tristeza de Santana Lopes. E lamentarei se Cavaco for.

Com Silva na Presidência da República, era mais do mesmo; com Lopes, seria menos ainda do que o mal actual; com Marcelo, teríamos em Belém o cérebro de um dos tipos mais inteligentes que nasceu em Portugal.

Em vez de gente vulgar e gente menor, naquele palácio viveria um PR cerebral, inteligente, culto, simpático, mediático, mobilizador. Só por isto terá o meu voto este candidato, se o for.

069. O SRS, Partido Radical da Sérvia (extrema direita nacionalista) venceu as eleições de ontem na Sérvia. O seu líder, Vojislav Seselj, está preso na Holanda por crimes de guerra e o seu aliado, o ex-presidente jugoslavo Slobodan Milosevic, está a ser julgado pela mesma razão no TPI - Tribunal Penal Internacional.

E porque "estranha" razão foi o partido mais votado? Simples. Porque na população há um grande ressentimento anti-ocidental por causa do bombardeamento do país pelas tropas da NATO durante a guerra do Kosovo em 1999 e porque o que se seguiu às bombas foi um tremendo fracasso político e económico dos novos governantes saídos dessas mesmas bombas que a NATO para lá despejou.

Se os bombistas tiverem vergonha, devem estar a corar dela com esta chapada de luva branca que inesperadamente lhes atingiu as faces. A esquerda e a direita, as duas. Duplo vermelhão de uma vingança popular.

No Memorável de hoje:

- As tristes vidas das raparigas na Arábia Saudita (Le Monde)
- Sobre as origens do cavalo (Le Monde)
- Em 10 anos o telemóvel conquistou o planeta (Le Monde)
- Sadam tem em bancos estrangeiros 40 mil milhões de dólares (ABC)

... e o fim do "comércio tradicional" no Memorável de hoje:

- O fim das ruas chiques
- Porque existe mau hálito

No Memorável de hoje:

- Cientistas criam "super tubercolose" por engano
- Microsoft quer que remetentes "paguem" pelo spam
- Os mistérios dos fio das teias das aranhas

O hotmail tem um "especial" de Natal que inclui anedotas. Escolhi estas duas.

Presente inusitado
- O que você gostaria de ganhar de Natal? - a mãe pergunta para a filha de sete anos.
- Um preservativo.
- Preservativo?!
- É que eu já tenho cinco bonecas e não quero ter mais nenhuma!

Papo canino
Debaixo de uma árvore de Natal toda iluminada, diz um cão ao outro:
- Finalmente colocaram luz na casa de banho!

067. Foi noticiado com muito relevo que a freguesia açoriana de Rabo de Peixe ia receber 22 milhões de euros da União Europeia para o seu "desenvolvimento". Chegou a dizer-se, para justificar, que era a freguesia mais pobre do país, o que evidentemente é uma falsidade.

Depois falou-se dos projectos para o desenvolvimento da dita "freguesia mais pobre do país" e ficou a saber-se que grande parte do dinheiro ia para uma piscina e um pavilhão desportivo.

O que não se disse e do que não se falou é que Rabo de Peixe é uma aldeia piscatória junto ao mar, que jovens e adultos gostam é de nadar no oceano, que o pavilhão vai funcionar apenas um ou duas vezes por semana, que nada disto é prioritário e que tudo isto é desperdiçar dinheiro dos impostos dos nossos amigos europeus. Entre outras coisas.

Nestas outras, podiam-se referir barcos melhores, formação de pescadores, piscicultura, redes de frio, industrialização do pescado, etc, etc, etc. Mas suponho que sejam coisas trabalhosas demais para quem põe na frente uma piscina e uma sala para jogar.

Do Memorável de hoje, destaque para o "Natal da Europa das nações", de Vasco Graça Moura, apesar de não ser "das nações" (só em Espanha há cinco ou seis...) mas sim "dos Estados".

- No Natal... não nasceu Jesus (Público)
- As bolhas do champanhe (Le Figaro)
- Marte tem a chave da história do Sistema Solar? (ABC)
- A Constituição chinesa protegerá os empresários e a propriedade privada (ABC)
- Natal da Europa das nações (Diário de Notícias)

D. Berta gosta muito do Natal. É a época do ano que mais adora. O Verão da sua paixão. O sol que lhe aquece o coração. Pode-se até afiançar, sem ponta de exagero, que ela começa a pensar no próximo logo no dia 26 do que passou.

D. Berta é assim. Prefere os anos de Jesus aos seus próprios - embora nem vá à missa nos domingos, não confesse ao padre seus pecados, não goste de rezar mas queira ir um dia a Fátima e até diga "meu Deus" nos momentos de azar.

D. Berta tem 55 anos, rosto de 75, um marido, um filho, uma nora, dois netos, uma casa, um quintal, duas coelhas, um coelho, quatro galinhas, uma televisão e mais as coisas que ela usa sem lhes ligar: vassoura, panelas, roupa para lavar, pó para limpar e os etc do mesmo tipo.

D. Berta, no Natal, olha a família com outros olhos, de amiga e de tão feliz. É lindo de ver. Até se move mais depressa, parece que tem fogo na alma, tratar das plantas não lhe custa, dos animais menos ainda, a vassoura vira violino, a roupa suja acordeão, as panelas bandolins e o pó desaparece na magia da sua mão.

É da emoção. Do nervoso, não. De uma emoção repetida na história da sua vida. Esta: no Natal, em cada Natal desde há muitos anos, o marido de D. Berta concede-lhe o direito de sair de casa por quase quatro dias: 23, 24, 25 e metade de 26. Ele deixa-a entrar no carro dele, vão até à terra dele e, se a ele lhe apetecer tomar um café no "Central" no centro da cidade, ela não sai do automóvel mas ainda pode olhar pessoas a passear, a ver montras, a vaguear e observar as modas que se usam, os casacos, as saias, as meias, os sapatos. E ela gosta tanto!

Este o prazer louco, dia 23, na partida. A 24 e 25, o encanto continua. Dia 26, no regresso, o pensamento já lhe voa para o Natal do ano que vem. No resto dos 361 dias a vida é-lhe a habitual, sem sair fora do limite do quintal - nem uma tarde, nem duas horas, nem meia, nem quinze minutos. Rigorosamente assim.

D. Berta, minha vizinha, tem esta puta sina.

É o destaque no Memorável de hoje, e está publicado no "Le Monde".

Serão os Estados Unidos, o Japão, a China, a Índia, a Rússia e o Brasil. Mais pormenores no Memorável de hoje.

Recorde no Memorável porque não somos a maior província de Espanha.

- Cientistas explicam os "lapsos cerebrais" (BBC Brasil)
- Os povos ibéricos: uma história comum (ABC)

066. O Primeiro Ministro de Espanha foi hoje ao Iraque passar umas horas com os militares espanhóis que lá estão a arriscar as vidas em nome do seu País. No final disse "Viva a Espanha" e "Viva o Rei".

O Primeiro Ministro de Portugal ficou em casa. Mandou um ministro ao local da guerra e depois de amanhã lancha em Lisboa com as mães, pais e mulheres dos para-militares que para lá destacou. Ali para o final do cházinho, imagino que o coitadinho diga a cada um dos seus convidados "obrigado por ter vindo".

Já lá vão uns anos, creio que em 1977 ou 1978, fui à Líbia assistir à proclamação da Jamahiria Árabe Líbia Popular Socialista. Um Estado meio esquisito que substituia a simples "Líbia" e que resultava dos pensamentos do coronel Muhamar Kadhafi, expressos no seu "Livro Verde" - de que prometo falar dentro de dias.

Ao acontecimento compareceu Fidel Castro. Os requisitos de segurança já eram grandes, mas não me impediram de estar a apenas metro e meio de ambos quando eles se cumprimentaram efusivamente e em grande cumplicidade revolucionária. Vi dos dois em directo as pupilas - com os meus olhos, sem o através de câmaras de tv - registei o sorriso do árabe e as barbas do cubano.

São memórias minhas. Que retirei do arquivo ao saber hoje que Kadhafi decidiu destruir o seu arsenal de armas de destruição massiva. Durante anos o homem foi um dos principais financiadores do terrorismo internacional; agora parece que mudou - ainda bem - mas eu ainda não entendi porquê.

Vamos admitir que reconheceu os erros e que decidiu emendar-se. Problema dele, claro está. Mas no meu cérebro logo surgem outros. Do tipo: que vai dizer Fidel? Fará o mesmo? E do outro tipo: que comentário vai fazer Álvaro Cunhal? Traidores? Será que dos três dinossauros apenas o português vai morrer equivocado?

Mais memórias das minhas: quem me levou à Líbia, a Tripoli e a Sheba - terra natal de Kadhafi, no deserto profundo, a 2000 km do mar Mediterrâneo - foi o Cartaxo e Trindade, falecido de SIDA depois de ter amado muito muçulmano; foi também ele que me levou a fazer a primeira edição do "Livro Verde" em português, com tradução de inglês do Eurico da Fonseca, também já sem vida. Obrigado aos dois, amigos!

Divirtam-se com o primeiro texto do Memorável de hoje e comparem o lamento suiço na Suiça... com o lamento que o suiço faria em Portugal.

- "Desculpe, posso comprar-lhe qualquer coisa"?
- Sadam denunciado pelo seu braço direito
- Líbia compromete-se a destruir arsenal

A "Associação dos Nobres" diz que Sadam deixou de ser descendente de Maomé, está no Memorável de hoje.

Ivan e eu somos amigos. Muito e nos corações dele e meu. Quer dizer, dos cérebros e da química até à ponta de nossos pés e patas. Sem desprimor para as quatro que ele tem.

Eu brinco e ele brinca, brincamos os dois; ele lambe a minha mão e eu faço-lhe uma festa na cabeça, dois sentimentais; eu digo "pata" e ele dá a direita e depois de assegurar o equilíbrio da sua longa coluna (está com 60 kg e metro e trinta de comprido) dá a outra, como um abraço; nunca pediu meu pé, mas eu comprendo; ele ladra por uma bolacha e eu dou-lhe três, sempre fui exagerado; eu olho seus olhos e ele fixa os meus, em magia; ele espera-me sempre ansioso e eu regresso sempre preocupado, de saudade; quando chego não abdica de mordiscar-me os tornozelos, eu dou-lhe uma tapinhas nas fuças e ele muda de brincadeira, às vezes salta-me às costas e eu tenho de mudar de casaco, outras vezes eu digo "senta" e ele não vai nisso, outras vezes deita-se só para me gozar. Tudo coisinhas pequeninas, mesmo coisitas de amigos.

É. Mas às vezes entristeço e penso se ele não gostaria mais de passar o Natal com seus manos e sua mamã na Serra da Estrela - sua terra de nascimento - separado de mim e só comigo na lembrança, vagueando pelos montes e rebolando-se na neve, atirando patadinhas de flocos, coçando a barriguita, ladrando aos vizinhos, enfrentando a ventania e rindo da tempestade.

Há mais, para piorar: não tenho coragem de fazer-lhe a pergunta e, assim, minha dúvida vai durar pelo menos até ao Ano Novo. É que se eu perguntasse, ele latia e eu provavelmente entenderia o que não queria. Dramas de dono de amicão.

No Memorável de hoje:

- Esclarecido o mistério dos "stradivarius"?
- CIA refresca a memória de Sadam com videos
- Implantes de osso de boi em humanos
- Siberianos podem ter Natal mal-cheiroso

Destaques de hoje para o Memorável:

- Mulheres terminam greve de sexo de dois meses
- Prisão perpétua para organizadores de orgia na China
- Começam as represálias financeiras contra Espanha e Polónia

Irritada
A querida
Com
A bombista
Suicida,
Chateada
A diabita
Com
Tão pouca
Coisita,
Enciumada
A danadinha
Com
Tanta
Letrinha...
Aqui lhe digo,
Pedaço
De mim,
Bomba ele
E vem pra mim!
Assim
(imagine)
A tuela
E o com tu
Ainda sem ela
(imagine)
Fariam
Pombas
Periquitos
Passarinhos
Peixitos
Nada de nada
Nadinhas
Que sensação
Coração!

065. Há mulheres portuguesas, hoje, a serem julgadas no tribunal de Aveiro por terem decidido fazer um aborto. Como se fosse na Idade Média, não é?

066. Na execução orçamental de Janeiro a Novembro, o défice do Estado já está em 5,15% da riqueza produzida no País. Que faz a ministra, além de cara feia e umas contitas à maneira do manga-de-alpaca da 3ª Repartição?

Atendimento personalizado
A dona de uma pequena loja (no máximo 40 m2) de roupa feminina - situada numa rua onde há mais umas 50, tipo zona histórica - ouviu dizer a um doutor na televisão que uma vantagem competitiva do comércio tradicional, em relação às grandes superfícies, era o atendimento personalizado. Sensibilizada pelo dito, investiu numa placa grande (de meio metro de comprido por 20 cm de altura) com a ideia de promover as vendas - magras até então - e colocou a esperança na montra da lojinha. A placa tem os dizeres "Atendimento personalizado" e os trapos são os mesmos.

Sadam Hussein deixou-se capturar. Na toca em que se escondia, logo que descoberto ergueu as mãos ao soldado americano em acto de rendição.

Não se suicidou. Tinha a pistola a seu lado e não a disparou no céu da boca, no buraco de um ouvido, num lado da testa ou directamente no coração.

Cobarde.

Não quis morrer. Rejeitou o martírio... que tanta vez disse ao "seu" povo que era a honra suprema na resistência ao invasor, que era o que devia ser feito, que era a vontade de Deus, que era a glória na Terra e no Céu.

Sem honra.

Fácil, para um mandante, mandar matar. Difícil, ele tomar voluntariamente tal remédio para ir-se embora para sempre, mesmo que seja ao encontro de Alá.

A propósito: gostava de debater este tema dos mandantes e das suas cobardias com uma bombista-suicida recrutada para se estoirar em Bagdad ou em Jerusalém. Se a coisa desse certo - isto é, se eu ganhasse o debate convencendo-a a deixar de ser uma mandada do mandante cobardolas - certamente que ela me teria inteiro. Se desse para o torto e a vitória fosse da islâmica - juro - eu choraria cada um dos seus pedaços na hora da ida dela para o Além. Não pela moça, claro está, mas pela minha incompetência, e desejando que os pedacinhos do seu corpo fossem muitos para o meu castigo ser maior.

É o que se pode aprender no Memorável, em texto publicado esta manhã no Le Figaro.

Dois textos "imperdíveis" (de leitura obrigatória) no Memorável de hoje:

- O Pai Natal de Tikrit (Le Monde)
- Duas derrotas do "eixo franco-alemão" em menos de 1 ano: Iraque e Constituição da UE (Le Monde)

064. No dia da captura de Sadam Hussein:

- França e Alemanha, dois ferozes opositores à intervenção armada no Iraque, apareceram a congratular-se vivamente com a prisão do homem, disseram que Sadam era um ditador criminoso e apressaram-se a telefonar a Bush para o felicitarem pelo feito. Tranquilos, sem vergonha e esquecendo que o tipo não podia ter sido capturado sem a guerra.

- O nosso Primeiro Ministro também fez crer que telefonou, mas não se entendeu bem se Bush o atendeu ou se o PM se ficou pela orelha da secretária do quinto assessor. Pensando melhor, fica a ideia de que apenas mandou um telegrama. Ele dirá, talvez, em politiquês, que foi para ficar escrito e registado.

- Claro que Sadam Hussein é um assassino. Mas, apesar dos milhares e milhares dos mortos que fez, não passa de um pequenino Hitler, de um pequenino Estaline e de um primito de Napoleão Bonaparte - todos os quatro da mesma natureza, chamemos-lhe assim para simplificar. E a família é muito maior, evidentemente.

- Um correspondente luso nos EUA, com a ligeireza que o caracteriza, sentenciou logo de manhã que Bush talvez aproveitasse a ida à missa numa igreja perto da Casa Branca para comentar o acontecido. Assim mesmo, evidenciando o nosso distraído repórter que não tinha ideia da dimensão do que se estava a viver. Como se a primeira reação do Presidente dos EUA para o mundo sobre a prisão de um dos dois indivíduos que mais procurava no planeta - com centenas de milhares de homens, seus e de seus aliados e há quase 300 dias - fosse um fait divers (por exemplo e ironizando) tipo bocas de fiéis no adro da igreja sobre o sacristão que se apaixonou pela beata que, por acaso, é muito amiguinha do sacerdote que celebrou a missinha.

- Alguns ocidentais ficaram chocados com a imagem do Sadam barbudo, envelhecido, de boca aberta para um médico militar lhe observar os dentes. Eu fiquei mais chocado com as imagens dos corpos dos curdos que ele mandou matar com armas químicas, imagens hoje recordadas pelo menos por tv´s da Suiça e da Bélgica e que a TV5 mandou para o mundo inteiro.

Foi em 17 de Dezembro de 1903 e 12 segundos foi o tempo que durou o primeiro voo a motor na história da Humanidade. Pormenores no Memorável.

1. O inevitável ficou datado com o carimbo de hoje: 25 países europeus não chegaram a acordo sobre um projecto de Constituição para a União Europeia. O assunto foi adiado - em minha opinião por muitos e bons anos, pois é cada vez mais improvável uma única prova da necessidade de tal documento. Além de que o mesmo é uma impossibilidade, como diante se verá, sem uma excepção em Futurologia. Que, é sabido, não é ciência e cada um toma a que quer, pois se bem não faz, mal também não traz.

2. O desacordo confirma a ideia de que só um visionário poderia imaginar fazer uma união política entre 25 nações independentes - com culturas, línguas, histórias e interesses distintos.

3. O verniz estalou no poder dos votos, como era previsível. Olhe-se a coisa distanciadamente e veja-se se alguém em perfeita consciência poderia admitir que os "grandes" (Alemanha, França, Inglaterra e Itália) iriam deixar que os outros 21 algum dia os derrotassem democraticamente numa qualquer votação. Ou que os "médios" (por exemplo Espanha e Polónia) deixariam de aspirar a ser "grandes" e aceitariam as ordens destes. Pensar que sim é de um irrealismo constrangedor.

4. Como em tudo na vida, o essencial está na base. E nas fundações da UE há uma confusão que não está resolvida... porque aproveita a "grandes" e aos "outros", considerando estes a soma dos "médios" e dos "pequenos" - se não "infantis" - onde nós fazemos que jogamos. É esta: não se sabe se a UE é uma união de Estados soberanos ou uma união de Cidadãos que vivem num determinado espaço geográfico.

5. Se fosse uma união de Cidadãos, evidentemente que as votações teriam de ser decididas pela maioria dos Cidadãos, bastando 50 mais 0,0000001%.

6. Se fosse uma união de Estados, evidentemente que as votações teriam de ser decididas pela maioria dos Estados, no limite 13 contra 12.

7. Na primeira hipótese, ganhavam sempre as votações os "grandes", pois o seu número de Cidadãos esmagaria os números dos "outros". Na segunda hipótese, é claro que os "grandes" ficavam na mão dos "outros".

8. Podia haver, claro, alianças e respectivas consequências: na primeira hipótese, "grandes" mais grandes com o apoio de "pequenos", o que seria uma inutilidade; na segunda, "médios" mais grandes com o voto dos iguais a nós, o que não chegaria para nada. Só isto.

9. É assim e tudo o resto é palavreado, melhor ou pior alinhado, interessante, assim assim ou "spam" para o caixote do lixo.

10. E não podia ser de outro modo. Na verdade, as Nações e os Estados são realidades individuais muito fortes e que, por isso mesmo, não se podem unificar. Podem entre eles fazer acordos e uniões - de facto ou de circunstância - e até casamentos. Certo, certo, é que não querem suicidar-se - nem os "grandes, nem os "médios, nem os pequenotes.

11. Em Futurologia, talvez se possa admitir que a globalização e a internet vão diluir os nacionalismos, este estado de alma de todos e de cada um dos 25 que ontem e hoje estiveram em Bruxelas moendo os miolos na tentativa de resolver a equação de um impossível. Talvez. Mas não será em 2004 e talvez nem sequer em 2044.

No Memorável de hoje pode aprender coisas interessantes sobre nanotecnologias.

- "10-9 m": as maravilhas de... 1 bilionésimo de metro (Le Figaro)
- Homem e chimpanzé têm origem comum (Le Figaro)
- Coreia produz vacas resistentes à BSE (Estado de S. Paulo)

Soube-se hoje que o orçamento da Câmara de Viseu para 2004 é de 82 milhões de euros. O concelho deve ter cerca de 100 000 habitantes e o dinheiro é dos impostos de quem lá vive, de quem lá trabalha e de quem por lá se aventura.

Lembrei que o orçamento do Estado da Guiné Bissau para o mesmo ano é de 88 milhões de euros, que este país deve ter cerca de 1 000 000 de habitantes e que o dinheiro - mais de 80% - é esmola pedinchada fora de portas.

Fica mais claro o que é africano pobre, não fica?

Claro que fica. Mas há o resto: este país já foi auto-suficiente... e só o chuchu (mamadeira) o tem impedido de voltar a ser.

Ou seja, tem esquecido alguns ditus (provérbios, em crioulo) como estes: galiña kargadu ka sibi si kamiñu i lunju (galinha transportada não sabe se o caminho é longe, quer dizer não sabe o comprimento do caminho) e que láncha fundiadu ka ta gaña frete (navio fundeado não ganha frete).

Minudências
Hoje estão reunidos em Bruxelas as mais altas entidades de 25 países da União Europeia, os 15 da actual mais os 10 que entrarão em Maio do próximo ano. Discutem uma Constituição para este espaço em cimeira decisiva sobre a matéria.
Os telejornais do "prime time" das três tv's lusas abriram com a pedofilia na Casa Pia (RTP), com apreensões de droga (SIC) e com uma fuga de gás em Oeiras (TVI). A seguir deram mais minudências do mesmo tipo. Só 15 minutos depois um canal - a RTP - gastou três ou quatro minutos com o acontecimento que pode mudar tudo na Europa, da política à economia.

No Memorável de hoje, parte de um trabalho excelente do jornal madrileno "ABC".

- O que está em causa este fim de semana na UE
- As razões da Polónia
- As razões da França
- As razões da Espanha

Em anúncio no canal televisivo "SIC Notícias" ouve-se uma voz espanhola a dizer que descobriu Portugal, enquanto passam imagens do nosso país. Depois da espanhola, ouve-se uma portuguesa a pedir aos portugueses para, tal como os espanhóis já fizeram, descobrirem Portugal.

Além de parecer que eles moram aqui e nós é que somos os turistas - o que não importa mas chateia, tão tamanha é a estupidez da ideia - acresce que a mensagem publicitária é tecnicamente ineficaz.

Só o atrasado autor do anúncio, a atrasada agência de publicidade e o atrasado cliente parecem acreditar que 1 alentejano vai descobrir Penedono por saber que 10 espanhóis já deixaram lá a sua mijadinha - não é que eles sejam cachorros, é só figurativo! - ou que 1 beirão vai fazer a sua a Almeida motivado pelos cheiretes de 11 castelhanos.

No Memorável do dia de hoje:

- "Françalemanha" (Le Temps)
- Capturados os assassinos dos agentes espanhóis no Iraque (ABC)
- Pesquisadores "congelam" pulso de luz (Estado de S. Paulo)
- Pacheco Pereira e a questão presidencial no PSD (Público)

Poucos e nenhuns
O jornal "Público" informava hoje de manhã que os parceiros da RTP no canal "A Dois" assinariam esta tarde os protocolos que os vão ligar à televisão pública. Dizia que eram "cerca" de 50 e só listava 4. Esquecia a falta de 46 mais os "cerca", ou a dos mesmos 46 menos os "cerca".
Tem pior: no telejornal das 20h a RTP informou que os seus parceiros eram 39... sem dizer o nome de nenhum.

1. Os suiços foram às urnas em Outubro, votaram nos partidos e da votação resultou o Parlamento.

2. Hoje o Parlamento elegeu os ministros do Conselho Federal (Governo).

3. São sete há mais de século e meio. Sete.

4. Desde 1848 a composição política do Governo mudou apenas 9 vezes. Nove.

5. Hoje foi a mais recente, a nona. A nona em 155 anos. Nove.

6. Desde 17 de Dezembro de 1959 (há 44 anos) que o conjunto dos 7 ministros era a soma de 2 radicais, 2 socialistas, 2 democratas cristãos e 1 democrata do centro.

7. Hoje o Parlamento decidiu que fica assim: 2 radicais, 2 socialistas, 1 democrata cristão e 2 democratas do centro.

8. Estabilidade. E, evidentemente, centenária sabedoria.

9. Aqui em Portugal prefere-se a "alternância democrática", acha-se normal inversões de políticas de 4 em 4 ou de 8 em 8 anos, aceita-se que um Primeiro escolha 18 ministros e estes 40 secretários de Estado - de cada vez, além de muitos boys "dos nossos" nos gabinetes e em tudo quanto é sítio, etc, etc, etc.

10. E não é que um palerma de um jornalista suiço, do "Le Temps", comentou assim a mudançazita: "la nouvelle formule suisse reflète l'inquiétude d'un pays qui doute de son avenir et veut remettre le pays « en ordre »". Pode ler (só durante 1 mês) aqui

11. O imbecilzito não conhece as inquietações de Portugal quanto ao nosso "avenir" e não faz ideia da desordem portuguesa. Nem as de outros países, mas isso é lá com eles.

12. Bem, com compreensão cristã concedamos ao tipo que a ele o luxo de estar no céu... até lhe parece um inferno.

13. Coisa de cretino mimado e rico, muito rico e tão cretino.

É o destaque do que está no Memorável e os outros também vale a pena ler.

- Para compreender a Suiça (Le Temps)
- Holanda ameaça vetar a constituição da UE (ABC)
- EUA excluem França, Alemanha e Rússia da reconstrução do Iraque (ABC)
- FED manteve os juros em 1% (Estado de S. Paulo)
- Orçamento da Guiné-Bissau quase só com dinheiro dado (Notícias Lusófonas)

063. O cidadão açoreano Ricardo Rodrigues, até ontem Secretário Regional da Agricultura no Governo dos Açores, era até à mesma data um desconhecido, embora provavelmente ilustre. Pois agora, pelo menos a meus olhos, passou a ser muito conhecido, sempre reconhecível e a merecer um lugar na História daquelas ilhas e até de Portugal (embora a pequena, paciência!).
Foi assim: correm boatos de que o senhor está envolvido em actos de pedofilia e, por causa de tais boatos, ele demitiu-se das funções governativas "para não prejudicar o Governo".
O tipo pode ser culpado ou ser inocente, não interessa; o que interessa é que deu - com grande dignidade - uma chapada nas fuças do sr. Rodrigues e do sr. Pedroso. Este, deputado da nação e em tribunal acusado de violar crianças do sexo masculino; aquele, líder do Partido Socialista e publicamente solidário com o arguido.
Ricardo Rodrigues demitiu-se do Governo Regional por causa do boato; a dupla Rodrigues & Pedroso não se demitiu da Assembleia da República por causa dos factos.

Genève vai receber de hoje até sábado - as sessões oficiais realizam-se a 10, 11 e 12 - mais de 16 mil representantes de Governos de todo o Mundo na Cimeira Mundial da Sociedade da Informação.

É fácil imaginar o que um evento com tanto participante representa para a economia da cidade, da hotelaria à restauração, aos transportes e ao comércio em geral - o dos muito ricos, o dos ricos, o dos remediados e o dos menos que isso.

Acho que é também por estas coisas que a Suiça - o país mais endinheirado da Europa - não tem querido integrar a União Europeia. Na verdade, se a Suiça fosse da UE um membro, por exemplo o 26º, seria quase certo que a Cimeira teria lugar num dos outros ou noutra região do planeta. Porque a gigantesca reunião é política e os mais de 16 mil e quem neles manda prefeririam um local politicamente descomprometido, neutral, e desbloqueado... por não pertencer a blocos.

Num cenário de uma Suiça bloqueada numa União Europeia, os promotores do evento teriam, em primeiro lugar, pensado se o mesmo se deveria realizar na dita, na URSS, nos EUA, na China ou na Índia; caso a opção política fosse pela UE, então teriam de perguntar à UE qual o país adequado; e então a decisão da UE seria a ordem a ser cumprida. E então a probabilidade suiça seria, no máximo, de 1 em 26.

Amanhã os suiços, através da Assembleia Federal eleita há cerca de dois meses, escolhem o Conselho Federal (Governo) em acto considerado histórico, pois pode ser alterada a composição política do órgão, o que não acontece há mais de 4 dezenas de anos. Aconteça o que acontecer, será bom e muito bom para a Europa e para o Mundo que este pequeno país continue a ser um país independente.

Memorável de hoje:

- Bacalhau: o ouro perdido
- A Terra terá 9 mil milhões de habitantes em 2300
- A China mantém a moeda baixa
- Mercado acha que o FED não aumenta os juros

Novidades no Memorável:

- Bush vítima de brincadeira no Google
- As tabaqueiras espanholas necessitam de 480 novos
fumadores por dia para manterem o negócio

Foi noite de azar para Marcelo Rebelo de Sousa: além do dislate do "Borda D'Água, teve mais um deslize. Falou da SIDA (aids) e relacionou a propagação da doença com complexas problemáticas económicas e sociais - tipo intelectual, político ou sociólogo desligado da realidade.

Não pensou na explicação simples para a origem da tragédia: a SIDA aumenta porque o remédio contra ela é só um, ao qual dão o nome de preservativo. E o drama é que não é - e nunca será - um pressuposto homem e mulher gostarem de sentir o plástico da peça... nas suas peças, chamemos-lhes à dele e à dela assim. Logo, é fácil arriscarem sem o remédio. Mesmo que ele seja oferecido ao homem da Xitita - uma negra de olhos bonitos, famélica e esquelética - da tabanca de Ingondé.

Falando de livros hoje na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa referiu o "Borda D'Água" como essencial no mundo rural e também no mundo urbano. Foi de tragicomédia, como mais à frente se verificará. Para já, cuidado com o Professor: ele não lê tudo o que diz que lê, tem comentários levianos e às vezes brinca connosco. E é de desconfiar, pois do alto da sua cátedra diz o certo, o incerto, o errado e o disparatado

Faz dois meses que comprei aquelas 24 páginazinhas (formato A5) do livro "Borda D'Água" na feira das terças - no meio de roupa contrafeita, queijos de segunda, presuntos de terceira, bacalhau de quarta, sapatos de quinta, etc - com a ideia de ver se haveria lá algo de interessante para registar. Vi e registei a "banha da cobra" que aquilo é, coisa de bruxo curandeiro, bem à medida do centenário atraso lusitano - que também esteve hoje no subconsciente do Marcelo. Fica a seguir uma parte do que o "Borda D'Água" diz para o mês de Janeiro e que o Professor disse que era essencial para rurais e urbanos.

Astrologia
As pessoas nascidas sob as influências da constelação astrológica do Capricórnio, último signo do elemento Terra, são dotadas de grande poder de reflexão, escolha de objectivos, determinação perseverante, e por isso conseguem subir ao cimo da montanha, do sucesso ou da perfeição. Devem evitar alguma secura ou falta de amor fraterno. O seu melhor dia é o Sábado; a cor castanha e a negra; o cheiro da terra lavrada; tulipa, íris, rosa e genciana.

Logo a seguir o "Borda D'Água" tem - com o mesmo rigor científico - ditos para a agricultura, jardinagem e animais. Igualzinho - quanto a rigor científico - ao seu concorrente directo, de nome "O Seringador", auto-denominado "Reportório crítico-jocoso e prognóstico diário para 2004" e que vai no 139º ano de publicação.

(Nota informativa para não residentes: Marcelo Rebelo de Sousa é o comentador líder das audiências televisivas, foi Presidente do principal partido político de Portugal - o PSD - é Professor Catedrático na Faculdade de Direito de Lisboa e muito português quer votar nele para Presidente da República.)

Como se sabe, no melhor pano cai a nódoa.

No Memorável:

- A guerra pelo guaraná da Amazónia (Estado de S. Paulo)
- Vida fora da Terra? Sim. (Estado de S. Paulo)

Ronald Reagan foi o 40º Presidente dos EUA (1980-1988). Nessas funções venceu a guerra fria com a URSS e liquidou 70 anos de comunismo. Ele, ex-actor, foi a estrela da sua "Guerra das Estrelas" - um "simples" escudo espacial para tornar inútil qualquer ataque aéreo contra o país. Tão inútil que os adversários aceitaram a derrota sem sequer ameaçarem com um único combate.

Hoje está com 92 anos e a doença de Alzheimer. Passa os dias quase permanentemente na cama, é incapaz de falar e de andar, não reconhece ninguém e não tem um só momento de lucidez.

Foi o homem mais poderoso do Mundo e mudou a História da Humanidade. Há dez anos atrás, quando a doença se revelou, ninguém lhe perguntou se queria a eutanásia quando começasse a chegar ao estado em que hoje se encontra. Foi pena. Acho que Reagan diria "sim" e hoje já teria ido... poderoso, orgulhoso, vitorioso, digno, ainda Ronald Reagan.

Foram descobertos na Etiópia fosséis de mamíferos velhos de 27 milhões de anos. Está no Memorável de hoje.

Texto interessante, no Memorável de hoje, para advogados e juízes sobre o caso de um alemão que matou outro e o comeu.

Seis
Letrinhas
Irrelevantes

Em dois
Grupinhos
De três

S H I
mais
D U A

E tanta força
Tão queridas
Juntas
Juradas
Prometidas
Entrelaçadas

Verdade
Fazem
Shidua

Nome
De vulcão
De furacão
De trovoada tropical
No mar
No ar
E no coração

Tão boa
A sensação

Que gozo
Gostoso
Tão amoroso
Seu mel
Tão meloso

Mais
E mais
Para sempre
Mais

Nem aprender!
O "Jornal de Notícias" publica hoje estas duas informações do Eurostat:
- Apenas 156 820 trabalhadores portugueses (2,9% da população activa) participaram em 2002 em acções de formação; a média europeia é de 8,5%.
- No mesmo ano havia disponíveis para formação 663 milhões de euros; apenas 57% (380 milhões) foram utilizados e ficaram 283 milhões por utilizar.
Dramático sinal de atraso... que provoca milhões de outros atrasos. Nem aprender queremos.

No Memorável de hoje, destaque para a entrevista do Secretário da Defesa dos EUA e para nova revelação no caso Camarate.

- Nova onda gigante pode ir da América ao Japão (Le Figaro)
- Entrevista com Donald Rumsfeld (Le Figaro)
- O milagre espanhol (ABC)
- Mais uma boa notícia para a economia dos EUA (Estado de S. Paulo)
- Lula em auto-retrato (Estado de S. Paulo)
- Pacheco Pereira e o espelho em 2006 (Público)
- Mais uma prova do crime em Camarate (Público)

Porque me mentíu
Porque foi
Porque quis
Porque fez

Pode contar
Sem segredo
Pode gritar
Sem enredo

A mim
Clara
Confidente
Transparente

A mim
Desconfiado
Transtornado
Enciumado

Chateado
E muito fodido

Também arrependido
De ter enviado
Testemunho querido

O que lhe dei
O que lhe roubei

Foi isso
Você não aguentou
Meu desafio
Você ficou
Sem pio

Pediu
Recebeu
Não deu

E me mandou
Esperar deitado
Que para sentado
Era demorado

Acho eu
Este teu

Que até pegou
Sua arritemia
A esta merda
De poesia

Como eu queria
Sentir
Seu sofrer
Pelo menos
Mais pior
Que o meu

Puta que paríu

Não mentiu
Culpa foi de Erivaldo
Culpado fui eu
Isto e aquilo

Tremelico
Mas não complico
Se quer, querida
Se não quer, sofrida

Dói
Sarará
Num sei
Se verá

Puta de vida, querida

Confuso
Fui ao site da Presidência da República para ler o discurso que o homem fez hoje na Argélia e que me pareceu mais confuso que o costume. O último discurso que lá está é o do Congresso dos Farmacêuticos e data de 27 de Novembro.

O Governo da Guiné-Bissau disse que vai pedir à "comunidade internacional" que lhe dê 15,2 milhões de euros (cerca de 3 milhões de contos) para a coluna das receitas do orçamento do Estado do ano que vem. Suspeito que aqueles milhões sejam quase uma metade do total orçamentado; não se sabe bem.

Mas umas coisas são bem sabidas: o país deve à irresponsabilidade o facto de estar falido; o país deve à solidariedade o pão, o arroz, as seringas, as injecções e todos os etc; o país deve à irracionalidade o facto de ainda existir.

Irresponsabilidade de governantes, políticos e militares.
Solidariedade dos doadores.
Irracionalidade dos que exercem, descarados, o esmolar como um direito e dos que vão na conversa.

Há também, claro, o lado "estrutural". Como querem que 1 milhão de habitantes pague 1 Presidente, 1 Primeiro Ministro, 15 ministros, 20 secretários de Estado, 180 assessores, 200 deputados, 24 partidos políticos, 30 generais mais uns milhares de militares?

No Memorável do dia:

- A Suiça a um passo de colocar o segredo bancário na Constituição (Le Temps - Genève)
- A China quer limitar o crescimento da economia (BBC Brasil)
- "La trampa iraquí" (ABC - Madrid)

No Memorável de hoje está um texto interessante sobre o Sol, da autoria de André Maeder, astrónomo no Observatório de Genève.

Esquecidos
Está aqui, e em palavras muito simples, o que nenhum órgão de comunicação social (que nome esquisito...) recordou neste 1 de Dezembro de 2003, Feriado Nacional e dia em que era suposto Portugal comemorar a restauração da sua independência no ano de 1640.
Sem aquele feito, hoje seriamos muito provavelmente uma província de Espanha, talvez chamada de Lusitânia, e menos importante que Castilha y Léon, Galicia ou Catalunha.

(Pelo sim pelo não, não vá o endereço perder-se, a cópia do texto fica no Memorável de hoje)

Registado no Memorável de hoje:

- Índio Ribamar não sabe se os "naba" são inteligentes
- Os sete agentes espanhóis lutaram até à morte contra os terroristas
- "Vosotros sois eternos"